Isekai Corrupt - Capítulo 6
A iminência da morte agarrava meu coração, cada passo do urso reverberando como o eco de meu destino inevitável. À medida que a enorme pata do animal avançava, eu retrocedia com a mesma velocidade, meus olhos refletindo a angústia diante da fera colossal.
Num rompante de fúria, o urso quebrou o ritmo previsível, lançando-se sobre mim com uma ferocidade digna de lendas. Por uma fração de segundo, a agilidade aprimorada foi minha única salvação, permitindo-me desviar por um triz.
A colossal força do urso encontrou seu oponente inesperado em uma árvore da floresta, que se partiu ao meio com um estrondo ensurdecedor, liberando nuvens de poeira que pairaram no ar.
O urso, imperturbável, virou-se para mim com um olhar rubro de pura malevolência. A intenção de matar emanava de seus olhos como chamas vorazes, criando uma atmosfera carregada de tensão e perigo iminente.
Sua presença avassaladora afugentava os animais menores, que fugiam em desespero, reconhecendo instintivamente o perigo que se desenrolava diante deles.
Em meio ao caos, compreendi que precisava de um golpe preciso, uma estratégia que pudesse desmaiar ou distrair a besta colossal tempo o suficiente para possibilitar minha fuga. A criatura era uma força da natureza, demasiadamente poderosa para ser confrontada diretamente no estado atual.
Após uma análise do urso, Md, meu conselheiro, buscou uma comparação que pudesse traduzir a disparidade de forças de maneira clara.
“Se for para comparar suas forças, ele está em um nível de ameaça 30, enquanto você está abaixo dele, no nível 20,” afirmou Md, injetando uma dose de tensão em suas palavras.
A disparidade de 10 níveis de poder atingiu-me como uma revelação cruel, deixando-me ainda mais nervoso diante da crua realidade da situação. A distância entre cada nível representava um abismo intransponível em termos de habilidade e força.
Enquanto corria pela floresta em desespero, a respiração ofegante ecoava entre as árvores. Ao olhar para trás, um calafrio gelado percorreu minha espinha ao vislumbrar o colossal urso em sua perseguição implacável, quase alcançando-me com cada passada poderosa.
Usando as árvores como aliadas, saltava de uma para outra, impulsionando-me com destreza sobre as ramificações que surgiam sob meus pés.
De repente, uma árvore maior e mais robusta surgiu à frente, e um ataque de garra do urso veio em direção a mim, visando um corte mortal em minha barriga.
Com reflexos aguçados, dobrei meu torso para trás, apoiei as mãos no chão e executei uma cambalhota fluida para trás. A precisão do movimento foi admirável, permitindo-me aterrissar em pé, onde, com toda a minha força, desferi um soco devastador na árvore gigante.
A colossal madeira cedeu, desabando com estrondo no chão, levantando uma neblina de poeira e areia que obscureceu a visão ao redor. Aproveitando a oportunidade, misturei-me às sombras, ocultando minha presença enquanto buscava escapar da mira do urso.
Meus olhos inquietos lançavam olhares nervosos para trás, temendo a perseguição implacável da fera enquanto me afastava.
“Preciso sair daqui agora! Não posso acreditar que fui tão completamente ofuscado… quanta arrogância a minha…” pensei, uma onda de autorreflexão permeando meus pensamentos enquanto fugia pela floresta, deixando para trás a desafiadora trilha que o urso agora devia percorrer.
A revelação de que uma força imponente não garantia segurança em um mundo repleto de criaturas igualmente poderosas foi como uma pedra fria lançada na consciência.
A confiança excessiva, resultado da força recém-adquirida, transformou-me em uma presa quase indefesa diante do formidável urso. Essa experiência se tornou uma lição gravada profundamente em minha mente, corpo e alma, um alerta que reverberava em cada fibra de meu ser.
Enquanto corria a toda velocidade, refletia consigo mesmo sobre o quão perto esteve de perder sua segunda e talvez última chance de vida. A arrogância que o havia envolvido quase custou caro, mas reconheci o erro e prometi a mim mesmo ser mais cauteloso em minhas futuras ações.
A sensação de sorte que me acompanhou nesse momento crítico se transformou em uma determinação renovada para enfrentar os desafios com humildade e prudência.
Finalmente emergindo da densa floresta, caí de joelhos na grama suave das planícies próximas à cidade central. Um suspiro de alívio escapou de meus lábios, enquanto a sensação de perigo gradativamente se dissolvia. A relva acolhedora sob meus joelhos proporcionava um descanso bem merecido.
“Ahhhhh…,” murmurei, entregando-me ao relaxamento completo, a exaustão e a tensão acumuladas se dissipando gradualmente.
Md, que me acompanhava em minha jornada, quebrou o silêncio com uma pergunta perspicaz.
“O que achou da sua primeira experiência de quase morte neste mundo?” indagou.
— Cala a boca, por favor… só me deixa descansar um pouco. — murmurei, meu antebraço cobrindo a testa enquanto respirava pesadamente.
A noção de ter entrado na floresta como caçador e saído como uma frágil presa indefesa ecoava em minha mente, fazendo-me refletir sobre a fragilidade de minha existência nesse mundo desconhecido.
— Eu vou ficar mais forte, e vou vencer esse urso! — exclamei, meus olhos fechados, a determinação ecoando em minhas palavras como um juramento solene
.
A primeira batalha no novo mundo se revelou um desafio suficientemente árduo para me levar a vislumbrar a própria morte de perto. Após acalmar-me, agradeci mentalmente ao destino por ter me confrontado com essa dura realidade a tempo de corrigir um possível mau hábito no futuro.
Com um sorriso no rosto, ainda deitado e com a respiração controlada, refleti sobre o mundo perigoso ao meu redor.
A jornada que estava apenas começando prometia desafios imprevisíveis, mas a lição aprendida na floresta se tornou um farol de sabedoria.