Em Outro Mundo Como um Oni - Capítulo 15
— Quero sim… — Acho que tem algumas lágrimas em meus olhos, que droga de dia. Segurando meu chifre com força, essa mulher, Sham me pega no colo novamente e me leva para uma sala “subterrânea”? Uma espécie de porão, e agora percebo o quanto isso soa errado, onde tinha uma piscina cheia d’água.
— Vou te largar um pouquinho, ok? Preciso esquentar essa água. — Ela me avisa e me coloca no chão. Mergulhando em meus pensamentos, seguro filme meu chifre, isso, ainda há muito o que fazer, e muito para me fortalecer.
— Se quiser tirar a roupa e ir primeiro, ok. — Saindo dos meus pensamentos, vejo a mão esquerda dela molhada, e com uma chama em cima dela… Magia, será que é uma Magia Não ortodoxa ou…? Dane-se, não tenho tempo para isso, não agora. Tiro minha roupa, ela era de botões, pois botões tornam mais fácil colocar roupas quando se tem chifres meus sapatos e calças foi rápido.
Retirei a roupa, sem largar meu chifre, um dia vou colocar isso de volta no lugar se não crescer outro.
Olho de lado para a Ruiva, e ela já tirou a roupa. Hmmm. Ela realmente tem um belo corpo, musculoso porém não no sentido de body builder, reforçando seus traços femininos. Será que um dia vou ser tão bonita quanto? Espera, que raios estou pensando? — Deve ter doido ter tido uma parte essencial de você arrancada, para alguém tão pequena como você… Bem, não há como evitar, infelizmente. — Ela olha minha mão segurando meu chifre com força, qual o significado dessas palavras dela, no final?
— Essa piscina está boa, porém vou lavar meu chifre também, ele merece carinho, depois de tudo…
Obrigado pela tranquilidade após essa explosão de adrenalina que foi o resto desse dia. Assim como Nicolau, heh, acho que tenho uma dívida por salvarem minha vida, afinal, se eu não pagasse quem salvou minha vida, que tipo de honra eu teria? Ainda sim… é deprimente pensar que tudo isso aconteceu por conta da minha raça. Penso, enquanto lavo o pedaço cortado de meu chifre, ainda era uma parte de mim, depois de tudo.
— Não se sinta assim, pequena, sua mente está cheia, raiva, tristeza, amargura? É uma situação de merda, mas você conseguiu sobreviver e aqui está. Seu coração é bem fácil de se ver. Você está sentindo pena de si mesma, poucos conseguem sair vivos, então não é tão ruim, você está aqui agora, conseguiu sobreviver e fechar seu caminho. — Como se lesse minha mente, ela fala olhando nos meus olhos, com um sorriso fino nos lábios dela. Méh, poderia ser pior? Sim… ela não está tão errada.
Hahaha, o sentimento em meu peito se torna mais leve. Eu nem pensei nas vidas que tirei, vidas de outros humanos, apenas no meu bem estar, isso que significa ser um demônio, no fim das contas? — Você é bem forte para alguém da sua idade, sabe? Mesmo para sua espécie, você é acima da média. Por favor, ande de cabeça erguida, não gostaria de ver uma companheira tão pequena e inexperiente esmagada por peso e fardo maior que os ombros que os carregam. Se você realmente quer se juntar a nós, relaxe, e deixe seus fardos e pesos divididos entre você e nós, você não precisa carregar tudo sozinha, sabe?
Ela fala se aproximando de mim e dando um leve tapa nas minhas costas, ficando bem próxima de mim, meu rosto esquentava e não é por conta da água, aaaaaah. Devo estar igual uma pimenta agora! — Obrigada, eu… farei o possível. Realmente quero me juntar a vocês! — Dane-se, prendendo minha respiração, apesar de ter a ligeira impressão que não exatamente me afogo submergido, me jogo dentro da água quente, lavando meu chifre debaixo dela.
—Esse é o espírito!
(Algumas horas depois – Ainda em Mamarom)
Eu, Cyrant e Kyhali estamos na sala de reunião, Madame Sabbaoth está conversando com Etria, prestes a começar a entrevista, que diria se ela entraria ou não para a A Garrafa da Montanha. Apesar de quê, tenho a impressão que ela vai ser aceita de qualquer forma.
