O Monarca do Céu - Capítulo 328
Coroação.
Ayla estava de frente para o quarto de Brighid.
Ainda era difícil falar com a fada mesmo depois de tudo. Ela não queria soar desesperada, muito menos invasiva. Queria ser respeitosa com uma mulher como ela.
Após respirar fundo, Ayla bateu na porta e ouviu Brighid do outro lado pedindo para que ela entrasse.
Lá estava Brighid amamentando um de seus filhos.
— Ah… eu não sabia que você…
— Tudo bem, já terminamos. — Ela colocou a criança no berço. — Algum problema?
— Bem… reuni alguns nobres e religiosos, temos um encontro marcado para daqui a pouco. Apresentarei você a eles.
— Entendi…
— A gente pode se arrumar junta, o que acha…? Tenho muitos vestidos que ficariam ótimos em você!
Brighid encarou Ayla por alguns segundos, e um suor seco escorreu pela têmpora da rainha enquanto ela forçava o sorriso.
— Tudo bem. — A fada deu de ombros.
— Ótimo! Vou mandar uma das garotas ficar de olho nas crianças.
Caminharam pelos corredores que as bombardeavam com quadros sobre Colin. Era interessante o efeito que toda aquela propaganda causava nela. Por alguns instantes ela começou a ver Colin bem maior do que ele era.
Chegaram a um quarto com uma banheira grande no centro e Ayla abriu as torneiras que jorraram água quente.
— Ayla, não acho que…
— Estou apressando as coisas? — perguntou de maneira inocente.
Brighid deu um suspiro. — Um pouco… Te conheço há um dia e o que é isso? Está me convidando para um banho?
Ayla caminhou para os fundos mexendo em algumas toalhas, pegando um frasco feito de ervas naturais e abriu um guarda-roupa, retirando alguns vestidos.
— Qual você prefere? — Eram dois vestidos longos que eram justos da cintura para cima e leve da cintura para baixo. — O verde ou o azul? Acho que o verde combina com os seus olhos e destaca melhor o seu rosto.
Brighid continuou em silêncio.
— Certo! — Ayla guardou o vestido azul. — Você irá de verde e dourado, e eu de branco e dourado. Por que ainda não se despiu?
— Bem…
Ayla deu um suspiro e aproximou-se de Brighid desfazendo as tranças do cabelo. — Vem, eu te acompanho.
A rainha virou-se de costas para ela. — Pode desfazer o meu laço?
Brighid ficou parada por alguns instantes.
— A gente pode estar indo rápido demais — disse Ayla. — Mas isso pode acabar acontecendo cedo ou tarde. Já que conversamos ontem, decidi que seria totalmente aberta com você. Se fizermos isso agora, a distância entre nós diminuirá. Nunca tive uma irmã, mas acho que é assim que elas agem, né?
— Tá… — Brighid deu um suspiro e desfez o laço de Ayla, deixando o vestido dela deslizar por sua pele e cair no chão.
A rainha retirou as roupas íntimas, ficando nua na frente de Brighid, então aproximou-se da banheira e colocou seu pé lá dentro.
— A temperatura está boa. Deixa que eu te ajudo! — Ayla foi até Brighid e tirou o casaco dela, ajudando-a a tirar a camisa mesmo Brighid sentindo-se incomodada. Ela também desfez sua trança. — Você tem um corpo bonito, nem dá para acreditar que pariu três crianças de uma vez.
Brighid tirou as botas, depois a calça e as roupas íntimas. Entrar na banheira com outra mulher não era estranho, ela já havia feito isso com Morgana, mas ela mal conhecia Ayla.
Rendendo-se a situação, Brighid apoiou o pé na banheira.
A água estava realmente boa, melhor que a do seu banho de ontem.
Ela adentrou por inteiro e sentou-se dando um longo suspiro. Fazia algum tempo que ela não tomava um banho quente como aquele.
Ayla fez o mesmo e esticou a mão para apanhar o óleo de vegetais que havia colocado na beirada da banheira.
