O Alquimista - Capítulo 2
Capitulo 2
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“Meu deus, se isso me acertasse…” ao pensar no que poderia acontecer, Miguel sentiu frio na espinha.
~shhhhhhh~
E depois de certo intervalo, o mesmo som interrompeu seus pensamentos, vendo que era mesma coisa de antes. Miguel queria entrar em pânico, mas ele sabia que se rendesse aos seus sentimentos perderia a capacidade de pensar com racionalidade, e começou a tecer um plano no mesmo instante.
“Se eu for acertado por aquilo eu vou morrer! Espera, essa coisa precisa de tempo para lançar aquilo de novo!” mesmo não sabendo o tempo exato, Miguel analisou elementos a sua volta, ele viu que o ambiente tinha várias arvores alguns pequenos montes e então pensou “Já sei o que fazer!”
Assim que elaborou uma forma de escapar com vida, o som tinha começado a cessar novamente, Miguel sabia que logo chegaria a hora daquela lâmina de água ser lançada de novo, e começou a correr para arvore mais próxima, a criatura foi inteligente e manteve a calma tentando manter a mira daquele ataque no humano, só que Miguel também não era burro e começou a correr em zigue zague dificultando muito para a criatura acerta-lo.
No momento em que Miguel se escondeu, a criatura fez uma expressão de deboche, pois o humano que corria dela com medo se escondia atrás de uma árvore, seu ataque anterior foi capaz de cortar uma muito mais robusta que essa, como aquilo seria capaz de protegê-lo de seu ataque? assim a criatura não poupou esforços e lançou a lâmina de água em sua direção, o impacto levantava poeira e podia-se escutar o farfalhar violento de suas folhas, quando a poeira baixou a criatura esperava ver Miguel partido em dois, mas para sua surpresa a cena que se revelava diante de seus olhos era apenas um tronco espesso caído com um corte diagonal.
Miguel, na verdade não se escondeu atrás da árvore, e sim usou ela para desaparecer da visão daquela criatura, assim que chegou atrás da dela ele mudou direção correndo por trás do pequeno relevo, fazendo-a ter um alvo falso enquanto se distanciava daquele local, seu coração bombeava sangue quente por seu corpo reabastecendo seus músculos com oxigênio, suas pupilas estavam dilatados por causa da adrenalina, ao mesmo tempo em que ofegava incessantemente.
~Haah, humph, hah…~
“Não acredito que deu certo haha! Estou vivo! agora, onde eu estou?”
Depois de ver que já estava longe daquele lugar, Miguel decidiu parar de correr ao mesmo tempo em que olhava ao redor, não queria ser descuidado de novo, afinal as criaturas nesse local eram estranhas e hostis, enquanto adentrava a floresta lentamente.
Alguns minutos se passaram, Miguel já estava sem esperança de encontrar algo ou alguém da própria espécie, pensando que não conseguiria achar abrigo a tempo, no caminho tinha visto insetos diferentes que apresentavam uma beleza incrível, depois de quase morrer para aquela monstruosidade, supôs que a beleza deve significar algo perigoso neste mundo.
Ao passar por alguns arbustos, uma casa apareceu no ambiente, pensando que poderia pedir ajuda ao dono ele se apressou, porem ao olhar de perto, viu que estava desgastada e caindo aos pedaços com plantas crescendo entre as frestas das tábuas, já não estava mais em condições de abrigar alguém, depois de descobrir que não conseguiria ajuda, decidiu profanar a velha casa.
~ranger de portas~
Abrindo a porta já enferrujada, a poeira acumulada começara a se misturar no ar, trazendo também a dificuldade de respirar, vendo o ambiente totalmente abandonado. Olhando o local, viu vários objetos, roupas e móveis que estavam parados a muito tempo sem nenhum indício de toque, Miguel começou a pensar no que podia ter acontecido.
~cof, cof, cof…~
“Nossa, tem muita poeira, aposto que ninguém esteve aqui a meses, como é uma casa isolada provavelmente o dono morreu”
Miguel começou a explorar a casa, começando pela sala, nela havia uma estante de livros, eles tinham uma capa de couro e folhas amareladas e seu conteúdo estava em um idioma estranho com letras que nunca tinha visto, mas ao lado tinha uma mesa e uma cadeira feitos de madeira com algumas anotações em cima, que o fez pensar que o dono da casa morava sozinho e também era estudioso, adentrando no quarto tinha uma cama simples que tinha panos confortáveis e logo ao lado um criado-mudo.
