Ascensão Divina - Capítulo 3
Mansão Butherford
Em uma manhã ensolarada, pássaros cantam alegremente nos galhos das árvores, o vento sopra suavemente e as cortinas balançam.
Era um dia normal e tranquilo com o relógio marcando dez horas.
Acordando após uma noite boa, Arthur se senta na cama,
Vestindo somente um calção, de maneira comum de muitos homens ao acorda.
Enquanto se espreguiça, foi interrompido com sons de batidas na porta.
Tok tok
Sem saber quem era, Arthur se levanta e vai andando até a porta, sendo surpreendido assim que a abre.
— Pois não? — Abrindo a porta com cara de sono.
Com uma certa dificuldade em enxergar, sua expressão muda abruptamente, começando a suar frio.
Quem estava atrás da porta era o rei, um homem velho de aparência amigável.
— Parece que o herói teve uma noite bem quente, não é mesmo? — Olhando para a cama onde está a linda dama enrolada no cobertor.
— Vo-vossa alteza! O que traz o senhor aqui? — Com uma cara de desconforto, ele sai do quarto e fecha a porta.
“O que caralhos esse velho faz na minha casa?”
Incredulidade tomou conta dele ao perceber que o rei havia invadido sua casa.
Ele olha para os lados, mas não via ninguém no corredor.
Pensamentos de “como o rei passou pela minha segurança e nenhum dos meus empregados me comunicou?” ecoam em sua mente.
— Opa, desculpa-me se atrapalhei o “descanso” do casal. — Em um tom de gozação.
“Velho safado do carai!!” pensa Arthur com raiva, mas disfarça com um sorriso no rosto.
— Que isso? Eu estava acordando agora. hahaha. Vamos para a sala? — Força um sorriso
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— O que traz o senhor aqui? É algo sobre a guerra? — pergunta Arthur.
— Bem, como você já sabe, já cheguei na fase dos 90. E talvez o amanhã pode ser o meu último dia de vida — diz o velho rei com o sorriso no rosto.
— Naahn, o senhor continua novo, não tem como morrer.
— hahaha. Que bom da sua parte confortar esse velho. Bem, como morrerei em breve, quero que meu filho tenha uma noiva antes de partir desta para melhor. Você sabe, né? Quero conhecer minha nora. — diz com um sorriso no rosto.
— hmm. O príncipe está tendo problemas em relacionamentos… — Com a mão no queixo.
— Isso mesmo. Meu filho é muito tímido em relação a essas coisas, sabe como é, né? — Deu de ombros.
— É impossível um príncipe não ter nenhuma menina atrás dele. Como um príncipe, ele apenas andando na cidade teria um monte de meninas gritando o nome dele — diz Arthur.
— “Andando pela cidade”. Esse é o problema. Ele não sai de casa, apenas fica no palácio com as servas. Ele tem 17 anos, já é um adulto e nem gosta de frequentar a escola, por isso pagamos um professor particular para ele. — Com tristeza em sua face.
— Então ele é antissocial? Bem, conheço uns amigos que vão auxiliar o seu príncipe a conseguir uma esposa antes mesmo da guerra.
— Ohh, mesmo? Isso me deixa muito feliz, muito feliz mesmo!
— Fico feliz em ajudá-lo. Há mais uma coisa em que posso ajudá-lo? — Sorrindo
— Não. Só isso mesmo.
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Depois que o rei foi embora, Arthur volta para seu quarto onde está sua amada esposa.
Abrindo a porta suavemente para não acordá-la, trazendo consigo uma bandeja com várias frutas e sucos.
Proporcionando um café da manhã digno de uma lua de mel de um casal apaixonado.
— Beatriz, seu café está pronto, minha querida. — diz Arthur, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama.
— huuummm! Deixa eu dormir só mais um pouquinho — diz rolando na cama.
Arthur, então, foi para a janela e abriu as cortinas, assim entrando a luz.
Mostrando um jardim com flores vermelhas, brancas e roxas. Arthur se senta na cama e fala:
— O rei veio em nossa casa.
Isso fez Beatriz se sentar na mesma hora.
— Esse maldito veio em nossa casa de novo?! — Enfurecida, essa reação já era prevista vindo dela — O que ele disse desta vez?
— Ele falou de como estar velho e disse querer que eu auxiliasse o príncipe a achar uma esposa.
— Ele quer uma nora? — Ergueu a sobrancelha.
— Sim, isso mesmo. E eu pensando que ele iria falar da guerra — esfregando a mão no cabelo — Ele quer que eu ensine seu filho as maneiras certas de pegar uma dama — diz Arthur numa expressão de ironia.
— Você? Ha ha ha. É melhor os outros heróis do que você hah ha ha.
— E você acha que eu não fiz isso? Bem, vou terminar isso cedo e me preparar.
Arthur se levanta, dando um beijo na testa de Beatriz.
Ele sai da mansão e caminha indo em direção ao castelo.
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Chegando uma hora da tarde no castelo, alguns soldados do império guardam o portão.
Ao se aproximar, foram rápidos em cumprimentá-lo
— Senhor Arthur, o que o traz a sua visita ao castelo hoje? — pergunta o soldado com uma expressão feliz ao ver o herói.