— Você parece ter saído de um livro de fantasia — disse Ayla derramando o óleo na mão. — Você é bonita demais, seu cabelo é perfeito assim como o seu corpo. Sua voz é doce e suave… ouvi-la me acalma.
Tantos elogios a deixavam desarmada.
— Você também é bonita… — gracejou Brighid. — Sua voz é forte, as pessoas devem prestar atenção em você enquanto fala.
A rainha aproximou-se da fada. — Obrigada, pode virar-se de costas?
Brighid o fez e Ayla começou a massagear o seu cabelo.
— Com tantas qualidades é fácil entender por que ele te escolheu… que homem não escolheria?
— Só um já basta…
Ayla assentiu com um sorriso.
— Posso te chamar de irmã?
Brighid deu outro suspiro.
— Sim…
Os gestos eram íntimos, mas não necessariamente carregados de sensualidade. Era uma troca de confiança peculiar, uma aceitação mútua de vulnerabilidades expostas.
A rainha continuou sua massagem, o toque gentil, dissipando qualquer resquício de tensão que pudesse persistir.
— Colin me disse que gosta de cozinhar, quais pratos mais gosta de fazer?
— Bem… qualquer um que tenha assado, acho que são minha especialidade.
— Tentei cozinhar uma vez, mas fui desastrosa. Devíamos cozinhar juntas. Você me ensina, o que acha? Quando morarmos no campo, isso será útil para a gente. Temos muitas crianças, cozinhar pra todas iria sobrecarregar você.
— … não é tão difícil, mas ensino se quiser. — Brighid ficou em silêncio por alguns segundos enquanto Ayla continuava massageando os seus cabelos. — O que quer dizer sobre morar no campo?
— Bem… acho que seria bom pra gente e para as crianças… bom até mesmo pro Colin…
A fada começou a ser mais permissiva, abraçando aquele momento, entendendo onde Ayla queria chegar, apesar de tudo ser rápido demais.
O importante para Ayla, era que Brighid a aceitasse como uma amiga, uma irmã, não como inimiga ou rival pela atenção do mesmo homem.
Em sua relação com Colin, ela estava acostumada a ceder, então faria o mesmo com Brighid, apesar da fada ser bem mais compreensiva que o marido.
— Se imaginou com roupa de camponesa cuidando de uma fazenda ou algo assim? — comentou Ayla.
Brighid deu de ombros. — Algo assim…
— Sendo sincera, acho que seria um estilo de vida ideal… Colin trabalhando e a gente cuidando das crianças, da casa… um basta nessa vida agitada onde todo dia tenho que resolver um problema novo que surge. Pensar no que fazer no jantar seria menos estressante do que ficar em uma sala o dia todo lendo documentos e assinando papéis. Minha única preocupação de verdade seria com você, Colin e as crianças.
Sem perceber, Brighid se imaginou no cenário que Ayla narrou, e um sorriso abriu em seu semblante.
— É… — disse ela. — Não seria uma vida ruim…
[…]
O salão real se estendia majestosamente, banhado por uma luz suave que emanava dos candelabros dourados suspensos no teto alto.
As paredes eram adornadas com tapeçarias finamente trabalhadas, retratando momentos épicos da história do reino. O piso de mármore brilhava sob os passos daqueles que aguardavam ansiosos.
As pessoas mais importantes do reino estavam alinhadas em fileiras, cada uma exibindo roupas suntuosas que refletiam seu status. Nobres trajavam vestes ricamente bordadas com fios de ouro e prata, ostentando cores vibrantes que denotavam suas casas e linhagens.
As joias reluziam em seus dedos e pulsos, e os murmúrios impacientes preenchiam o salão enquanto aguardavam a entrada da rainha. Alguns, incapazes de conter sua impaciência, lançavam comentários desdenhosos sobre os atrasos e as intrigas palacianas.
As expressões arrogantes e os cochichos carregados de sarcasmo eram como uma sinfonia de descontentamento.
