Reencarnado Como um Inseto Humanoide - Capítulo 11
Após uma viagem de um dia e uma noite, Gourt havia chegado nas portas do portão que dava acesso a capital de todo o império, que era também o lugar onde ficava o palácio do imperador e sua família.
Eles estavam em uma fila de várias carruagens imperiais, acompanhadas por guardas imperiais com o dever de leva-los em segurança ao palácio.
— Mas que merda de fila demorada é essa, nem num restaurante com milhares de fregueses deixariam uma pessoa esperando tanto assim! — reclamou Gourt que se remexia na carruagem procurando uma forma confortável de se deitar.
— Isso nem é tanto tempo Senhor Gourt, é até normal esperar essa quantia de tempo. — disse Heliz calma como um monge.
— Ata, então uma hora esperando não é muita coisa, vai contar essa brincadeira para outro. — Gourt se levantou e abriu a porta da carruagem.
— Aonde pensa que vai?!
— Aonde você acha que vou, para o palácio no centro da capital, obviamente.
— Mas nós já estamos indo até lá, se você for um pouco mais paciente nós logo estaremos lá, e também se for por si mesmo ao palácio irá jogar fora toda a cerimônia de boas-vindas do povo da cidade, então só por mais alguns minutos espera aqui.
Gourt parou e pensou por um momento, depois fechou a porta e voltou a seu assento — Espero que sejam apenas alguns minutos mesmo Heliz, porque se eu ficar mais uma hora aqui eu vou caminhando até o palácio.
— Combinado então, veremos se irá demorar tanto quanto você acha. — Heliz deu um leve sorriso.
Gourt se deitou no assento e agarrou a espada e começou a analisa-la como se fosse a coisa mais interessante do mundo — “Parece que vou precisar polir ela depois que chegar no palácio, a última coisa que quero, vai ser uma espada quebrada no meio de uma batalha.” — Pensava Gourt esperando já pelo pior.
Vários minutos se passaram, e os portões finalmente se abriram, as outras carruagens começaram a se mover, adentro da capital.
— Finalmente, se moveram, já não estava mais aguentando! — ele se espreguiçou e olhou pela janela.
Uma grande quantia de pessoas formava um caminho em linha reta ao palácio, elas aplaudiam a entrada dos nobres e gritavam seus nomes como se fossem heróis de guerra.
Já Gourt sentiu nojo daquela visão, por que? Porque aqueles aplausos e elogios não eram vindos da admiração do povo, e sim por ganância para poder fazerem uma boa impressão para os duques e barões, em certas palavras um convite para irem em suas lojas ou conseguir formar uma conexão com algum nobre rico.
Ele olhou mais atentamente as pessoas da multidão, e notou logo atras delas crianças, as quais andavam pelo local pedindo trocados para comprar um pouco de pão para si, ele também via elfos, anões, bestiais e até infernários, seus pescoços estavam acorrentados, vestiam trapos tão finos e pequenos que nem sequer conseguiam cobrir algo de suas peles que não fosse as partes mais íntimas
“Típico de um povo corrupto até a alma! Até a cobiça acaba fazendo-os incluírem até as outras raças nisso” — pensou gourt indignado com aquelas pessoas.
— Estamos prestes a chegar ao palácio deveria descansar para a reunião com os outros nobres. — disse Heliz interrompendo os pensamentos de Gourt
— Já descansei o suficiente na entrada da capital.
— Hm, não parece. — heliz se levantou e olhou para a janela que gourt estava observando.
— É bom né, ser recebido por toda essa gente como um herói.
— Não estou olhando para elas.
— Oh… Então o que você está observando?
— As pessoas atras delas.
Heliz observou a fundo da multidão, notando as crianças e escravos do local — Entendi, são escravos de alta qualidade, tem um bom olho para esse tipo de coisa.
— O que?!
