Ascensão Dos Titãs - Capítulo 1
No ano de 3074, a humanidade enfrenta uma corrida espacial intensa em busca de novos planetas habitáveis para assegurar sua sobrevivência, já que a Terra está quase no limite de sua capacidade de sustentar a vida humana.
Ao derivar pela galáxia Andrômeda, uma descoberta gera grande entusiasmo entre cientistas e líderes mundiais. Titã, um planeta colossal com condições semelhantes à Terra, torna-se o centro das atenções, e para lá é enviado o rover mais avançado da humanidade, carinhosamente chamado de Brazuka, com a missão de explorar e entender quem ou o que habita o planeta, além de verificar se ele pode ser o novo lar dos humanos.
A operação, designada como T-003, está prestes a começar. Ela é dividida inicialmente em três etapas: exploração e reconhecimento; avaliação de habitabilidade e desenvolvimento de tecnologia de vida sustentável; e, por fim, transporte e logística, construção de infraestrutura e colonização sustentável.
Assim, o primeiro estágio, de exploração e reconhecimento, foi iniciado.
O Brazuka parte a bordo da nave de exploração das Federações Latinas, a B-277, começando sua jornada de 4,3 bilhões de quilômetros. Ele atravessa o vazio do espaço por 4 anos e 6 meses até finalmente chegar a Titã. Após passar por suas duas luas, nomeadas de Cronos e, Atlas, que mantinha um anel de meteoritos a seu redor.
Ao ingressar na atmosfera do planeta, o rover enfrenta condições desafiadoras, como densas nuvens de metano e temperaturas extremamente baixas. O termômetro no painel de controle da nave, que monitora o progresso do rover, indica -3 graus Celsius, o que era dentro do esperado para a missão.
— Finalmente… — disse uma jovem de cabelos castanhos claros e olhos verdes, enquanto observava o painel de controle com concentração. A bandeira do antigo México estava estampada em seu uniforme, enquanto ela avalia com precisão os dados à sua frente, — Ele está pousando… a temperatura está baixa, mas dentro do esperado! — anunciou pelo microfone que estava fixado à frente de seu painel, onde registrava cuidadosamente o relatório de bordo do momento.
Essa era sua piloto, escolhida, a dedo pelo capitão da nave.
E após ela acionar o paraquedas do equipamento a cinco mil metros de altura, o Brazuka deixou sua cápsula de proteção e aterrissagem para trás e aterrissou com precisão na superfície de Titã.
As imagens capturadas pela câmera revelam uma paisagem luxuriante, com árvores gigantescas que se erguem até cinquenta metros de altura. Com copas densas e vibrantes que criam uma sombra esverdeada sobre o solo, revelando a grandiosidade e a diversidade deste mundo exótico.
É dia, e a luz da estrela Surya se espalha por toda a vastidão, iluminando a floresta que repousa ao seu alcance.
— Uma verdadeira selva titânica… — comenta um rapaz de cabelos castanhos escuros e olhar cheio de vida, enquanto se aproxima e coloca uma mão no ombro da jovem ao lado. Ele ostenta a bandeira do Brasil em seu uniforme e sorri, inclinando um pouco a cabeça para perto dela.
Ele é o capitão, o jovem rapaz que vai liderar a primeira fase da missão.
— Capitão Gael, não é hora para brincadeiras! — ela respondeu, franzindo o cenho.
Mas, de repente, quando o rover firmou suas rodas no solo, um leve tremor sacudiu o equipamento e a vegetação ao redor. Sendo evidenciado no painel, junto aos dados do pouso.
— Tremor de magnitude 2.9… Pode ser um deslizamento de terra… Mas, uau, que planeta incrível! É quase idêntico à Terra… — diz Gael, enquanto observa com admiração a densa vegetação ao redor. Plantas semelhantes a guaimbés se entrelaçam entre os pés das árvores, com a luz filtrando pelas copas e iluminando um rio que serpenteia entre elas, no local onde o rover pousou.
Aquele cenário, que deveria ser familiar aos olhares humanos, parece um verdadeiro e inacreditável paraíso.