— Outra vez atrasada — comentou um nobre. — A pontualidade deveria ser uma virtude real.
— É o reinado de mestiços, o que esperava?
Os olhares críticos cruzavam o salão, cada nobre se permitindo o luxo de expressar sua frustração com os ares de superioridade que caracterizavam a nova corte.
Enquanto o murmúrio crescia, o salão permanecia tenso, aguardando a chegada iminente da monarca.
O som estridente de uma trombeta ecoou pelo salão, anunciando a chegada da rainha. A voz das conversas diminuiu, dando lugar a uma expectativa tranquila.
O ar estava impregnado com uma tensão respeitosa quando as portas se abriram majestosamente.
Ayla adentrou o salão com uma presença que silenciou instantaneamente a assembleia. Seus longos cabelos brancos caíam como uma cascata sobre os ombros, contrastando com a pele pálida que parecia iluminada pela própria realeza.
Seus olhos amarelos, penetrantes e observadores, varriam o salão. O vestido de Ayla era uma obra-prima de elegância e grandiosidade. Uma mistura sutil de branco, vermelho e dourado, realçando a sua figura imponente. A capa vermelha que envolvia seus ombros acrescentava um toque de majestade, arrastando-se pelo chão com uma graça regal.
A coroa que adornava sua cabeça brilhava com gemas preciosas, refletindo a luz do salão.
Cada detalhe era uma declaração de poder e autoridade.
Os brincos de ouro pendiam delicadamente de suas orelhas, complementando o colar que repousava graciosamente em seu pescoço.
Seus lábios estavam marcados com um batom vermelho vibrante, destacando a firmeza de sua expressão.
Ayla caminhava com uma postura real, cada passo ressoando no silêncio reverente. A pulseira de ouro em seu pulso ecoava sutilmente a música de sua chegada.
À medida que Ayla avançava, o salão parecia se curvar diante de sua presença.
O brilho de sua coroa refletia nos olhares admirados e respeitosos daqueles que a aguardavam. A rainha, com sua aura magnífica, havia chegado, e o reino se inclinava a sua majestade.
Ela aguardou, até que foi a vez de Brighid adentrar.
Seu cabelo escuro estava preso em um coque elegante, com algumas mechas soltas emoldurando o seu rosto. Seus olhos verde-esmeralda brilhavam sob a luz das velas, contrastando com os seus lábios preenchidos com um batom também vermelho.
Ela usava um vestido esverdeado, que realçava as suas curvas e a sua pele clara. Uma capa branca caía sobre os seus ombros, dando-lhe um ar de nobreza. Brighid adornava o seu pescoço com um colar de pérolas, as suas mãos com anéis de ouro e as suas orelhas com brincos de esmeralda.
Ela tinha um olhar forte, que transmitia confiança e determinação, além de, claro, ser extremamente bela, mas sua beleza não mudou a opinião dos nobres sobre aquela decisão.
Eles a olhavam com desdém, desprezo e ódio.
Ayla ergueu a voz e começou seu discurso:
— Nobres e plebeus, amigos e aliados, eu vos convoco hoje para testemunhar um momento histórico. Um momento que mudará o destino do nosso reino e do nosso povo. Um momento que selará a paz e a prosperidade que tanto almejamos. Hoje, eu vos apresento uma irmã, uma companheira, a minha co-regente: Brighid, a Santa de Valéria!
Um murmúrio se espalhou pelo salão, misturando surpresa, indignação e curiosidade. Alguns nobres se entreolharam, incrédulos e descontentes.
— Como ela ousa? — cochichou um deles. — Três regentes é imperdoável! Isso é uma afronta!
— Ela está louca! — concordou outro. — Isso está saindo do controle! Ela quer dividir o poder com uma estrangeira?
— O que o rei pensa disso? — perguntou um terceiro. — Ele sabe que ela está fazendo isso? Ele concorda com essa loucura?
