O Som da Guerra: A Origem - Capítulo 36
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- Capítulo 36 - Retornando a Torre Mágica Amanhecer.
Capítulo 36
Antes de retornarem à Torre Mágica Amanhecer, Ariel conduziu Ezrael até o Esconderijo da Resistência, onde seus três amigos remanescentes estavam abrigados. A jornada até o esconderijo foi tensa, mas Ariel estava determinado a reunir seu grupo e mostrar que havia conseguido escapar do domínio demoníaco.
Ao chegarem na entrada do Esconderijo, uma cena inesperada se desenrolou. Um jovem valente, com um olhar intenso e decidido, brandia uma espada e gritou para que se revelassem.
— Quem vai aí? Identifiquem-se ou enfrentem as consequências! — ele ordenou, sua voz firme, refletindo a urgência e a tensão do momento.
Ariel levantou as mãos, tentando transmitir calma e familiaridade.
— Espere! Sou eu, Ariel! Não precisa atacar! — disse ele, sua voz carregada de alívio ao ver o jovem.
O jovem, que se chamava Dariel, hesitou por um momento, sua expressão mudando de hostilidade para alívio.
— Ariel? É você mesmo? — perguntou Dariel, enquanto sua espada baixava lentamente. — O que aconteceu? Nós pensávamos que você estava perdido!
— Eu estava, mas consegui escapar — respondeu Ariel, um sorriso se formando em seu rosto. — Conheça Ezrael, ele me salvou. Precisamos falar com os outros imediatamente.
Dariel, ainda um pouco cético, avaliou Ezrael rapidamente, mas logo percebeu que o jovem era um aliado, não uma ameaça.
— Desculpe pela ofensa — disse Dariel, abaixando completamente a espada e estendendo a mão. — Não queria colocar você em perigo, Ariel. Vamos entrar.
Ao cruzarem o portão, o Esconderijo da Resistência se revelou como um espaço acolhedor, repleto de membros do clã que se reuniam e discutiam estratégias para sobreviver à crescente ameaça dos demônios. O ambiente estava repleto de determinação e resiliência, um contraste marcante com os horrores que Ariel havia enfrentado.
— Precisamos nos reunir — disse Ariel, atraindo a atenção de seus amigos. — Temos informações importantes e precisamos planejar nossos próximos passos.
Os três amigos de Ariel se aproximaram, cada um deles com expressões de preocupação e esperança. Eles ouviram atentamente enquanto Ariel contava sua história, como Ezrael o havia resgatado e como agora precisavam se unir para enfrentar a nova onda de demônios.
Ezrael observou os rostos dos remanescentes do clã celestial, notando a mistura de desconfiança e esperança em seus olhos. Ele sabia que, para se tornarem uma força de combate, precisariam confiar uns nos outros e unir seus esforços.
— Eu venho de um passado de perdas e desafios, assim como vocês — começou Ezrael, sua voz carregada de sinceridade. — Mas juntos, podemos fazer a diferença. Precisamos de um plano sólido e de mais aliados.
Os membros do Esconderijo começaram a murmurar entre si, suas vozes misturando-se em um coro de determinação.
— Vamos trabalhar juntos — disse um dos amigos de Ariel, um homem forte chamado Gael. — Se conseguimos sobreviver até agora, temos a chance de lutar de volta.
Com a coragem de Ariel e a determinação de Ezrael, o grupo começou a formar uma estratégia, unindo suas forças em torno de um único objetivo: erradicar a ameaça demoníaca e restaurar o que restava de seu clã. A sala se encheu de ideias, planos e uma sensação renovada de esperança, enquanto o Esconderijo da Resistência se preparava para a batalha que estava por vir.
As explosões reverberavam através das paredes do Esconderijo da Resistência, anunciando a aproximação iminente dos demônios em busca de vingança. Ezrael manteve-se sereno, mas sua voz ressoou firme ao dar as instruções:
— Todos, em posições de defesa! Gael, você e Dariel cubram os flancos à esquerda e contenham qualquer avanço. Natalia, reforce nossa retaguarda com uma barreira mágica! Ariel, fique comigo na linha de frente, vamos abrir caminho até o líder.
Assim que assumiram suas posições, uma onda de demônios irrompeu pelo campo, olhos brilhando com um ódio fervente. Ezrael avançou, e sua presença parecia dominar o espaço. Com um movimento ágil, ele invocou sua Lâmina de Caos Elemental, que cintilava entre a luz e a escuridão, emanando uma energia destrutiva.
— Mantenham a formação! — ordenou Ezrael, enquanto desferia seu primeiro golpe, varrendo o campo de batalha com um corte que dizimou o primeiro demônio em um instante, seu corpo se desfazendo em faíscas e fumaça.
À esquerda, Gael e Dariel sustentavam a linha com ataques imbuídos de relâmpagos. Gael girava uma maça eletrificada, e cada impacto enviava descargas de eletricidade que atravessavam os demônios, imobilizando-os por um segundo antes de serem destruídos. Dariel, por sua vez, manipulava raios azuis intensos, formando um escudo de relâmpagos ao redor de si. Cada demônio que ousava se aproximar era atingido por um raio concentrado, que os fritava instantaneamente. Natalia, posicionada na retaguarda, sustentava uma barreira de energia que cintilava com raios, aumentando a defesa e repelindo qualquer ataque que tentasse penetrar.
