O Monarca do Céu - Capítulo 341
O último assalto!
Gorred foi o primeiro a se mover, desferindo uma rajada de pressão direcionada a Colin, que, por sua vez, respondeu com uma estocada.
Os dois impactos colidiram em um retumbante baque, ecoando pela área. Nesse instante, a pixie ergueu suas mãos na direção do errante, conjurando uma espada colossal e lançando-a impetuosamente contra seu oponente.
Contudo, o errante, com destreza, retalhou a lâmina, revertendo a pressão do ataque de volta para a própria espada.
Scrash!
Enquanto isso, Safira materializou-se sorrateiramente atrás de Colin, prestes a completar seu movimento, quando o rei de Runyra utilizou seus passos fantasmas, desferindo um chute preciso em suas costelas e a enviando para outra ilha adjacente.
Bam!
Em resposta a esse movimento, Gorred, estrategicamente, posicionou-se nas proximidades do errante.
Bam!
Uma onda de pressão atingiu o errante, afundando-o no chão, e uma espada de mana cravou em seu peito.
Crunch!
Safira desceu dos céus com velocidade, impactando os dois pés brutalmente no abdômen de Colin. O choque fez com que ele afundasse na ilha abaixo, fragmentando parte dela com a força do golpe.
Antes que Colin pudesse se restabelecer, uma nova onda de pressão se abateu sobre ele, levando-o a mergulhar em outra ilha, localizada mais abaixo.
Boom!
Foram golpes formidáveis, infligindo danos significativos, especialmente para Colin, que já se encontrava em um estado lamentável.
Diferente de confrontos anteriores, o errante não conseguiu se erguer imediatamente desta vez. Seu corpo atingira os limites da resistência. O sangramento era tão profuso que sua visão escureceu por completo, e sua capacidade auditiva começava a deteriorar-se.
Apesar das condições adversas, Colin conseguiu reunir forças para se levantar, banhou a espada em sua mão com mana, desferindo um arco de corte em direção a Gorred, que somente ergueu uma barreira, mas ela trincou sob a intensidade do ataque.
“Mesmo nesse estado, o garoto continua perigoso”, pensou Gorred. “Esse pirralho não pode ficar vivo, se ele continuar evoluindo, será o fim!”
Scrash!
Com os passos fantasmas, Colin quebrou a barreira, desferindo um corte certeiro no tórax de Gorred.
Swin!
O corte infligido por Colin foi notavelmente profundo, entretanto, o pandoriano conseguiu se recuperar com agilidade, afastando Colin para outra ilha por meio de um poderoso golpe de pressão.
Bam!
Executando uma elegante pirueta no ar, ele acionou mais uma vez os passos fantasmas, deslocando-se rapidamente até a pixie, que reagiu erguendo uma barreira defensiva.
Em um instante, um som metálico agudo ecoou no ar:
Ting!
Colin utilizou novamente a sua habilidade, retornando velozmente até Gorred.
“Tsc!”, os olhos furiosos de Gorred cruzaram com os olhos opacos de Colin. “Você não morre?”
Os músculos do braço de Colin tencionaram e, desta vez, o corte preciso mirou o abdômen do pandoriano, entretanto, um violento golpe de pressão o arremessou para longe antes que pudesse concluir seu ataque.
BOOM!
O mundo ao redor de Colin tornou-se um vazio sensorial.
Não via nem ouvia mais nada, apenas experimentava a aguda dor resultante desses impactos formidáveis.
“Estou exausto”, pensou Colin, suas costas na ilha flutuante. “Preciso só de alguns segundos, então eu prometo que volto… ainda não… perdi…”
Enquanto Colin lutava para se manter consciente, Gorred, com a mão firmemente pressionada sobre o abdômen, iniciou seu processo de cura.
— Já entendi o que ele quer fazer — disse o pandoriano. — Quer me fazer gastar mana fazendo eu me curar, mas para isso terá que me ferir dezenas de vezes, talvez centenas! O garoto logo cairá morto, então continuem se defendendo!
— Passos fantasmas!
Uma mão pressionava o rosto de Gorred, contudo, não pertencia a Colin, que permanecia distante, imóvel.
Bam!
Leona, com uma brutalidade animalesca, forçou a cabeça do pandoriano contra o chão. A pixie, pronta para reagir, de repente, sentiu todo o seu corpo travar. Heilee, posicionada à distância, mantinha uma mão apoiada no abdômen e a outra estendida na direção da pixie.
“Essas duas continuam vivas?”
Woosh!
A pandoriana de Colin surgiu rapidamente atrás de Nix, cerrando o punho e liberando uma explosão de mana ao golpear a criatura no plexo solar. O golpe transparecia uma raiva contida, sendo o ataque mais poderoso que Leona já desferira em toda a sua existência.
