O Monarca do Céu - Capítulo 286
Como um Deus!
Os quatro permaneceram imóveis, a tensão no ar tangível como um trovão prestes a romper o céu. A aura de desafio irradiava deles, cada um aguardando o movimento do outro, como predadores à espreita.
De repente, um clarão e um som trovejante ecoaram.
Cabrum!
O Deva se lançou à frente, uma força impiedosa cortando o ar enquanto mirava Safira. Os olhos dela se arregalaram em desespero, o tempo parecia mais lento. Entretanto, a intervenção veloz de Ehocne surgiu como um relâmpago, um sopro salvador que a retirou do caminho da estocada mortal.
Boom!
O estrondo dos elementos ressoou novamente, quando o impacto do Deva arrancou o pico da montanha no caminho do golpe, marcando um rastro de destruição.
Bledha, com a velocidade de um raio, ergueu sua defesa contra a lança dourada, um escudo frágil contra uma força descomunal.
Ting!
O som cristalino reverberou como um eco da vontade do Deva, sua lança dourada colidindo com a defesa de Bledha. A força bruta contida naquela investida era palpável, uma avalanche imparável de poder que forçou Bledha a recuar, seus pés cavando sulcos na terra sob a pressão avassaladora.
A resistência dela era corajosa, mas estava claro que o Deva tinha o controle daquela dança mortal.
Woosh!
Em meio a esse embate de forças titânicas, um movimento fugaz foi capturado pelo olhar atento dos observadores.
Um borrão de movimento, como se a própria velocidade tivesse tomado forma, e Bledha não estava mais ali. Seu corpo desapareceu no ar, deixando apenas uma sensação de vácuo em sua ausência.
Um portal se manifestou como um vórtice de energia, um rasgo nas leis da realidade. O Deva nem teve tempo para reagir quando a lâmina de Bledha emergiu do vácuo, chocando-se com sua própria arma divina.
Ting!
A colisão foi cataclísmica, uma faísca de choque que rompeu o tecido do mundo e levantou uma névoa branca densa.
A névoa era como uma tela de suspense, revelando apenas sombras e contornos indistintos. O choque titânico reverberava por entre a névoa, indicando a fúria desenfreada do embate.
Enquanto a névoa se dissipava, as formas emergiam, Bledha e o Deva, figuras imponentes, envolvidas em um abraço mortal, igualmente fortes, igualmente destemidos.
A expressão aturdida do Deva era um reflexo do enigma diante dele. Seus olhos penetraram os de Bledha, buscando entender como aquela figura aparentemente frágil desafiava sua superioridade naquela disputa de força.
“Essa mulher… no meu golpe anterior a joguei longe, e agora ela consegue fazer frente a mim? Como isso é possível?”, as bocas da espada dela pareciam mastigar algo sem parar, “Essa arma estranha é a causa disso? Do que ela está se alimentando? Mana?”
— O que foi, grandão? — zombou Bledha. — Onde foi parar toda sua força?
— Mulher tola! — Seu tom de superioridade era avassalador. — Você não está no meu nível nem mesmo usando esses seus truques!
Com uma explosão de força primordial, o Deva ergueu sua lança em um arco majestoso, como se convocasse a própria força da natureza para executar seu movimento.
O som de ar rompendo se misturou ao ressoar da lança, criando uma sinfonia momentânea de poder. A ponta dourada da lança descreveu uma trajetória curva, como a garra de um titã, e encontrou o corpo de Bledha.
Cabrum!
O impacto foi como o trovão de um deus, um estrondo aterrador que reverberou pelo campo de batalha nevado.
Bledha foi lançada como uma boneca de pano, sua forma graciosa desmantelada pelo poder bruto da lança divina. O voo dela era uma dança selvagem pelo ar, um fragmento de resistência em meio à implacável força da investida do Deva.
Vush!
“Tsc! Ele ainda guarda toda essa força?”, ela recuperou o equilíbrio e caiu no chão ao longe, tentando manter-se firme enquanto derrapava.
Ela segurou sua espada na forma de saque.
Woosh!
Lançou um corte de chamas negras na direção do Deva, o som que acompanhou o movimento foi uma espécie de sibilar intenso, um chiado ardente que parecia ser a própria voz das chamas.
O Deva, contudo, desapareceu como um sonho dissipado ao amanhecer, deixando apenas um rastro de energia distorcida onde antes estava.
A velocidade de sua movimentação era desconcertante, uma fusão de agilidade sobrenatural e habilidade divina.
Quando sua forma reapareceu, estava estrategicamente posicionado atrás de Bledha, como um predador que havia calculado cada movimento.
A lâmina da sua lança avançando com a velocidade do vento. No entanto, antes que a cruel ponta dourada pudesse encontrar seu alvo, ela desapareceu como fumaça, uma miragem em movimento que o enganou.
E então, com um súbito deslocar de espaço, ela materializou-se à distância através de um portal.
Os olhos dele se ergueram para o céu, encontrando Ehocne que estava imóvel no centro de seu círculo mágico.
Ela era como uma sentinela implacável, os olhos dela fixos nele com a intensidade de um falcão mantendo um alvo em sua mira.
“Essa mulher irritante… preciso focar nela e destruí-la.”
Safira firmou sua pegada na foice com uma determinação intensa, seus dedos envolvendo o cabo com firmeza.
O esforço concentrado em seu rosto refletia o impacto emocional das sequências ágeis e poderosas executadas pelo homem à sua frente. Seu corpo tenso transpirava, não de calor, mas de nervosismo perante a destreza implacável de seu oponente.
