Passos Arcanos - Capítulo 271
Faltan esperou que Wilson e Ferlax voltassem. Estavam usando suas mais formais roupas. O Arche-Mago tinha aquele tom sábio e misterioso, algo comum entre os Magos. Diferente de antes, usava luvas grossas e um pequeno cordão que recebeu de Maldino Mideroni muitos anos atrás.
Ainda guardava o cordão como se fosse mais valioso do que a própria vida, usando em situações bem específicas. Ferlax, por outro lado, mudou apenas a camisa para uma mais grossa e um casaco longo, tapando suas pernas.
— Todos estão prontos, minha senhora – anunciou Wilson da porta. — Mestre Baker pediu que nos juntássemos aos outros. Entraremos no Teatro dos Cordions.
— E onde fica isso? — perguntou Ferlax já irritado com algo tão pequeno. — Ele não vai querer que a gente fique andando no frio cedo assim.
Faltan apenas o ignorou e ordenou que Wilson fizesse os Magos e os ajudantes se reunissem para sair. No meio do caminho, vozes se arrastaram pelos corredores. Wilson quem os liderava, mas diminuíram assim que deram conta das outras pessoas vagando nas esquinas dos corredores.
— Tenho certeza que viemos aqui para nada. — Era a voz de um rapaz, parecia novo. — Meu avô sempre falou que isso podia acontecer com a gente se não tomássemos conta da família. A gente entra no radar dessa gente.
— Sempre que você abre a boca, acaba falando merda, acredita?
Faltan não deixou de admirar a jovem que respondeu. Eles pareciam sozinhos pelos passos dados, mas Wilson não permitiu que fossem mais adiante. Tinha muita gente que eles não conheciam, ainda mais quando os Baker chamaram pessoas de perto de VilaVelha.
— Mas é verdade, irmã. Eles sempre mandam cartas, dizem que possuem bons acordos e quando chegamos, quase se ajoelham em troca de algum favor. O avô sempre fala que é dinheiro. E os Baker são uma família desonrada, lembra?
A garota bufou em desdenho e saiu em passos rápidos.
— Ficar com você me cansa.
Quando não mais os escutavam, Wilson prosseguiu pelo corredor até a porta indicada. Assim que a abriram, um pequeno portal azulado cresceu. Aos poucos, o outro lado se mostrou sendo um pátio enorme e dourado.
Faltan ficou impressionada e foi a primeira a entrar. O chão tinha seu reflexo borrado, mas era áspero. Incrivelmente ao redor também tinha seus pilares esticados em um tom cinzento, com uma bandeira vermelha do um Cão e uma espada.
O ambiente era tão largo e tão extenso, contendo assentos em quase dez níveis, onde cada nível se distanciava mais e mais do anterior. Lá no teto, alguma coisa se arrastava com uma cor prateada, parecendo estar viva.
Wilson e Ferlax atravessaram com os outros e não esconderam sua surpresa. Outro portal se abriu a direita e depois a esquerda. Várias pessoas entraram com mais de duas dezenas de seguidores, alguns jovens outros velhos. Impressionante era que mesmo com cerca de cinco ou seis caravanas de famílias presentes, o espaço do salão era gigante.
— Parece um campo de batalha – ouviu de um velhinho que surgiu a direita. Ele tinha uma túnica escura, mas com imensa pressão na postura. — É bonito de ver, mas não é ouro. Nem tinta. Que interessante.
— Claro que não seria ouro. — Outra mulher respondeu de braços cruzados. — Quem faria uma arena de ouro? É magia passiva, uma bem simples.
Faltan não esperava que todo o lugar fosse revestido de mana por uma magia passiva, mas a beleza do lugar ela não podia negar.
— Esse portal também não é comum. — Outro disse a esquerda. — Consigo sentir a distância de onde estávamos para onde estamos agora. São quase 50 quilômetros. Quero saber onde é esse lugar.