Cabrum!
A pixie colidiu com ilhas flutuantes, desaparecendo no plano astral. Os olhos furiosos de Leona finalmente se concentraram em Safira.
— Saudades de mim, chifruda? Passos fantasmas!
— Merda!
Cabrum!
A energia de mana pulsante explodiu novamente, atingindo Safira impiedosamente no abdômen, resultando em faíscas que dançavam pelo ar como um demônio elétrico.
Safira foi projetada para longe, contudo, diferentemente da pixie, ela canalizou parte de sua mana no abdômen, amortecendo o impacto com maestria.
Leona, num salto ágil, deslocou-se até Colin. A visão dele naquele estado era dolorosa. Seu corpo estava marcado por queimaduras, seus olhos perderam seu brilho característico e uma miríade de ferimentos marcava seu corpo.
Tudo isso só serviu para inflamar ainda mais sua fúria.
Como uma mãe protetora guardando sua cria, Leona posicionou-se firmemente diante de Colin, com seus caninos à mostra e a baba escorrendo pelo chão. Suas caudas serpenteavam no ar, e o pelo de seu corpo se eriçava em um claro sinal de agressividade.
Passando um dos braços dele por seu ombro, ela o levou consigo, utilizando os passos fantasmas para chegar rapidamente diante de Sirela e Vallkuna.
— Curem o mestre Colin!
Elas cruzaram olhares.
— Leona… se pararmos o ritual de banimento-
— Não precisa banir ninguém, os deixe aqui, nós vamos matá-los, todos eles! Se mestre Colin voltar para a luta, a gente ganha!
— Certo! — Sirela assentiu.
— Espera, Sirela, tem certeza disso?
— Colin segurou todos eles sozinho — disse convicta. — Se ele lutar junto das suas companheiras, ele pode mesmo vencer!
— O quê? — Vallkuna estava incrédula. Deixar tudo na mão de pessoas quase nocauteadas era loucura. — E se, quando ele voltar, as companheiras dele estiverem mortas?
— Você devia só calar a boca e fazer o que estou mandando! — Leona soou tão autoritária quanto agressiva. — Não me interessa se você é uma deusa, se o senhor Colin morrer, você morre junto, então trate de cuidar dele, agora!
O ritual de banimento desfez-se, e Vallkuna engoliu em seco, agachando-se na direção de Colin.
— É melhor você não morrer…
— Eu não vou!
Gorred estava no chão, ele limpou o sangue do nariz com as costas da mão e se ergueu, encarando Leona ao longe.
— Tsc… uma pandoriana raposa? Que problemático…
Leona chegou ao lado de Heilee.
— Hei… tô puta, muito puta, então não vou me segurar!
— Não precisa, também vou com tudo!
Mana explodiu nas mãos de Leona, e ela avançou em direção a Gorred, que rapidamente ergueu uma barreira.
“Não importa a força monstruosa que tenha, até mesmo seu mestre demorou a quebrá-la, e só conseguiu isso com a variação vermelha.”
Cabrum!
Leona socou a barreira com tudo, ela sequer rachou.
“Hehe, eu não disse?!”
Gorred tentou se mover, mas não conseguiu.
“O quê?”
Heilee estava ao longe, seu braço tencionado enquanto mirava em Gorred.
“Essa vadia!”
Leona intensificou a concentração de mana em seus punhos, desencadeando uma verdadeira metralhadora de socos contra a barreira de Gorred. A resistência da defesa não aguentou a onda devastadora, cedendo à força bruta imposta pela pandoriana.
Bam! Bam! Bam!
A sequência implacável de socos atingiu Gorred dezenas de vezes durante esse assalto. Quando Leona finalmente parou para recuperar o fôlego, Gorred reagiu, lançando-a para longe com uma força avassaladora, aplicando-lhe uma pressão sem precedentes. Em seguida, seu olhar se voltou para Heilee.
“Você é mais problemática que ela, então será a primeira!”
Woosh!
Ela adentrou um portal que abriu atrás de Heilee, mas assim que seus pés tocaram no chão, um círculo mágico abriu-se, travando sua movimentação.
— Não sou forte como senhor Colin ou Leona, mas isso não significa que meus golpes sejam fracos!
Placas de pedra envolveram totalmente a canela de Heilee, seguindo meticulosamente os ensinamentos de Ayla, aprimorando sua mana ao extremo. Ela ergueu o joelho da perna de trás, girou o quadril com precisão e estendeu a perna, impactando o pescoço de Gorred e levando-o ao chão.
Brum!
A força do golpe foi tão intensa que a própria ilha foi destruída, resultando em destroços flutuantes pelo plano astral.
