Angel Black: Tentando Sobreviver Neste Mundo Sombrio - Arco 1: Capítulo 13 – Uniforme
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- Arco 1: Capítulo 13 – Uniforme
Formar bons laços de amizades com seus colegas de escola, trabalho, ou qualquer coisa parecida era sempre uma boa opção vantajosa, principalmente se a pessoa for uma novata nessa área especifica, assim como Dante. Com uma boa impressão e a formação de uma nova amizade, esse amigo mais experiente poderia te auxiliar de melhor forma no emprego. Pelo menos era o que o garoto achava, sendo assim, fazendo-o pensar que começou o primeiro dia de trabalho bem — mesmo não tendo começado a trabalhar.
O principal de tudo, fez uma nova amiga, e estava bem alegre com isso. É verdade que, desde que chegou àquele lugar, fez novas amizades: Alfrey e Lyvia. Até mesmo quando estava no Japão fez uma nova amiga, justamente no dia em que saiu de casa; Angel. Porém, as palavras da garota pareciam mais impactantes de certa forma. Talvez seja porque ninguém lhe ofereceu amizade explicitamente desde que abandonou os estudos, como Amber fez agora.
Claramente, Angel e as demais tornaram-se amigas do garoto, porém, de uma forma mais natural, sem mesmo que um pedido fosse feito, apenas com dias de conversas que companhia um dos outros.
Dante estava imensamente feliz que alguém tinha interesse em formar uma amizade com ele. Ficava ainda mais feliz por essa pessoa ir à sua frente e pedur publicamente por isso. Ele se lembrava da última vez que alguém disse “vamos ser amigos?”, foi quando entrou no fundamental.
“Fiz uma nova amiga! Eba!”
Seus pensamentos de pura alegria foram interrompidos por sons de passos e lentas palmas, como se fosse feita de forma dramática. Olhando para frente, avistou Chap, seu chefe, se aproximando.
— Uau, que apresentação… única!
A apresentação de Dante não foi a melhor do mundo, mas também não foi completamente desastrosa, apenas ruim. O garoto sentiu a mentira vinda do seu chefe, ou, pelo menos, uma forma de amenizar a forma em que se apresentou. Ele não era tão bom em fazer algo assim na posição em que estava: em público para algumas pessoas. Imaginou que alguém mais experiente, ou até mesmo um orgulhoso nobre faria melhor do que fez. De qualquer forma, fechou a cara quando ouviu que sua apresentação foi única.
O chefe subiu todos os degraus e parou na frente do garoto. Ele era grande, talvez 1,83 de altura, diferente de Dante, que tinha 1,70.
— Bem, meu jovem, como você já se apresentou para todos aqui, que tal você conhecer os seus colegas de trabalho?
Imaginariamente, surgiu um ponto de exclamação na cabeça do jovem. Ao que Chap falou, todos os funcionários se sentiram na liberdade de se apresentar para o garoto, já que, aparentemente, aquela apresentação anterior era tudo que o nobre queria, e não precisavam mais esperar ele resolver alguma coisa para cumprimentarem o garoto. Por fim, todos que estavam nos degraus subiram.
— Permita-me que eu faço isso da melhor forma possível.
Amber se intrometeu no meio. A garota com o cabelo foi para frente de Dante, e começou a apresentar o pessoal que estava lá. Isso fez todos desistirem de se apresentarem por conta própria, já que não havia mais necessidade.
Com a palma da mão estendida no ar, e apotada ao mordomo mais velho, ela começou.
— Este é o senhor Vergil, um ex-Cavaleiro da Guarda Real da nação de Schalvalt, servindo ao reino por trinta e sete anos.
O velho mordomo já estava com seus cabelos e barba brancas. Ele demonstrava um sério olhar em seu rosto, mas deixava escapar um pouco de doçura de uma pessoa idosa. Já estava com seus sessenta e três anos, e trabalhando na mansão de um nobre. Junto com o dinheiro dos trinta e sete anos sendo um Cavaleiro da Guarda Real, e trabalhado para um ricaço, a suposição de que fosse rico não era algo absurdo de se acreditar.
— Muito prazer em conhece-lô, meu jovem. Se precisar de ajuda no trabalho, peça à este velho.
Curvou-se colocando a mão em seu peito, mostrando respeito. Vergil seguia a ideia de “se quer respeito, primeiramente, seja respeitoso”. Uma ótima ideia por sinal, mas sempre existiria um engraçadinho que não demonstraria respeito algum, mesmo sendo tratado com tanto. Felizmente, Dante não era assim.
— Muito prazer — o garoto respondeu.
Imaginou como seria o senhor em um exército de cavaleiros que servem a guarda real. Tentou formar uma imagem mental de como o seria trinta e sete anos mais jovem, mas não conseguiu.