Ferlax encarou Wilson, mas ele a fez um aceno com a mão. Era para se manter calma, o Mestre Baker tinha deixado claro que nada estaria fora do seu controle. Deixou claro que estava tudo bem, ele mesmo tirou os Feiticeiros de sua casa e ajudou Faltan.
Recuar agora era idiotice. Ela foi a primeira a dar os passos para mais adiante. E encarou onde não havia assentos, apenas um espaço reservado. Parecia ser uma sacada, exatamente parecida com a que os Imperadores possuíam quando eram convidados para espetáculos.
Respirou fundo e concordou com a cabeça para si mesmo.
— Faltan Mideroni, da família Mideroni. O Mestre Orion Baker convidou meu pai para vir, infelizmente ele não pôde comparecer. Estou aqui justamente em seu nome.
Não olhou para trás. Se olhasse, poderia sentir a vergonha. Nessas horas, deveria ter as condutas de seu pai. Séria, firmada e sem oscilar.
Mais de dez segundos passaram e nada. Ela continuou firme.
— Os Baker recebem a família Mideroni de braços abertos. — A voz se arrastou lentamente, era bem idosa. — O Mestre Orion Baker e sua família prestam respeito aos Mideroni.
O dourado de todos os assentos ao redor se tornaram vermelhos puro. Não por magia, nem mesmo pintada, eram as mesmas roupas que Faltan tinha visto na floresta. Os capuzes, as túnicas, as peças de armaduras, tudo em sua cor avermelhada feito sangue.
Aquele mundo colorido se tornou puramente sangue. Todos os níveis, subindo mais e mais, até o topo cheio de Baker. Ela girou vendo que não eram apenas nas laterais, atrás e na frente, tudo estava tomado.
Ela engoliu em seco.
— Orion Baker saúda seus convidados. — O próprio Orion apareceu da sua sacada. A única diferença de sua roupa para os outros Baker eram as mangas com bordados dourados. — Estou feliz por terem chegado até aqui sem problemas. Peço perdão pelo clima, o norte inteiro está recebendo um inverno bem rigoroso.
O mesmo homem que citou não estarem mais na cidade foi a frente.
— Sou Poul Fandon, quem está na liderança da família Fandon. Gostaria de agradecer por ter nos convidado, mas gostaria de perguntar quem são todas essas pessoas? São todos parte da sua família?
— São meus irmãos e irmãs tirados das trincheiras espalhados pelo continente. Hoje, todos os membros, sem excluir ninguém, estão aqui para recebê-los. — Orion ficou bem perto da beirada e deu um passo no vazio, e apareceu no chão, no mesmo patamar que eles. — Eu queria deixar claro a importância de todos vocês aqui. Preferi que estivessem todos juntos porque muitos dos que vieram tem seus próprios cronogramas e trabalhos. Espero que entendam o motivo de terem vindo juntos.
Faltan e Poul deram passos para trás. A velocidade de movimento de Orion foi muito diferente do que estavam acostumados a ver. A jovem Mideroni ficou um tanto perturbada, a família dos Baker parecia ser forte, mas quanto era o Mestre Baker?
— Achei que estivéssemos aqui para os acordos comerciais que solicitou – disse Poul, ainda recuado. — E fico contente que sua família esteja prosperando mesmo com VilaVelha sendo tomada por conflitos internos e externos.
Orion deu uma risada debochada.
— Se eu quisesse apenas comercializar, eu mesmo iria até sua residência, senhor Fandon. Hoje, os Baker tem um poder comercial que rivaliza completamente contra a metade das grandes empresas solidificadas no continente. Hoje, estou aqui atrás de aliados, alguns que sei terem muitas boas reputações mesmo em épocas de crise.
Os passos que vieram pelas costas de Faltan foram de Regine Pelsyn, a jovem da Escola de Combatente. Quando estudou nas Caldeiras por alguns anos para se familiarizar com os acordos e também o ritmo da Ordem dos Magos, Faltan ouviu bastante sobre a Futura Lança ou algo parecido.
