Angel Black: Tentando Sobreviver Neste Mundo Sombrio - Arco 1: Capítulo 10 – Após Aquele Almoço no Castelo
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- Arco 1: Capítulo 10 – Após Aquele Almoço no Castelo
Após o almoço, Dante e Alfrey andaram pelos corredores, até chegarem em uma porta feita de madeira. A garotinha pegou uma argola com duas chaves presas a ela, e abriu a porta. A abertura deu passagem a uma longa escadaria que levaria até o subsolo do castelo.
— Estamos quase lá.
Descendo, o garoto pôde ver mais do do local que não era nem um pouco espaçoso. Nas paredes, haviam pequenas pedras que iluminavam a escadaria.
— O que são essas pedras na parede?
— Elas são pedras de mana. Existe outros vários tipos para tarefas especificas, mas, essas que estão na parede servem para iluminação. Por isso que esse castelo e meu país são tão iluminados.
Dante achou interessante essa informação e pensou que, se soubesse de mais, poderia aprender mais sobre àquele país e como a magia era utilizada no dia a dia.
— Pode me dizer outros tipos?
— Bem, também temos as pedras de mana com magia de fogo. Elas podem ser usadas tanto para acender uma fogueira, permitir um banho aquecido, ou explodir algum inimigo. Claramente, cada pedra de mana, mesmo sendo utilizado a mesma magia de base, e feita para cada ação específica. Ou seja, não há risco de você acabar explodindo quando estiver tomando um banho quentinho. Claro, de forma natural, a explosão ainda é possível se algum erro for cometido.
— Como assim? Você quer dizer que, uma pedra de mana, por ser feita com base na magia de fogo que, inclusive, pode servir para uma explosão, não irá explodir por ser feita da mesma magia, só no caso de essas for sua função específica?
— Exato.
— Tá, mas ela ainda pode explodir? E você quis dizer que se essa explosão rolar, as chances de serem por causa do tipo de magia são nulas?
— Vejo que está aprendendo bem.
— Só não entendi uma coisa. Então, como que uma pedra mágica pode explodir?
— Ela pode estar sobrecarregada de mana. É um fator que pode ocasionar na explosão.
Ao chegar no último degrau, os dois se depararam com outra porta feita de madeira. Alfrey pegou a segunda chave para abrir aquela porta.
— E como uma pedra mágica pode ficar sobrecarregada de mana?
— Com o excesso de mana. — Antes de abrir a porta, a garotinha deixou colocou a chave na fechadura — Isso também vale para seres que usam magia. Dependendo do tamanho de sua box, ela pode ficar extremamente cheia e explodir. Por isso o uso de magia é fundamental. Mas não é algo para se preocupar. Não é normal ganhar um uso excessivo de mana. Lembro-me que os dragões, normalmente, tinham box maiores do que a de um corpo humano. Claro, isso quando eles existiam.
O coração do garoto bateu rapidamente quando ouviu a rainha falar em dragões. Tudo aquilo era surpreendente para o garoto, e se coisas como magia já o deixavam animado, dragões só dobrava com certeza.
— Normalmente já tenho muita mana, e arrisco a dizer que minha magia é quase infinita. — Ela girou a chave e destrancou a porta, colocando a palma da mão sobre a superfície feita de madeira — Enfim, é isso. Vamos entrar.
— Espera! Você disse que os dragões existiam, não é mesmo? O que houve pra eles para serem extintos.
O olhou silenciosamente.
— É mesmo… esqueci que um otaku como você ficaria feliz com isso… — Antes que Dante pudesse falar qualquer coisa e perguntar o do porquê ela usou esse termo, a garota continuou — Não sei, ninguém sabe. Não sabemos se foram realmente extintos. Relatos antigos alegam que isso aconteceu do dia pra noite. Hoje em dia, há várias teorias, e a ciência moderna ainda tenta achar uma explicação para o que aconteceu. — Por fim, abriu a porta e entrou na sala.
Dante pensou sobre isso, e se perguntou se, de alguma forma, o sumiço dos dragões tinham a ver com o fato de que as pessoas que tentavam entrar lá morriam sem uma explicação lógica. Mas o que tinha naquela sala tirou o foco completamente de seus pensamentos.
— Isso é…!
O que o garoto viu o deixou boquiaberto, e com os olhos vidrados naquela coisa.
— Sim, isso é uma pedra de mana — disse em um tom de orgulho.
Porém, aquilo não era uma simples pedra de mana. Ela era gigante, tendo cinco metros de altura e ocupando boa parte do espaço daquela sala.
— Ela é responsável pela distribuição infinita de mana pela minha nação. Essa gigante pedra está aqui neste mundo a centenas de anos! — falou alegremente.
— É-é tão grande assim com o único propósito de distribuir mana?
