Angel Black: Tentando Sobreviver Neste Mundo Sombrio - Arco 1: Capítulo 4 – A Deusa da Cura
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- Arco 1: Capítulo 4 – A Deusa da Cura
Tudo estava escuro e silencioso. A sensação de uma hora estar vivo e outra hora morto era intrigante. A princípio, não era para sentir nada após a sua morte, mas o garoto sentia o seu corpo todo deitado em uma superfície gelada.
Com certeza Dante comeu o pão que o diabo amassou para se envolver em uma situação tão violenta e catastrófica como a que acabara de vivenciar, com a sua casa pegando fogo, sua família morta e morrendo em sequência, de uma forma tão dolorosa e inesperada.
Sua sorte realmente não estava das melhores atualmente. Talvez nem devesse ter saído do quarto para começar. A sua interação com o seu Anjo da Guarda pôde ter atraído aquele demônio, ou isso foi puro azar por sua parte. Se fosse por causa da primeira opção, se tivesse continuado a jogar no computador teria evitado um grande acontecimento que quase tirou a sua vida no início, ou não.
A real era que não se sabia quando ou como se entraria em situações tipo essas.
Aquilo tudo aconteceu tão rápido que parecia que foi apenas um sonho, ou um pesadelo. Bem, já não tinha o que fazer, ele já estava morto. Perdeu muito sangue com aquele feroz golpe em sua barriga, que deixou um enorme buraco.
— Ei, ei, garoto.
Estranhamente, ele sentia tapinhas atingindo fracamente a sua bochecha e uma voz o chamava.
Quando retomou a consciência, abriu seus olhos rapidamente. Não estava assustado, apenas surpreso. Apesar de morrer, aquilo tudo pareceu irreal para ele.
A sua frente, havia uma mulher que o olhava com certa calma.
— Ah! Finalme…
Ela abriu um largo sorriso, mas foi completamente mudado, pois seu rosto ficou com uma expressão de dor. O garoto havia se levantado rapidamente, e o resultado disso foi as suas cabeças se chocarem e causar-lhes dor.
— Onde… estou?
O garoto ignorou a dor, o espanto de uma hora estar sendo arremessado de sua casa até o asfalto e depois morrendo estava sobrepondo a sensação que aquela cabeçada daria.
— Ai… ai… Ô, seja mais cuidadoso!
A mulher estava com lágrimas em seus olhos.
— Q-q-quem é você?
Perguntou com espanto para a garota ao seu lado.
O jovem estava deitado no chão antes de retomar a consciência e ficar sentado. A garota estava agachada perto dele, verificando quando iria acordar.
O lugar em que estavam era completamente escuro, a única iluminação vinha de uma parte brilhante no chão, que iluminava bastante coisa.
Apesar de um ambiente com uma vasta escuridão e só uma iluminação pudesse causar medo, isso não acontecia ali. Era tudo muito tranquilo.
Havia uma cadeira luxuosa ali também. Dourada com linda almofada vermelha que ficava na parte onde se apoiava as costas.
A mulher, ainda sentindo a dor da cabeçada, sentou na cadeira, cruzou duas pernas e olhou com atenção para Dante.
— Bem vindo, humano. Meu nome é Himawari, e eu sou a Deusa da Cura.
A moça, que se autoproclamou como deusa, tinha cabelos rosas, vestia uma camisa amarela e sem manga, um longo vestido branco sapatilhas marrons.
Dante se lembrou de Angel e da informação de existir deusas quando a mulher mencionou o seu cargo. Aparentemente ele se encontrou com uma após a sua morte.
— Pobre criança. Morreu de uma forma horrível, por um ser horrível.
— Eu… morri?
Aquela informação ainda não estava passando claramente pela sua cabeça. Tudo aquilo foi rápido demais, assustador e surpreendente.
— Infelizmente, sim. Aquela besta demoníaca te matou. Perfurou a sua barriga e te arremessou para longe.
— Minha barriga?!
Ele rapidamente olhou para baixo. Havia um grande buraco na região do seu estômago, mas sem nenhum ferimento. Isso o deixou um pouco mais aliviado e confuso.