Ezrael, no meio da batalha, percebeu o líder demoníaco do Sexto Estágio observando à distância, com um olhar desafiador. Preparando-se para o confronto direto, Ezrael ativou Foco Total, detectando as fraquezas do demônio instantaneamente. Em uma fração de segundo, avançou, cortando o ar com sua lâmina enquanto desviava de cada investida dos demônios menores.
O líder lançou uma onda de energia corrosiva, mas Ezrael, em um rápido desvio, invocou Impacto do Golpe Celestial. Com a força amplificada, ele desferiu um golpe devastador que rachou o chão e lançou o líder demônio para trás, colidindo com uma rocha. Ariel aproveitou a oportunidade, disparando lanças de relâmpagos prateados que cravaram-se no corpo do líder, enviando ondas de choque por toda a sua estrutura, enquanto ele tentava se regenerar sem sucesso.
Com um último esforço, o líder demoníaco lançou uma rajada desesperada de energia, mas Ezrael avançou, bloqueando o ataque com uma Barreira de Mana reforçada. Ele atacou novamente com a Lâmina de Caos, o golpe final cortando através do corpo do líder, que se desfez em uma onda de fumaça espessa e faíscas negras.
Os demônios remanescentes hesitaram ao ver seu líder derrotado. Gael, Dariel e Natalia avançaram com poder renovado. Gael lançou sua maça, que agora irradiava eletricidade em todas as direções, atingindo os demônios próximos com choques paralisantes. Dariel conjurou uma tempestade de relâmpagos em miniatura, que desceu sobre os demônios, fulminando-os em um piscar de olhos. Natalia manteve a barreira enquanto enviava descargas para os demônios que tentavam escapar.
Quando a batalha finalmente cessou, o campo de combate estava repleto de resíduos da energia demoníaca, agora dispersa. Ezrael olhou para os companheiros, ofegantes mas ilesos. Sabia que haviam superado uma ameaça mortal juntos, e seu espírito parecia inquebrável.
— Esse foi apenas o começo — disse Ezrael, com uma expressão determinada. — Mas enquanto lutarmos juntos, nada poderá nos deter.
O grupo acenou em concordância, fortalecendo a confiança que agora os unia. Juntos, sentiam-se prontos para enfrentar qualquer escuridão que tentasse se interpor em seu caminho.
Após caminharem pelo terreno irregular da floresta, Ezrael e seu grupo finalmente avistaram a entrada para o portal escondido, o único caminho de volta à segurança da Torre Mágica Amanhecer. À frente deles, a grande árvore antiga se erguia com suas folhas densas e energia peculiar. Ezrael deu um suspiro de alívio ao se aproximar, enquanto os membros do clã celestial hesitavam. Em seus corações, o temor ainda persistia — o medo de confiar em alguém de fora. Mas, olhando para Ezrael, eles perceberam algo diferente. Ele era a primeira fagulha de esperança que encontraram em anos. A coragem e a determinação de Ezrael, somadas ao seu desprezo genuíno pelos demônios, os haviam impressionado de tal forma que decidiram arriscar.
— Vamos confiar nele. Pela primeira vez, vejo uma saída — disse Gael, com um brilho de esperança nos olhos.
Ezrael assentiu e se preparou para selar o portal. Com um movimento concentrado das mãos, ele invocou um feitiço complexo que criava um lacre invisível. Suas mãos se moveram no ar, formando símbolos de mana que se entrelaçavam em uma barreira mágica robusta. Ao completar o feitiço, ele pronunciou uma palavra de comando, e uma leve onda de energia envolveu a base da árvore, selando o portal sob suas raízes.
— Agora, este portal só poderá ser aberto por mim e por vocês — afirmou Ezrael, com um olhar determinado. — Dessa forma, ninguém mais será pego de surpresa.
O grupo observou em silêncio, sentindo o peso daquela promessa. Estavam prontos para enfrentar o futuro, um passo de cada vez, sob a liderança daquele que os resgatara e agora lhes trazia esperança.
Assim que retornou à Torre Mágica, Ezrael foi recebido com uma acolhida inesperada no Salão de Ensinamento Público de Mestres. O lugar estava repleto de olhares curiosos e aplausos discretos; a notícia de sua bem-sucedida missão de resgate já havia se espalhado. O próprio Ancião da Bancada o convocou, elogiando seu desempenho e reconhecendo o nível de dificuldade da missão. Em seguida, Ezrael recebeu a insígnia de Caçador Ancião, um título respeitado que o destacava ainda mais dentro da hierarquia da Torre. A insígnia, gravada com um símbolo arcano, reluzia sob a luz do salão, um lembrete do prestígio e das responsabilidades que a posição lhe conferia.
Após aceitar a insígnia e agradecer, ele se despediu de Natalia, que prontamente partiu para relatar o sucesso da missão ao seu mestre, o Ancião responsável por sua tutela. Ezrael, por sua vez, tomou outra direção. Ele sabia que os membros sobreviventes de seu clã celestial necessitavam de um abrigo seguro. Após uma breve consulta nos registros da Torre, encontrou uma pequena casa situada nos arredores, longe do centro movimentado, mas próxima o suficiente para manter contato com seus aliados.
Ezrael adquiriu a propriedade sem hesitação. A casa seria um novo refúgio para seus companheiros, um lugar onde poderiam viver sem a constante sombra da perseguição demoníaca. Ele planejava mantê-los próximos e protegidos enquanto formulava os próximos passos para reconstruir a glória perdida de seu clã celestial, mantendo-os a salvo e sob sua guarda.