O apelido que dava para Regine Pelsyn sempre se tornava debochado na boca dos homens já que ela era uma mulher treinada na lança. Muitos que perderam alegavam que ela tinha algum tipo de pacto com alguma entidade.
Isso gerou conflito com a Ordem dos Magos na época, mas Regine sempre se manteve calma sobre essas falsas acusações.
— Uma boa tarde, Mestre Baker. — Regine se inclinou ligeiramente. — Meu pai não pôde comparecer por problemas de saúde. Meus conselheiros pediram que eu viesse porque o Mestre Cassiano Baker era um antigo colega do meu pai. Espero que não seja apenas para conversas porque o tempo que perco aqui é um tempo precioso que eu poderia estar treinando ou estando atrás de uma resolução para os problemas de minha família.
Orion não respondeu de começo. A respiração ainda era comum e ele apenas encarava Regine com pequenos traços de interesse.
— Mestre Cassiano tem uma dívida com seu pai – ele disse, finalmente. — Uma que perdura por mais de trinta anos, não foi?
Regine concordou com a cabeça. Ela estava nervosa, Faltan sentiu.
— Durante uma batalha, seu pai salvou Mestre Cassiano. Ele perdeu dois dedos da mão direita, o que deixou quase impossível de treinar. Seu pai, Rogerio Pelsyn, a Lança dos Combatentes, deixou o campo de batalha para assumir o lugar que seu avô, o ainda vivo Reginaldo Pelsyn, lhe deixou.
Outro balançar de cabeça concordando.
— Seu pai assumiu a Escola dos Combatentes, mas foi taxado como impróprio em comandar. Alegaram que um homem que não pode empunhar uma espada não poderia ser o líder. É uma dívida que seu pai tem com Mestre Cassino, e por Mestre Cassiano ser meu conselheiro, essa dívida é minha também.
— Isso nunca chegou a ser cogitado – replicou Regine rapidamente. — Meu pai nunca iria cobrar o senhor Cassiano ou ninguém da sua família.
— Eu sei que não. — Orion ainda mantinha os braços atrás das costas, sereno e calmo. — No entanto, vocês não possuem um patrocinador faz quase dez anos, não é?
Poul Fandon e Faltan Mideroni observaram que Regine manteve a sua conduta como líder, mas sua expressão chegou a cair um pouco. Uma Escola de Combatentes sempre tem patrocinadores. Sem apoio, era como se fosse uma casa normal, apenas com membros brandindo espadas para lá e para cá.
Sem o dinheiro, sem as armas, sem as competições, eles não eram nada.
— Você conhece a história. — Regine apertou o próprio punho e não se deixou abalar. — Não precisamos de mais nada além de nossos membros e da lealdade deles.
— E a dívida que possuem?
A cara de Regine se afundou de novo. Faltan ficou chocada. Orion Baker era cruel demais com as palavras. Mesmo ela se erguendo com seu espírito de lutadora, era jogada contra a parede de novo, mais e mais forte.
— Por isso está aqui, senhora Pelsyn. — Orion caminhou e parou dois metros dos três. — Por isso estão aqui. Minha família possuí dívidas com alguns dos antigos membros que moravam ou ainda moram com vocês. São responsáveis por terem salvo vidas, por terem salvo o nome, e alguns – Faltan recebeu uma encarada – por terem salvo a história. São passos que considero de extrema importância. Passos largos que devem ser pagos.
— Quer pagar uma dívida? — Poul ainda não parecia ter entendido tudo. Faltan admitia que estava bem perdida naquelas frases todas. — E que dívida minha família tem?