— E agora, sem enrolação, vamos para o que interessa.
A mulher se levantou da cadeira e estendeu os braços.
— Você foi uma pessoa boa e poderá escolher entre ir para o paraíso, onde dormirá tranquilamente e sem preocupações por toda a eternidade, reencarnar em seu mundo com uma nova alma e uma nova vida, ou reencarnar em um novo mundo. Faça a sua escolha.
— Pode… me ressuscitar na minha vida atual?
— Oi?
Ela definitivamente não esperava uma resposta tão direta quanto aquela. O garoto se interessou por essas opções que estavam no cardápio, mas o seu interesse era outro.
— Perdão, mas pode repetir?
— Eu… quero ressuscitar na minha vida atual.
— Quer ressuscitar como Dante Katanabe?
— Exatamente.
Isso a deixou ainda mais surpresa. Ressuscitar era uma boa opção para se escolher aí, claro, se ela ao menos fosse mencionado. Para um fã de animes como Dante, reencarnar em um outro mundo poderia ser fantástico, mas apesar de ter tido interesse, recusou de bom grado.
— Não posso fazer isso.
— Quê? Por que não?
— É contra as regras das deusas. Não posso fazer isso.
O xeque-mate. Se era contra as regras, não tinha muito o que fazer a não ser aceitar. Dante teve uma vida boa até agora, mas teria que deixar tudo aquilo para trás.
— Então é só quebrar as regras.
— Quê?!
Bem, ele ainda estava insistindo, e não ia largar mão desse pedido tão cedo.
— É verdade que reencarnar em um outro mundo seria um máximo, ainda mais se fosse como um bebê, porque assim eu poderia treinar desde a infância com magia, no futuro ser um aventureiro e talvez ter o meu próprio harém. Isso de fato é bastante tentador, de verdade! Mas queria realmente poder voltar à minha atual vida… Posso chamá-la assim? Já que meio que acabei morrendo. Então você pode me reviver, por favor? Você tem poder para isso, né?
— Quê? Sim! Mas por que quer reviver? Não quer ter uma vida nova? Pode me explicar seus motivos?
— Não sei… Acho que é por causa da Angel.
— Ahn? Seu Anjo da Guarda?
— Ela me protegeu desde a infância. E agora provavelmente está lutando contra aquele demônio. Queria ajudá-la.
Cruzou suas pernas e braços enquanto dizia com toda seriedade.
Se suas intenções eram essas, era algo bem nobre. Apesar de que não podia fazer muita coisa contra um ser inumano e com uma força absurda.
— Nem pensar! Você pode acabar morrendo de novo!
— Ah! Vai! Por favor!
Ficou de quatro e levou sua testa até o chão. Porém, não soube regular a velocidade, e bateu com toda a força no chão, fazendo-a sangrar.
Seu corpo inteiro começou a tremer. Levantou sua cabeça lentamente e foi possível ver lágrimas em seus olhos, junto do sangue que deslizava da sua testa até o nariz.
— Ah! Tudo bem, te ressuscitarei! Vou abrir uma exceção! Só pare de se machucar.
Apesar daquilo não ter sido proposital, acabou dando certo.
— O-obrigado.
Com a voz trêmula, ele disse. Após isso, se levantou aos poucos.
— Vamos logo com isso. Só tente não acabar morrendo de novo, ouviu?
Ela estendeu a sua mão no ar, e um grande círculo com brilhante e com vários símbolos apareceu sob o garoto. Aquela era a passagem de Dante para voltar à vida.
Já em pé, o jovem esperou silenciosamente enquanto olhava para deusa.
— Tudo bem, Dante Katanabe. Eu, Himawari, a Deusa da Cura, abri uma exceção para você e quebrei as regras. Poderá voltar a sua vida novamente.
— M-muito obrigado! — disse reverenciando a deusa.
— Sim. E, por favor, não volte mais aqui, até porque se isso acontecesse, seria bastante preocupante.
O círculo debaixo brilhou ainda mais. Dante Katanabe estava voltando à vida.