— Em seguida, temos o nosso segundo mordomo, junto de uma empregada que sempre pega no pé dele, ha, ha. Seus nomes são Ren, que é um estrangeiro, e Chloe.
Aparentemente, o garoto não era o único estrangeiro ali. Isso não mudou em nada seus pensamentos ou sentimentos em trabalhar na mansão, apenas ficou feliz que não era o único. O rosto dele se parecia bastante com de um japonês, entrentanto, Dante não tinha conhecimento nenhum sobre aquele continenteb, então, decidiu não criar conclusões precipitadas.
Pelo que deu a entender com o que Amber disse: “uma empregada que sempre pega no pé dele”, provavelmente, Ren era o tipo de pessoa que gostava de procrastinar no trabalho, e Chloe a pessoa que o botava na linha.
— Em seguida, temos àquelas três: Aiko, Emi e Melli.
Nessa ordem, seguindo por Aiko, uma jovem mulher na faixa dos vinte anos. Inclusive, “Aiko” era um nome mais comum no Japão.
A segunda citada foi Emi, uma empregada menor que a anterior, e tinha um olhar completamente sonolento, junto de olheiras pouco visíveis.
Por último, a menorzinha de todas, podia se dizer que ela tinha a mesma altura de Alfrey, porém, não se parecia com uma criança, mas estava longe de se parecer como uma adulta. Melli, era seu nome.
— E por último, temos eu, Amber, mas já me apresentei. — A garota deu uma pequena risada — Para falar a verdade, há mais uma funcionaria, a cozinheira, só que ela não mora na mansão, e apenas vem trahalhar perto da hora do almoço ou do jantar.
Todos foram apresentados, e o garoto prestou atenção às palavras saídas da boca de sua nova amiga, e colega de trabalho.
— M-muito prazer em conhecê-los — disse, curvando-se.
Todos assentiram e disseram “prazer”.
— Agora que todos nós fomos apresentados. Amber e Chloe, quero que vocês levem Dante para dentro, e arrumem seu uniforme. Afinal, um funcionário precisa de seu uniforme. Inclusive, mostrem o local a ele também.
— Certo, chefe — as duas disseram.
— Então, Dante, de onde você veio? — Amber questinou, inciando uma conversa enquanto andavam pelos corredores do casarão.
— Eu vim do Japão.
— “Japão”? Não conheço. É um pequeno vilarejo?
— Na verdade, é um país.
— Nunca ouvi falar em uma nação chamada “Japão” — Chloe comentou — Que tipo de coisa tem nesse lugar.
— Bem, nós temos várias coisas. Tipo, mangás! Algo que eu adoro, além de animes.
— “Mangás e animes”? O que são essas coisas?
— São entreterimento.
— Entreterimento? Entendo.
— Bem, Dante, voltando ao assunto trabalhista — Amber disse — Fomos informadas que você ficará aqui por três meses, certo? Um trabalho de meio período.
— É o que parece.
— Então, vamos fazer cada minuto valer a pena. E para começar…
As duas pararam na frente de uma porta de madeira. O garoto também parou, como não conhecia local e estava prestando bastante a atenção nas meninas, ele teria passado direto da porta.
Inclusive, toda a ambientação e a mansão em si o entrenteu, tanto quanto foi entretido nos dias que passou no castelo da rainha de pouca altura. Era sua primeira vez em uma mansão, e sentia que não havia muita diferença em comparação na parte decorativa ao castelo da rainha de Kuyocha. Claro, tinha sim diferenças, como o tamanho, administração e outras coisas. Entrentanto, sentiu estar em um local parecido.
Antes de estarem naquele corredor, eles passaram pelo salão principal, onde haviam vários quadros nas paredes, mas era completamente vazio. Provavelmente, por ser uma parte da casa usada em festas e comemorações.
Os três ainda se mantinham no primeiro andar, estando na parte oeste.
Por fim, aquela porta levaria Dante ao próximo passo para sua vida como um mordomo: ter a sua primeira roupa de trabalho.
— Esse aqui é o guarda-roupa dos funcionários — disse Chloe, abrindo a porta para o garoto.
— Temos várias roupas, e de vários tamanhos — falou a empregada de cabelos laranja.
— Isso mesmo. Vá lá dentro, escolha uma roupa de seu tamanho e use-a — a outra completou.
— Tá bom.
Estufando o peito, o garoto entrou dentro do guarda-roupa dos funcionários, que também poderia ser chamado de closet, fechando a porta, logo em seguida.
Era um espaço pequeno sendo iluminado por uma pedra de mana no teto, mas tinha espaço o bastante para três pessoas se trocarem lá dentro sem problemas. Havia várias roupas de mordomo pendurados por cabides de madeira. Também tinha uma pequena estante.
