O Invocador Sagrado - Capítulo 7
Roan se ergueu da cama num salto e bateu com a cara no chão. Seu pulmão se retraía sem parar, o coração batia tão rápido que era possível escutá-lo.
Levantou-se e olhou ao redor, estava no quartinho na alfaiataria; a maleta perto da porta provava isso.
“Eu… como eu parei aqui?”, pensou, enquanto procurava uma maneira de desvendar aquele mistério.
Controlou a respiração aos poucos e caminhou até a janela. Tremores, seguidos por baforadas geladas, tornaram o frio insuportável.
Correntes de ar invadiram o quarto, a temperatura abaixou vários graus numa única ventania. As nuvens tapavam o céu azul e o ambiente era cheio de sombras, sem sol para iluminar a madrugada.
Desceu as escadarias com o pé apressado, mas ninguém o esperava, nem Dona Benia, nem Ravi e nem sua amiga. Mesmo depois de checar o armazém e os outros quartos, não encontrou ninguém.
“Para onde todos foram…?” Em passos lentos, saiu do estabelecimento.
Descalço, atravessou as ruas silenciosas. O posto de Toninho, a casa do senhor Bodon, o quadro de avisos, a biblioteca; todos lugares eram resquícios para espíritos atormentarem.
Como última aposta, encaminhou-se ao templo de Yondra, cujas portas estavam abertas. Pela entrada, viu uma poeira cinza espalhada pelo chão retratar diversas formas de pássaros e das fases da lua.
— Dama Alada — recitou uma mulher, ajoelhada em frente ao altar—, por favor, resguardai meu lar e teu santuário. Imploro-te, dama do dia e da noite, ampara a alma do homem atroz que causou tanta dor à tua serva e aos teus fiéis. Endireita-o para retidão, assim como consola os que ele feriu, para que a paz resida nesta terra. — Terminada a reza, ergueu-se. — Você está aí, eu sei disso.
Ela se virou, a armadura negra reluziu a pouca luz que entrava pelos mosaicos do templo. O cabelo acinzentado caiu por cima de uma capa azul e balançou com o sabre na cintura.
As orelhas pontudas e a faixa nos olhos revelavam a identidade daquela moça cercada por uma aura celestial.
— Le-lezandra…? — Roan mal conseguia falar, a surpresa e o frio fizeram sua cabeça nublar. — O que está havendo? Por que… por que você está assim? Onde estão todos?
— Foram embora. Eu os mandei para uma colina não tão longe daqui, para se refugiarem. — A elfa marchou na direção dele, as peças da armadura soltavam estalos metálicos. — Toda a vila está cercada e em quarentena, não será tão cedo que deixará de ser assim.
— Então, por que eu estou aqui? Não era para eu estar com…
— Você foi amaldiçoado — interrompeu, com a voz indiferente e séria. —, seja pelos próprios cultistas do Sexto Olho ou coisa pior. Consigo sentir de longe que a sua alma está diferente de antes, e por isso pedi a Cassandra deixá-lo aqui, enquanto eu prepararia um meio de livrá-lo desta maldição. — Ela estendeu a palma suja pela poeira cinza. — Me dê a sua mão. Agora.
Os modos autoritários da sacerdotisa o fizeram obedecer. Lezandra passou o pó no dorso da mão de Roan, o ambiente se distorceu com o toque.
Ele não conseguiu se mexer, congelou no espaço e sua percepção das cores se inverteu; o templo ficou branco e a estátua da mulher alada se transformou em um pilar de fogo.
Acima da cabeça de ambos flutuavam duas esferas, a da elfa era uma bolha d’água brilhante e a de Roan uma bola vermelha pulsante, cujas bordas escorriam um líquido rubro.
Lezandra sacou o sabre da cintura e delicadamente deslizou a lâmina pela superfície da esfera vermelha, um rastro prateado surgiu por onde percorria.