Gorred perdeu momentaneamente a consciência, mas prontamente se recompôs, movendo-se habilmente em direção a um dos escombros flutuantes.
Enquanto alisava o pescoço, um filete de sangue escorreu de seu nariz.
“Porcaria… onde a pixie foi parar? E Safira continua longe, mas deve estar cansada. Se eu continuar me curando assim, minha mana pode acabar descendo bem rápido.”
— Belo chute — elogiou Leona ao lado de Heilee.
— Valeu!
Safira pousou na ilha próxima, encarando aquelas duas.
“A garota de cabelo escuro, não posso deixá-la me paralisar. Ser atingida por Leona a essa altura pode ser fatal.”
A caída bateu palmas, abrindo um círculo mágico.
“O melhor jeito de lidar com essas duas é separá-las.”
A partir do círculo mágico, duas serpentes de fogo foram conjuradas, avançando em direção às combatentes. Os braços de Leona se transformaram, tornando-se músculos robustos com veias visíveis pulsando em sua pele.
Dobrando os joelhos, Leona avançou com destemor, desferindo golpes tão precisos que uma das serpentes de fogo desapareceu sob a fúria de seus ataques.
Em simultâneo, Safira assumiu uma postura peculiar, estendendo a mão na direção de Heilee como se estivesse apontando uma arma.
“Esse foi o golpe que quase derrubou o senhor Colin, você não deve ser tão resistente quanto ele!”
Safira disparou, mas antes de seu ataque alcançar Heilee, uma intervenção inesperada a retirou do perigo iminente.
O disparo de Safira atingiu a ilha onde Heilee estava, resultando em uma explosão ressonante.
BOOM!
Com o braço que lhe restava, Colin pegou Heilee no colo a tempo, a colocando no chão em outra ilha.
— Senhor Colin! — Ela estava empolgada. — O senhor está bem!
Ele bagunçou o cabelo dela. — Essa não é a palavra certa, mas sim, eu continuo vivo.
Gorred e Safira estavam próximos, mas seria difícil superá-los, mesmo com Colin tendo somente um braço.
— Você não deve ter mais que alguns minutos antes de cair de cansaço — disse Gorred. — O seu corpo deve estar suplicando por uma pausa.
— É, você está certo, mas você conseguirá durar até lá? — ele zombou.
— Tsc… arrogante como o seu pai!
— Aquele homem não é mais o meu pai.
Gorred engoliu em seco e apontou o braço para Safira.
— Sinto muito, garota.
— E-espera!
Um portal surgiu abruptamente atrás dela, envolvendo-a e a sugando para o seu interior. No entanto, antes de desaparecer completamente, ela dirigiu um último olhar para Colin, trocando um último elo visual.
Em um gesto derradeiro, Gorred apontou o braço para trás, revelando a presença distante de uma pixie desacordada em seu diminuto corpo. Um segundo portal materializou-se e a envolveu, absorvendo-a para seu interior.
O ambiente, então, mergulhou em um silêncio profundo.
— Vai lutar sozinho? — zombou Colin. — Depois, o prepotente sou eu.
— Assim, nenhuma delas me atrapalha!
Gorred se preparou para atacar, concentrando mana nas mãos, assim como Colin e suas companheiras.
Bam!
Um golpe de pressão separou aquele trio.
Utilizando os passos fantasmas, Leona e Colin movimentaram-se de forma veloz e coordenada, indo de um lado para o outro com agilidade, confundindo os sentidos de Gorred, que, diante da ameaça iminente, esticou os braços e, em um movimento ágil, ergueu uma barreira imponente para se proteger contra os ataques.
“Dessa vez, você não conseguirá me superar!”
Antes que ele fizesse seu movimento, seus movimentos travaram, e Heilee estava lá, ao longe, concentrando-se.
“Essa vadia continua atrapalhando!”
Claymore assumiu a forma de uma lança, o braço de Colin ficou tenso, e com um movimento ágil, ele a arremessou.
Clang!
Ela cravou na redoma e Leona subiu no antebraço de Colin. Flexionou os joelhos, e o braço dele foi tensionado ao extremo, lançando-a em seguida.
Zium!
Chutou o cabo da lança com o calcanhar, abrindo assim um buraco na redoma. Essa abertura era exatamente o que Colin esperava.
— Passos fantasmas!
Ele atravessou o buraco com uma graciosidade impressionante, estendendo os dedos da palma da mão como se fossem uma espada afiada prestes a decapitar Gorred.
Os olhos do pandoriano não acreditaram que aquilo estava acontecendo.
“O quê?! Eu… serei derrotado?”
Os dedos de Colin estavam a centímetros do pescoço dele.
“Eu me recuso!”
— Liberação de terceiro círculo!