Em Outro Mundo Como um Oni - Prólogo
Morrendo, eu estou morrendo agora… Eu nunca imaginei o sentimento de morrer, não há nada. Nada, Eu não sinto nada, apenas um grande vazio no meu peito. Sem dor, sem sofrimento, apenas vazio. Então, não tem inferno, céu ou algo do tipo? Eu estou apenas desaparecendo!? ISSO NÃO É JUSTO! INJUSTO! INJUSTO! Eu ainda tenho muito o que viver! Eu não mereço isso! Eu quero viver mais! Não posso morrer assim!!!
O garoto morrendo no meio da calçada suspira, deixando seu último suspiro, para sua sorte, ele morre sem dor, ser acertado por um ônibus o destruir ao ponto de não sentir nada, uma forma horrível de morrer, mas sem dor.
— Tá, tá, pode calar a boca? Geez, que idiota. Você pode parar de ser malcriado e chato? — Uma voz feminina ecoou dentro da mente do garoto morto- Mas não era gentil e angelical, essa voz estava cheia de malícia, desdém e maldade. — Se você tem tanto medo de morrer, por que não olhou para o semáforo? — A voz perguntava com desdém e malícia enquanto sons de passos se aproximavam do garoto.
— … Eu— não, espera… Por que eu ainda… estou vivo? — O garoto morto olhava para seu corpo, ele estava intacto e seu sangue e órgãos(?) desapareceram, ele foi “consertado”. O garoto se levantava, e olhava para o dono da voz viciosa. Era um garoto? Não, ele não parecia com um garoto mas não era uma garota. Quanto mais ele se aproximava, mais aparente a figura angelical se tornava.
O mesmo tinha seis asas em suas costas, duas delas com penas brancas, duas com penas negras e as duas últimas com penas douradas. Essa espécie de anjo era realmente grande, tendo pelo menos 12 metros de altura. Seu rosto era como se fosse esculpido em pedra, celestial mas perverso. Ele não usava nenhuma roupa, seu corpo era andrógino como se fosse o corpo de um homem e de uma mulher em um só, e não tinha órgãos sexuais também.
— Sabe? Você morreu. Mas você não era esperado ou planejado para morrer aqui e agora. Por isso foi lhe dado o direito de reencarnar. — O “anjo” dava um sorriso pretensioso enquanto se inclinava para ver o ser humano.
— Então eu realmente morri… — O garoto desvia o olhar, e olhava para trás, vendo que ele agora estava totalmente escuro, como se ele tivesse sido transportado pro espaço sideral. Seu olhar era triste, e melancólico, ele realmente havia morrido pelo acaso. —
— O mundo que você vai reencarnar fica ao meu encargo. E eu decido que poderes você vai ter. — O anjo sorria como um demônio. — Aliás, meu nome é Jarenel.
— Luiz, Luiz Santos. — Ele movia o olhar para encarar o anjo em seus grandes olhos. Ele apenas sorria, voltando a ficar ereto, encarando o humano.
— Normalmente você teria quatro desejos. Mas sou eu, então terá apenas dois, se me discordar não terá nenhum. — Antes que Luiz pudesse contra argumentar, ele mordia o lábio inferior, esse anjo era realmente vicioso. — Escolha com cuidado os desejos.
— Eu desejo, saber onde eu vou reencarnar, o mundo e lugar que eu vou reencarnar — Escolhendo com cuidado, ele decidiu saber onde reencarnaria. Seria um problema imenso ser reencarnado em uma região hostil sem ter UM MÍSERO detalhe de onde iria.
— Escolheu bem. Bela tacada. Pois bem, você vai reencarnar em um complexo de cavernas inundadas, ou melhor dizendo, imagine um oceano que afundou dentro de um deserto e criou centenas de complexos de cavernas, é nesse tipo de lugar que você irá, eu vou te colocar num lugar seguro e com sustento para você caso decidir passar o resto de sua nova vida em um buraco fedendo a peixe, mas também sou gentil ao ponto de que se quiser evoluir e sair desse lugar, você poderá. Se você quiser subir de vida, literalmente, comece indo para cima, lá terá sua evolução.
O anjo sorria pretensioso, enquanto Luiz engolia seco, tentando decifrar qual seria seu próximo desejo.
— Vou lhe dar uma dica por ter usado a cabeça superior, eu não vou te reencarnar como um humano, seja avisado. — Após o sorriso pretensioso se tornar um sorriso de pura viciosidade e malícia, o garoto engoliu seco novamente.
— Eu.. Eu desejo ter como criar um espaço mental onde possa armazenar informações ilimitadas, fazer simulações mentais e planos dentro dela, sem que o tempo passe muito do lado de fora. — Esse foi seu último desejo. Focando mais em sabedoria do que força.
— Isso não é de um personagem de jogo? — O anjo levantou uma sobrancelha, estando um pouco incrédulo que o humano fez questão de copiar um personagem de um jogo.
— Sim, é de um jogo, mas é uma habilidade muito útil. Eu posso ter ela? — O garoto encarava os grandes olhos do anjo que apenas dava uma risada baixa.
— Pois bem Luiz, até nunca mais, eu estou pegando seu nome também! — O Anjo sorria de forma viciosa novamente, enquanto a alma do garoto era tirada dali, e mandando para aquele mundo.