Anti-herói Invocado - Capítulo 9
Ao lado de fora do gruta os jovens estão sentados nas pedras e até mesmo no chão, comendo suas frutas. Nenhuma palavra é proferida, todos parecem cabisbaixos e sem vontade.
O que havia acontecido com seu colega de classe com certeza os afetaria, mesmo estando sendo tratado constantemente por Ariel, é claro que sua situação é perigosa, afinal mesmo Ariel podendo curar, era apenas um leigo amador, ele mau tinha prática com aquilo além das diversas histórias fantasiosas que lia.
“Não poderia ser pior né? E agora, o que vai acontecer?”
— Nos precisamos trocar nossas roupas. Que tal tirarmos nossos uniformes e os lavarmos naquela fonte. Podemos usar as roupas que estão no anél, — disse a professora, criando um assunto completamente aleatório.
— Sim, acho que estamos realmente fedendo. Então que tal revezamentos para tomar banho, trocar nossas roupas e as lavamos no final do dia? — Bianca, parecia já ter pensado na situação, até mesmo tinha um plano.
— Certo, parece um bom plano Bianca. Então que tal já decidirmos os grupos e irmos tomar banho.
Enquanto Miguel estava pensativo em um canto daquele lugar, os demais já haviam separado os grupos.
“Que grupo é esse?
Os garotos, já dentro da água, não falavam nada, aquele não era o grupo de costume de Miguel e sim um aleatório.
“O grupo realmente não é importante. Por outro lado o que li recentemente no Informarium é. Acho que vou revisar enquanto tomo banho para desestressar.
Naquele lugar não haviam produtos higiênicos, eles dificilmente achariam um sabonete ali, por tanto a única coisa que realmente poderiam fazer lá era deixar a água cair sobre seus corpos.
“Acho que o mais importante foi esse mapa que achei, ele mostra todo o continente… ou deveria.
Miguel andava até abaixo da queda d’água, passando suas mãos sobre o corpo.
“Estamos em Selpurgus, o segundo país mais desenvolvido do continente, e agora entendi o por quê . O continente de Abirum e Selpurgus, são os mais desenvolvidos por causa desse rio enorme que os atravessa, deve ser uma fonte de renda enorme, tanto em comida como em navegação. Abirum é o maior porque tem mais parte do rio, além de fazer fronteira com quase todos os outros países”.
Miguel parou de se esfregar após todo aquele tempo e foi calmamente em direção aborda, onde ficou simplesmente parado relaxando. Do lugar onde o garoto acabará de sair, outro jovem o ocupa.
“Aqui também tem as raças dominantes de cada país, do mais desenvolvido para o menos, temos Abirum com predominância humana, Selpurgus que é partilhado por humanos e homens besta, Turomfain com a raça dos elfos, Jarnel composto por anões e Poinaru fica com a raça demoníaca. E que merda esse imbecil estava pensando quando fez esse mapa? Como ele disse é realmente simples, da pra ver que ele foi perdendo o interesse enquanto estava fazendo ele, tipo olha esses detalhes nas pontas e depois essa capital ou sei lá o que era pra ser. Espero que vendam mapas decentes nas cidade.”
Capital de Selpurgus — palácio real
— Vossa majestade! Ouve um problema!
— … E qual foi?
— U-uma magia de grande escala foi identificada na floresta dos monstros e ela é compatível com a magia de invocação de heróis, mas é grande demais! — disse o mensageiro, ofegante. — os magos, convocaram vossa majestade.
A sala do trono era decorada por todo tipo de joia, principalmente ouro, o tapete vermelho atravessava todo o lugar. Da entrada até o trono do rei haviam guardas com armaduras brilhosas empunhando lanças e espadas.
O rei permanecia com uma expressão calma, por onde passava deixava sua aura de poder, ela demonstrava o verdadeiro líder que ele era. O alto homem caminhava lentamente até a porta, enquanto todos na sala baixaram a cabeça e deixavam seus joelhos ao chão.
Sem que o rei falasse algo para os seus guardas, dois deles começam a segui-lo.
Caminhando por seu enorme palácio, passa por diversas portas até finalmente parar em frente à uma escada que levava para o subterrâneo. Seus guardas se viram e para trás e ficam parados como se tivessem virado estátuas.
Descendo por ela o rei pega uma das tochas para espalhar a luminosidade pela escura passagem. Apos algumas dezenas de degraus, o homem abandona a escadaria e deixa sua tocha no suporte da parede.
