Ascensão Divina - Capítulo 7
Maximilian, com cuidado meticuloso, ajustava o nó de sua gravata borboleta diante do espelho.
O quarto, decorado com móveis elegantes e tons de marfim, refletia o gosto refinado do jovem.
A suave luz do candelabro lança um brilho dourado sobre os detalhes requintados do ambiente.
O relógio na parede marca os minutos que antecedia o encontro com Arthur.
Ao seu lado, a empregada que também será sua futura esposa, estava ocupada preparando os últimos detalhes do traje de Maximilian.
Ela ajustava com destreza os punhos da camisa de linho, assegurando que cada detalhe estivesse impecável.
O maior problema é o seu pai, como o rei irá reagir perante a esse fato?
A corte real, tradicional e muitas vezes rígida em suas tradições, reagiria certamente com espanto e desaprovação.
A notícia iria se espalhar como fogo, alimentando a fofoca e provocando discussões em todos os cantos do reino.
O príncipe e sua empregada… parecia até uma história de romance.
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Na majestosa mansão de Arthur, os raios dourados do sol matinal banhavam o elegante salão de café da manhã, destacando a opulência dos móveis entalhados e a brancura imaculada das porcelanas finas.
Uma melodia clássica ecoava pelo ambiente, proporcionando um pano de fundo harmonioso para a refeição.
Arthur, um homem de estatura imponente com cabelos grisalhos, desfrutava do café da manhã ao lado de sua esposa, Beatriz.
— O que você vai fazer hoje? — perguntou Beatriz enquanto bebia um chá.
— Hoje vou no palácio resolver aquele pequeno problema — respondeu Arthur enquanto limpava a boca com um pano.
— Mas você não disse que mandaria uns amigos para resolver? — interpolou mais uma vez.
— Sabe, é chato ficar pedindo as coisas., então é melhor eu mesmo resolver. Até que é fácil, e hoje o príncipe vai me dar uma resposta sobre o assunto.
— Estou ansiosa para saber a resposta hahaa. Quero muito saber quem vai ser nossa futura rainha!
— Mas não cria expectativa, dependendo do príncipe, ele nem vai estar lá.
Na sala do palácio, Arthur observa o príncipe com a boca aberta, incapaz de acreditar no que ele acabou de dizer para ele.
— O que você falou? — perguntou sem acreditar no que tinha ouvido.
— Isso mesmo tio. Ela vai ser minha esposa — Apontando para Nyx.
“Impossível!! Logo sua empregada!? O rei não vai gostar nada disso. Esse moleque… está tentando escapar do seu dever?”
— Cof, Cof !! Acho que o rei não vai gostar disso, príncipe. — Com um sorriso forçado.
— Meu pai encheu meu saco falando sobre essa coisa. Agora que escolhi que será minha noiva, ele não tem o direito de falar não!
— Você está a favor disso, Nyx? — perguntou Arthur.
— As ordens do meu mestre são absolutas. Então, se ele mandar, eu aceito sem
hesitar.
— Tá bom… Agora é só saber a resposta do rei.
“Beatriz, se eu te contar você não vai acreditar” pensou Arthur.
O rei entrou na suntuosa sala, onde a atmosfera que antes exalava calma agora estava impregnada de tensão.
Seus passos ressoaram no piso de mármore enquanto ele se dirigia ao centro do espaço, onde um conjunto de sofás e poltronas aguardava.
Maximilian, o príncipe herdeiro, ocupava uma poltrona, seu semblante refletindo uma mistura de determinação e nervosismo.
Ao seu lado, Nyx, a empregada que havia sido conquistada, estava elegantemente sentada, demonstrando uma compostura que beirava a altivez, mesmo diante do olhar atento do rei.
Em um sofá próximo, Arthur, o nobre anfitrião, estava visivelmente perturbado, com a mão na testa em um gesto inquieto.
Seus olhos encontraram os do rei com um misto de apreensão e respeito.
O rei, ao se acomodar no sofá, lançou um olhar penetrante entre os três.
O silêncio pairava no ar, interrompido apenas pelo sutil farfalhar das cortinas movidas pela brisa suave que dançava pelas janelas.
— Então, o que meu filho tem a dizer?
A pergunta deixou Arthur suando frio, se perguntando como o rei iria se opor a essa resposta.
Exitando falou Arthur — Entã–
Interrompendo Athur — Pai, tomei uma decisão.
