Isekai Corrupt - Capítulo 7
Dois dias transcorreram desde a minha audaciosa incursão na densa floresta ao norte da cidade central. Esses dias foram notavelmente produtivos para mim, já que consegui um modesto emprego na coleta de ervas medicinais.
A Lotyriaria.
Uma planta peculiar que prosperava nas proximidades da floresta ao norte, surgia anualmente, apresentando-se como uma oportunidade valiosa para mim.
Meu empenho na colheita dessa planta rara não apenas me proporcionava uma renda modesta de 7 moedas de bronze por entrega, mas também despertava o interesse de lojas locais.
Ao estabelecer parcerias com algumas dessas lojas, encontrei um caminho mais promissor. Ao invés de realizar entregas independentes, comecei a coletar as valiosas plantas para estabelecimentos específicos, o que gerou um aumento considerável em meus ganhos. A minha reputação como coletor competente começou a se espalhar, atraindo a atenção de outras lojas que também desejavam os benefícios das Lotyriarias.
Essa mudança estratégica não apenas garantia uma renda mais estável, mas também oferecia a chance de construir relações comerciais sólidas.
Enquanto me dedicava à coleta de ervas, o mundo ao meu redor, cheio de desafios e oportunidades, começava a se revelar, mostrando que a sobrevivência e o sucesso nesse novo ambiente dependiam tanto da astúcia nos negócios quanto da bravura nas batalhas.
A floresta, apesar de atrair aventureiros em busca de desafios e riquezas, era um terreno perigoso para aqueles cujos níveis de habilidade não ultrapassavam o patamar de 5 ou menos. Mesmo os animais mais fracos, que normalmente permaneciam nas bordas da floresta, podiam se tornar ameaças mortais para seres humanos comuns, caso detectassem seus odores característicos.
Contratar aventureiros diretamente da guilda para a coleta de plantas tornava-se uma opção onerosa, uma vez que a guilda impunha um imposto sobre os trabalhos divulgados. Apesar de não ser uma taxa exorbitante, muitos já começavam a se queixar desse encargo.
A minha habilidade em coletar informações provou ser crucial para o meu sucesso nesse empreendimento inicial.
Ao estabelecer conexões com mais de 12 lojas, eu garantia uma demanda constante por minhas habilidades de coleta de plantas medicinais. A peculiaridade das Lotyriarias, ao brotarem em grande quantidade quando finalmente cresciam, permitia que eu cumprisse uma variedade de pedidos diariamente.
No entanto, eu era perspicaz o suficiente para compreender que essa fonte de renda não seria eterna. Buscando uma maneira de garantir minha subsistência a longo prazo, eu tomei uma decisão significativa em meu terceiro dia nesse novo mundo: tornar-me temporariamente um aventureiro.
O universo dos aventureiros se desdobrava diante de mim, revelando um sistema estruturado de missões e promoções. As tarefas que esses intrépidos exploradores realizavam variavam desde caçar criaturas específicas até a defesa de vilarejos contra assaltos incessantes de bestas selvagens e monstros de outras raças.
Ao me inscrever na guilda de aventureiros, iniciei minha jornada no modesto rank bronze. Esse era o ponto de partida para aqueles que se aventuravam no desconhecido, buscando desafios e recompensas em um mundo cheio de perigos.
O caminho para ascender nos ranks não era simples. Ao completar missões e aprimorar minhas habilidades, eu poderia requerer uma promoção, sujeita à avaliação e discussão pelos gerenciadores da guilda.
Caso fosse aceito, alcançaria ranks mais elevados, ganhando acesso a missões mais difíceis e, consequentemente, a recompensas mais substanciais.
Os ranks estabelecidos pela guilda eram uma hierarquia que refletia não apenas a habilidade do aventureiro, mas também sua experiência e contribuição para a comunidade. Os diversos níveis incluíam Bronze, Prata, Ferro, Ouro, Diamante, Obsidiana, Mirtil e Adamantite.
Cada promoção representava não apenas um avanço em termos de dificuldade de missões, mas também uma ascensão social, com a popularidade do aventureiro crescendo junto com seu rank.
