O Fim do Alvorecer - Capítulo 2
Era manhã, os raios de sol permeavam a cidade, iluminando-a por completo quando Victor abriu os olhos. Sua visão estava turva, seu corpo tão detubiante que mal conseguia erguer-se. Seus olhos percorreram o ambiente lentamente, observando diante de si mesas desocupadas. Ao lado da janela, à direita da porta de entrada, estavam os bancos que, algumas horas antes, eram ocupados por bardos e trovadores, entoando poesias alegremente. Agora, porém, encontravam-se vazios, em meio ao silêncio reinante.
Não restava muito mais vestígios da animada festa que ocorreu na madrugada anterior, tudo já havia sido limpo. Victor sentia-se mal, questionou-se se seus amigos o haviam abandonado para embarcar em alguma aventura nos reinos distantes, nas florestas dos elfos ou nas imponentes montanhas geladas onde habitavam os Gigantes de Gelo, ironicamente desprovidos de gelo. Talvez tivessem partido sem avisá-lo, mas a Taberna Dente de Leão era praticamente sua segunda casa naquela cidade, e sua proprietária, Marta Lins, uma mulher de extrema confiança. Ela conhecia bem aquele grupo de aventureiros e certamente teria permitido que Victor descansasse um pouco mais ao amanhecer.
— Você finalmente acordou — Falou Marta.
— Senhora Lins…— murmurou com uma voz nada comum, denotando claramente seu estado debilitado.
— Você está terrível. Lara! Venha cá — Chamava por sua filha que a auxiliava na administração da taberna desde antes de se entender por gente.
E então Lara veio, uma jovem magra de aproximadamente 20 anos, pele alva, com fartos seios de enlouquecer qualquer homem em plena saúde. Entretanto, era seu rosto que desestabilizava a harmonia de seu corpo, pelo menos era essa a impressão que qualquer pessoa tinha ao vê-la pela primeira vez.
Era comum que as tabernas empregassem belas moças para servir aos clientes, estratégia que geralmente funcionava. No entanto, essa não parecia ser a razão do sucesso do Dente de Leão, o que sempre intrigou Victor e seus amigos, mas nunca chegaram a uma resposta satisfatória.
— Leve-o para a cama e permita que descanse um pouco — orientou Marta, O rapaz estava inquieto
— Onde estão os outros? — perguntou em um tom preocupado.
Seus companheiros tinham deixado um recado para ele, para que se encontrassem na sede Tigre Branco ao sol mais forte do meio dia, e Marta assim o disse. E então Lara aproximou-se de Victor, segurando-o pelo braço, enquanto ele insistia que estava bem e podia voltar para casa. Era evidente, porem, que era mentira e foi conduzido sem chance de se opor.
Ao meio dia o grupo de aventureiros já se encontravam na rua principal a qual a guilda se localizava, era larga e movimentada, de um lado a outro passavam carroças de todos os tipos e tamanhos, eram comerciantes, andarilhos, serviçais e todo tipo de pessoas tocando suas vidas e cumprindo suas obrigações. Beirando a rua, em barracas feita de madeira barata, se amotoavam o povo comum, como eram chamados os não nobres, olhando os mais diversos tipos de produtos vendidos ali, a rua central era uma verdadeira bagunça e frenesia.
Daina já se sentia encomodada com aquilo, não gostava da, em suas palavras, loucura que era aquele lugar. Depois de algum tempo a caminharem, finalmente avisitaram ao longe uma grande torre e em seu topo, uma enorme estátua de um tigre branco com listras azuis, o animal prendia uma enorme serpente ao chão com uma de suas patas, ao redor da torre, um extenso gramado verde em formato circular e ao redor do gramado uma estrada de mármore a qual levava ao prédio da sede da Guilda Tigre Branco, a maior e mais poderosa guilda do continente.
O grupo caminhou até a entrada central do prédio, tinha uma enorme porta dupla de madeira de Eucalipto, uma madeira cara acessível apenas a nobres, por ela o fluxo de pessoas era constante, grupos de aventureiros iam e vinham, homens de todas as partes do reino também circulavam por ali. Vinham registrar ordens, era o que mantinha uma guilda e os aventureiros e o que o grupo procurava.
Daina ao entrar no salão comum, como era chamado o enorme salão que se acessava pela entrada central, procurou um lugar para sentar-se, o lugar estava lotado mais que o comun, mesmo para uma segunda-feira, continuou procurando quando ao longe escutou um grito.
