O Alquimista - Capítulo 1
Prólogo
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Eu olho ao redor, e a cena que vejo são os corpos dos meus amigos espalhados pelo chão, o que sinto é o forte odor de sangue misturado a umidade da neblina, quem acreditaria que teria um monstro dessa magnitude aqui. Não consegui salvá-los… não pude me mexer… os vi serem esquartejados e clamarem pela minha ajuda enquanto aquela coisa os olhava com um sorriso, me lembrei de tudo que nós passamos juntos, seus sorrisos, família, amigos e amores, ao mesmo tempo em que chegara minha vez, a hora em que conheceria meu destino.
~passos~
E nesse momento, surgiu um homem do meio da neblina com vestes desgastadas, que estava indo em direção ao monstro enorme, ao ver o intruso indesejado a expressão de prazer logo mudou para uma raiva incontrolável, era como se tivesse atrapalhado sua diversão. Consequentemente tentei avisá-lo do perigo iminente, mas em resposta aquele cara sacou suas mãos e nelas se formaram círculos mágicos, o ar começou a ficar denso e a terra começou a tremer como se estivesse viva, gumes de terra saíram do chão e começaram a se mexer e no indo direto ao monstro e no meio do trajeto os gumes logo se transformaram em lâminas metálicas afiadas, e num piscar de olhos aquele monstro enorme foi dilacerado por aquelas lâminas dançantes.
Depois de ver aquilo, a pressão que o homem emanava era tão sanguinária, ao ponto de não conseguir manter minha respiração, eu podia jurar que esse cara era muito mais perigoso do que o monstro, mas mesmo com tanto medo eu devia falar algo afinal estou vivo por causa dele, porem no minuto em que decidi soltar a voz, ele já não estava mais lá…
✵✵✵
Obs
O prologo mostra o ponto de vista de um figurante, a história será escrita com uma narrativa em 3º pessoa
Capitulo 1
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Em uma sala de aula, na qual a maioria dos alunos apresentam desânimo e apenas o som dos canetões escrevendo podem ser ouvidos, explicações e fórmulas químicas ocupam o branco da lousa, até que uma voz rompe o silêncio.
— Professor Miguel, isso tudo vai cair na prova? Eu estou cansada de copiar! — desabafou uma aluna sentada no fundo da classe.
Miguel o professor possuía uma cor roxa em volta de seus olhos e tinha 26 anos e uma altura de 1,63 m, desde pequeno sempre amou química, e toda vez que começava a explicar se perdia em meio dos seus pensamentos e ficava hipnotizado, que consequentemente após ser questionado acabou voltando a realidade e respondeu a garota.
— Ah! Mil desculpas, eu me empolguei e escrevi mais do que devia, e sim isso vai cair na prova senhorita Luísa.
— Vocês já sabem o que a química orgânica estuda, certo?
— Sim — respondeu a classe em uníssono.
— Ótimo, então como temos dez minutos antes da aula acabar, copiem o que falta e estão liberados para sair.
Assim que liberou toda classe, Miguel começou a guardar seu laptop e os canetões na bolsa, e saiu da sala indo em direção à sala dos professores, enquanto pensava.
“Merda, eu fiz de novo, toda vez que me empolgo eu desligo e não vejo o tempo passar, desse jeito vou ser visto como um professor horrível”
— Miguel? Você está bem? Parece muito pensativo…—indagou com preocupação em seus olhos
Pego de surpresa por Lívia sua colega de trabalho, logo se ajeitou e começou a encará-la procurando por uma resposta apropriada, e respondeu.
—Sim, estou bem, só estava pensando no que comer quando chegar em casa.
Eles começaram a conversar enquanto caminhavam, porém se despediram ao chegarem na sala dos professores, Miguel logo começou a arrumar o material em seu armário, depois despediu de seus colegas e estava pronto para sair daquela universidade, como não tinha nenhum veículo ele precisava ir de ônibus pra casa que ficava muito distante. Alguns minutos depois, Miguel desceu num ponto perto de sua casa e começou a ir em direção ao prédio.
“Hah! Estou muito cansado, vou só fazer um lámen e me preparar para dormir”
Depois de um dia muito cheio, Miguel estava exausto, afinal o número de dúvidas que ele respondeu em uma turma com mais de 60 alunos foi muito grande, não esperava a hora de tomar um banho relaxante e comer um pouco. Ao chegar no prédio, começou a subir as escadas até seu apartamento, foi quando uma dor de cabeça repentina o atingiu, fazendo-lhe parar a subida incessante.
“Ai! Minha cabeça parece que vai explodir!”
Sem demora ele voltou a subir, queria chegar logo em casa para tomar um remédio para dor de cabeça, e assim que chegou abriu a porta apressadamente, indo direto para o seu quarto onde estava a cômoda, não perdeu tempo abriu a gaveta pegou um comprimido e o engoliu em um movimento rápido, se deitando depois do processo. Logo após um tempo quando a dor foi aliviada, Miguel resolveu levantar e colocar o lámen para fazer, decidindo tomar um banho enquanto esperava.