— Exato! — Acenou afirmativamente com um sorriso — E esta gigante pedra de mana está canalizando toda a mana para meu reino, apenas para ele. É como se fosse uma barreira transaperente e sem forma física que o cerca.
— Entendo!
Os dois começaram a se animar com esta conversa. Magia e mana chamavam a atenção, principalmente de Dante e Alfrey, que estavam com brilhos nos olhos enquanto conversavam sobre isso.
— Viu como a magia é incrível?
— Sim! Incrível!
Os dois estavam subindo as escadas. Após verem a gigante pedra de mana, a distribuidora de toda a magia naquele reino, os dois estavam indo para o próximo destino.
— Vamos pegar a sua roupa e entregar o minério para Angel, para que ela possa fazer a sua auréola. Além disso, temos o contrato para você assinar.
“É mesmo…”
Depois de tudo que aconteceu, o jovem acabou esquecendo o motivo por qual estavam aqui. Dante e Angel vieram buscar um minério que só existia naquele continente para poder fazer uma nova auréola.
“Angel deve ter conversado com Alfrey enquanto eu dormia.”
Após subirem todas as escadas, eles seguiram andando em linha reta pelo corredor. Por fim, chegaram em uma porta, cuja qual a garotinha colocou suas mãos e a abriu.
Entrando no local, eles se depararam com três empregadas no local. Duas delas estavam lavando as roupas de dois grandes cestos, enquanto a outra vinha em direção aos dois segurando umas roupas.
Ela parou na frente deles e curvou seu corpo. Reverenciando Alfrey e mostrando o máximo de respeito à Dante, ela entregou as roupas para o garoto, que logo reconheceu que eram suas.
— Obrigado — disse Dante se curvando.
A empregada se curvou novamente, como uma forma de demonstrar que aceitou os agradecimentos do garoto. Logo depois, ela se virou para Alfey.
— Senhorita, já acabei o meu trabalho por aqui e, por isso, irei me retirar.
Alfrey acenou positivamente com a cabeça.
— Senhorita, Senhor, com licença.
Após isso, se retirou do local.
“Ela me chamou de senhor…”
Ficou surpreso com tanta formalidade.
— A deixei encarrecada de lavar a sua roupa. Ela deve ter vindo hoje para ver se já secou, e está seco.
— Entendo.
O garoto colocou seu conjunto de moletom em seu nariz e cheirou. Um cheiro gratificante e doce invadiu suas narinas, deixando-o nortoteado, e fazendo-o cheirar ainda mais aquela naquela fragrância.
— Cheiroso, né?
— Sim! Minhas roupas estão com um ótimo cheiro!
— Certo, certo. Vamos nos encontrar com Angel agora
Após isso, voltaram até a sala de jantar, onde encontraram a garota sentada na cadeira, descansando após comer a refeição.
— Oi, Angel, nós voltamos. — O garoto acenou.
— Sim. Se levante, vamos pegar o minério que você queria — Alfrey disse e, logo em seguida, indo em direção a porta da cozinha.
Ao ouvir isso, a garota se levantou da cadeira e começou a segui-lá, junta de Dante.
Eles andaram até chegarem ao salão principal, onde havia vários quadros, portas e uma grande escada que levava ao segundo andar.
Lá estava parado um mordomo que segurava um minério amarelo que estava sobre um pano branco em suas mãos.
— Senhorita Alfrey, aqui está o lithe.
— Muito obrigada. — A garotinha pegou e o entregou para Angel, que o colocou sobre a cabeça.
De forma repentina, o minério chamado lithe levantou-se no ar, e se achatou, mudando de forma até chegar no formato de uma auréola.
Todos viram aquilo surpresos. Não conseguiam tirar os olhos daquela formação de uma nova auréola. Uma habilidade vinda de um ser celestial, como Angel, não se via todo dia, e aquilo era incrível.
Angel se virou para Dante e disse:
— Completamos a nossa missão!
O garoto sorriu, estendeu sua mão fechada e levantou um polegar, abrindo um largo sorriso e fechando seus olhos logo em seguida.
— Senhorita Alfrey!
Lyvia, a secretária e braço direito da rainha, de uma forma conveniente, chegou ao local, segurando uma folha de papel, que sobre uma fina tábua de madeira, e uma caneta com pena.
— Bem na hora, Lyvia! — a garotinha exclamou, feliz que a mulher estivesse ali — Dante, assine aqui para podermos fechar nosso contrato por um meio oficial e escrito — disse enquanto pegava o contrato e a caneta das mãos de sua secretária e entregava ao garoto.
“Hmmm?!!”
Quando o jovem pegou o contrato, viu algo que o deixou em um mar de confusão. Era a linguagem daquele mundo. As letras eram completamente diferentes de qualquer idioma que já tinha visto, e pareciam mais desenhos do que letras em si.