— É verdade o que digo, afinal de contas, além dos elfos serem ótimos na magia são capazes de lhe curar caso o pior aconteça, os anões são fortes guerreiros, embora sejam mais conhecidos por conta das armas e armaduras que forjam, os bestiais têm um ótimo fator de cura e são grandes mestres na arte de manipulação de aura, tirando a aparência meio humana e meio animal são ótimos escravos quando se trata de cultivar a terra ou em lutar uma batalha, e os infernarios que tendem a ser ótimos guerreiros desde o nascimento, tirando a terrível cor de pele vermelha e a cauda grotesca deles devo dizer que são muito uteis para serem guardas.
— Você tem noção do que acabou de dizer Heliz?!
Heliz olhou para Gourt confusa com a pergunta — Perdão, mas eu não vi problema no que falei, se importaria de me explicar?
— Você está dizendo que escraviza outras raças só por não serem humanos é certo, eles também foram criados por deuses sabia disso a única diferença é que foram deuses diferentes!
— Eu fingirei que não ouvi isso sir gourt, em respeito e por admiração a suas conquistas e habilidades, mas isso o que você disse agora é o mesmo que trai o império.
— Ugh, que seja, de qualquer forma não dá pra mudar a forma que esse império corrupto funciona mesmo! — Gourt voltou ao seu assento e se deitou, ignorando quaisquer tipos de sons vindos da multidão.
Heliz se dirigiu a seu assento, e se aconchegou nele enquanto observava gourt com uma expressão de seriedade. E o resto do tempo seguiu assim
Quando a carruagem parou gourt se levantou, e levou consigo o pote que sua mãe havia dado, mesmo que não tivesse nada nele, e saiu da carruagem, e bem a sua frente estava o palácio uma grande construção de 5 andares cada um com 10 metros de altura com uma bandeira com o desenho de uma mulher segurando uma espada pintado em branco e rodeada por raios amarelos.
— Deveriam mudar essa bandeira…Não condiz com a verdadeira imagem desse império. — comentou Gourt para si.
— Com licença sir Gourt. — Uma voz feminina logo ao seu lado chamou sua atenção, eram duas mulheres vestidas de roupa de empregada — Nós o guiaremos a sala do trono, por favor acompanhai-nos. — Elas começaram a caminhar na direção da entrada palácio.
— Esperem só um momento. — Disse Gourt fazendo um sinal com a mão — Você vem Heliz?
— Não, não vou, minha ordem já foi comprida, agora terei que ficar no aguardo, enquanto meu superior não estiver aqui não tenho permissão de adentrar o palácio.
— Entendo, adeus então. — Gourt fez um sinal para as empregadas e voltaram a andar.pp
No decorrer do caminho elas explicaram a gourt sobre locais que ele poderia e não poderia ir, dentre eles inclui-se o quarto do imperador, a dispensa, e a sala de exposição de obras de arte, as quais que por incrível que pareça o imperador valorizava mais até mesmo que sua vida, Gourt riu desse fato.
— Ao menos algo aquele imperador idiota valoriza, além de si mesmo.
Após ter subido mais algumas escadas ele finalmente chegou ao 5 e último andar que tinha apenas uma gigantesca porta com o símbolo enfeitada de ouro e prata
— Adiante dessa porta o imperador e os outros nobres o esperam para começar a reunião, por isso nós retiramos aqui.
— Tudo bem, podem ir obrigado por tudo.
As mulheres voltaram-se as escadas e as desceram, desaparecendo do campo de visão de Gourt.
Ele seguiu até as portas e as abriu, revelando uma grande sala. O lugar tinha vários pilares com bandeiras do império sobre o local, um longo carpete amarelo que ia da porta até o fim da sala, um monte de assentos entre os pilares totalizando um total de mais de 30 assentos de cada lado do cômodo, retirando os 3 assentos isolados do lado esquerdo com o símbolo das maiores casas nobres, e no fim dela estava o trono, e nele sentava-se um homem insanamente gordo com roupas exageradamente caras e chamativas rodeado de nobres e alguns bispos e padres vindos de outra parte do império —”Ah imperador Traidon seu desgraçado, está ainda mais gordo do que nunca enquanto existem pessoas por suas terras implorando por apenas um pedaço de pão.”