— Ohh! Finalmente, então, quem é a sortuda?
— A sua nora está do meu lado, pai.
A sala mudou a atmosfera repentinamente, Arthur não sabia onde pôr a cara.
O rei não tinha um pingo de reação. Demorou um pouco até o velho processar tudo o que havia ouvido.
Maximilian quebrou o silêncio, expondo com calma e firmeza sua decisão de se casar com Nyx.
O rei, inicialmente surpreso, manteve uma expressão impenetrável, enquanto processava a notícia.
Seu olhar se alternava entre o filho e Nyx.
— Cof, cof, como? Sa–sabe que isso não é certo, né? Para de brincadeira, filho haha haha.
O rei queria que isso fosse apenas uma brincadeira, e não confiava nessas coisas.
Pedindo para seu filho parar com as brincadeira e falar sério.
— Isso não é uma brincadeira, pai. Estou falando sério.
“Meu filho mudou de personalidade quando estamos falando disso. Acho que realmente ele está falando a verdade de seus sentimentos”
Encarou o príncipe — Você sabe muito bem o que vai acontecer quando isso circular pelo reino, né?
— Já pensei nisso, meu pai. — Abanando as mãos
— E você sabe que ela nem mesmo é de uma família nobre.
Estalando os dedos — Isso é bem simples de resolver.
O rei dá uma parada, pensando.
— Você não está pensando em usar o sistema de premiação, né? — perguntou com raiva.
O sistema de premiação é algo importante para ter mais nobres no reino, mas não é tão simples assim.
— Isso está errado! Só pode virar nobre com esses feitos.
— Ela vai se casar comigo. Tem feito maior que esse? — Com um sorriso irônico
— Ora, seu… — Com uma expressão raivosa.
Com essa resposta o rei se calou.
Realmente, se casar com o príncipe era um feito absurdo para alguém como ela, e ainda foi o príncipe que pediu a mão dela em casamento.
Literalmente um romence.
Em seguida o rei se levantou e foi direto para a porta.
— Você é igual à sua mãe — disse enquanto saia da sala calmamente.
Depois desse diálogo entre pai e filho, o rei saiu da sala, deixando o silêncio e uma dúvida de se ele concorda com o casamento.
Os três na sala ficaram olhando um para o outro, sem saber qual a resposta.
O casamento, que iria deixar o príncipe em paz em seus planos sem ninguém o atrapalhar, dependia da resposta do seu pai.
— Aaah, acabou? Quero ir para casa — disse Arthur enquanto encostava a cabeça no sofá.
Já que o príncipe escolheu sua noiva com quem casar, então ele poderia apenas deixar o resto com ele e ir para casa.
— Bom… já que você escolheu alguém, meu trabalho termina aqui, né? Não irei mais atormentar você. Agora o resto é por sua conta — disse levantando do sofá — Ah! E bom dia para os noivos. — falou enquanto se curvava.
— Bom dia para você também, Arthur. E diz a senhorita Beatriz que mandei um beijo para ela. — disse o príncipe enquanto acenava para Arthur.
Ao encostar da porta, os dois se sentiram mais leves.
Principalmente Maximilian, que teve que encarar o pai no diálogo.
Ele relaxava no sofá enquanto pensava o que seu pai iria fazer a respeito do casamento.
Enquanto ele pensava em diversas coisas, seu pai, por outro lado, pensava de outra maneira.
“Meu filho finalmente se tornou um homem!! Depois de vários anos sem trazer uma mulher sequer para apresentá-la a mim, ele de uma hora para outra me traz a empregada pessoal dele, a mesma que o cuidou desde que tinha apenas 10 anos. Mesmo isso sendo imprudente para um príncipe, pelo menos ele não curte o mesmo sexo”
O rei pensava isso enquanto caminha em direção ao seu trono ao mesmo tempo que os soldados o seguia.
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No silêncio reconfortante da sala adjacente ao jardim de flores, Maximilian e Nyx compartilhavam um momento de alívio após as revelações.
Entretanto, enquanto o príncipe descansava no sofá, sem saber de uma presença oculta, Nyx, cuja percepção aguçada ultrapassava as limitações comuns, percebeu algo fora do comum.
A figura encapuzada, envolta em uma neblina que a ocultava do olhar comum, estava em um local elevado, observando a cena de longe.
A montanha distante servia como um púlpito para esse observador misterioso.