Ayla ergueu a mão, pedindo silêncio, e seus olhos amarelos cortaram o ar como lâminas, penetrando nos corações agitados da assembleia.
— Compreendo que alguns de vocês possam estar se indagando sobre os motivos por trás dessa decisão. Entendo que alguns possam se sentir perplexos, apreensivos ou até mesmo magoados. No entanto, gostaria sinceramente que ouvissem com atenção e de coração aberto.
A maioria dos convidados não estava com uma cara amigável.
— Brighid não é uma adversária. Ela não figura como uma competidora, mas sim como uma colaboradora. Não é uma intrusa, mas sim uma parte integrante deste grupo. Ela é uma mulher de fé, coragem e bondade, que não apenas preservou vidas, mas também curou feridas e infundiu esperança em toda uma nação.
Seus olhos varreram o salão novamente.
— Tenho profundo respeito por ela, uma mulher que admiro sinceramente. Além disso, é importante destacar que ela é uma figura querida pelo nosso rei, e tem profundo respeito e admiração por parte dele.”
Ayla pausou, seus olhos fixos em Brighid com ternura e orgulho evidentes. O silêncio se tornou tangível no salão, enquanto a rainha mantinha sua autoridade.
— Sim, meus caros, Brighid é a segunda esposa do rei, mas a primeira com quem ele se casou. Ela é a mãe dos seus filhos, e agora também é a rainha do nosso reino.
Um murmúrio percorreu a multidão, carregado de surpresa, choque e curiosidade. Nobres, acostumados ao controle e tradição, expressaram suas preocupações.
— Isso é um absurdo! — protestou um deles. — O rei não pode ter duas esposas! Isso não é ilegal?
— Isso é um escândalo! — gritou outro. — O rei não pode nos impor uma rainha que não conhecemos!
Ayla ergueu novamente a mão, impondo ordem com sua autoridade incontestável.
— Basta de protestos! — proclamou ela com firmeza. — Chega de insultos! Chega de desafios! Vocês não estão lidando com simples mulheres, mas com as soberanas do reino. Não estamos debatendo uma escolha pessoal, mas sim uma decisão de natureza política. Vocês não estão indo contra uma preferência individual, mas contra vontade da coroa. Oporem-se à família real é um ato de traição, uma transgressão que não será tolerada, nem perdoada!
Ayla olhou para os nobres com firmeza e autoridade.
— Brighid é minha co-regente. Ela possui os mesmos poderes, direitos e responsabilidades que eu. E deve ser tratada como tal. Merece respeito, honra e obediência. Ela é vossa rainha, assim como eu o sou. Ambas prestamos contas a nosso esposo, o seu rei Colin, que está ausente, mas não esquecido. Ele se encontra em uma missão crucial, visando o bem de nosso reino e de nosso povo. Confia em nós, nos apoia, e tenho certeza de que espera o mesmo de vocês.
Ayla fez sinal para que a fada falasse e Brighid pigarreou.
— Senhores e senhoras, agradeço a vossa presença nesta noite. Reconheço que muitos de vocês não me conhecem e talvez não desejem a minha presença aqui. Compreendo que existam opiniões negativas sobre mim, mas peço sua atenção. Não estou aqui para ofender, roubar ou impor-me. Estou presente para vos servir, para vos proteger.
Brighid olhou para os nobres com o olhar firme de uma rainha.
— Não provenho de berço de ouro ou linhagem nobre. Nasci em um lugar simples, de uma família humilde. Desde que conheci Colin, dediquei minha vida a auxiliar os que sofrem, curar os que padecem e consolar os que choram, mesmo que de maneira inadvertida.
Após uma breve pausa, Brighid prosseguiu:
— Nunca imaginei que um dia me tornaria rainha, ou que o homem com quem me casei se tornaria rei. Essa não era minha aspiração nem ambição. O destino quis que cruzasse o caminho do vosso rei, meu marido. Ele me escolheu, e eu o escolhi. Ele me deu sua mão, seu coração, seu reino. Em troca, dei minha mão, meu coração e nossos filhos.