— Bom, senhor Poul Fandon. Deixe-me levá-lo para trezentos anos atrás, quando Pergonizo Baker, um mensageiro de batalha corria por VilaVelha. Ele carregava um mensagem importante das Ilhas Vulcânicas, alegando que as Tropas de Lava não se juntariam a batalha contra o Clero naquela temporada por falta de recursos. Ele passou por um campo minado, cheio de Sacerdotes e Magos que por saberem que ele era um dos mais hábeis mensageiros, fizeram de tudo para tentar matá-lo ali. Os Baker nunca foram adorados, afinal das contas.
— Meu pai me contou essa história – respondeu Poul. — Ele também disse que Pergonizo morreu fugindo de muitos inimigos. Ninguém realmente soube como ou porquê estavam atrás dele.
— Na verdade, Pergonizo nunca morreu. Ele foi salvo. Quando esteva na beira de um abismo, olhou para trás e viu que não tinha fuga. E ia pular para não ser morto por qualquer Mago. Mas, uma mulher o encontrou primeiro, uma Maga de Ilusão chamada Rita Fandon. Que futuramente se tornou a Arquimestra Ilusionista.
Poul continuou sério, fitando muito bem Orion.
— Como você… sabe disso? — Poul podia estar sério, mas sua voz não o enganava. — Meu pai disse que ninguém além de mim saberia essa história. Só poderia ser passado para alguns membros.
— Ele nunca iria cobrar uma dívida de uma família desonrada. — Orion defletiu sem irritação. — O que acontece é que vocês possuem essas mesmas particularidades com os Baker. Fizeram algo pela gente que sempre manteve acessa nossa história, nossa vida e nosso tempo. Por isso, estão aqui hoje. Estou oferecendo o valor recompensado de suas ações no passado.
— Nos pagar. — Regine não parecia muito convicta. — Não gosto de ser grossa, senhor Orion. O que ouvi vindo para cá é que sua família está na beira de um colapso por conta da Ordem dos Magos e das famílias nobres. Estar com todos os seus familiares em volta pode até trazer conforto para nós, mas um pagamento não é necessário. A dívida que meu pai tem é…
— Eu vou patrocinar sua Escola de Combatentes, senhora Regine.
Ela até ia continuar a falar, mas se calou na hora. Faltan viu a expressão de todos atrás deles ficaram alertas.
— Já fui Selector da Academia de Magos e sou atual líder da minha família. Conheço bem da administração para entender o que o dinheiro e todos os acordos que tenho podem fazer, por isso quero deixar claro que vou pagar essas dívidas e ainda assim dar uma escolha para suas famílias. Viver uma vida difícil no continente, pela Ordem dos Magos e pelo Clero, ou ter uma chance de prosperar com novas perspectivas. Uma chance que estou aberto a entregar a cada um de vocês. Faltan Mideroni, Regine Pelsyn e Poul Fandor, que está falando pela senhorita Skalyr Fandon, Keifor é uma cidade que abriga três famílias principais, os Baker, os Trindade e Tribo Mestiça. Possuí cerca de duas Torres Mágicas. Eu poderia listar mais uma dezena de posses, mas não seria importante se não pagasse o devido valor, não é? Então, cada um de vocês, pela história que tiveram, receberão dez milhões de moedas de ouro.
Faltan rapidamente olhou para trás e Wilson gesticulou com os olhos para ela continuar prestando atenção. O Arche-Mago foi o único que realmente fez isso. Poul negou velozmente com a cabeça e deu uma risada.
— Quer brincar com a gente, senhor Baker? Quem teria tanto dinheiro para dar assim aos outros? E esse pedido ridículo de vir para cá? Minha família não poderia abandonar VilaVelha para vir para cá. Nenhum de nós aceitaria isso.
— Eu aceito.
Poul virou a face para Regine Pelsyn que ainda se mantinha como uma lutadora, prestes a ser desafiada.
— Aceita ser comandada por uma família que está nos olhos dos Magos? Mesmo que eles paguem isso, Regine, você estaria indo contra todos os tabus que enfrentamos.
Regine o fitou.