— Espero que os animais sejam parecidos com os nossos! — disse ela, enquanto conduz o rover com cautela sobre o terreno plano e livre de obstáculos. O veículo cruza um tronco que liga as margens do rio, largo o suficiente para acomodar multidões de uma vez.
— E se acharmos onças de duas cabeças ou macacos com quatro braços? — sugeriu Gael, brincando.
Suas mãos deslizam pelo painel digital, controlando com precisão cada movimento e função do Brazuka.
— Isso soa um pouco clichê, não? — respondeu ela, rindo.
— E que tal aranhas com duas bundas ou mosquitos do tamanho de um cachorro? — ele continua, atento a cada detalhe.
— Nossa, parece coisa dos anos 2000! Você tem assistido a muitos filmes de ficção científica, hein? — ela ri, um sorriso doce surgindo em seu rosto.
Enquanto eles continuavam explorando, algo se mexeu nos arbustos próximos, pegando-os de surpresa.
— Nossa… o que foi isso? — exclamou Gael.
— Parecia grande… será que era do tamanho de um humano?
— Não consegui ver com clareza… pela velocidade, talvez estivesse fugindo ou caçando… — deduz ela.
— Bem, vamos continuar… — ela retoma o controle do rover.
Eles seguem por uma trilha marcada por pegadas que lembram as de lagartos, vegetação esmagada junto a galhos. Elas têm tamanho impressionante, segundo o scanner, de 13 a 15 cm cada.
— Parece que encontramos um predador… um lagarto de um metro e meio? — observa Gael, com um misto de surpresa e cautela.
— Isso não é bom!
— Calma — ele diz, colocando a mão sobre o ombro dela.
— Já imaginou o que um bando desses poderia nos causar? Uma arma a laser derruba um urso com dois ou três disparos, mas esses lagartos… poderia ser bem pior, não? — ela sugere, apreensiva.
De repente, o rover experimenta um tremor mais forte. O solo ao redor começa a rachar, e uma árvore cai no horizonte, levantando uma nuvem de poeira e agitando a vegetação.
— Magnitude 4.9!? — Gael exclama, — Isso é sério, temos que agir! — acrescentou ele, demonstrando inquietação com a situação inesperada.
— Ah, certo… — Ela desliza o dedo pelo painel, ativando a blindagem que torna o rover resistente a quase todas as condições naturais, seja neve, água ou poeira. Ela traça uma rota enquanto observa os visores traseiros.
O rover começa a recuar, mas um tremor tão intenso quanto os anteriores o faz parar abruptamente. O tremor é tão próximo que ele mal consegue medir a magnitude, travando em 9.5, como se o equipamento estivesse quebrado.
— Merda, não vai… — ela tenta novamente, mas o veículo parece travar. Ela se vira para a tela, ouvindo trovões no mesmo instante. Raios de tons violeta parecem atingir o rover, causando uma supertensão que quase o destrói.
75% do equipamento está danificado.
— O que está acontecendo? Tente mover a câmera ao menos! — ordena o capitão, vendo as últimas imagens transmitidas pelo rover.
O vapor do metal sobe aos céus. Mesmo com um material super resistente, o rover está quase aos cacos.
Rapidamente, ela mira a câmera na copa das árvores e revela quem domina aquele planeta.
Um ser colossal surge além das árvores, um lagarto monstruoso com cerca de 60 metros de comprimento. Suas escamas verdes têm um brilho hipnótico, e seus olhos vermelhos perfurantes emanam uma intensidade ameaçadora. Ele tem uma expressão selvagem, com cristas espinhosas se estendendo ao longo de sua cabeça e corpo, conferindo-lhe uma aparência ainda mais intimidadora. Suas garras são enormes e afiadas, de um roxo escuro que contrasta com suas escamas verdes.
Suas garras são grandes, afiadas e têm uma cor roxa distinta, semelhante ao violeta dos raios. Com um rugido, ele desliga o rover por completo, decretando seu fim.
A primeira parte da missão termina ali…