Em Outro Mundo Como um Oni - Capítulo 9
— Uau. Que vívido! — É uma cidade tão vivida, pessoas estendendo roupas nos varais, lojas, bares, tudo estava vívido. Apesar das construções parecerem iguais por conta de todas serem feitas de arenito, creio eu, aquela cidade tinha um ar muito vívido, como uma cidade poderia prosperar no deserto. Não sei, mas estou curioso. Várias pessoas pelas ruas, eu tinha que tomar cuidado para não perder os dois aventureiros de vista, eu ficaria perdido se os perdesse de vista.
—Chegamos… — Luji responde, parando em frente a um prédio enorme, ele tinha pelo menos três andares, feito de arenito, madeira e têm uma grande placa acima da porta, com algo escrito. É realmente grande, tinha algumas coisas nas placas, mas eu… não consigo ler. Pensei que… espere, a tatuagem é só para falar então? Não me dá capacidade de ler? Eu sou um analfabeto. Isso realmente feriu meu ego. Com exceção da grande placa ali em cima, eu não entendia nada. — Vamos, eu quero ver logo do que se trata.
É uma porta dupla, feita de madeira maciça, tendo uma cor marrom e praticamente nenhum detalhe fora a maçaneta dourada, uma espécie de janela, Girei as maçanetas e empurrei as portas para entrar. Olhando para trás, Luji e a… outra lá tem um olhar amargurado no rosto? Não consigo entender o porquê, e também não queria entender. — Certo, onde eu faço os procedimentos para virar um aventureiro? — Encarando a dupla, eles apenas apontam para o balcão. Duh, a coisa mais óbvia a se fazer. Estou feliz, corri em direção ao balcão enquanto olhei para o Salão principal.
Várias pessoas, muitas com armaduras, outras com mantos e túnicas, pessoas carecas, com cabelão, homens, mulheres, semi-humanos, e eles carregam armas de vários tipos, machados, espadas, arcos, lanças e até mesmo alabardas! Eles bebiam e riam, será que aqui também era um bar? Creio eu que deveria ser. Cheguei no balcão, eu apoiei minhas mãos sobre ele, e me erguia, encarando a atendente, fazendo meu melhor e mais meigo sorriso.
— Oi! Eu me chamo Etria Saeng Lumaeri, onde e como posso me tornar um aventureiro! Estou muito interessado! — Sem perceber, acabei falando alto demais e o salão todo olha para mim. A atendente não era especialmente bonita, tinha a pele levemente bronzeada e cabelos castanhos avermelhados, fora seus olhos também serem castanhos. Ela não aparecia ter um busto avantajado, e nem um corpo voluptuoso, suas roupas é um vestido com saia até os tornozelos, e uma espécie de blusa ou algo do tipo com manga longa, bem abotoada e com um… crachá? Acho que é algo do tipo, em seu peito direito, — Ei… eu quero me tornar um aventureiro, não me ignore! — Que droga, estou sendo ignorado. Quero me tornar um aventureiro, caramba!
Não me ignore desse jeito. Parece que com a minha frase, as pessoas saíram do seu choque, algumas apenas riam de escárnio, muitas riam de escárnio, enquanto outras riam alegres, vendo tamanha impetuosidade a minha, sim, eu sou impetuoso! — Sinto muito, mas criança… Espere, o que é isto? — Ela arregala os olhos enquanto me encara. Sinto algo ruim no ar. Ela parece que viu um fantasma ou um demônio… hey, eu só estou sorrindo e tentando ser meiga, vadia.
— S-sinto muito, mas crianças não são permitidas. Veja, os adultos que abriram a porta para você chegaram, v-vá com eles, crianças não podem se cadastrar na guilda, v-você pode ir para as aulas de treinamento prático, é gratuito, que tal? Assim você pode treinar para ser um aventureiro no futuro! — Hey. Isso é ofensivo. Eles tentaram me matar! Sei cuidar de mim mesma, mesmo, muito obrigado!
— Nós não abrimos a porta. Ele abriu sozinho. — Luji falou em alto e bom som para todos ouvirem. Ei desgraçado, está tentando me sabotar? As pessoas que estavam rindo pararam de rir.
— O que tem em abrir a porta? É só uma porta! — Se intrometendo no meio da conversa, um aventureiro vestido com um sobretudo branco chama a atenção com uma tosse. Sério, sobretudo, em um deserto? Quer morrer?