— Então, qual é o seu nome? — Madame Sabbaoth para a pequena Etria, a pequenina treme em frente a Madame, bem eu também tremeria caso fosse tão pequena e tivesse que ficar a uma Titã de 230 centímetros de altura. Hey, Etria, não se assuste com a Bet, sei que ela está um pouco acima do peso e é tão parruda quanto uma parede, mas ela tem um bom coração! Falo em minha mente, talvez meus sentimentos cheguem a Etria, talvez não, hehe. Bet… ah, que vestido prega, roxo com flores amarelas, seu gosto ainda é de uma velha, apesar da cor roxa realçar os cabelos lisos e pretos dela. Apesar do rosto dela estar sereno, tenho certeza que a Bet está analisando a pequena dos pés a cabeça.
— Meu nome é Etria, Etria Saeng Lumaeri, Madame Sabbaoth…
— Não precisa me chamar de Madame, e nem de Sabbaoth. Meu nome real é Bet, Bet Yna. Sabbaoth é meu nome de guerra. Certo, Etria Saeng Lumaeri, é um nome longo, mas bem bonito. Etria da montanha da paz do Dragão Branco, ou da Luz. É um bom nome de fato. — Bet Bet, nós duas sabemos que assim como antes, ela assim como os outros não vai usar seu nome.
— Só por essa demonstração de inteligência, você já é muito mais desenvolvido e forte que a média da sua raça. Isso é de fato bom, mas para se juntar à Garrafa da Montanha, você terá que responder algumas perguntas. A primeira delas, por que quer se juntar a nós?
— Desde que eu cheguei aqui, desde que eu sai do mar morto, eu não fui recepcionado com boas intenções, fui atacado por aventureiros, e o Mestre da Guilda planejou para me matar. É uma situação de merda, mas Kyhali me mostrou gentileza, mesmo tendo interesse em minha força e peculiaridades, ainda sim me ajudou, junto a Sham e Cyrant, eu quero retribuir essa gentileza, ajudar eles que me ajudaram, por isso eu quero me juntar a Garrafa da Montanha, quero me tornar mais forte e não sofrer o que sofri hoje, nunca mais. — Com uma voz firme e determinada, a pequena olha no rosto da Madame, com firmeza resolução, rachando um sorriso da minha Amiga. Héh, não foi uma má resposta a sua.
— Ora ora, gostei dessa resolução, e você realmente veio do mar morto, você acabou de responder duas perguntas em uma cajadada só. Então vou ir para a última, você tem alguma habilidade especial que devemos saber ou que seja muito perigosa? — Gentileza… é Nicolai, eu acho? Aquele velho sanguessuga não fala muito sobre o capitão, mas acho que isso responde muitas das dúvidas sobre ou não vir daquele lugar. Aaah, Bet está agindo como uma médica, hugh, aquela médica, ela está tentando dissecar até o cerne, ver toda a razão da pequena.
— Vocês foram gentis comigo, e me ajudaram contra o Mestre da Guilda, e até mataram pessoas e feriram ele. Então, vou responder o mais sinceramente possível. Sim, eu tenho uma habilidade especial, ela me permite acessar um mundo mental, ou simplesmente ver o tempo de forma desacelerada, me fazendo ver as coisas com o tempo passando mais lento. Eu uso isso para fazer “simulações” de batalhas que estão acontecendo comigo no presente, ou ver as que eu já travei, e também me permite ver minhas memórias. Infelizmente, não sei a extensão desse poder, me desculpe. — Em um tom de desculpa e incerteza, ela responde, não tem noção do quão forte ou útil era esse poder é ou sua margem de crescimento. Cyrant, você achou ouro enquanto foi procurar chumbo… Realmente, essa garota tem futuro, se esse poder e sua situação forem indicadores.
— Esse é um poder poderoso, principalmente nas mãos de alguém que tem uma boa cabeça sobre os ombros, como você. Por algum acaso, você sabe como o tempo passa por você? Sua raça, os Monma Nionio, percebem o tempo sessenta e nove vezes mais rápido que os seres humanos, assim como vivem muito mais. Imagine, se você puder usar seu poder, para alterar sua percepção de tempo para a de um humano, imagine isso. — Um sorriso largo surgia nos lábios dela, faz um bom tempo, acho que desde o Zoologista que não encontramos alguém com um poder tão interessante desse jeito?
— Desculpe, apenas tive um surto de criatividade. Bem, você está na Garrafa da Montanha, bem-vinda, pequenina. — Se levantando, Etria ganha um cafuné da Bet, ignorando os chifres pontudos na cabeça da pequena, e logo volta a se sentar no sofá. A Monma Nionio se vira para nós, fazendo um sinal estranho com o dedo indicador e médio, “V”? Vitória?