Brighid fez uma reverência e concluiu:
— Estou aqui para servir e cuidar. Esforçar-me-ei para o melhor do nosso reino, assim como faço pelos meus filhos. Comprometo-me a honrar nosso rei, assim como honro os deuses. Buscarei respeitar vossa vontade, tal como respeito minha própria consciência. Apenas vos peço uma oportunidade, uma chance. Sei que nosso rei tem contribuído imensamente para nosso reino, tornando as cidades mais vibrantes, as estradas mais seguras e o povo mais feliz. Meu marido é um grande governante, líder e homem. Confiar em mim é confiar nele. Esta é a mensagem que desejo transmitir.
Um silêncio seguiu, e alguns aplaudiram, enquanto o cochicho de outros continuou.
— Que discurso ridículo! — disse um nobre. — Ela quer que acreditemos que ela é uma santa, uma rainha? Ela não passa de uma vagabunda aproveitadora!
— Que audácia! — disse outro. — A igreja que apoiou esse Rei mestiço concorda com esse teatro?
— O antigo conselho jamais permitiria isso! — disse um terceiro. — Ela quer que nos rendamos a essa família ilegítima, essa família de bastardos e mestiços? Dieter e os outros estavam certos, deviam ter matado esse rei quando tiveram a chance, agora é tarde demais.
A celebração persistiu, porém, destituída de alegria, entusiasmo e harmonia. Os trovadores entoavam suas canções, porém sem a devida graça, ritmo ou melodia. Entre os nobres, murmúrios e refeições transcorriam, mas desprovidos de prazer e apetite.
Ayla e Brighid ocupavam os tronos, experimentando uma sensação de isolamento. Embora alguns aduladores se aproximassem, era evidente a manifestação de seu descontentamento.
Ayla se virou para Brighid e disse:
— Brighid, você se saiu muito bem. Expressou-se com sinceridade. Alguns nobres estavam se opondo a algumas de minhas decisões. Substituí alguns deles, mas parece que as coisas não mudaram muito. Bem, o poder está nas nossas mãos, nas mãos da nossa família, o que certamente os deixa irritados.
— E como você lida com isso constantemente? — questionou Brighid.
— Alguém precisa enfrentar esses abutres, mas com você aqui, as coisas se tornarão mais simples. Não precisa se preocupar; eles não fazem nada além de reclamar falando sobre benefícios, vantagens… nada com que você deva se preocupar de verdade, eles morrem de medo do Colin.
Alguns nobres cochichavam entre si.
— Primeiro o rei traz um bando de órfãs e os assume como filhos legítimos, agora ele aparentemente tem duas esposas consortes. Isso é um caos! — disse um deles.
— Agora não adianta ir contra eles, a família real já manda em tudo. Eles têm o poder, o dinheiro, o povo. Eles são intocáveis! — disse outro.
— Talvez isso não seja tão ruim… Talvez elas sejam boas rainhas e continuem fazendo o reino prosperar. Acho que elas merecem uma chance — disse um terceiro.
— Deveríamos falar com a igreja!
— Como se isso adiantasse, esqueceu o que aconteceu com os nobres que importunaram a rainha?
— E vamos continuar aceitando isso calados? A cidade se enche de Elfos e mestiços, isso está saindo do controle, tudo depois que esse rei Colin assumiu, ele é o verdadeiro problema!
— Controle a língua! Se isso chegar ao ouvido dele, é provável que você morra, eu soube que ele é louco.
— Isso deve ser outra mentira da família real, eu mesmo nunca o vi.
— E nem queira, é um homem assustador.
O salão estava claramente dividido, mas Ayla e Brighid não se deixaram intimidar. Conscientes do desafio que enfrentavam, permaneceram firmes. Agora, na proximidade da família, Brighid sentia-se mais à vontade e poderosa. Após tudo que enfrentou, não seriam um grupo de nobres insatisfeitos que perturbariam seu sono.