Andando pelo pequeno corredor que ia para a direita da escada, o homem se depara com uma porta de madeira, mesmo que parecesse velha de forma alguma era inutilizada, até mesmo a maçaneta tinha se deformado pelas várias mãos das pessoas que passavam por ali.
Ao abri-la, cinco homens e duas mulheres com roupas roxas de faixas amarelas e longos chapéus na cabeça se ajoelham para recebe-lo.
— E então?
— Nos acompanhe por favor vossa majestade, — disse um dos homens, enquanto se levantava e estendia seu braço para uma mesa. — hoje de manhã na ultima revisão pelo localizador, foi detectado um imenso sinal de magia na floresta de Dinori. Após algumas pesquisas foi confirmado que ela contem absurdos sinais de magia de invocação.
— Mostre a mim o que acharam.
— Ce-certo. Por favor observe o localizador.
A cima de uma extensa mesa de pedra maciça, um desenho azul se formava no ar, nele havia um mapa do país de Selpurgus, pouco ao norte uma gigantesca mancha vermelha cobria parte da floresta.
— Céus! Não há pessoas lá que possam usar uma magia dessa escala, sequer deveria haver alguém lá! Então, só pode ter sido um angelical. E se foi um, é provável que nossa situação ruim com os demônios vá há ruína. Envie imediatamente resgate para lá, devem trazer todos em segurança, mesmo sendo invocados, não sabemos suas idades e muito menos se tem experiências em combate. São cerca de uma semanas e meia de cá para lá, façam-no rápido!
— Ma-mas lá é a floresta de Dinori, até mesmo os mais fortes guerreiros do Reino só saem de lá com sorte.
Não só o mago, mas agora todos na sala estavam espantados com o que o rei havia dito.
— Por acaso não ouviu o que eu disse? Não importa o perigo precisamos resgatar eles ou ele de lá, prepare as carruagens com comida e roupas, além de armas para a escolta. Vinte e sete soldados e treze magos devem ser o suficiente, eles não estão tão fundo na floresta.
— Ce-certo!
Nem sequer um dia havia se passado e nos portões da capital cinco grandes carruagens com quarenta e cinco pessoas, cinco montadas na frente e com chicotes em mãos e quarenta empunhando diversas armas.
Dentro da carruagem haviam três baús com pura comida, um com armas e mais outros dois com roupas e utensílios, havia lugares nas carruagens para pelo menos sessenta pessoas, além dos condutores.
— Já entenderam nossa missão certo, nos vamos para Dinori.
Todos ali exceto quatro pessoas engoliram seco apenas com o nome da floresta.
Entre os que não reagiram ao nome, estava o um homem alto com a armadura mais brilhante entre todas.
— Pela covardia de alguns soldados, três aventureiros de rank B foram contratados para a missão, esses são Rapir, Jorná e Zipu.
Os três homens pareciam extremamente confiantes. Rapir era um homem besta, sua aparência era como um macaco, a forma mais fácil de o descrever seria um gorila em sua patas, além de seus músculos enormes, ele passava dos dois metros de altura e em suas costas havia uma enorme espada prateada que mesmo de noite parecia reluzir.
Jorná também era um homem besta, mas diferente de Rapir, ele tinha um corpo e um rabo de lagarto, em sua cintura havia um cinto com uma espada que mesmo grande não chegava perto do tamanho de seu escamoso rabo verde.
Zipu era um humano, que parecia até pequeno perto de seus novos colegas aventureiros, mesmo assim transmitia sua poderosa aura de força. Com cabelos longos e loiros, também carregava uma espada pouco menor do que a de Jorná na cintura.
— Devemos entrar na floresta e resgatar os invocados, não é tão fundo então devemos ficar bem. Mas eu espero que não tenha feito promessas para suas famílias. Vamos lá!
— Fiquem tranquilos, vocês estão com nós três aqui, todos vamos voltar em segurança. E parabéns pela bravura, mas iremos ser bem recompensados por uma missão assim, se é que me entendem, — disse Zipu, enquanto colocava seus braços na nuca.
— Si-sim senhor. — disse um dos cavaleiros.
Os condutores das carruagens, logo começaram o seu trabalho, levando aquelas grandes carruagens, com estranhos répteis na frente.
Ao meio da noite, a missão daqueles quais provavelmente não voltariam, havia começado.