Anti-herói Invocado - Capítulo 11
“É, as coisas não parecem estarem indo muito bem”.
Na luz forte do sol, haviam poucas pessoas de pé, entre os povos estava Miguel.
Como de costume para eles, os jovens estavam sentados no chão, comendo algo ou conversando.
“Já se passaram três dias desde que fomos atacados pelos goblins na nossa tentativa fútil de fazer sei lá o que. E o Cassian ainda não acordou, a suspeita de Ariel é que os goblins envenenaram suas armas com algo que Ariel não pode curar atualmente.
Miguel revira os olhos tirando a gruta de seu campo de visão enquanto da um longo suspiro.
O garoto estava só, nem sequer um de seus colegas estavam por perto, sua única companhia era o vento úmido que atacava renites.
— Bom, pelo menos ele não parece estar morrendo. “De vez enquanto ele até da um baixo gemido ou mexe os dedos, mas nem abre os olhos. Com tanto que não sejamos atacados está tudo bem. Também tem essas roupas que ganhamos, são bem bonitas, mas bem diferente de tudo que já usei”.
Miguel usava uma roupa um tanto inconvencional para ele, era frita de pano branco e fino, com uma aparência bem confortável, o tecido das calças não parecia muito diferente, apenas mais grossa, por cima da camisa branca também havia outra camisa de botões, mas essa era marrom e consideravelmente mais grossa.
— Miguel o que acha que vai acontecer todo mundo tá claramente assustado e se eles surtarem e começaram a se atacar.
— Você sabe que nos não estamos em um apocalipse zumbi mas sim em outro mundo, né?
— Tô ligado Felipe, mas normalmente nós não deveríamos ser tipo super poderosos como protagonistas?
— Eu… não sei. Mas ainda temos magias e armas fortes, então vamos acabar evoluindo… eu acho.
Repentinamente as crianças viram seus olhares para um mesmo lugar, o que havia tirado suas atenção foi o limpar de garganta da professora.
— Atenção aqui, quero avisar que até o Cassian acordar, nos não vamos entra muito fundo na floresta de forma alguma. Mas precisamos de mais comida, já que as frutas e carne estão acabando, então vamos nos separar e revezar todo dia para procurar por comida.
Jessica parecia distante e inquieta, seus olhares não se mantinham em um único lugar de forma alguma, uma de suas mãos estava no cotovelo do outro braço e sua voz alternava o volume a todo instante.
“Espera como assim acabando? Ah, é como imaginei, por não terem organizado a comida, acabou muito rápido. Eu decidi guardar um pouco, então nem precisaria sair em busca por mais.
— Nós ainda precisamos decidir como vamos nos separar, então vamos todos lá para dentro e conversar.
— Nem precisamos conversar, vamos nós quatro né! — disse Heitor.
— Bem, claro. Não faria sentido nos separarmos, todos já tiveram tempo para conhecer as frutas que são comestíveis, então o Ariel não precisa ir com cada grupo.
Os jovens se agrupam em um círculo junto a sua professora e de tempos em tempos os grupos eram formados por eles.
Os grupos já haviam sido formados, com exceção de um, já que não haviam pessoas suficientes para completar o quarto grupo pelo estado de Cassian.
— Mas professora e você? — disse um dos jovens.
— Be-bem, Eu preciso ficar aqui para cuidar das coisas né.
Jessica não olhava diretamente para com quem estava conversando, com engolidas secas a professora desconversava qualquer coisa sobre esse assunto.
“Uau nunca pensei que veria isso dela. Ela nem precisaria ficar aqui já que revezaremos as caças”.
— Professora tudo bem se nos formos primeiro? — disse Felipe, levantando euforicamente sua mão.
— Claro Felipe, se arrumem vocês e já podem partir.
— Você parece estar meio animado. Não é um pouco idiota sairmos primeiro? — disse Miguel.
— Mas é claro que não, se todos forem primeiro e acabarem matando todos os monstros nós não poderemos evoluir.
Era evidente a surpresa dos garotos, Felipe aparentemente tinha um plano.
— Você parece estar certo… Então vamos lá, temos coisas a fazer.
O grupo se levanta e caminha para a saída, logo mais adentrando a floresta.
— Certo, então para que direção nós vamos?
— Para a esquerda com certeza não.
— Concordo e para frente também não já fui para lá com a Bianca uma vez, além de bonito não tem muita coisa.
— Com a Bianca, hehe. O que foi fazer lá senhor Miguel?