Um movimento fluído e grácil inclinou seu corpo, como se ela estivesse em sintonia com o fluxo de energia que a cercava. Uma aura de mana envolveu-a, uma chama que queimava intensamente e dançava em torno de sua figura.
— Eu vou avançar, me ajude!
A pixie assentiu.
— Tá!
Erguendo as pequenas mãos, a pixie fez a mana de Safira ficar mais quente, mais poderosa. O calor que ela emitia começou a derreter o gelo e agitou o cabelo e as vestes daqueles presentes.
Sua concentração era palpável, envolvendo-a em uma aura de energia intensa.
Enquanto ela dobrava os joelhos, o solo gelado tremia sob seu poder. O gelo abaixo de seus pés rachava em resposta, emitindo pequenos estalos que ecoavam pelo ar.
Era como se a própria natureza reconhecesse a força que ela possuía.
Boom!
Safira avançou, movendo a lança na direção do peito do Deva, mas ele era mais rápido. Girando a lança, ele deu uma estocada em direção ao crânio dela, mas sentiu que assim que a ponta de sua lança se aproximou da testa da garota, seus movimentos ficaram lentos, como se uma bolha de calor estivesse envolta dela, retardando os movimentos de sua lança.
“O que significa isso?!”
Ting!
A Caída tentou cortar o Deva, mas a lâmina da foice sequer passou de sua imponente armadura.
“Fraco demais!”, pensou, “Preciso concentrar mais mana, preciso de mais força!”
A superfície da foice foi envolvida por uma aura de energia ardente, uma mana flamejante que parecia dançar ao seu redor.
A luz alaranjada crepitava e se intensificava, criando um espetáculo de chamas etéreas.
Tudo estava acontecendo em um instante, e mesmo com sua velocidade superior, o Deva parecia hipnotizado, incapaz de conseguir se mover.
À medida que a mana se fundia com a lâmina, esta parecia se estender e se expandir, dobrando seu tamanho original.
Aquela lâmina se tornava mais imponente, agora com uma extensão maior e um brilho incandescente. O fogo mágico que a envolvia conferia uma aparência ameaçadora e mortal, exalando uma pressão intensa que preenchia o ambiente.
“Preciso agir, agora!”
Usando ainda mais força, o Deva conseguiu superar aquela bolha de calor que parecia retardar seus movimentos. Girou sua lança e lançou uma poderosa estocada no abdômen de Safira, fazendo-a sumir de sua vista em um poderoso ribombar de trovão.
Cabrum!
Tudo aconteceu tão rápido, uma demonstração de força tão avassaladora que mesmo Ehocne, dotada de suas habilidades únicas, mal pôde acompanhar o desenrolar dos eventos.
“Peguei você, garota!”, ele olhou para Ehocne no céu, “Sua vez!”.
Ting!
Após sentir um arrepio na espinha, ele se virou, defendendo-se da estocada de Bledha que almejava atingi-lo por seu ponto cego.
“Essa mulher!”, ele sentiu um arrepio na espinha e olhou de soslaio, vendo a figura demoníaca de Safira se aproximando rapidamente, “Essa pirralha já se recuperou? Tsc, não me subestimem!”.
Wosh! Wosh!
Bledha e Safira nada atingiram além de ar.
Ehocne sentiu um arrepio na espinha e olhou para cima.
O Deva estava lá, ainda mais alto que ela.
O imperador dos céus ergueu o seu olhar para as nuvens, seus olhos brilhando intensamente com uma aura assustadora.
Concentrando-se ao máximo, ele canalizou sua energia cósmica, fazendo com que raios vermelhos vibrantes começassem a se formar ao seu redor.
Uma corrente elétrica pulsante envolvia seu corpo, e sua lança parecia estar impregnada com a essência do trovão.
Ehocne suou frio.
“Isso não é nada bom!”
Com um gesto rápido e preciso, o Deva lançou sua lança em direção à montanha na qual lutavam lá em baixo.
No momento em que a lança atingiu seu alvo, uma explosão de poder irrompeu, rasgando o ar e criando uma onda de choque avassaladora.
Cabruuuum!
A montanha estremeceu, tremores violentos sacudiram o solo, enquanto fragmentos de pedra e terra foram lançados ao ar.
Enquanto a montanha se desintegrava perante a fúria dos raios vermelhos, uma chuva de faíscas escarlates caía do céu, iluminando o horizonte com sua intensidade.
O povo da cidade lá embaixo testemunhava o espetáculo surreal, com os olhos arregalados de admiração e temor.
Os raios vermelhos pareciam dançar no céu, pintando um cenário apocalíptico enquanto o estrondo dos trovões ecoava através da paisagem.
Os abalos sísmicos causados pela explosão da montanha reverberavam por toda a região, fazendo com que os edifícios trepidassem e as pessoas cambaleassem.
A terra parecia gemer sob a ira do Deva, enquanto os raios vermelhos continuavam a cair, deixando um rastro de destruição e maravilha no seu caminho.
Enquanto a energia cósmica se dissipava e os raios vermelhos se acalmavam, a paisagem exibia os vestígios da devastação causada pelo poder do Deva.
A montanha havia sido reduzida a uma pilha de destroços, e a cidade abaixo permanecia atônita diante da demonstração esmagadora de poder de seu imperador.
Ehocne estava ofegante ao lado de Safira em cima de um círculo mágico ao longe. Seu rosto estava coberto de suor e suas mãos tremiam.
— Como suspeitei! — O Deva ergueu a mão e sua lança de ouro saiu dos escombros, indo direto para sua mão. — Você não consegue teleportar duas pessoas de uma vez. — Ele apontou a lança para ela. — Uma já foi.