Em Outro Mundo Como um Oni - Capítulo 10
—Certo. Qual é o seu local de nascimento? — Ela pergunta cerrando os olhos, hey eu sei que sou suspeito, mas isso já é muita falta de fé! Apesar de eu não parecer muita coisa, eu sou. Acho que também eu ter matado dois aventureiros sem querer tenha influenciado a situação também.
— O Mar morto. — Acho que isso não vai causar nenhum problema, só precisa fazer uma viagem de oito meses daqui da superfície até lá, então não deve ser muita coisa.
— Você está brincando, não é? — Uma careta aparece no rosto dela e ela foca em mim como se o olhar dela fosse de facas. Como um predador encarando a presa… Foi mal, não estou interessado em mulheres mais velhas, muito obrigado.
Olhando em volta, os aventureiros puxam suas armas de leve. Disfarçando seus olhares, mas todos focando em mim às escondidas. Qual o problema de eu ter vindo do Mar Morto?
— Eu sou um Oni! Espere, ah certo. Vocês devem me conhecer como um Monma Nionio, eu acho. Mas não sou como os outros! Eu sou inteligente! Eu consigo conversar com vocês! Eu consigo entender, dialogar e ser racional! Eu não sou um monstro selvagem, por favor! Acreditem em mim! Eu não sou apenas um animal assassino! Apenas quero confiança para provar isso. Olhem para mim, eu estou com roupas, estou bem-vestido, eu consigo conversar com vocês e entender o que falam! — Eu não sou um monstro assassino e selvagem! Parando de me apoiar no balcão, apenas me virei para as pessoas que estavam no salão, preciso provar que sou diferente, que consigo dialogar de igual para igual com eles.
— Certo… Etria Saeng Lumaeri, 8 meses de idade, Nascida no Mar Morto, e da raça Monma Nionio… — A atendente ainda mantinha seu olhar severo como facas em cima de mim. Não consigo relaxar com alguém me olhando como uma cobra prestes a dar o bote.
— Vou fazer sua ficha… — A voz dela sai como uma voz do g… O mesmo exato tom e timbre… como infernos isso é possível? Fazendo algo que não consigo ver, símbolos surgiam no ar e ela aperta eles como um teclado.
— Ei…O que é isso? — Os símbolos vão em direção uma chapa de metal, se encravando nela como se faz objetos a laser… Um submarino e agora isso, o quão avançado é esse mundo? A identificação flutua em minha direção, como se estivesse esperando por algo. Bem, eu agarro ela. Que mal poderia fazer isso?
— Ela agarrou uma chapa dessas de mãos nuas… que monstro. — Hey, eu não sou um monstro! E é bem fácil agarrar essa chapa na verdade.
— Essa é sua ficha, nós da Guilda dos aventureiros criamos cartões especiais para os aventureiros, esses cartões dão acesso a sua conta nos bancos de todas as filiais da Grande Guilda e também podem ser usados para comprar, negociar e fazer transações monetárias com pessoas.
— Além de servir como sua identificação universal. A partir do momento que você o pegar, seus dados serão transferidos para o cartão, e ele nunca mais sairá de perto de você, caso você falecer, o cartão perderá o vínculo, e deve ser entregue a guilda. — Ela estende a mão, esperando algo. Se for dinheiro, desculpe, mas estou liso, leso, louco, comprando fiado e pedindo troco. —
— Está faltando um, não está, senhor Ludhia? — Ei… desde quando ele se chama Ludhia? Bem, Luji caminha em nossa direção, até o balcão estar no alcance das dele. Ele coloca uma chapa assim como a minha e bem, acho que todos os outros aventureiros também.
— O cartão de Ylheim assim como sua metade superior, caíram dentro do oásis em que encontramos esse Monma Nionio, e aquele oásis era o ponto de porto para o Mar Morto. — Vamos com essa versão, aceno com a cabeça tentando “comprovar” a estória de Luji, tudo pelo meu álibi.
— Certo, Etria Saeng Lumaeri, pegue o cartão em branco, a partir do momento que você o tocar, suas informações serão colocadas nele, assim como sua identificação na guilda, número de identificação, e seus fundos monetários guardados nos bancos da Grande Guilda.
Essa merda é praticamente um cartão, registro geral e CPF universais? Holy shit, isso é magia ou tem tecnologia no meio? Realmente estou curioso para saber, mas não há tempo para isso.
Apenas seguro o cartão e o virei para mim, será que funciona igual uma foto? Se eu balançar aparece mais rápido? Antes que pudesse testar a teoria, uma das faces aparece com as informações; uma foto minha, minhas informações, não sei o que está escrito, mas provavelmente são informações como nome, local de nascimento e afins, como ela disse.
— Nossa. — Ela sussurra, surpresa não é? Foi mal, audição superior, consigo te ouvir. — POIS BEM! — Ela exclamava para todos do salão ouvir, muitas vozes se sobrepõem em sussurros, atrapalhando minha audição.
Apesar dela ser melhor do que das pessoas normais, mesmo eu não consigo discernir múltiplas vozes em uma multidão. O que será que estão falando? A minha única certeza é que o assunto tem haver comigo.
— Esse é o novo aventureiro Ranque G + + + da Grande Guilda dos aventureiros! Etria Saeng Lumaeri. — E o Salão fica em silêncio… ao menos algo de bom ocorreu hoje, para mim.
— Eu sou um aventureiro! Hip, hipe urra! — Segurando o cartão, eu apenas dava um pequeno salto, o Aventureiro Luji saia dali, indo para a porta, e abrindo com certo esforço, indo embora dali, nosso contrato havia terminado, então não precisávamos mais nos aturamos, e nem olhamos na cara um do outro, nunca mais.
(…)
— Simples, eles usam a entrada de clientes, não a entrada de aventureiros. Essa criança abriu uma porta dupla sozinha, como se fosse nada, mesmos soldados treinados teriam dificuldades ou nem mesmo iriam abrir essas portas. Eu voto para ela se tornar um aventureiro. Bem, até mais tarde.
Saindo do prédio da Guilda, olho para trás, aquele era um ótimo desenvolvimento.
— Interessante, para dizer o mínimo. — Aquela criança, um Monma Nionio tão racional e promissor, temos que o trazer para nosso lado, o Mestre da Guilda não vai gostar do que aconteceu hoje.
De um beco escuro, uma elfa saia de lá, pele bronzeada, cabelos loiros, é. — Olá, Kyhali, Planejando entrar na guilda?
— Sim, Cyrant… por que pergunta?
— Eu tenho uma missão para você. Há uma criança ali dentro, uma Monma Nionio, eu quero que você tente a recrutar, antes que o Mestre dessa filial tome notícia. Apenas isso, boa sorte. Estarei na base junto da Sham e da Madame. — Começo a caminhar, Kyhali fala algo, mas ignoro. Ela é capaz de cumprir essa missão. Essas duas devem estar quase na mesma idade, creio eu.