A Herança do Assassinato - Capitulo 1
Aquela era uma noite fria de inverno, árvores já estavam com nenhuma folha, o vento era congelante e o chão estava completamente coberto por uma densa camada de neve.
Em uma enorme mansão, dentro de um de seus quartos, uma mulher estava dando à luz ao seu novo filho. A mulher estava deitada sobre uma larga cama e um homem alto, com longos cabelos negros, estava ao seu lado, segurando sua mão. A mulher gritava dor e os médicos davam instruções a ela
– Vamos, força! O bebê já está quase saindo!
A moça então apertou com força a mão do homem ao seu lado, que parecia estar muito feliz e preocupado, ao mesmo tempo.
– Querida! Estamos quase lá!! Nosso filho está nascendo!
Essa simples frases parecia ter dado mais forças a elas, então após mais longos minutos os gritos da moça terminaram e foram substituídos pelo choro de um bebê.
Nos braços de uma das enfermeiras tinha uma pequena criança, que estava envolto por um pano branco. A enfermeira levou a criança até a sua mãe.
– Meus parabéns, Senhorita Hannah! – a enfermeira estava bem feliz – Você teve um filho lindo e saudável.
A enfermeira entrega a criança a Hannah, que começa a chorar ao ver seu filho.
– Ele é lindo…
O bebê tinha alguns poucos fios de cabelo pretos e quando ele levanta suas pálpebras, revela um par de curiosos olhos azuis como safiras iguais ao de sua mãe.
– Nossa família está aumentando, Robert – Hannah estendeu o bebê para o homem de cabelos longos ao seu lado – O nome vai ser aquele mesmo?
Robert segura seu filho e ergue para o alto, com um sorriso medonho em seu rosto.
– Seu nome será Dante, como o homem que atravessou o Paraíso, o Purgatório e até o próprio Inferno – o medonho sorriso de Robert ficou ainda maior – Seja bem-vindo Dante, a maior família de assassinos do mundo, os River!!
***
10 Anos Depois
Já devia ser quase meio dia. O forte brilho do Sol iluminava toda a floresta de pinheiros.
Um inocente servo caminhava tranquilamente, sem nenhum medo de ser atacado por um possível predador. O animal então se aproximou de um rio que estava ali perto e começou a beber um pouco daquela água, até que de repente algo inesperado acontece: uma pessoa vestida totalmente de preto sai de um dos arbustos.
Aquele sujeito era bem pequeno e ágil, além de carregar uma adaga, que tinha um estranho brilho azul ao seu redor.
O sujeito estranho foi tão rápido, que o cervo mal conseguiu reagir e então teve sua garganta cortada com facilidade. Com isso grandes quantidades de sangue saem do corpo do animal que após alguns segundos de dor caí morto no chão.
Após isso, o som de palmas começa a ecoar por aquele local da floresta. Quando aquela pessoa de preto olha na direção do som, vê Robert, vestindo roupas bem chiques.
— Meu parabéns Dante! — Robert tinha um sorriso de orgulho estampado no seu rosto — Você está cada vez melhor em ocultar sua presença e manipular sua mana.
O sujeito de preto tira a sua máscara, revelando assim, o rosto de uma criança.
— Obrigado pai — Dante tinha um sorriso eufórico — Eu já vou poder sair para trabalhar com o senhor?
Robert deu algumas leves risadas.
— Calma filho, você está colocando a carroça antes do cavalo. Ainda tem muita coisa para aprender, você sabe apenas o básico de controle de mana e combate.
Aquilo pareceu irritar Dante, que queria começar logo trabalhar com seu pai. Robert percebeu a expressão de aborrecimento de seu filho e fez um cafuné nele, tentando o consolar.
— Não se preocupe, sua hora irá chegar — ele observa Dante, completamente sujo de sangue — Vamos, você precisa de um banho. Logo o Larry vai vir pegar o cervo, que vai ser preparado para o jantar. Sua mãe vai ficar muito feliz em saber que você conseguiu a comida de hoje.
— É mesmo?! — A criança se animou novamente — Então a partir de agora vou caçar muitos animais, para deixar todo mundo da família feliz!!
— Claro que vai meu filho…
Ambos começam a caminhar, deixando o cervo morto largado no meio da selva, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Após algum tempo, Robert e Dante finalmente saem da floresta e chegam ao quintal de sua gigantesca e majestosa mansão. Ela era muito chique e bem cuidada, o jardim tinha arbusto, árvores e flores muito bonitas.
Em uma parte do gramado tinha um jovem alto, com cabelo castanhos e olhos verdes como esmeraldas, praticando tiro ao alvo com arco e flecha, porém tinha algo estranho: o jovem não tinha nenhuma flecha. Isso não parecia o incomodar, até que então uma flecha de metal surge de repente em sua mão direita. Ele a encaixa no arco e efetua um disparo, que acerta o centro do alvo.
— Oi!! Primo Clark!! — Acenou Dante.
O rapaz de cabelo castanho virou na direção da voz e viu Dante.
— Ah, oi Dante! Pelo visto você conseguiu matar aquele cervo!! — disse Clark, com um sorriso de empolgação.
— Sim! Consegui o pegar de surpresa e daglar sua garganta!!
— Uau! Daqui a pouco está fazendo isso com pessoas!
— Você acha mesmo?
— Eu não acho, eu tenho certeza.
Os olhos de Dante brilharam com Clark depositando tanta confiança nele.
— Pelo visto Clark sabe como motivar alguém — observou Robert.
— Fazer o que? — Clark balançou seus cabelos — Este é um de meus muitos talentos.