— Ei Daina, aqui !
Daina olhou em direção, era Sor Erick Gender, um cavaleiro que servia como vassalo a casa Nodstar, uma das mais poderosas casas do Império, e então com um sorriso enigmático no rosto se aproximou com os outros.
— Eai Erick ?! Você tá bem ?— disse Garle, estendendo a mão alegrimente ao cavaleiro.
Sor Erick olhou por alguns segundos para a mão de Garle, com um sorriso forçado no rosto a apertou dizendo :
— estou muito bem meu amigo — E então dirigiu-se a Daina ansiosamente — O que faz aqui ?
— Essa não deveria ser minha pergunta ? — respondeu em um tom frívolo — o que o filho do Rodrick gender faz na capital ?
A dúvida de Daina era justificada, os Gender’s era homens dos mares, seus domínios eram ao leste do reino, Sor Erick tinha servido na capital como líder da guarda pessoal do concelheiro imperial por um ano, mas retornara para suas terras e casa a alguns meses.
— o que aconteceu no leste ? Ó grande cavaleiro da justiça… — falou Daina em tom irônico como se zombasse dele.
— Vim resolver alguns assuntos, e tive a feliz surpresa de te encontrar
— Dante, o que acha de olharmos os murais ? vem também garle ?
Dante, animado, aceitou a proposta de Rose de imediato, mas Garle parecia não entender o motivo do repentino convite, sentando-se na mesa de forma acomodada, recusou.
Os dois companheiros de grupo caminhavam lado a lado, em direção a parede que ficava a aproximadamente 25 metros da mesa em que Sor Erick estava.
— fala sério, aquele cara não desisti ? — a voz de Dante era de indignação porém de pena simultaneamente.
— bom, talvez falte um pouco de coragem nela pra fazer com que ele enxergue a realidade — disse Rose, enquanto inconscientemente pensava nela mesma, era exatamente esse tipo de pessoa.
— Coragem é ? Que bobagem, ela sabe o que faz, tenho certeza, raposa astuta !
— Ei Dante !
Enquanto descutiam chegaram a parede a qual contia um dos painéis de ordens, haviam muitos aventureiros, mas com algum esforço Dante conseguiu abrir um caminho, eles enfim conseguiram ver.
— como imaginava, não vai ter algo realmente útil aqui, vai ?
Eram ordens de baixo nível e pagamento, de ranking B ou inferior, as de ranking A e superior não ficavam no salão comum, e entretanto algo os chamavara a atenção.
— Dante, isso é estranho, desde quando haviam tantos goblins por essa região ?
O painel estava lotada de ordens, mais do que o comum, grande parte era sobre goblins próximos a aldeias no oeste. Aquela região do império era pedregosa e um lugar nada comum de se encontrar goblins.
—A maioria foram expedidas pela casa Dainor — disse Dante
—realmente, e o pagamento… É bem acima do que normalmente seria pra esse tipo de ordem.
— esses caras, Isso não é uma situação pontual, estão jogando a responsabilidade deles no colo da guilda. Tenho certeza que não querem remanejar tropas das cidades mineradoras ou da fronteira ao oeste, de qualquer forma, isso não é problema nosso.— Dante virou em direção a entrada principal para tomar um pouco de ar, foi quando avistou Victor, finalmente tinha chegado.
—Ele parece nada feliz, eu disse pra não deixar ele na taberna
Ignorando o comentário acusador de sua companheira, Dante poisse a andar em direcão a Victor preparando-se para gesticular para ele. Quando repentinamente houviu-se um barulho tão estridente que preencheu o salão, castiçais balançam derramando cera derretida por cima dos que abaixo estavam, evocando gritos de dor. Toda a estrutura do local extremecera, parte dos intricados vidros das janelas que se extendiam pelas paredes do prédio estilhaçaram-se acertando homens tão indefesos quanto ratos assustados, estes não eram grandes guerreiros mas apenas homens comuns. A porta central, antes tão imensa, agora parecia apertada para a multidão de pessoas que invadiram o local as pressas. do lado de fora dezenas bradavam desesperadas por ajuda enquanto tentavam entrar na guilda.
Alguns dos mais corajosos aventureiros tentavam emergir para fora do prédio para saber o que acontecera, porém morvesse contrário a multidão parecia um esforço em vão. imóveis Dante e Rose assistiam confusos o caos que se seguira