O Monarca do Céu - Capítulo 337
Desculpe.
As duas esferas de energia colidiram com uma força devastadora, criando uma onda de choque que varreu parte da extensa ilha flutuante.
Boom!
Fogo azul e raios se misturaram em uma explosão de cores e luz, iluminando o plano astral como um sol artificial. O som da colisão foi ensurdecedor, ecoando por todo o plano como um trovão.
O impacto foi tão forte que rachou a ilha ao meio, fazendo com que pedaços de terra e mármore branco ficassem a esmo no plano astral, flutuando sem rumo.
As combatentes foram arremessadas para trás, cada uma caindo em uma metade da ilha partida.
Elas se levantaram com dificuldade, ofegantes e feridas. Se encararam através da fenda que as separava, ainda com um sorriso desafiador nos lábios.
“Ela conseguiu rivalizar comigo mesmo nessa forma.” Ao olhar com atenção, Safira viu Leona com suas nove caudas serpenteando agressivamente. “Entendi, ela também está dando o seu melhor.”
A caída esticou a mão e conjurou uma espada com chamas negras. Do outro lado, Leona fez o mesmo, conjurando uma espada de raios negros.
O cabelo da pandoriana estava ouriçado, pelo crescia por quase todo seu corpo. Seus olhos eram os de um animal selvagem, e seu corpo estava mais maduro.
Sua mana também transbordava sem parar, como se ela estivesse competindo com Safira para ver quem tinha a maior reserva.
Heilee e Scasya conseguiram escapar por pouco da destruição, voando para longe da ilha antes que ela se partisse.
Lá de cima, observaram a cena com espanto.
— Isso… é mesmo possível? — balbuciou Scasya com olhos arregalados.
— Leona vai cuidar disso — disse Heilee —, eu e você vamos deter a pandoriana.
A Alada engoliu em seco.
— Ce-certo!
As adversárias cruzaram olhares sedentos e saltaram uma em direção à outra, atravessando a fenda que as separava.
Clang! Clang! Clang!
Elas se encontraram no ar, trocando golpes com suas espadas de pura mana. Cada choque das lâminas produzia faíscas e ondas de calor, queimando o ar ao redor.
Era uma velocidade e uma precisão incríveis, desviando e contra-atacando com maestria. Pareciam dançar uma dança mortal.
Sem perder tempo, Heilee e Scasya foram até a pandoriana da Safira, que estava observando a batalha com um sorriso malicioso. Uma miríade de Alados jazia lá embaixo.
A pixie não parecia se importar com a destruição que as duas haviam causado, nem com o perigo que corria. Ela apenas se divertia com o espetáculo.
— Se vocês fossem espertas, dariam meia volta — disse ela de braços cruzados.
Os olhos da pixie focaram em Heilee.
“A mana dessa garota… por que me é familiar? É tão… diferente… ela é mais perigosa que essa outra mulher. Isso não importa, o resultado ainda será o mesmo.”
De braços cruzados, a pixie conjurou uma espada de mana enorme acima de sua cabeça e a lançou na direção de ambas.
— Mortalha das estrelas!
Boom!
A espada foi estilhaçada.
— Foi um bom golpe — disse a pixie —, mas a sua luta com Safira parece ter levado seu corpo ao limite.
O nariz de Scasya sangrava.
“Merda! Meu corpo está sentindo o efeito de ter ficado tanto tempo naquela Antares, e eu passei semanas sem descansar, péssima hora para isso acontecer!”
Ela abriu as asas enormes e foi para frente de Heilee.
— Serei o seu escudo, garota. Sua missão é ser uma lança útil, entendeu?
Heilee assentiu. — Tá!
[…]
A batalha entre Safira e Leona continuava intensa, sem nenhum sinal de que uma delas iria ceder. Elas atacavam com fúria, sem medo ou hesitação.
Aquela luta havia perdido seu propósito original. Antes, Safira lutava para destruir e Leona para proteger, mas àquela altura se tratava de ego, de qual das duas era a mais forte.
Clang!
Se chocaram novamente, fazendo suas espadas se encontrarem com força. O choque as empurrou para trás, e aproveitaram o movimento para saltarem e ganharem vantagem.
Elas ergueram suas espadas e lançaram magias uma contra a outra.
— Devastação Dracul! — berrou Safira.
— Contemplador de Tormenta! — berrou Leona.
Boom!
As duas magias se encontraram no meio do caminho, criando uma explosão de energia. Uma onda de calor e eletricidade se espalhou pela ilha, queimando e eletrocutando tudo o que tocava.
Ambas foram atingidas pela onda, mas resistiram bravamente.
Elas se recuperaram e se prepararam para o próximo ataque.
Safira concentrou sua mana e criou uma aura de fogo ao redor de seu corpo. Ela se tornou uma chama viva, que ardia com intensidade. Correu em direção à adversária, deixando um rastro de fogo por onde passava.
As duas se encontraram novamente, fazendo suas espadas se chocarem com força.
Clang!
Uma faísca enorme saiu do ponto de contato, iluminando parte do plano astral. As duas se empurraram novamente, tentando ganhar vantagem.
— Explosão solar!
— Tempestade elétrica!
Boom!
Novamente, as duas magias se encontraram no meio do caminho, criando uma explosão de energia.
O nariz e os ouvidos de Leona começaram a sangrar. Naquele cabo de guerra entre manas, ela estava começando a perder.
“Porcaria!”
— O que foi? — zombou Safira. — Quer desistir?
— Até parece!
Apertando o cabo de suas espadas, elas avançaram novamente contra a outra.
Clang! Clang! Clang!