Dividiu em duas partes, uma se desintegrou, mas a outra permaneceu intacta. Ao tentar cortar a outra metade, uma faísca vermelha cintilou e a fez recuar.
O efeito se desfez, a igreja tinha voltado ao normal.
— Santa dama… — O queixo dela caiu.
— Lezandra…? — O homem deu alguns passos para trás, sua garganta se fechou. — Quente… demais…
A possessão reagiu, a vitalidade do jogador será drenada.
Chamas negras cobriram Roan, os urros de dor partiram as vidraças e seus movimentos desordenados espalharam o fogo em um incêndio infernal.
Os olhos ardiam, os cheiros eram podres, as orelhas emitiam zunidos agudos, a saliva era um ácido para a garganta e os ventos viraram agulhas que perfuravam a pele.
Lezandra tentou se aproximar, mas as barragens de labaredas não permitiram, forçando-a a recuar para perto do altar.
Sem escolha, puxou um pequeno colar debaixo do colarinho e elevou um emblema de um pássaro de asas cruzadas em “X”.
— Expulsai a alma funesta que atormenta minha terra, Expellai! — Suas palavras ressoaram no símbolo, uma aura mística surgiu ao seu redor e repeliu o fogo.
Roan correu até a saída, contudo uma barreira invisível o empurrou de volta. Fugir para as janelas também foi em vão, pois suas mãos queimavam ao tocar o pó cinza.
— Expellai! — Lezandra atravessou as chamas com o símbolo, enquanto Roan se jogou ao chão.
O fogo sombrio deu forma a um círculo nas costas dele. Longos membros finos se estenderam a partir do símbolo, rasgaram a carne e alcançaram o teto do templo.
Um monstro emergiu dali, sua pele era cinzenta e fina, a cabeça tinha o formato de flor, preenchida por grandes fileiras de dentes e um buraco no centro, por onde outra infinidade de presas se estendiam.
A criatura guinchou, as pilastras tremeram pelo som, o chão balançou e o ambiente pesou tanto ao ponto do ar nos pulmões de Lezandra desaparecer.
Porém, mesmo que um medo sobrenatural tomasse conta de sua mente, ela se manteve de pé.
— Dama Alada, me proteja…
Brandiu o sabre, pressionando o símbolo contra o peito. A lâmina ganhou um brilho prateado, seguido pelo rastro fantasmagórico.
A criatura atravessou o templo em um único salto, erguendo uma de suas longas garras para atingir a elfa.
Ela elevou sua arma, segurando o ataque por pouco, sendo arremessada para longe pelo impacto.
Colidiu contra a parede, quebrou-a e rolou pelas estradas de barro. Apoiada no sabre, cuspiu sangue pelo canto da boca e arrancou as partes estilhaçadas das placas da armadura com as próprias mãos.
“Eu preciso só de um pouco de tempo… apenas preciso sobreviver!”
O demônio lacerou a parede da igreja e por um momento procurou por sua presa. Correu em frenesi, destruindo qualquer coisa que estivesse no caminho.
Era imparável; aquela sede de sangue macabra, acompanhada de uma fome infinita, gerava um tipo de aura feral.
O medo implorava para fugir, mas Lezandra jamais poderia sucumbir aos próprios instintos. Respirava pesadamente, o corte feio na lateral e seu senso de dever a deixavam sem escapatória.
Correr seria impossível, a única chance de sair viva era lutar. Orientada pelo som dos passos do monstro, esquivou-se de raspão das unhas que ameaçaram cortá-la com um salto para trás.
A venda foi feita em trapos, deixando duas linhas vermelhas na posição dos olhos. Um punho pesado a atingiu em cheio, fazendo-a voar e o ferimento se abrir ainda mais.
A criatura destruiu as estruturas no caminho suas garras e levou consigo os pobres animais que foram deixados para trás nos currais, casas e galinheiros.
Não demorou muito para que Hirote, outrora uma vila acolhedora, virasse um campo de terror e tripas.