— Simples, ela poderia parecer de madeira comum, mas era de uma madeira extremamente pesada e densa, fazendo ser extremamente difícil a abrir, somente pessoas extremamente fortes, ou com o mínimo conhecimento em magia poderiam abrir. — Yo… isso já não é um pouco demais não?
— Como Raios pessoas entram aqui para fazer pedidos se só quem é propenso a ser aventureiro consegue abrir?
— Simples, eles usam a entrada de clientes, não a entrada de aventureiros. Essa criança abriu uma porta dupla sozinha, como se fosse nada, mesmos soldados treinados teriam dificuldades ou nem mesmo iriam abrir essas portas. Eu voto para ela se tornar um aventureiro. Bem, até mais tarde. —O homem de sobretudo sai do prédio pela porta que usei para entrar, abrindo como se fosse nada… uau.
— Olhem para a minha cara. Eu não estou mentindo, essa criança abriu as portas por si só, e seja o que ela falar, ela está falando a verdade. Não há um pingo de mentira nas falas dela. — Luji também votou ao meu favor, eba.
— C-certo. — A Atendente ajeita seus cabelos, e forçava um sorriso, olhando para mim. Eu juro que estou tentando manter o meu sorriso mais meigo, é difícil.
— Certo, poderia repetir seu nome?
— Eu me chamo Etria Saeng Lumaeri. — Ela está se borrando de medo, eu não sou especialmente bom em notar a emoção das pessoas, mas conseguia ver que ela estava com medo. Eu era tão assustadora assim?
— Certo, sua idade?
— Oito meses de idade. — Acho que era isso, apesar do meu corpo ser parecido com o de uma criança, eu realmente tinha apenas oito meses, era um bebê ainda.
— Certo… — Sua garganta se movia levemente. Ela engolia seco, consigo cheirar a ansiedade dela. — Senhorita Etria… perdoe-me se estiver errada, mas você é uma Monma Nionio, certo? Infelizmente a Guilda apenas usa anos humanos para registrar a idade de seus membros… por nossa métrica, você teria cinquenta anos de idade… está tudo bem em usar a métrica humana? Cinquenta anos de idade? Nem fodendo, algo está errado… — Certo… — Se eu tenho cinquenta anos agora… merda. Isso é estranho para caralho. Como… ah. Percepção de tempo diferente, eu acho.
— Senhorita Etria… precisamos fazer um teste para ver se você é apta o suficiente para entrar na guilda.
— Não precisa disso, eu Ludhia atesto pelo meu nome e pela minha equipe. Essa criança pode se tornar um aventureiro. Ela conseguiu lutar contra Eu, Verika, Glostus, e Flatrer sozinha, e… Ela… É… — As palavras morrem na garganta dele, e ele mal consegue falar. Heh. Eu acho que dei um trauma para a vida toda. Bem, acho que ficaria com trauma também se meus companheiros de party fossem brutalmente mortos.
— Nosso grupo erroneamente a confundiu com um demônio hostil, e a atacou. Ela sendo ameaçada e atacada, revidou e derrotou no nosso grupo, e matou Gladios e Ylheim. — Desgraçado! Desgraçado mil vezes! Você me traiu na cara dura! As pessoas no salão olhavam para mim como se eu fosse uma abominação. Bem, monstro sim. Abominação não! Todos colocam suas mãos perto de suas armas, prontos a sacar, enquanto alguns se preparam para lançar magias, suponho.
— Mas não se engane, essa criança, Etria, agiu pacificamente a princípio, mas por medo e por ansiedade a atacamos e a ferimos. E isso desencadeou uma luta onde… Glostus e Flatrer não conseguiram sobreviver. — Luji fala como se as palavras estivessem cortando a alma dele. Meh, ele deve me odiar por tudo que fiz. Foi autodefesa, não sou culpado, para a infelicidade dele. Bem, eu realmente matei os dois amigos dele, ou companheiros de Party, tanto faz. Ele tem uma careta de desgosto e dor, mordendo seus lábios tão forte que acho que sairia sangue.
Leitura facial nunca foi o meu forte, mas até eu consigo sentir a dor na expressão dele. Quase me arrependo de ter matado aqueles dois, quase, mas era necessário, era isso ou ser ferido ainda mais, eles cortaram um dos meus chifres e isso não é nada legal. Eles mereceram, da próxima tente atacar alguém do tamanho deles, e mais importante, não faça pactos com demônios.