— O rei me convidou para ensinar ao príncipe umas maneiras de como pegar uma dama, se é que você me entende — fala Arthur cutucando o soldado com o cotovelo.
— Aah sim! O rei já está querendo uma nora.
Em meio às conversas de Arthur com os soldados, uma figura aparece logo atrás deles, pondo a mão no ombro de um dos soldados.
Era uma mulher de cabelo vermelho e com armadura num tom dourado.
A mulher exibia uma presença forte, ela tinha algumas cicatrizes na face e também em seu belíssimo corpo.
— Desculpa por atrapalhar a conversa dos dois cavalheiros — diz a guerreira com um grande sorriso no rosto.
— Se–se–senhorita Azura?! O que lhe traz aqui?! — indaga o soldado, batendo continência.
A criatura tinha mais de 2 metros de altura, ficando atrás apenas do Arthur.
— Hora se não é Azura, a lendária humana, a mais próxima a se tornar herói. Vejo que estás no limite da humanidade — diz Arthur.
— Senhor herói, Arthur, é um prazer revê-lo — fala Azura, curvando-se respeitosamente — O rei mencionou que você viria, então vim recebê-lo — cumprimenta logo em seguida.
— Vim logo em seguida dele ter visitado minha casa com a habilidade de intangibilidade e teletransporte.
— Esse velhote não sossega mesmo em hahah — fala Azura.
Depois de uma boa conversa de amigos, eles foram em direção ao palácio.
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Ao chegar na sala real, o rei estava sentado no trono com o príncipe ao seu lado, um garoto de cabelos negros, íris vermelhas e pupilas verdes.
Apesar da peculiaridade, Arthur e Azura adentraram a sala do trono.
Ambos se curvaram perante ao rei.
— Bem, como já sabe, te darei uma missão simples de ajudar meu filho com suas relações — comentou o rei.
— Sim, vossa majestade, eu irei acompanhar o príncipe neste tempo antes da guerra.
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Em uma sala comum do castelo, semelhante a uma sala de estar, com uma lareira, um amplo sofá e duas estantes de livros.
Na sala estavam apenas Arthur e o príncipe.
— Parece que o nosso futuro rei está com um problema de relacionamento, né? — diz Arthur ironizando.
— Hah… isso é chato demais! — diz o príncipe se aconchegando no sofá.
— Como você está tendo problemas nisso, cara? Você é um príncipe. Deveria ter várias mulheres no seu pé — falou inconformado
— Sabe como é, né? Isso é muito chato. Ter que arrumar uma noiva nessa idade. Tenho apenas 17 anos.
Arthur olha para o príncipe, considerando a idade em que a maioria dos jovens estaria ansioso para perder a virgindade.
No entanto, percebe que algo estava errado com o príncipe, apesar da idade, ele não parece ter experiências semelhantes às de outros jovens da nobreza.
O que estaria ele escondendo?
— Você tem alguma menina em mente? — questionou Arthur.
O príncipe para um pouco pensando no que falar.
Ele hesita antes de falar:
— Eu tinha uma mulher em mente.
— Aí oh! Já é um avanço — diz Arthur, na esperança de acabar com isso logo
— Mas ela se casou e foi morar longe. — O príncipe corta a fala do Arthur.
— Porra. Você sabe como tirar minha felicidade! — Pondo a cabeça no sofá.
Um breve silêncio toma conta da sala, apenas os cantos dos pássaros no jardim rompendo a quietude.
O silêncio foi quebrado logo em seguida pelo príncipe.
— Haaa… Papai é chato às vezes. Sempre fala para eu ser mais aberto, ter mais orgulho, mas eu não quero isso. Fazer uma coisa dessa, dá um aperto no coração — diz o príncipe com uma expressão triste.
— Bem, você é um príncipe, você deve agir como um. O mundo em que vivemos não é um jardim com as flores mais lindas. Isso é apenas para você crescer e saber se preparar para o mundo — levando uma mão no rosto — Sabe? Seu pai quer isso para você não ficar sozinho quando ele partir. Ele vai partir, mas quer ver alguém ao seu lado.
— Isso é um pouco difícil para mim — responde o príncipe envergonhado.
Olhando para a cara do príncipe e pensa:
“Difícil é o que tô passando. É só perguntar quem quer ser sua noiva e vem um enxame de mulheres”
— Tá bom, vamos fazer o seguinte já que esta tarde, terminamos por hoje e eu irei voltar amanhã. Você vai pensar no que fazer — Arthur levanta do sofá, cumprimenta o príncipe e vai embora.
O príncipe permanece no sofá, refletindo sobre como poderia encerrar esse desconforto e conseguir uma esposa.
Após um tempo considerável, quase anoitecendo, se dirigi ao seu quarto.
Ao entrar, ele fecha a porta e se senta na cama.
Em seguida, a atmosfera do ambiente muda completamente e uma cortina de fumaça preta cresce atrás do príncipe, tomando a forma de uma silhueta humanoide.
Mais precisamente, a de uma mulher, com olhos roxos brilhantes, observando por trás do garoto.
— Príncipe Maximilian!
Uma voz feminina se expande no quarto, mudando completamente a atmosfera do local.