Ao se retirar do banheiro, o cheiro delicioso invadia a sala, o lámen estava no ponto ideal e se mostrava irresistível, então se apressou e começou a se servir e vendo aquele vapor ele não resistiu, começando a levar a comida para sua boca, o sabor se espalhou e a textura o deixou com ainda mais vontade, em poucos segundos o prato estava totalmente limpo.
— Eu não sei o que aconteceu enquanto eu estava no banho, mas eu nunca provei um lámen igual a este!
Como Miguel estava satisfeito, tinha de se preparar para aula do próximo dia, mas ao abrir seu laptop para fazer o plano de aula, a tela começou a piscar repetidamente, ele desligou e ligou porém o problema continuava e pensou ser a bateria, assim Miguel decidiu colocar o laptop para carregar, ao ir para sala percebeu que tudo que era eletrônico começou desligar, mas mesmo assim deixou de lado pensando que era apenas uma queda de energia, o que era comum na região onde morava. No momento em que ele voltava para o quarto, foi surpreendido por uma tontura estranha, e mesmo se esforçando para manter-se de pé não resistiu…
— Mas que… porra… é ess…— falou perdendo a consciência.
Miguel ao perder o equilíbrio caiu de costas, enquanto sua visão enfraquecia lentamente e sentia o frio vindo do chão, feixes de luzes estranhos começaram a sair do teto, brilhando em várias cores, enquanto começavam a abraça-lo seu corpo, um sentimento quente e confortável começou a envolvê-lo, como se fosse um abraço de mãe, assim seu último resquício de consciência se esvaía.
Assim que sua consciência começou a voltar, a coisa que lhe veio à mente foi tentar abrir os olhos, mas ao abri-los ficou atônito ao ver aquele cenário deslumbrante, o local onde acordara não era seu apartamento bagunçado, mas sim uma bela paisagem, onde era infestado de árvores grandes e robustas e tinha um rio onde água era tão cristalina ao ponto de conseguir ver o fundo claramente.
Entretanto, ao sair do transe, Miguel começou a organizar os pensamentos e dúvidas, tentando entender como foi parar nesse local estranho.
“O que aconteceu? Como vim parar aqui?” se perguntava intrigado “Vamos organizar os fatos, eu estava no meu apartamento, com uma dor de cabeça terrível, teve um pane na eletricidade que foi quando me senti tonto e cai, o que foram aquelas luzes estranhas, elas estavam se envolvendo no meu corpo, espera, o que aconteceu com meu corpo!?”
Nesse momento com um pensamento rápido como um raio que o deixou preocupado, o que tinha acontecido com seu corpo após aquela suposta luz o envolver, Miguel correu apressadamente para perto do rio querendo conferir se seu corpo estava bem vendo seu reflexo, mas o homem que via não era como se lembrava.
— Onde estão minhas olheiras? E desde quando sou tão alto? — dizia estranhando o que via, só que ao olhar para trás ficou atordoado. — Eu percorri toda essa distância em tão pouco tempo, mas não sinto nem um vestígio de cansaço!
Depois de perceber que fez algo que era impossível, Miguel percebeu que seu corpo havia mudado drasticamente, ele tinha percorrido uma distância muito grande em pouco tempo e sentia que poderia fazer isso o dia inteiro. Assim que terminou de inspecionar seu corpo Miguel decidiu olhar em volta, e nesse momento uma criatura aquática apareceu rio abaixo, era enorme e tinha um tom de azul ciano, seu pescoço era comprido seu corpo era grande e tinha nadadeiras semitransparentes.
Miguel nunca tinha visto uma criatura com tanta beleza, a forma como nadava era tão majestosa que deixaria qualquer pessoa que a visse em transe, entretanto ele percebeu que nunca ouviu falar de um animal assim e supôs que não estava em seu próprio mundo, mas era impossível, mesmo sendo formado em química ele também era muito bom em física, portanto sabia que transmigração entre mundos era algo sem base alguma, a menos que outra variável estivesse presente neste fenômeno, e quando estava tentando montar um raciocínio um som peculiar começou a soar atrapalhando-o.
~shhhhhhh~
Ao ver que o som vinha da direção da estranha criatura, Miguel presenciou mais um acontecimento inédito, água estava se reunindo na boca da criatura e tinha um brilho azul anormal, foi nesse momento que ele sentiu algo estranho, um sentimento de perigo iminente como se seus sentidos dissessem que aquilo seria letal, assim que o som cessou aquela bola de água foi lançada numa velocidade insana e no meio do trajeto a bola de agua se transformou em uma lâmina no formato de meia lua, era como se estivesse em uma pressão muito alta e assim aumentando sua velocidade.
Miguel que estava completamente atordoado iria ser acertado, porém no momento antes do impacto ele se abaixou por reflexo, e a lâmina de água passou por cima de sua cabeça e atingiu uma árvore logo atrás, ao olhar para trás viu a árvore com tronco grosso cair, mas ao ver o motivo da queda fez Miguel suar frio, o caule que precisaria de três pessoas para abraçá-la estava com um corte limpo, era como se fosse uma faca cortando manteiga.