— Pelo visto, humildade não é um deles — disse Robert, com um sorriso debochado — Vamos Dante,você precisa de um banho.
— Ok — respondeu a criança — Tchau primo Clark!
— Tchau Dante!!
Os dois voltaram a caminhar e finalmente adentraram na mansão. Ela tinha até um movimento considerável. Lá moravam diversas diversas pessoas, desde os empregados até os muitos membros da família River
Dante não perdeu tempo e saiu correndo em direção ao seu quarto, logo em seguida foi ao banheiro tomar banho. Quando terminou, vestiu as roupas que uma das empregadas havia deixado para ele.
Logo após isso saiu correndo para o jardim atrás do quintal, onde encontrou sua mãe, que estava sentada em uma pequena mesa, tomando uma xícara de chá.
— Mamãe!!
Hannah para de beber seu chá e olha para seu filho, então abrindo um sorriso carinhoso.
Ela era uma mulher muito bonita, com longos e ondulados cabelos castanhos claros, olhos azuis, assim como os de seu filho. Naquele momento, a mesma vestia um simples, porém elegante, vestido vermelho-carmesim.
— Oi meu amor — disse Hannah, com um tom carinhoso e meigo — Como foi a caçada com seu pai? Vocês voltaram bem rápido.
—Foi muito maneiro!!
— De fato — Robert surge atrás de Dante — Ele já está muito bom em esconder sua presença e na manipulação de mana, conseguindo concentrar nas pernas e em volta da adaga.
Dante ficou extremamente feliz em ouvir os elogios de seu pai.
— Meus parabéns!! — Hannah bateu palmas.
Os três ficaram ali conversando por algum tempo e bebendo um pouco de chá, até que duas pessoas aparecem no jardim.
— DANTEEE!!
Quando a família olhou na direção das vozes, se depararam com duas crianças idênticas, provavelmente gêmeas, um menino e uma menina. Ambos tinham cabelos loiros e olhos de cor ember. O garoto vestia um colete e calça social, enquanto a garota vestia um delicado vestido azul.
— Eliza!! Harry!! — Dante corre na direção de seus amigos
Aqueles dois irmãos moravam em uma mansão ali perto, então eles e Dante já se conheciam há muito tempo, o que fez com que os três formaram um laço muito forte entre si.
— Nós fizemos uma casa na árvore!! — informou Harry, empolgado — Você quer vir brincar com a gente?!
Dante então virou para seus pais com o olhar de um cachorro “pidão”, o que era muito fofo. O casal não viu outra alternativa a não ser permitir.
— Pode ir — disse Hannah — Só volte antes da sua aula de esgrima.
— OBAAA!! — comemoraram as três crianças, simultaneamente, lançando os braços para o alto.
Logo após isso as três crianças saíram correndo e desapareceram no meio da floresta. Quando isso aconteceu, Hannah olhou para Robert, com uma expressão preocupada.
— Você acha que é certo isso? Eles já são amigos há muito tempo.
— Não se preocupe, ele é River, ter amizades não vai ser um problema.
***
Na casa da árvore, o trio de amigos faziam de tudo, desde brincadeira de bonecos até praticar tirolesa. Aquele lugar era praticamente um parque de diversões.
Quando os três já estavam caídos dentro da casa, exaustos de tanto brincar, Elisa questiona Dante:
— Dante, seus pais trabalham com o quê?
Com este questionamento sendo feito, Dante teve um flashback do seu pai, no qual ele explicava que não deveria dizer para outras pessoas com o que sua família trabalhava.
— É segredo — ele deu umas leves risadinhas.
— Poxa Dante!! Você nunca vai dizer?!
— Talvez…
Os três deram risadas juntos.
Já estava ficando tarde e Dante tinha a sua aula de esgrima. O Senhor Bigode (apelido dado ao professor por Dante, pois ele tinha um enorme e grosso bigode) era um homem muito rígido e não tolerava atrasos. Então Dante se despediu de seus amigos e voltou correndo para sua casa.
Chegando na mansão, vestiu rapidamente um quimonos preto e branco, depois voltou a correr em direção ao dojô da mansão.
— Cheguei!!
Um homem de meia idade já estava lá e tinha uma expressão de insatisfação ou talvez aquela fosse sua cara normal, já que Dante nunca o viu sorrir uma única vez.
— Está 0,7 segundos atrasado, Senhor Dante.
— Sinto muito, professor.
— Não quero desculpas! Quero que chegue no horário!!
— Sim senhor — disse Dante, encolhido.
O Senhor Bigode pegou uma espada de bambu e entregou a Dante, então deu alguns passos para trás, entrando em posição de combate.
— Vamos começar!!
— Ok…
O treinamento então se deu início. Senhor Bigode era um rígido, não pegava nem um pouco leve com seu aluno. Dante era obrigado a dar inúmeras voltas no dojô correndo, desferir diversos golpes no ar, fazer flexões e abdominais e ainda tinha que no final, lutar contra seu contra seu mestre, até que o horário da aula acabasse.
Quando o treino finalmente chegava ao fim, era um alívio. O garoto vai para seu banho quente, que faz com que seus músculos cansados pudessem enfim descansar. Então após mais um banho, ele vai para a sala de jantar.
Lá havia uma gigantesca mesa, porém apenas Robert e Hannah estavam sentados.
— Como foi o treino de hoje? – perguntou Robert, ao ver seu filho.
— Muito cansativo — Ele se senta na mesa e olha para Robert — Pai, o Harry e a Eliza me chamaram para jantar na casa deles amanhã. Eu posso.
— Isso não será possível — Robert comeu um pedaço de seu bife — Eu os matei.