Seus olhos atentos se encontraram com os de Nyx através da janela, desencadeando um arrepio que percorreu sua espinha.
O homem encapuzado, apesar de estar a quilômetros de distância, sentiu um suor frio percorrer sua espinha ao perceber que sua presença não passara despercebida.
Um leve tremor de apreensão percorreu seu corpo enquanto ele tentava entender como Nyx, mesmo a essa distância, havia detectado sua presença oculta.
Nyx, intrigada e alerta, direcionou seu olhar para as montanhas, sentindo uma conexão profunda com algo do passado.
Uma sensação familiar, há muito esquecida, ressurgiu dentro dela, trazendo consigo uma mistura de curiosidade e apreensão.
Uma sombra de reconhecimento pairava sobre aquele que observava.
“O que é isso? ” Se perguntou enquanto olhava pela janela.
Maximilian, envolvendo Nyx em seus braços, sentiu a perplexidade dela e a apertou gentilmente, como se quisesse transmitir conforto e segurança em meio à confusão.
Nyx, mesmo imersa nos braços do príncipe, continuava com a mente inquieta.
Enquanto isso, o ser encapuzado começou a envocar faíscas elétricas que dançava ao seu redor, ele estava visivelmente irritado com a proximidade de Maximilian e Nyx.
A expressão raivosa em seu rosto revelava uma frustração crescente diante do inesperado.
Ao se virar para o norte, o ser misterioso invocou uma aura elétrica intensificada ao seu redor, preparando-se para partir em retirada.
As faíscas cresciam em intensidade, criando uma atmosfera eletricamente carregada.
A sua velocidade em sair do local foi tão intensa que no mesmo momento, a barreira do som foi totalmente quebrada.
Maximilian, notando a mudança na expressão de Nyx, não pôde deixar de se questionar sobre o que estava acontecendo.
Enquanto ainda a segurava, ele perguntou com preocupação na voz:
— O que foi? Pensou em algo? — Cheirando seu pescoço.
— Não. Só coisa da minha cabeça mesmo — respondeu Nyx, virando para maximilian.
O homem encapuzado, envolto na eletricidade que o impulsionava, continuou sua rápida jornada em direção ao norte.
A velocidade com que ele se deslocava era tão intensa que parecia desafiar as próprias leis da física, como se estivesse se deslocando não apenas no espaço, mas também no tempo.
Após alguns segundos que pareceram uma eternidade, ele chegou ao seu destino.
Marcado por uma mudança abrupta na atmosfera, revelou-se como um cenário peculiar e misterioso.
A pressão do ar aumentou drasticamente, fazendo com que o homem encapuzado parasse bruscamente.
— Cheguei! Ainda bem… Preciso avisar o rei.
O homem encapuzado, ainda envolto na aura elétrica, se aproximou do grandioso castelo.
A arquitetura majestosa destacava-se contra o céu, conferindo ao reino uma atmosfera imponente e misteriosa.
As estátuas que adornavam a entrada do castelo observavam silenciosamente, testemunhas de inúmeras histórias que se desdobraram ao longo dos anos.
Os habitantes desse reino eram demônios, de vários jeitos e cores diferentes.
À porta do castelo, guardas estavam postados, sua armadura brilhando à luz do dia.
Ao perceber a abordagem do homem encapuzado, eles bloquearam o caminho, levantando suas lanças em posição defensiva.
O primeiro guarda, com uma expressão séria, dirigiu-se ao homem encapuzado: — Alto! Quem ousa se aproximar do castelo real sem autorização?
A atmosfera na entrada do castelo ficou ainda mais tensa à medida que o homem encapuzado permanecia em silêncio diante dos guardas.
Seu porte aparentemente frágil contrariava fortemente com a dos guardas, cuja presença física sugeria uma força avassaladora.
Os dois guardas, já irritados pela falta de resposta, trocaram olhares que transmitiam não apenas desconfiança, mas também uma crescente impaciência. A expressão séria em seus rostos endureceu ainda mais, e suas posturas ficaram mais rígidas, prontos para agir diante da aparente insolência do homem encapuzado.
— humm!? Responda à pergunta moleque! — Apontando a arma branca para o homem.
Aquela situação foi percebida por todas as pessoas que estavam no local. O homem olhou para a enorme arma branca que estava sendo apontada para ele e encarando os guardas.