O demônio arrancou uma árvore do lugar, seguindo na direção da elfa que mal conseguia ficar de pé. O tronco desceu de cima para baixo, com uma força grande o suficiente para criar uma trincheira no chão.
Lezandra hasteou a espada, perfurando a madeira e suspendendo o golpe em pleno ar, mas o poder massivo do demônio a afundava aos poucos.
— Expellai! — Sua voz se tornou um trovão ao demônio, que fugiu de um brilho intenso emanado do emblema.
Guinchou, pondo-se em quatro patas e partindo para cima. Ela levantou o emblema para o alto e conjurou uma grande barreira azulada.
O demônio socou a barreira, suas garras foram derretidas por um calor intenso. Ele cercou a barreira e tentou atravessá-la com dezenas de ataques, enquanto era aos poucos incinerado por cada toque.
A pressão e as pancadas, junto dos ferimentos e da fraqueza, fizeram Lezandra cometer um deslize. Sua mente apagou num momento importante, e ao recobrar a consciência, já era tarde demais, a proteção havia caído.
O demônio estava pronto para finalizá-la, faltava um movimento para sua presa ser morta.
Porém uma esfera negra foi atirada na direção da aberração e acertou as costas, criando um rombo no peito.
Em meio aos escombros da igreja, Roan se apoiava no chão, com uma das mãos abaixadas e suor descendo pelo cabelo.
Mesmo que seu corpo tremesse de medo e cansaço, ele havia tirado o que restou de sua coragem para realizar um ataque final.
Aquela distração atordoou o demônio, mas esse tempo precioso foi mais que suficiente para Lezandra. O sabre girou pelas mãos e ganhou comprimento conforme o brilho prateado crescia, caindo com uma velocidade anormal e partindo-o em dois.
Você subiu vários níveis!
O atributo força aumentou!
O atributo velocidade aumentou!
O atributo resistência aumentou!
O atributo mana aumentou!
Roan mancou na direção de Lezandra, sentiu o frio invadir os pulmões e embaçar a visão.
Ao se aproximar, viu um largo corte na região das costelas, que ia da metade do tronco até a cintura, junto dos incontáveis amassos na armadura e a faixa em pedaços.
— Volte… — A voz fraca de Lezandra era interrompida pelo sangue que escapava de sua língua. — Volte ao templo… atrás da estátua… frasco…
O invocador acatou a ordem com rapidez, superou a fraqueza e correu ao templo e empurrou os destroços que ocupavam a parte de trás do monumento.
Ali encontrou um frasco com pó cinza dentro. Em seguida, retornou à sacerdotisa, que soluçava de dor.
— Desenhe… círculo
Apontou o dedo para o demônio, gorfando uma poça de líquido roxo. Roan abriu o frasco e constantemente mudou o olhar entre o demônio e a sacerdotisa.
Fez o serviço rápido, em menos de um minuto já havia esvaziado o frasco e desenhado o círculo. Sentou-se no chão com as mãos na cabeça.
Era um caos completo, rios de sangue, destruição pela vila, dezenas de corpos de animais e uma pessoa à beira da morte.
“Como isso foi acontecer…?”, pensou, com uma raiva borbulhante em sua cabeça. “Por que eu inventei de ir naquela casa? Se eu não tivesse ido, isso não teria acontecido! Espere, se eu não tivesse…?”
— Eu vou morrer… — disse Lezandra, enquanto aos poucos o rosto empalidecia. — E sequer consegui terminar meu trabalho… rídiculo…
— De jeito nenhum. — Roan cerrou os punhos e a encarou. — Já bastou o que aconteceu hoje pra mim. Eu vou dar um jeito nisso.
Mesmo depois de ver o rosto determinado dele, ela deixava de acreditar. Era impossível, estava no limite da vida e sem nenhuma salvação; em questão de minutos ou horas, morreria.
Roan abriu um largo sorriso, resplandecente o suficiente para fazer com que Lezandra tivesse uma centelha de esperança.
