Imperador da Glória Eterna - Capítulo 19
Yoou entrou em Aethenil, o grande portão havia sido destruído. As ruas vazias, exibiam sinais de luta, com alguns corpos espalhados. A prova da passagem de Dragonslayer.
— Abatam qualquer alvo que avistarem, não façam prisioneiros — Yoou ordenava para os soldados do Exército de Libertação que o acompanhavam.
Enquanto avançavam pela cidade, ele observava casas vazias e carroças de mantimentos abandonadas nas ruas. Tudo o que não era essencial havia sido deixado para trás durante a evacuação da cidade. À medida que se aproximavam do templo da cidade, crateras começaram a aparecer, eram as marcas dos impactos dos dragões abatidos por Dragonslayer.
— Dividam os grupos, ocupem a prefeitura e os demais postos da cidade. Irei para o templo. — Os LEDs de sua roupa de Yoou brilharam em um tom azul, semelhante ao de seu cabelo.
Deixando um rastro néon para trás, Yoou correu como o vento em direção ao templo, determinado a encontrar Dragonslayer. A forte aura nas redondezas indicava uma batalha em andamento de poderes intensos.
Ao chegar no pátio central na frente do templo, viu Dragonslayer lutando sozinha contra a guarda real. Apesar de sua natureza divina e sua força formidável, ela estava em desvantagem contra os cinco guerreiros de elite. Era uma luta desigual. Todos, exceto a maga, exibiam uma aura alaranjada ao redor de seus corpos.
Ele ia interferir, porém, sentiu os pelos do seu corpo vibrar. Em um instante ele desviou do golpe conjunto de Celador e Tassarion. Yoou passou a mão em seu cabelo roxo arrepiado e soltou uma pequena risada.
— Bela tentativa… Mas espere um pouco… — Yoou exibia confiança em sua voz.
Todos os olhares se voltaram para ele quando, com um gesto rápido, retirou cinco cubos brancos de energia do interior de seu casaco.
— Surprise, Surprise — declarou ele, enquanto os cubos brancos voavam em direção aos inimigos.
Não houve tempo para qualquer um poder reagir adequadamente. Ao atingirem o chão, explodiram em uma súbita e resplandecente luz branca. Os comandantes restantes do Exército de Libertação se solidificaram diante dos olhos atônitos da guarda real. Em sincronia, cada um deles mirou sua arma contra um dos membros da guarda real.
— Renda-se, Jeidai! — Xerife apontou seu revólver para o rosto do líder inimigo. — Ou achou que eu não reconheceria você?
O espadachim, um elfo de meia-idade com cabelos negros e olhos castanhos, encarou Xerife por longos momentos, buscando em suas memórias algo que lhe lembrasse o rosto do homem.
— Quem é você?
— Cinquenta anos atrás, eu naufraguei após ser atacado por um monstro marinho. Vocês elfos, ao invés de ajudar, me deixaram com uma herança eterna que nem mesmo Erobern pode consertar. — Xerife mostrou os dois tubos que entravam em seu nariz, os quais utilizava para respirar. — Agora é hora de acertar as contas.
Os elfos não demonstraram medo; pelo contrário, exibiram ainda mais convicção na vitória.
— Vocês estão justamente onde queríamos. — A maga golpeou o seu cetro no chão.
Na mesma hora, um vórtice negro se abriu sem aviso sob os pés de todos, engolindo-os e transportando-os para os túneis subterrâneos que se estendiam sob o templo. A única que escapou desse destino, foi Dragonslayer, que bateu asas antes que a gravidade a puxasse para baixo.
— Imbecis, era obvio que eles tinham algo guardado para nós — ela falou ao ver o buraco fechar abaixo dela. — Agora só me resta destruir esse patético templo em honra da minha mãe.
A princesa caminhou pelo pátio, agora vazio, e subiu as escadarias de mármore que levavam até o templo. Ela aproximou-se da grande porta e a abriu desconfiada, ouvia alguém entoando cânticos de oração.
A luz do sol penetrava pelos vitrais, complementada pelo brilho das velas e o aroma intenso do incenso, oferecido em homenagem à deusa. O perfume trouxe à Dragonslayer uma enxurrada de emoções, despertando lembranças de sua infância: o rigoroso treinamento na cidade celestial e as broncas severas de sua mãe.
Ela balançou a cabeça, seu foco deveria ser a batalha, e não lembranças de tempos passados. Ao voltar a realidade, uma esfera branca de pura energia a atingiu no peito e a lançou contra uma coluna.
Atordoada, Dragonslayer se levantou, procurando pelo agressor. Dessielle era a fonte do ataque, ela estava de pé diante do altar, suas mãos irradiavam uma intensa luminosidade.
— O que faz aqui, criatura blasfema? — Dessiele levantou as mãos e arremessou uma segunda esfera.
— Eu sou Maria, princesa do Império, filha de Erobern, conhecida como Dragonslayer. — Ela usou sua espada para se defender do ataque. — Esta construção desafia a lealdade do Império e deve ser destruída. Os deuses estão mortos, vítimas de Godslayer, uma prova de que apenas Erobern é eterno. E quando o messias da escuridão se revelar, o Império se erguerá sobre o mundo, a lua negra será eterna.
— Esperam seus messias por seis mil anos e até hoje ele nunca apareceu… — zombou Dessielle ao conjurar mais uma esfera.
— Nosso messias das trevas nos libertará da influência corrupta de minha mãe. — A princesa avançou contra a sacerdotisa.
Dessielle segurou a lâmina com apenas uma mão. O orgulho de Maria desapareceu, substituído por dúvidas.
— Maldita! Minha mãe lhe concedeu uma bênção de nível seis?
— Minha fé supera sua maldição!
Dragonslayer notou uma dezena de sacerdotisas de graus inferiores no segundo andar do templo, em posição de prece.
— Vou acabar com todos vocês, pela minha honra e pela honra de meu pai!