Ser respeitado entre as massas, ter o reconhecimento da guilda e a possibilidade de assumir tarefas mais desafiadoras eram as recompensas por trilhar o caminho do aventureiro.
A atendente da guilda de aventureiros conduziu-me através dos procedimentos de inscrição, passando-me um folheto que exigia minha assinatura. Com um gesto decidido, deixei minha marca no papel, entregando-o novamente à atendente, que, com eficiência, o carimbou e arquivou em uma gaveta.
— Está tudo pronto, aqui, tome seu cordão de identificação de aventureiro.
Em minhas mãos, recebi o cordão, uma peça que transcendia a simplicidade de um acessório comum. O cordão não apenas identificava minha condição de aventureiro, mas, por meio de seu material, indicava o rank a que eu pertencia. Uma pequena placa de bronze pendia do cordão, exibindo com orgulho o título “Aventureiro Ivan.”
A parede da guilda, repleta de missões disponíveis, se estendia diante de mim. Uma vastidão de oportunidades, algumas papéis sobrepondo outros, delineava os desafios que esperavam pelos aventureiros. A busca por uma tarefa que oferecesse uma boa compensação financeira, sem sacrificar demasiado tempo, instigava-me a refletir sobre minha estratégia.
“Como posso maximizar meus ganhos?” pensei, fixando os olhos no mural de missões. Entre as inúmeras opções, a busca pela tarefa perfeita, que equilibrasse recompensa e eficiência, tornou-se um desafio.
A busca por segurança tornou-se a bússola orientadora para mim, impulsionando-me a traçar estratégias e conquistar meios de proteção em um mundo onde a linha entre a vida e a morte era muitas vezes tênue. O eco da morte, testemunhado de perto, reverberou em minha mente, incitando-me a agir com cautela e determinação.
Optar por me tornar um aventureiro não era apenas uma escolha de profissão perigosa, mas sim um meio de adquirir experiência de combate e conhecimento mais profundo sobre o mundo que agora chamava de lar. A segurança que eu almejava não era apenas física, mas também a sensação de dominar os desafios que se apresentavam em meu caminho.
Consciente de que a segurança se constrói através de pequenas vitórias acumuladas, focava em conquistar elementos essenciais para minha proteção.
O dinheiro desempenhava um papel crucial, não apenas para atender às necessidades básicas, mas também para adquirir itens que contribuíssem para minha discrição e segurança.
Com os ganhos provenientes da venda de ervas, investi em roupas que não atrairiam atenção indesejada.
Algumas poucas proteções foram adquiridas, e uma espada simples, embora minha habilidade no manuseio da lâmina estivesse em desenvolvimento contínuo. O feitiço único, utilizado diariamente, ampliava minhas capacidades físicas e maestria em combate com espadas.
No entanto, compreendia que a segurança não se limitava a bens materiais. O poder físico também era um componente crucial. Sem subestimar minha crescente força, persistia em meu treinamento diário, reconhecendo que, no mundo desafiador que me envolvia, a força era um aliado indispensável para proteger o que considerava meu.
Cada dia de prática e aprimoramento era um passo na construção da segurança que eu buscava arduamente em meu novo lar.
“Ao invés de pegar uma missão de caça, que tal explorar uma masmorra? Pelo que parece tem uma que já foi um pouco explorada, mas não completamente,” sugeriu Md, ecoando em minha mente a sincronia de Ivan.
Acolhi a ideia, pegando o papel da missão e examinando os detalhes. A masmorra, recentemente descoberta, já havia sido parcialmente explorada por aventureiros corajosos. Contudo, uma sala impedia o progresso, pois continha um veneno tóxico que se mostrou um obstáculo intransponível para os exploradores desprovidos de feitiços e itens antiveneno.
“Será que existe alguma relíquia que anula o efeito de veneno?” indaguei, ponderando sobre estratégias.
“Minhas informações sobre este mundo são escassas também, mas eu diria que a possibilidade é alta,” respondeu Md, injetando uma nota de otimismo na consideração.
— Tive uma ideia — anunciei.