A risada sádica no rosto de Ariel deixou claro os objetivos do garoto de constranger seu amigo.
— Nós fomos caçar um garoto que havia corrido para o meio da floresta.
Após a grossa resposta de Miguel, Ariel simplesmente deixa sua tentativa para lá e continua a caminhada.
— Já que ninguém decide então nós vamos para Leste.
— Bem, pode ser, só fomos para lá quando começamos a falar com o Miguel, depois daquele ataque dos lobos.
— Verdade, para Leste então. Corrida até a floresta. Um dois três já!
Heitor dispara em frente à todos , logo atrás seus amigos tentam o alcançar. Por mais que estivessem rápidos era vergonhoso a falta de habilidade deles, com seus braços balançando e suspirando como animais.
Por poucos metros Miguel consegue passar seu amigo e chegar em primeiro. Heitor estava claramente o chingando, mas suas frases eram indecifráveis diante a todo seus cansaço.
— Isso não vale, você tem atributo de velocidade Miguel.
— Como assim não vale? Você saiu na frente de todo mundo.
— Ei vocês estão ouvindo alguma coisa?
— Na Verdade sim, parece algo gosmento né? Como um grude e desgrude constante.
— Um slime talvez, eles são muito fracos talvez possamos evoluir com eles.
Assim que termina de falar, Felipe vai rapidamente em direção ao barulho, chegando perto passa vagarosamente suas mão entre as folhas de um arbusto.
— Não, acho que só me enganei mesmo.
Enquanto Felipe andava em direção aos seus amigos, uma enorme gosma marrom sai de trás das árvores. Ele média quase um metro e meio, com uma boca sem dentes mas que tomava grande parte de seu corpo.
— Que porra de slime é esse?
— Não sei, mas é melhor atacar ou correr logo.
A criatura pula na direção de Felipe enquanto abria sua boca o máximo que podia, aquilo parecia consegui-lo engolir por inteiro.
Felipe pega seu escudo e firma seus pés no chão para aguentar o impacto. Como esperado o ataque não surtiu muito efeito, a criatura parecia um pouco atordoada enquanto se preparava para atacar novamente.
— Deixa comigo. — disse Miguel
Miguel saca uma de suas adagas e tenta esfaquear a criatura. Mesmo que tenha feito um corte e um pedaço tenha caído no chão, a criatura já tinha se regenerado.
O garoto parecia ter congelado, por mais que já tivesse atacado antes, ele não havia recebido um contra ataque.
— Felipe, proteja o Miguel!
Felipe entra na frente da criatura e se cobre com o escudo.
Heitor levanta sua varinha e ainda tremulo, lança sua magia, que por sorte acerta o monstro.
A gosma começa a se contorcer e não demora muito para que o fogo se espalhe pelo seu corpo, seus grunhidos de dor ecoavam pela floresta enquanto seus restos se espalhavam pelo chão..
— Fraqueza ao fogo, que sorte.
O monstro diminui cada vez mais até evaporar como água.
— Ah vocês estão ouvindo isso? — disse Miguel.
— De novo não.
— Não, é diferente, parece uma corrente de água.
Miguel rapidamente corre em direção ao som, passando e desviando das árvores e obstáculos no chão.
De repente ele para, quase caindo do grande penhasco a sua frente, logo seus amigos chegam e assim como ele quase caem, mas felizmente conseguem parar a tempo.
— O… mar.
— Espera, então significa que estamos em uma das bordas da floresta.
Ariel se vira para trás e pega o Informarium abrindo-o em uma página específica do livro.
— Aqui, isso significa que devemos ir para o Sul. Precisamos voltar e avisar os outros.
— Certo, não encontramos muita coisa mesmo, vamos voltar.
No caminho de volta os garotos pegam o máximo de frutas e carne de pequenos animais que achavam.
Os animais pareciam coelhos, pulavam e tinham grandes orelhas, mas seus dentes eram extremamente afiados além de ficarem para fora de suas bocas e soltarem altos gritos quando atacados.
— Chegamos e ainda é dia, que bom.
— Deixem que eu aviso a professora, vocês podem descansar um pouco. — disse Heitor.
— Lutar é realmente cansativo, foi a primeira vez em que fui atacado de volta. — disse Miguel, cabisbaixo.
— É assustador né, por sorte conseguimos matá-lo, mas acredito que com o tempo… deve ficar mais fácil.