“Eu não consigo ler isso… e nem sei como se escreve…”
O garoto se virou para Alfrey e reclamou:
— Não sei como se escreve o idioma daqui.
— Não tem problema. Pode assinar com o seu nome em seu idioma. Eu o aprendi quando vi suas memórias, de qualquer forma.
A rainha rapidamente entendeu a situação e o tranquilizou.
Normalmente, não seria inteligente assinar um contrato que você não consiga ler, ainda mais um envolvendo uma lider de uma nação. Porém, Angel confiava em Alfrey, e já o tranquilizou sobre isso. Ele estava confiando em seu Anjo da Guarda.
Por fim, o garoto escreveu o seu nome no contrato, o fechando oficialmente.
— Protinho. — Entregou o contrato e a caneta para Alfrey, que passou para Lyvia.
— Aqui será o quarto de vocês.
Algumas horas se passaram depois daqueles acontecimentos. Nesse meio tempo, Alfrey apresentou o castelo ao garoto, enquanto Angel os seguia por trás. Agora, a rainha levou os dois para onde iriam dormir. Era um grande quarto de hóspedes, onde havia duas luxuosas camas separadas para os dois.
— Opaaaa!! Essa é minha!
Angel rapidamente correu até a sua destinada cama, se jogando nela e fazendo seu corpo saltar para cima e para baixo. Aquilo parecia diverti-lá.
— Dante, mandei uma carta para um amigo nobre meu. Caso ele aceite, você terá o emprego que tanto queria em alguns dias — disse a rainha.
— Isso! — o garoto falou animadamente, após dar um soquinho no ar — Muito Obrigado mesmo, Alfrey. Por deixar nós dois ficarmos aqui por um tempo. — Por falar nisso, nessa altura do campeonato, o jovem já estava vestindo seu conjunto de moletom.
— Sim, sim. Só não esqueça do nosso contrato.
— Não vou esquecer! Vou usar até isso aqui para anotar umas ideias! — Tirou seu celular do bolso.
— Ah! Esse é o tal do seu aparelho eletrônico mais conhecido em sua terra como “celular”?
— Hehe… que jeito de falar, hein?
Alfrey segurou a maçaneta da porta e começou a fecha-lá.
— Bem, nos encontraremos amanhã. Boa noite, pivete.
— Huh, diz a rainha que é uma loli.
— Abusado.
Após a porta ser fechada, o garoto andou até a sua cama, se orientando pela luz da lua sendo refletida pela janela na parede. Se jogou na cama, mas, ao invés de Angel, não ficou pulando, e parecia que queria logo dormir.
— Boa noi…
— Dante, obrigada. Essa nossa mini-aventura até que foi divertida por que você estava aqui comigo, e eu consegui uma nova auréola. Queria lhe agradecer, por me acompanhar nesta curta jornada.
A garota interrompeu o jovem bem na hora que iria dar-lhe uma “boa noite” e acabar dormindo. Suas palavras deixaram o garoto feliz e com um olhar bobo no rosto.
— É-é mesmo? N-não sabia que e-eu era alguém t-tão legal a-assim, não! M-muito o-obrigado!
As palavras da garota o pegaram de surpresa, e tudo que conseguiu responder foi isso, com o rosto corado em um largo sorriso. Mas o que disse fez a mulher ficar com uma pulga atrás da orelha e o questionar.
— Está agradecendo pelo o quê?
Ela se ajeitou na cama, virando-se para a parede.
— Bem, não importa agora. Só queria dizer que não vou estar por aqui por um bom tempo nos próximos dias. Terei de voltar ao Reino Sagrado. Por isso, quero que tome cuidado no seu primeiro emprego.
— Oh… — Sorriu — Tudo bem. Tomarei cuidado sim!
— Certo. Boa noite.
— Boa noite.
Dois dias se passaram desde então. Dante foi aceito no novo trabalho e estaria de partida.
O garoto, junto de Angel, Alfrey e Lyvia estavam na parte de fora do castelo, ao lado de alguns mordomos e empregadas.
— É isso, Dante. Boa sorte no seu novo emprego — disse Angel, que o abraçou fortemente.
O jovem ficou meio envergonhado com isso, mas retribuiu o abraço.
— Hoje estarei partindo para o Reino Sagrado também.
— Certo.
Enquanto conversavam, Lyvia havia subido em uma luxuosa carruagem que estava no local. Ela comandaria a carruagem, e os cavalos andariam.
— Nos veremos em breve, né, Angel?
— Com certeza — a garota o respondeu, abrindo um largo sorriso.
— Dante, está na hora.
Quem disse isso foi Alfrey, que deu uns toquinhos em seu braço e seguiu até aquela carruagem.
— Está bem… Tchau, Angel.
— Tchau.
O garoto correu até a carruagem, onde partiria até o seu novo e primeiro emprego na casa de um nobre.