— Esse moleque está tirando minha paciência! — falou um dos guardas.
As pessoas em volta começaram a comentar sobre esse evento que está acontecendo no portão do palácio. Com a raiva acumulada, o guarda do portão transfere um soco contra o homem encapuzado na tentativa do mesmo se afastar.
O homem que nem havia saído da direção do soco olhou para o guarda falando línguas estranhas que nem os guardas intendiam.
— Abôm shólian mhas dò. — O homem encapuzado falava como se tivesse fazendo encantamentos.
O soco do guarda parou no mesmo instante, o guarda sem intender o porquê ele parou do nada, o homem encapuzado levantou o rosto para o guarda, e olhando nos olhos.
— Meros seres de classe baixa, o que você pensa que está fazendo, hem? — mostrando as escleras dos olhos estava preta e a pupila amarela
Mostrando seu rosto, seu capuz caiu, expondo uma tatuagem em seu rosto sendo vista e deixando o guarda em estado de choque.
A tatuagem era uma estrela e do lado tinha uma bolinha em um círculo.
— Mil perdões, senhor! Não sabia que era você! — O guarda se curvava perante ao homem.
As pessoas não sabiam o que estava acontecendo, pois não haviam visto a tatuagem no rosto do homem.
— O quê?
— Quem será que é?
— Um guarda se curvando do nada?
As pessoas se perguntaram o que estava acontecendo com o guarda já que ele estava prestes a agredir o homem encapuzado e apenas parou e começou a pedir desculpa sem mais nem menos.
O outro guarda, vendo quem era o homem, se ajoelhou e começou a clamar misericórdia.
— Perdão, senhor, não sabíamos que o senhor era um general do rei demônio.
Isso deixou todo mundo em temor
— Droga! Um general?
— Se ferraram…
— Isso vai dar ruim
— Um general andando pelas ruas? isso é… estranho
Todos ficaram surpresos com a fala do guarda.
Um general do rei demônio andando pelas ruas do jeito que ele estava, realmente ninguém saberia o que ele era.
O general expressava nada no momento, a situação não estava tão boa para os guardas do portão.
Eles soavam frio pensando que iriam morrer e suas famílias.
A expressão do general mudava lentamente.
— Hahahaha. Ficam tranquilos, meus amigos! — Aparecendo por trás dos guardas em segundos e dando um tapa nas costas — Afinal vocês estavam apenas fazendo seu trabalho — saia enquanto caminhava em direção ao castelo dando sinal de adeus.
O general, após passar pelos guardas, adentrou as grandes portas do castelo e dirigiu-se à sala do trono, um lugar de autoridade e decisões cruciais para o reino.
Na sala do trono, uma figura estava sentada no trono majestoso, à frente de uma gigantesca mesa de reuniões onde outras pessoas estavam sentadas.
A figura no trono, aparentando ser um demônio de pele cinza, era notavelmente um jovem e com seus grandes chifres na cabeça.
Seu cabelo, longo o suficiente para cobrir parte do rosto, adicionava uma camada de mistério à sua figura.
O contraste entre a aparência infantil e os chifres sugeria uma complexidade única na hierarquia do reino.
Suas vestes no momento eram só uma calça de pele de animal e um sobretudo.
Ao redor da mesa, as outras figuras, conselheiros ou nobres talvez, observavam a entrada do general com curiosidade e, em alguns casos, desconfiança.
A atmosfera na sala parecia pesada, carregada com a responsabilidade de governar e a tensão que acompanha as decisões importantes.
O general, ciente da importância do momento, aproximou-se respeitosamente e fez uma saudação formal:
— Sua Alteza, trouxe notícias urgentes que demandam sua atenção imediata.
O silêncio na sala aguardava a resposta do jovem monarca, cujos chifres refletiam uma sabedoria que ia além de sua aparente juventude.
O menino, que estava com o rosto apoiado na mão, voltou sua atenção para o general. Olhando para o homem, ele suspirou.
— Se não for importante, você está morto! — Com um tom de voz rigoroso.
A sala ficou em silêncio com o tom de voz do rei demônio
— Senhor, me perdoe o incômodo. É sobre a sua irmã, ela está no reino dos heróis.
A informação deixou todos chocados.
Todos falaram entre si sobre essa informação, o jovem rei mudou sua postura no trono, ficando reto e olhando fixamente para o general.
Levantando lentamente e ficou de frente ao general — Onde ela está?