Gourt sabia que se quisesse poderia muito bem corta a cabeça de traidon sem sequer saberem quem havia sido, porem sabia quem seria o próximo na linha de sucessão, seu filho que por ainda ser uma criança poderia ser facilmente controlado por outros nobres, ou sofrer um golpe de estado, o que faria as coisas piores do que já estavam.
Traidon que estava sentado no trono, em um momento de distração dos outros nobres, notou a presença de Gourt.
— Oh, sir Gourt venha estávamos apenas esperando você, agora nós podemos começar o nosso debate.
Ele fez um sinal com a mão, e todos os homens e mulheres perto dele se dispersaram e se sentaram em suas bancas, Gourt se dirigiu até uma cadeira com o símbolo de uma cobra flamejante, sobre a cadeira.
Gourt só depois que se sentou reconheceu todos os 3 nobres.
No primeiro estava o Barão Drolvos com sua filha e esposa ao seu lado, as quais Gourt não prestou atenção. Drolvos era um homem de origem nobre, que assim como Gourt tinha feito uma reputação considerável nos campos de batalha, ele tinha um cabelo e pequena barba negra, olhos de cor azul escura, um físico consideravelmente considerável com músculos que acabavam sendo destacados pelo seu terno com uma calça de couro chique, uma pele branca meio rígida e estava em seus 40 anos de idade, e o brasão de sua casa era representada por uma larga espada vermelha dentro de um escudo azul.
O segundo assento era ocupado por Dafine Von Trosk, uma duquesa em seus 28 anos de idade, veio de uma família de burgueses que haviam comprado o título de nobre, e assumiu os negócios após a morte de seu pai, tinha cabelos loiros, olhos verdes como esmeralda, uma pele negra lisa e bela por conta dos produtos de beleza que usava, tinha um físico decente e seu bursto era grande, estava com um vestido revelador de tecido fino com desenhos de dragões pela veste, seu brasão era dois dragões amarelos entrelaçados em um fundo vermelho.
E no terceiro assento estava Histor drabos cour, um dito nobre de sangue ‘puro’, sua reputação gira em torno do manejo do mercado escravista de outras espécies do império, gerando grandes lucros a nação, ele era um homem calvo em seus 35 anos de idade, era uma pessoa gorda, mas magra ao mesmo tempo, uma cor de pele branca e gordurosa, olhos amarelos, vestia um longo terno verde claro, e uma calça de tecido marrom claro grossa, seu brasão era de um grande chicote de rosas vermelhas com um fundo branco.
Já o resto era um monte nobres aleatórios que não tinham uma grande reputação como os outros 3.
Traidon deu uma rápida checada nos outros nobres, e estalou seus dedos chamando a atenção de todos — Uhum, muito bem, creio que todos vocês já devem saber o porquê convoquei essa reunião com vocês nobres de todo o império, correto?
— Não seria por conta do futuro que o império deve tomar majestade? — um dos bispos, respondeu.
— Sim isso também — Concordou o imperador — Mas não é apenas isso, também é sobre a situação em que estamos, parece que logo teremos uma crise econômica seríssima se não fizermos algo!
Gourt levantou sua mão — Se importaria de explicar a situação um pouco melhor, meu senhor?
Traidon olhou para ele com desdém — Ah… claro, obviamente. — Ele bateu palmas, e logo em seguida uma empregada com cabelos negros amarrados que usava óculos apareceu com 3 pedaços de jornal em uma bandeja de metal, caminhando tremula até o homem, quando ela chegou perto Traidon esticou sua mão e esperou — Me dá logo esses papeis, sua idiota!
A empregada tomou um susto e acabou tropeçando, derrubando os 3 pedaços de jornal junto com a bandeja de metal.