Trocaram golpes intensos, suas lâminas tilintando. Embora Leona tentasse compensar a queda de sua mana com força e velocidade, seu corpo não estava conseguindo acompanhá-la.
Em uma finta, Safira conseguiu cortá-la no busto, desviou de alguns golpes, rebateu outros e a cortou mais duas vezes.
Swin! Swin!
O sangue de Leona salpicou no rosto zombeteiro da caída, e então a espada de fogo conseguiu atravessar o estômago da pandoriana.
Crunch!
Leona sentiu uma dor aguda no abdômen e olhou para baixo.
— Mer… da… — ela murmurou, incrédula.
— Você perdeu, Leona! — Safira disse, com um sorriso cruel. — Foi uma boa luta, a mais difícil que tive até hoje. Devia se sentir orgulhosa, os deuses que matei sequer me fizeram suar, diferente de você.
Ela puxou sua espada, fazendo o sangue de Leona jorrar.
O corpo da pandoriana tombou para o lado e ela apoiou a mão no abdômen, tentando conter o sangramento.
— Agora faltam aquelas duas e a deusa dessa cidade em ruínas.
Suspirando, a caída fez sua espada de chamas desfazer-se em labaredas.
Crunch!
Uma flecha d’água atravessou sua escápula, saindo pelo seu peito. Ela sentiu uma dor insuportável e, ao olhar para trás, viu Sirela com os olhos lacrimejando.
A sereia estava parada em cima do que restou de um prédio, fazendo uma posição de mãos como quem segurasse um arco.
— Quem…? — Safira murmurou, confusa.
— Fique longe da minha amiga! — esbravejou, sua voz engrolada e furiosa.
A caída dobrou um dos joelhos e golfou sangue. Sua visão começou a ficar turva e a pixie que lutava contra Heilee e Scasya sentiu aquilo.
“Safira!”
No momento em que Scasya a atacaria por trás com uma mortalha das estrelas, sentiu-se uma explosão de mana vinda da pixie, afastando aquelas duas.
Em cima do prédio, Heilee esticou a palma na direção da pandoriana, mas algo grande estava vindo, ela sentiu aquilo em seus ossos.
— Alada! Espere!
— Liberação do círculo de terceiro nível!
Boom!
A explosão de mana vinda da pixie foi tão forte que fez o ar tremer. Uma luz roxa envolveu seu corpo e ela começou a crescer.
Sua pele roxa se tornou mais brilhante e seu cabelo branco se tornou mais longo. Seus olhos se tornaram mais intensos e suas asas se tornaram mais largas.
Ela assumiu a forma adulta, uma mulher de beleza estonteante e poder imenso. Conjurou roupas escuras esvoaçantes, que contrastavam com sua pele e cabelo. Naquela forma, ela parecia uma rainha das sombras, uma feiticeira temível.
Olhou para a palma de sua mão, a abrindo e fechando algumas vezes.
— Faz quantos milênios, desde que assumi minha forma verdadeira?
Ela abriu as asas enormes de borboleta que irradiavam uma cor púrpura e avançou até Safira.
Ligeira, Sirela conjurou outra flecha, mas antes de completar o movimento, a pandoriana apareceu ao lado de sua mestra, tocando o peito perfurado da amiga, que se curou lentamente.
A sereia engoliu em seco. Aquela criatura estava entre ela e Leona, e pelo ferimento, Leona não tinha tanto tempo.
Woosh!
Heilee e Scasya apareceram, ficando em cima de escombros observando aquela cena. Queriam ir ajudar Leona o mais rápido possível, mas não era possível com a pixie bloqueando o caminho.
— Pensei que fosse morrer — disse Safira, seu corpo emanando uma aura densa. — Obrigada, Nix.
— Você foi descuidada.
— Eu sei, mas agora está tudo bem. Vamos acabar logo com isso e ir para casa.
Os olhos dela focaram em Sirela, que se preparou para saltar para trás, mas Safira fez um movimento com o braço como se o próprio fosse uma espada, lançando um corte na sereia.
Swin!
Tudo atrás de Sirela foi cortado, mas ela permaneceu ilesa. Os olhos da caída encontraram os de Heilee que estava com a mão esticada na direção da sereia.
— Peguem Leona! — berrou Heilee. — Vamos fugir!
Ela sentiu um arrepio na espinha e olhou por cima dos ombros.
Crunch!
Em uma velocidade que igualava os passos fantasmas de Colin, Safira apareceu atrás de Heilee, atravessando seu plexo solar com o punho.
“Que… rápida…” Heilee golfou sangue e a caída tirou a mão, deixando-a tombar.
“Merda!” Scasya, que estava ao lado, cingiu a espada cima de sua cabeça, canalizando a maior quantidade de mana que conseguiu naquele único segundo.
Swin!
Safira passou por ela e a Alada a encarou por cima dos ombros.
“Ela é tão rápida quanto Colin!”
Antes de se virar, golfou sangue.
Scasya havia sido cortada ao meio, separando seu torso das pernas, cada parte tombando para um lado.
— Só falta você.
A caída ergueu o punho como se fosse uma espada, pronta para cortar Sirela ao meio. A sereia estava traumatizada demais para fazer qualquer coisa.
Suas companheiras haviam tombado uma após a outra, e diante daquela força da natureza transmutada em uma garota, não havia nada que uma deusa fraca como ela poderia fazer.
Cabrum!
Ouviram o ribombar de um trovão ao longe rasgando os céus.
Scasya, a beira da morte, golfou sangue novamente.
“Que bom… ele chegou… vou ter que deixar o resto com você, grandão…”
Boom!
Algo carregado de pura energia caiu na terra, a chacoalhando.
Assim que a fumaça se dissipou, Colin estava lá, seus olhos encontrando os de Safira.