Isekai Corrupt - Capítulo 5
A dor intensa já havia se dissipado, permitindo-me levantar novamente após acordar.
“Que droga…” pensei.
“Ótimo, você despertou. O que acha de testar suas novas capacidades físicas?” disse Md em minha mente.
Mesmo que a dor tivesse passado, eu ainda recordava vividamente a sensação anterior e o quão dolorosa foi. Seria necessário suportar aquela dor sempre que utilizasse a habilidade?
— Você é desumana, sabia? Que sensação ruim… — comentei, erguendo-me apoiado em uma parede.
“Bem, eu não sou humana. Minha raça é diferente da sua, mas acredito que você vai se interessar pelo resultado do seu pequeno treino, então, vamos?” Ela insistiu.
Concordando mentalmente, decidi seguir suas instruções. Afinal, já havia enfrentado a dor, então não havia mais nada a fazer quanto a isso.
Md ordenou que eu saltasse até o topo de um edifício à minha frente, o que me fez erguer uma sobrancelha, desacreditado.
— Pular?! Até ali? — questionei, examinando o topo da construção, uma altura anormal para alcançar com apenas um salto.
Observando o edifício de baixo para cima, estimava que teria entre 8 e 10 metros de altura. Pular até lá parecia completamente fora da realidade.
“Você já presenciou diversas coisas até aqui que foram fora da realidade, não? Então pare com o senso comum do seu mundo,” disse Md.
Também me repreendi interiormente. Esquecera que meu senso de outro mundo poderia atrapalhar minha adaptação neste novo ambiente. Era crucial abandonar as premissas antigas para prosperar nesse reino mágico.
Aceitando as instruções de Md, agachei-me, concentrei força em minhas pernas e lancei-me num salto, mirando alcançar o topo do edifício. Surpreendentemente, não apenas alcancei, mas ultrapassei-o, elevando-me metros acima do chão.
“Incrível…” pensei, observando os vários edifícios da cidade central lá embaixo. Ao aterrissar no topo do edifício, senti uma mistura de êxtase e realização.
— Uau! Isso foi… incrível! — exclamei, cerrando os punhos em animação.
“Sua capacidade física aumentou bastante. Parabéns.”
Não era apenas o salto; todo o meu corpo havia experimentado uma transformação. Reflexos, agilidade, força — todas as habilidades que antes eram medíocres tinham experimentado um aumento tremendo em apenas alguns minutos.
— Quero testar mais disso! — exclamei, meus olhos buscando algo para desafiar minhas recém-descobertas habilidades físicas.
Lancei-me sobre as construções da cidade, correndo pelos telhados, saltando de uma estrutura para outra. A adrenalina pulsava enquanto alcançava beiradas e movia-me agilmente, realizando saltos ousados e aterrissagens controladas.
— Uhuuuuuu! Que foda! — exclamei, percebendo a amplitude de minhas novas habilidades ao saltar entre construções com uma destreza antes inimaginável.
Continuei pulando de construção em construção, relembrando o sentimento de realização que experimentei quando consegui resolver uma complicada equação matemática. A sensação de conquistar algo que antes estava fora de meu alcance era incrivelmente estimulante.
— Md, quero testar minha força. Claycius mencionou criaturas e animais poderosos. Será que consigo encontrar algum? — perguntei.
“Provavelmente em alguma floresta, talvez você encontre algo desafiador por lá.”
Procurei uma floresta do topo de um edifício, sabendo que há várias delas nos arredores da cidade central. Encontrei uma densa floresta com árvores gigantescas e robustas, ultrapassando em altura até mesmo os edifícios da cidade.
Corri em direção à floresta e adentrei-a sem medo, minha nova capacidade física proporcionava confiança suficiente para explorar o local sem temer ataques de criaturas selvagens.
“Onde estão os animais?” questionei, andando por vários minutos dentro da floresta.
“Você está exibindo uma vontade de caçar tão grande que está afugentando os animais fracos. Eles se sentem intimidados com sua presença esmagadora,” debochou Md.
Algumas instruções de Md foram passadas para mim, ensinando-me a controlar minha vontade e a ocultar minha presença na floresta. Aos poucos, me acostumei e consegui me aproximar de animais pequenos.
“Isso é incrível…” pensei, animado, mas mantendo-me tranquilo e sereno.
Um urso surgiu na minha visão, virando-se para encarar-me. Fiquei surpreso, pois nenhum animal na floresta havia percebido minha presença antes. O urso marrom continuou encarando-me, e sons incompreensíveis foram inicialmente emitidos pelo urso, evoluindo para risadas. Não conseguia entender o que estava acontecendo até que os barulhos se transformaram em palavras.
— Quem é você, inseto? — questionou o urso, sua voz ressoando como trovões distantes, surpreendendo-me com a capacidade da fera de se comunicar na língua humana, e sua imponência vocal ecoou como um julgamento.
Animais poderosos eram capazes de aprender, e este urso demonstrava não apenas inteligência, mas também uma fluência surpreendente na língua dos homens. Mantendo minha determinação de caçar, respondi com uma voz firme:
— Você deve ser forte.
Um sorriso de deboche se estampou no rosto do urso, acompanhado por um olhar de superioridade que emanava uma confiança impenetrável.
— Filhote de homem, não sabe o nível da tolice que cometeu ao adentrar o meu território — declarou o urso em um tom ameaçador, sua voz reverberando como um rugido distante.
Então, o urso imitou-me, enviando uma onda de intenção assassina que se chocou contra a minha confiança. Meu corpo, treinado e aprimorado, reagiu com sutileza aos sinais do perigo iminente. A tensão no ar era palpável, e percebi que não estava lidando com um mero animal; estava diante de uma criatura tão poderosa quanto eu.
— Vou guiá-lo pelos sombrios corredores da morte, humano — proferiu o urso, suas palavras carregadas de um eco ameaçador que reverberava na escuridão.
Seus passos eram lentos, deliberados, cada uma de suas patas tocando o solo como um presságio sinistro. O felino se aproximava, e sua presença imponente parecia distorcer o próprio tecido do ar.
Seu pelo, negro como a noite, refletia uma malevolência profunda, enquanto seus olhos, faiscando com uma luz sobrenatural, transbordavam uma inteligência selvagem.
Cada movimento do urso carregava consigo uma aura de perigo iminente, como se ele fosse uma encarnação viva da própria morte, despertada para cumprir um destino sombrio.
Sentindo o peso da mortalidade, recuei involuntariamente, meu coração batendo em um ritmo descontrolado.
A floresta ao redor parecia ter silenciado, como se até mesmo os ventos temessem perturbar o momento tenso que se desenrolava entre o predador e sua presa.
E naquele instante, a linha entre a vida e a morte tornou-se tênue.