— Não dê palpites na vida de outras pessoas. Algumas precisam de oportunidade, outros não enxergam quando elas chegam. Vim aqui com um propósito de impressionar o Mestre Baker com o que minha família poderia fazer. Eu soube que metade dos mais promissores Magos e Cavaleiros de VilaVelha desertaram de seus postos e escolas depois que os Grande Magos nada fizeram no último ataque. Eu estava naquele inferno, eu vi o que fizeram, e vi esse homem lutando contra um inimigo que não era dele. Meu pai poderia não aceitar, mas eu aceito. Eu dobraria meu joelho a esse homem se ele quisesse.
— Não é preciso. — Orion agitou um braço. — Não será minha subordinada. Keifor tem um espaço reservado para sua família e para todos que vierem a treinar.
Poul não ficou nada contente.
— E acredita nesses dez milhões? Ninguém tem dinheiro assim, senhora Regine.
Orion simplesmente virou para trás e retornou para os dois discutindo. Faltan sabia que ele estava dando ordens mentais para alguém. E não passou mais de um minuto, um dos conselheiros de Poul Fandon se aproximou velozmente com um papiro selado em mãos.
— Estou ocupado – disse Poul irritado. — Não consegue ver?
— É melhor dar uma olhada – disse Orion. — Já que negou sua estadia em Keifor, o dinheiro que eu acabei de mencionar já está nos seus cofres, senhor Fandon. Eu irei comprar os Lirio-Gato que trouxeram, mas depois disso, nossa conversa se encerra.
Foi como ver um vulcão sendo tapado por água suficiente para selar completamente sua ira. Faltan tinha certeza que o papiro que ele recebeu era do dinheiro, mas teve certeza quando Wilson se aproximou com um igual.
— Senhora. — O Arche-Mago parecia preocupado e feliz ao mesmo tempo. — Recebemos do próprio Economia. Ele disse que está tudo certo.
Ela o abriu rapidamente e puxou. Regine também tinha recebido.
— Dez milhões, como disse. — A Senhora Pelsyn abaixou o pedaço de papel e olhou para o chão. — Meu pai disse que um homem com caráter suficiente para pagar dívidas sempre terá um lugar na mesa dele.
— Seu pai tinha uma imensa adoração por lanças, assim como eu tenho.
Orion esticou a mão e uma arma longa com lâmina na ponta se mostrou. Ele a girou em seus dedos como se fosse um palito e encaixou no chão.
— Mestre Cassiano me ensinou o que ele um dia aprendeu com seu pai, senhora Pelsyn. Por isso, se aceitar se manter aqui, poderá se desenvolver com mais de cinco Mestres de Armas. Será uma imensa honra tê-los conosco.
— E meu pai?
— Estará com você, sempre. Eu tenho o necessário para trazer todos de sua família e da Escola Combatente para cá, só preciso que me diga quando quer que isso aconteça.
Ela abaixou a cabeça mais fundo ainda.
— Espero que eu possa honrar esse imenso favor que está nos fazendo, Mestre Baker. Amanhã, gostaria que meu pai estivesse aqui.
Ele concordou com um sorriso no rosto e abanou a mão para trás. Alguém se desdobrou das fileiras vermelhas e sumiu. Depois, mais um. E depois outro. Faltan ainda encarava Orion Baker. Ele também tinha oferecido que a família Mideroni vivesse em Keifor pouco tempo atrás.
Não tinha voltado em sua palavra, mas será que ele teria um pouco de compreensão quando ela disse que não poderia deixar sua casa? Haviam motivos demais para não ir embora de lá, deixaria tudo, até mesmo seus maiores pertences.
Seria como deixar a história dos Mideroni pra trás.
— Não necessariamente – ouviu do próprio Orion. — Tudo que estiver sob seu alcance será trazido. Até mesmo a poeira de seu quarto, se quiser.
Regine concordou mais uma vez.
— Obrigado.
Faltan ficou sem palavras e recebeu um olhar dele, cheio de mistério.
— E você, senhora Mideroni, ainda manterá sua palavra?