— Ehh, deixe eu ver aqui…
Procurando, achou uma peça de roupa do seu tamanho.
“É só isso?”
Não, não era só isso. Também havia sapatos e luvas para ele colocar. Os sapatos pretos estavam no chão, e refletiam a luz emetida pela pedra de mana. Depois disso, achou as luvas na primeira gaveta da estante.
“Acho que isso é tudo!”
Enquanto isso, as duas empregadas esperavam pacientemente lá fora. Passando-se alguns minutos, as duas viram a porta se abrindo. O garoto saiu de lá vestido com seu novo uniforme, junto de uma gravata que não estava em um nó. Em seus braços estavam suas roupas anteriores.
Amber o olhou de baixo para cima. Com os dedos no queixo, falou com sinceridade:
— Olha só pra você! Ficou elegante com essa roupa.
— É, combinou bem em você. — Chloe compatilhava da mesma opnião.
O jovem ficou um pouco vermelho com esses elogios.
— M-muito obrigado.
Esses elogios também o alegrou.
Bem, já uniformizado, agora restava o garoto conhecer melhor seu local de trabalho. Os três sabiam disso, porém, Amber era a pessoa que mais estava entusiasmada para isso. Talvez essa fosse sua parte preferida do trabalho quando tinha algum funcionário novo, por algum motivo.
— Bem, Dante, agora vamos conhecer o…
— Com licença, jovem Amber.
— Hã?
A garota foi interrompida pela voz do senhor de idade.
— Senhor Vergil? O que foi?
— O chefe Chap me pediu para avisá-la de ir para o escritório dele agora. Houve um imprevisto, e ele precisa de você.
— Sério? Mas faz pouco tempo que ele me pediu para guiar o novato.
— Bem, como eu disse, houve um imprevisto, e ele precisa de você.
Com um pouco de decepção, a garota suspirou.
— Desculpa, Dante, não vou poder te ajudar agora — disse com um sorriso desanimado no rosto.
— Ah, sem problemas.
— Chloe, vou deixar ele com você — falou, olhando para a garota.
— Deixa comigo.
Por fim, a empregada se retirou do local, indo em direção ao escritório do nobre.
— Devo me retirar também. Com licença.
Vergil também saiu do local, e foi fazer suas tarefas.
Agora quem teria a tarefa de apresentar o local ao garoto era Chloe. Estufou o peito e virou-se para o jovem.
— Então, novato, vamos logo te apresentar o local.
— Tudo bem, veterana!
Após isso, a garota mostrou todo o casarão para Dante. A mansão tinha três andares. No primeiro andar ficava o salão principal, os dois banheiros, que eram separados por gênero, a cozinha, o escritório do chefe, e outras salas. No segundo andar ficavam todos os quartos, desde para os visitantes, até para os funcionários e a família nobre. No terceiro andar era o local do sótão. Além disso, também havia um porão. Mais para fora da mansão, tinha o jardim.
Enfim, a garota mostrou tudo isso, e Dante tentou memorizar cada detalhe para não se perder mais tarde.
Por fim, eles pararam em um corredor do segundo andar, na frente de uma porta.
— E por fim, aqui é o seu quarto.
O jovem abriu a porta, e se deparou com um pequeno espaço. Um quarto feito para apenas uma pessoa, com uma cama encostada na parede, uma estante do lado e uma espécie de luminária sobre ela. Era basicamente uma caixinha que emitia luz. Única fonte de luz natural seria do sol ou da lua sendo refletidas pela janela do quarto.
“Meu quarto!”
O garoto entrou, sentou na cama e colocou sua roupa lá mesmo.
— E aí, gostou?
— Adorei!
— Hm. Tudo bem, mas vamos para o primeiro andar, temos trabalho a fazer.
— Certo!
Eles andaram pelos corredores e desceram as escadas, entrando no salão principal.
— Tudo bem, Dante, me escute bem agora.
Chloe foi para sua frente.
— Você seguirá meu cronograma. Faremos as mesmas tarefas. Então, a partir de hoje, terá de acordar cedo. Tudo bem?
— Sem problemas. Por onde devemos começar.
— Primeiro, nós iremos limpar os corredores do andar em que nós estamos, depois disso, limparemos o sótão, a cozinha, lavaremos a roupa. Após isso, teremos um intervalo de uma hora. Em seguida, já à noite, vamos limpar os dois banheiros, e terminaremos o nosso dia assim. Apesar de parecer ser pouca coisa, isso leva bastante tempo, ou seja, se acostume.
Hoje com certeza seria um dia puxado para Dante, em seu primeiro dia de trabalho. Poderia se dizer que tudo que ela disse entrou em um ouvido e saiu pelo outro, mas não deixou essa quantidade de tarefas desanimar, só achou melhor se alongar antes de tudo.