— Meu Deus, nem um simples trabalho de me entregar a porcaria dos jornais você consegue fazer direito plebeia, quer perder esse emprego é mulher?! — gritou Traidon enfurecido com a empregada.
— Na…Não majestade, sinto muito, não acontecera de novo, eu…Eu prometo! — A mulher falava com a voz tremula e falha.
Vários dos nobres e bispos deram gargalhadas da cena, porém Gourt estava com suas mãos segurando o cabo da espada, com uma impedindo que a outra vá sacar a espada, sua armadura, escondiam suas veias que pulsavam com tanta força que pareciam estar para explodir a qualquer momento, seu elmo escondia seus dentes que mordiam os seus lábios com tanta força que chegavam a sangrar, e sua aura assassina na qual tentava controlar com todas as forças para que não escapasse.
— Que seja, me dê os papeis e desapareça da minha visão terei uma conversa com você depois que acabar aqui.
A empregada recolheu os 3 jornais, e entrego a traidon, depois se levantou e caminhou lentamente ao lado de fora do cômodo através da borda do lugar.
Gourt respirou e inspirou profundamente, várias vezes para se acalmar.
O imperador ajeitou os jornais e os leu em voz alta — Primeiro tópico, Mina com vários tipos de cristais de mana de alta qualidade foi encontrada dentro do território do império Altoriam e aparenta ser tão grande quanto uma dungeon, de Rank 3. Segundo tópico, dungeons de nível 4 embutidas de golems de cristal surgem ao redor do território do império Ristro, o futuro nunca pareceu melhor. Já para o terceiro tópico devo dizer que é o mais preocupante, a descoberta de uma antiga ruina no território do império Olbian, revela grandes riquezas e artefatos perdidos na antiga guerra draconica, e olha que esses artefatos tinham um poderio militar, forte suficiente para destruir até mesmo montanhas inteiras!
Uma confusão se instalou pelo lugar — Absurdo, como eles podem encontrar tamanhas fontes de grande valor econômico, enquanto nossa nação não tem nada disso?!
— Isso só pode ser informação falsa todos os outros três impérios humanos conseguiram isso tudo, será isso o fim de nossa nação?
— A situação está gravíssima agora, como vamos conseguir acompanhar o crescimento econômico deles agora? já era difícil sem nada disso antes imagine agora.
A confusão, ficava cada vez pior com cada palavra dita pelos nobres e bispos, mas Gourt diante daquilo se manteve sentado e focado apenas nos três nobres sentados que permaneciam com expressões inalteradas nos seus rostos, até que Drolvos ágil.
— Atenção! — o grito dele ecoou pelo cômodo, fazendo dele o foco das atenções
— Eu ofereço uma solução a todos vocês, diante dessa adversidade aqui e agora.
— Hm, interessante, se importaria de explicar qual seria sua ideia, Barão Drolvos? — perguntou o imperador, intrigado com as palavras do barão.
— Considerando que os outros impérios descobriram essas riquezas dentro de seus territórios, porque não procurar em outro lugar, porem inexplorado.
Gourt aproximou-se do barão — O que quer dizer com isso Drolvos?
Dafine deu uma leve risada, com a pergunta do Homem — Ah Gourt, ele está falando de explorar locais ainda não explorado por nenhum dos outros impérios humanos, ou de outras raças.
— Mas onde exatamente é minha pergunta, senhorita Dafine.
— Pense em um lugar que seja facilmente acessível para nós, que não tenha sido explorado ainda, e que se encontre nas bordas da nossa nação
Gourt parou por um momento para pensar, ele tentou lembrar de todos os locais que ainda não haviam sido explorados. Até que uma resposta surgiu, mas não podia ser verdade, não era possível que eles seriam loucos aquele ponto — Você não pode estar falando do…
A duquesa soltou um largo sorriso — Sim, é exatamente isso que está pensando, O ABISMO é a nossa mina de ouro.