A Adaga de Ouro - Prólogo
15 de agosto de 2040, Frankfurt, Nova Alemanha
O cheiro de sangue, o barulho de desespero, passos e corridas desajeitadas…
Essas eram as únicas coisas que se podiam notar ao longo da rua principal da cidade.
O ar estava contaminado por um gás tóxico, o que tornava a respiração um ato difícil.
No meio disso tudo, estava Thomas correndo do que parecia ser uma ameba gigante.
O monstro deslizava com facilidade pela rua principal, ao passo que engolia tudo que tinha o azar de se deparar em seu caminho — até mesmo pessoas.
O corpo da criatura era de um cinza quase transparente, sendo possível ver as coisas que adentravam-na após encostar nelas. Esse momento acontecia em uma fração de segundo, pois logo tudo se desvanecia, como se entrasse em contato com um ácido super potente.
A busca pela fuga do garoto era como tentar correr atrás do vento: não havia nenhuma chance de sucesso.
Passo atrás de passo, rua atrás de rua, beco atrás de beco, e nada do monstro sair da sua cola…
A esperança brilhou nos olhos de Thomas apenas quando avistou um pequeno beco entre dois prédios, com uma escada de mão que levava a uma plataforma de varanda. Era um caminho curto, apenas quarenta metros de distância, mas para o garoto, representava a diferença entre vida e morte.
Como nunca antes, ele correu…
A sobrevivência parecia cada vez mais ao seu alcance, enquanto se aproximava da escada. Mas, em questão de segundos, o breve alívio foi substituído por um medo que lhe percorreu toda a espinha…
Uma ameba ainda maior apareceu bem ao lado deles. Ela cobria a rua de uma calçada a outra e, embora fosse tão grande, era rápida o suficiente para pegar o jovem naquela distância.
Surpreendentemente, ao invés de atacar Thomas, ela devorou a perseguidora do rapaz.
Ao ver essa situação, pensou estar livre. Infelizmente, anatomia nunca foi o forte dele na escola, ainda mais tratando-se de monstros que só se viam em histórias de ficção…
Foi somente quando estava prestes a soltar um suspiro de alívio que ele foi capaz de perceber a aterrorizante situação na qual se encontrara: as duas amebas tornaram-se uma única, gigante e verdadeira aberração.