— você fala isso porque não tem que atacar né Ariel, ficando só no sossego.
— Cala boca Heitor, é obvio que não ataco, mas não quer dizer que eu não gostaria, querendo ou não ainda sou muito útil.
Após um suspiro, Miguel olha para sua cama com desejo, o garoto havia sido privado de sono nos últimos dias, provavelmente por todo seu medo desde o ataque.
— Gente eu acho que vou dar uma descansada lá dentro, aproveitar que está todo mundo atento aqui fora.
— Ah tudo bem descanse então, parece que tem outro grupo saindo agora, então não tem muito o que se fazer.
O caminhar do garoto era vagaroso e chegando ao seu destino, finalmente se deita na cama.
Seu olhos caíram como chumbo e rapidamente adormeceu, mesmo que o sol ainda estivesse emanado seu calor pelo local.
— Ei, porque você está tentado fazer isso? É perigoso. E porque não podemos contar sobre aquilo para ninguém?
— Cala a boca seu imbecil, ele que nos mandou fazer isso. Nem tem como contrariar.
“Unh, o que é isso? Tem alguém falando algo, não consigo ver e nem reconhecer bem a voz, mas parece serem dois garotos. Parece estar de noite, o que eles estão fazendo?”.
Miguel havia dormido bem mais cedo que os outros, então seria comum que acordasse no meio da noite, mesmo que seus olhos estivessem pesados.
— É verdade você conseguiu algum corpo mais forte depois daquele?
— Não, é realmente difícil pegar um… de todas as formas.
“Como assim corpo?”.
— Carregue isso com mais cuidado, se você fizer barulho eles podem acordar.
— Certo, onde temos que colocar mesmo?
— Naquele buraco da parede. Você estava certo em falar para ela, aquela garota abriu novamente um buraco para escondermos isso aqui.
— Eu falei que ela iria aceitar, afinal quem recusaria um pouco disso. Deve ter uns vinte e poucos quilos aqui.
— Na Verdade é muito pesado para apenas vinte. Mas pensando nisso… ainda é pouco para todos nós. Fico pensando em qual é o plano dele.
— Talvez ele queira juntar o suficiente para sairmos daqui ou talvez só nós cinco mesmo.
“Que merda tá acontecendo aqui, eles estão estocando algo. E essa garota que mencionaram, se ela abriu “novamente” então só pode ser a Clotilde né”.
Miguel não podia ouvir muito, as pessoas estavam cochichando é toda a informação que tinha era que haviam dois garotos carregando algo.
Ós garotos caminham calmamente até a parede próxima a cabeça de Miguel, é empurram uma pedra de lá, logo atrás um buraco por onde empurram tudo o que carregavam.
“Todos parecem estar dormindo, menos aqueles dois. Na verdade eles mencionaram outros, vou esperar para que eles saiam e olhar se tem alguém faltando. Akchin!
Miguel deixa um pequeno espirro escapar, não era alto mas naquele silêncio seria alto o suficiente.
— Rápido, pega ele.
Miguel se levanta e corre em direção a saída da gruta. Sem muitos passos, Miguel leva um forte soco em seu maxilar.
“É agora, nem consigo me mexer direito”, — Disse Miguel, fechando seus olhos.
— Você viu o que fez? Eu te falei para não fazer barulho.
— Tá, tá. Mas o que vamos fazer agora?
— Por enquanto vamos só deixar ele na cama, é melhor perguntar para ele sobre isso.
— Ei Miguel… acorda!
Com uma forte pressão em sua barriga, Miguel se levanta rapidamente, vendo Ariel com os pés em sua barriga
— Sai de cima de mim porra… Unh ainda estou na cama?
— Tudo bem aí?
— Sim, é que… “talvez seja melhor não falar nada, ele pode se apavorar e eu nem sei quem eram aqueles dois”.
— Eu te acordei por que você estava demorando demais, parecia até um baiano. Anda, vem comer logo, já é quase meio dia.
— Certo, estou indo. “Parece tudo bem. Talvez tenha sido apenas um sonho? Não, minha mandíbula ainda dói muito. Quem eram eles? Talvez eu devesse descobrir rápido”.
Mesmo que Miguel tenha ficado pelo resto do dia dando atenção a cada pessoa próxima de si, nada de mais havia acontecido, era só mais um dia comum, onde outro grupo sai para caçar pela floresta.
Mais um dia, onde agora Miguel poderia ser atacado por qualquer lado.