Com o frasco em mãos, aproximou-se dos cadáveres dos animais. Por um vislumbre, relembrou do covil, dos gestos estranhos e do que usaram para realização da invocação.
Era arquitetado e planejado para o ritual em si, então, perguntou-se o que aconteceria se ele repetisse o que haviam feito.
Primeiro, precisava de materiais, nesse caso utilizaria qualquer sangue e um pedaço de osso. Os animais mortos deveriam servir o propósito.
Após encher o frasco, procurou por ossos, e não demorou para encontrá-los.
Com todos os materiais em mãos, voltou à Lezandra, pôs os dedos no sangue e traçou os contornos do círculo de invocação.
— O que você… — Lezandra queria questionar sempre que escutava a terra se mexer.
Foram adicionados detalhes ao redor do símbolo, uma árvore, um coração, um pássaro e uma pessoa humana, cada um em uma seta cardeal diferente.
Por fim, deixou o frasco fechado e o osso no centro do círculo interno.
“O que poderia se encaixar nisso? Um zumbi? Não, melhor não.” A imaginação se acelerava, em busca da criatura certa para aquela situação. “Já sei, é isso!”
| Deseja invocar a criatura? |
Um pilar vermelho desceu das nuvens e tocou o símbolo, a luz se espalhou e os materiais usados para a invocação se misturaram ao clarão.
O jogador ganhou experiência bônus pela descoberta.
O Glifo de Invocação evoluiu.
Rank E → Rank D
Você subiu de nível!
O atributo velocidade aumentou.
O atributo mana aumentou.
A claridade abaixou e o pilar se dissipou, no centro do círculo pairava um espectro, um pequeno pássaro cujas penas remontavam a um arco-íris.
Batia as asas com lerdeza e analisava a fria vila com curiosidade, sem desviar a atenção de seu mestre. Na hora que Roan ia falar, a ave lançou uma onda calorosa sobre o corpo ferido de Lezandra.
O invocador ficou impressionado, o vento a cobriu e curou as feridas a olho nu, sem sequer deixar para trás qualquer resquício de sangue.
A elfa sequer fez um barulho, muito menos reclamou da dor. Estalos soaram pelo corpo, os ossos se uniram e a pele ficou avermelhada.
O título “Salvador dos Salvadores” foi adquirido.
O atributo “vontade” foi criado.
O atributo resistência aumentou grandemente
Seu relacionamento com a Guarda Divina de Yondra aumentou grandemente.
Lezandra mexeu as mãos, sentiu-se leve e o mundo pareceu colorido demais para ela. Porém, quando percebeu a paisagem ao seu redor, suas lágrimas caíram.
— Eu consigo… — Tirou o resto da faixa, as púpilas prateadas viram o cenário caótico em que estava. — Eu posso ver… eu posso ver!
Ao enxergar o campo sanguinário da vila, o espectro, Roan e o próprio demônio caído, chorou mais, tanto que seus olhos ficaram secos.
— San-santa dama, mi-mi-minha deusa Yondra… — Não conseguia parar de soluçar, as frases mal se formavam corretamente. — O seu mila-lagre… obri-brigada, por tudo, minha deu-deusa…
Roan continuou de queixo caído, abalado demais para falar. Viu o frasco que sobrara no centro do círculo de invocação e o apanhou, tinha pequenos grãos de poeira cinza no recipiente.
“Esse pó… O que ele é?”
Passos ecoaram, Lezandra tirou o frasco das mãos dele e se redirecionou ao demônio caído.
— Venha comigo, vou lhe dar as devidas explicações. — O tom era feliz demais para uma situação catastrófica.
Roan a acompanhou e assim analisaram a aberração, na qual podia ver as partes do corpo regenerarem.
A criatura arranhou a terra e ameaçou avançar, mas fora impedido por uma barreira cinza, demarcada pelo pó.