Miguel com curiosidade examinou as gavetas do criado-mudo, nelas haviam vários pequenos cadernos em branco e vários instrumentos de escrita, mas olhando mais embaixo viu uma coisa, era um bracelete de cor preta um pouco gasto, ao toca-lo começou a se sentir um pouco estranho, como se uma energia diferente começasse a subir pelo braço e se espalhar por todo o seu tórax indo da ponta do fio de cabelo até o pés, como se o bracelete fosse a fonte disso, ele estava confuso se perguntando se isso era realmente possível, só que inesperadamente o bracelete se desmontou e se montou em volta de seu pulso, deixando Miguel surpreso.
~ding ding~
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Novo Usuário Detectado
Avaliando Estatísticas…
Avaliando perfil…
Concluído!
Perfil do Usuário
Nome: Miguel dos Santos
Idade: 26 anos
Raça: Humano
Afinidade Magica: Alquimia
Estatísticas
Força: 13
Agilidade: 15
Destreza: 10
Capacidade Mana: ?????
Habilidades
Habilidades de Equipamento:
Passivas:
Tradução (Max)
Ativas:
Avaliação de Estatísticas (Max), Aprendizagem Aprimorada (Lv. 1)
Itens
Bracelete durabilidade: 150/160
Camisa de poliéster durabilidade: 10/15
Calça de tecido sintético durabilidade: 10/15
Cueca box durabilidade: 5/15
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—Magia!?
“Pensando bem, como aquela coisa lançaria ataques de água daquela magnitude?”
Um brilho apareceu em seus olhos, mesmo depois de ter quase morrido naquele combate, Miguel descobriu algo novo, era a sua paixão por aprender coisas novas, ele só se sentiu assim uma vez que foi quando conheceu a química, seu coração batia mais forte a cada segundo o fazendo ficar ainda mais ansioso pelo que a magia poderia fazer.
Voltando sua atenção para o sistema à sua frente, Miguel analisou as estatísticas listadas, não sabia nada sobre magia então supôs que o bracelete analisava o status do corpo em tempo real e convertia em números, olhando com mais atenção para as estatísticas viu que sua mana tinha interrogações, era como se o item não conseguisse ver o valor exato, mudando sua atenção para seu perfil, não sabia dizer o que significava a classe alquimista e tudo que vinha a sua mente era as histórias fantasiosas de pessoas tentando transformar qualquer outro elemento em ouro, não conseguia ver logica nisso pois sabia que na natureza era impossível transmutar qualquer tipo de matéria.
Depois de pensar que era impossível fazer algo do gênero, voltou a investigar o seu perfil, seu nome e idade estavam certos, mas o que lhe chamou a atenção foi sua raça e afinidade magica, afinidade magica era algo novo e não sabia o que significava pensou então que precisava de algum teste para dizer qual seria a sua, a outra estava certa pois ele é humano mas para algo como raça aparecer no sistema deduziu que além da humanidade existiria outras com o mesma capacidade de pensar e agir racionalmente.
Tendo conclusões sobre seu perfil, decidiu investigar agora as habilidades e itens, mas não sabia como seria uma habilidade tudo que lhe veio à mente foi a lembrança daquela lâmina de água que foi lançada em sua direção, já os itens mostravam tudo que ele usava em seu corpo e sua durabilidade, o que mais lhe chamou atenção foi o bracelete que tinha algo incomum e desconhecido, tinha duas habilidades uma delas era avaliação de estatísticas que era obvio o que ela fazia já outra era tradução, mas o que ela traduzia?
Depois de chegar a uma conclusão, Miguel voltou á sala onde estava a estante, pensando se era realmente possível, com todo cuidado puxou um no meio dos vários livros enfileirados, e com um pequeno suspiro a poeira que estava estagnada na capa saia aos montes e se espalhava no ar. Parando de encarar o livro, decidiu então abri-lo.
Com certo medo de não conseguir nada, olhou para as folhas e sua escrita, nada havia acontecido… decepção nos olhos abaixou o livro e levantou o rosto olhando para o teto pensando “Eu sou idiota por acreditar em algo tolo como magia.” no entanto alguns segundos depois uma voz cortou seu pensamento.
Tradução concluída!
Quando essa frase soou em sua mente, rapidamente olhou para o livro com pressa para conferir, abrindo-o novamente, ao olhar com atenção para a o título na primeira página, arregalou seus olhos, os caracteres estranhos começaram a se mexer trocando de lugar um com os outros tomando uma forma totalmente diferente, revelando palavras que Miguel consegui entender, deixando-o fascinado com que dizia.
“Clay Nordson,
O Arquimago”
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