O Horror de Portsworth - Capítulo 8
PARTE 8: O INÍCIO
As pernas de Keiniz ardiam e ameaçavam falhar. Seus joelhos estavam nas últimas. Não sabia há quantas horas, dias ou semanas, ele estava acordado. Subia o túnel apenas porque não queria terminar soterrado, como todos os seus amigos. Se fosse para morrer, então que seja ao ar livre, onde poderia ser encontrado.
— A morte deles não foi em vão — o mago sussurrou para si mesmo.
— Seu fraco! — Uma boca surgiu na parede de pedra.
— Calado! — Keiniz socou a rocha, ferindo o punho e fazendo o delírio desaparecer. — Você já está morto, pai. Desapareça.
Uma boca se abriu em seu pescoço.
— O que esperava, juntando-se a esse grupinho patético? — As palavras vinham com a voz do jovem. — Queria ser menos fraco?
— Você não sabe de nada! — Keiniz pôs a mão na garganta, calando a boca.
Enquanto se aproximava da superfície, sentiu a mão no pescoço formigar. Lentamente, ela ganhava o aspecto de uma mandíbula.
— Você vai morrer, assim como todos os outros nesse mundo!
— Não vou parar… Eu quero viver… — Com muita dor e dificuldade, Keiniz se aproximava da luz no fim do túnel. — Eu vou viver…
O corpo do mago tombou para fora do moinho, contra a grama morta e a areia macia. Não havia mais névoa ou monstros. Nos céus azuis, o Sol brilhava radiante, anunciando mais um dia.
— Não se preocupe, pequeno Keiniz — sua mente disse, para si mesma. — Esse é só o início.
FIM