— Veja só, que ser patético. — A elfa manteve uma postura inabalável e abriu um sorriso excêntrico. — Sorte minha que você estava comigo.
O passarinho piou e pousou no ombro do mestre, encarando a aberração com olhos frios, ao mesmo tempo que odiosos.
— Era isso que estava corrompendo sua alma, um ser infernal, e um dos piores, um demongorgon — explicou, guardando o sabre. — Os cultistas do Sexto Olho devem ter feito isso, sem dúvida. Pensei ser uma maldição, mas ledo engano meu. Me desculpe, Roan, você quase morreu. Nós devemos um grande pedido de desculpas.
Roan teve uma pequena impressão do porquê de sua invocação estar tão raivosa, ao mesmo tempo que as informações o clareavam algumas dúvidas.
O “Sexto Olho” era o nome da organização, e a mordida daquela criatura diabólica colocou um tipo de demônio em seu corpo. Porém, notou algo esquisito na fala da mulher.
— O que você quer dizer com “nós”?
— Ora, o que mais além da renomada Ordem de Paladinos? — O jeito que ela falava causava muitos arrepios. — Nós enfrentamos essas aberrações dos círculos infernais, que vez ou outra surgem pelo continente. Porém, eu pensei que todos os cultistas de Jigral haviam sido expurgados há décadas…
Fez-se um longo silêncio, Roan teve seu tempo para entender o que queria dizer. Pena que a ave em seu ombro estava muito irritada, bicando seu ombro a cada instante.
Ignorou o incômodo, concentrado no mistério de senhor Bodon; não compreendia o motivo de um sacerdote virar um cultista insano que quase o matou.
— Mas… devo dizer que eu estou em um débito impagável com você. — Lezandra pôs a mão no ombro do homem, deu batidinhas. — Apenas esperemos um pouco, quero que meus compatriotas cheguem logo, então você não precisará saber mais desse inferno.
Então, esperaram em silêncio. O demônio se debateu incansavelmente, tentava atravessar a barreira, mesmo que custasse seus próprios membros.
Roan observou o horizonte, as nuvens se dispersaram e o sol nasceu. Enfim os raios de sol tocaram sua pele e trouxeram um pouco de conforto a sua alma. Contudo uma dúvida martelava a cabeça sem parar.
— Lezandra, eu acredito que o curador Bodon está vivo.
— Como? — Uma das sobrancelhas dela se levantou. — Por favor, não brinque com isso, e nem traia minha fé.
— Estou falando sério, ouvi uma pessoa chamar um homem de Bodon. — Ele bateu o pé, virando os olhos para a criatura. — O rosto dele era cheio de cicatrizes e era muito velho. Além disso, lembro de um lobo verde que seguia seus comandos.
— Estava consciente e são na hora que o viu?
Ele acenou positivamente, transformando a face da elfa numa carranca. O semblante pouco radiante e feliz desapareceu, as sobrancelhas se retraíram e os lábios se fecharam.
Não houve resposta imediata, e não haveria tão cedo. Roan olhou para o horizonte, entre a fina névoa do orvalho, dois corcéis vieram em sua direção.
— Finalmente, eles chegaram disse — Lezandra, acenando para os cavaleiros distantes.
Eram duas pessoas, um homem loiro de olhos esverdeados e um senhorzinho baixinho de mustache.
Roan ficou feliz, enfim poderia descansar após uma batalha árdua e uma série de problemas, ou assim imaginava.
Por mais acolhedora que a aparência do cavaleiro loiro fosse, era difícil desver a peculiar criatura que flutuava ao lado do invocador.
Ambas tiraram suas espadas e as apontaram para o homem, que internamente xingou sua própria incompetência.
Por outro lado, a ave, que já estava muito aborrecida, esperava somente uma ordem para acabar de uma vez com as pessoas ali.
“Às vezes Cassandra realmente está certa…”, pensou, soltando um suspiro desesperado, “A minha intuição é vesga.”