Reencarnado Como um Inseto Humanoide - Capítulo 16
— Eu pareço um homem então é seu desgraçado! — A estranha começou a caminhar até Gourt com seus punhos cerrados.
— Espere, espere, Crista espere, ele não quis fazer por mal, ele só se confundiu não é nada de propósito! — Dreso tentou acalmar a mulher, porém era inútil, pois sem se importar com o que Dreso havia dito, ela avanço contra Gourt e tentou desferi um soco em seu rosto.
Gourt por sua vez sem muitos problemas desviou de seu golpe e usou sua velocidade para aparecer atras dela, e logo em seguida deu um chute em suas pernas, o que a fez cair de cara no chão.
Ao cair seu capuz acaba caindo abaixando revelando seu rosto. Ela possuía um rosto sujo porem estranhamente belo, orelhas que pareciam iguais às de um gato preto, sobre seu cabelo, e seus olhos eram profundos e amarelos e uma íris afiada como a de um felino.
A mulher por sua vez rapidamente se levantou, e pôs seu capuz quase que instantaneamente, na tentativa de disfarçar, e seguiu para o lado de dreso.
O guarda entrou rapidamente em choque pelo que havia visto e então ergueu sua lança para Dreso.
Ao notar o que estava acontecendo ali Gourt rapidamente desferiu um golpe na nuca do guarda antes que pudesse gritar ou fazer qualquer outra coisa. Logo depois se voltou para Dreso, com um olhar sério — Dreso, você ainda ajuda escravos a fugirem do país? Eu já não falei que você tem que parar de se arriscar assim!
O padre fica calado por um momento, com uma expressão de vergonha no rosto — Eu sei que você diz isso por querer o melhor, mas, eu não poderia deixar uma pessoa tão jovem assim, continuar como escrava, você entende como isso é errado não entende, Gourt. — O velho o olharia com olhos de tristeza e sedentos de justiça.
— Ainda assim você sabe o que é feito com pessoas que ajudam escravos a fugir de seu proprietário? Você pode ser preso por roubo, e ainda pior se for uma bestial, você pode acabar virando escravo.
— Eu sei, mas apenas veja o estado dela, se ela ficar mais tempo do que já ficou ela pode morrer.
Gourt por sua vez olharia para a jovem bestial: seus pês desgastados, suas mãos feridas e queimadas por conta do trabalho forçado nas minas e dos trabalhos domésticos, sem ter tempo para poder descansar.
O homem suspiro profundamente, e então, olhou para ambos — eu vi um padre juntamente com uma escrava andando pelo templo, e depois vi ele entregar a escrava para um homem que indicava ser o proprietário dela.
Dreso o olharia com olhos alegres — ótimo, tem minha gratidão.
A mulher por sua vez, o fitaria com um olhar perfurante, por não acreditar em suas palavras. Gourt notaria isso, mas não falaria nada, por querer evitar um conflito dentro do templo.
— Agora me diga, o que os sacerdotes de alto escalão estão planejando com essa exploração, a ponto de nem mesmo protestar contra aquela ideia estupida de explorar o abismo, que até você teve que se meter, para tentar por juízo na cabeça desses bandos de idiotas.
A bestial ao ouvir o que Gourt disse, arregalou os olhos, sua cauda ficou esticada, e suas orelhas abaixaram. Gourt notou isso, e se dirigiu a ela.
— Porque você do nada ficou tão quieta? — Perguntaria Gourt analisando os movimentos de Crista.
— Eu… Eu… Eu só lembrei de minha família do outro lado do continente, talvez eles estejam, preocupados comigo, entende? — diria Crista com um sorriso nervoso no rosto.
Gourt analisou a forma de seu corpo se comportar, ele notou a cauda dela apontada para baixo de forma estranha, seus dedos dos pês e das mãos ficavam se mexendo constantemente, e seu rosto suava frio. — Você está mentindo! — diria Gourt com uma expressão apática em seu rosto.
— Como assim eu estou mentindo! Você não pode acusar alguém assim do nada sem provas. — Crista tentaria o olhar com uma expressão de seriedade porem, sem sucesso.
— Você acha que eu, estou tirando conclusão precipitada, mas você está literalmente entregando que você sabe de algo com a forma que está reagindo as coisas que eu falo. — Gourt começaria a caminhar até ela, a fazendo andar para trás, até chegar à borda da sala, a encurralando. — Então porque simplesmente não revela o que você, está escondendo. — Diria Gourt com um olhar frio e seco sobre ela.
— Eu…
— Gourt já chega! Não vê que ela não sabe de nada, já parou pra pensar que você pode estar acusando-a de algo que realmente não sabe… — Dreso continuou a reclamar com Gourt e sua atitude.
Já Crista por outro lado ficava cada vez mais e mais apreensiva, até que então ela decide desistir de esconder — Realmente é como você disse eu sei sim de algo sobre o abismo, porem eu não posso contar muito sobre ele. — Diria Crista com uma expressão de pesar no rosto.
— Você sabe de algo sobre aquele lugar? — Dreso a olhou de forma curiosa.
— E porque você não nos pode dizer nada sobre esse local? É por conta de algum tipo de crença? — perguntou Gourt intrigado com o que a Bestial soubesse.
— Sim eu sei — Crista suspirou profundamente, e logo depois olhou em todas as direções para ver se não havia ninguém — Mas é segredo passado apenas entre nós bestiais, pelos nossos ancestrais. Eu não posso contar isso, eu nem sequer deveria ter falado que sabia algo sobre o Abismo! — ela olhou para Dreso que fazia uma expressão de confusão. — Porem nos bestiais temos um código de honra, e é sempre devolver um favor, então explicarei o que sei sobre… aquele lugar.
A bestial tremeu ao soltar essas palavras, seu corpo suou frio e seus pelos do corpo endureceram.
Gourt ao ver a reação dela, se distancia um pouco dela e começa a falar com uma voz suave e aconchegante para a deixar confortável — preciso que me diga de forma devagar e calma, sem nenhuma pressa, o que há no abismo que o faz ser tão amedrontador e causa essa sua reação só pela citação da palavra?
Apesar de gourt não precisar saber de tal informação, sua curiosidade tomou mais conta dele, perguntas como — “O que há naquele lugar para ser tão amedrontador assim?”; “e porque é protegido por tantos seres divinos como anjos, que poderiam estar fazendo mais coisas para seus deuses”.
E a principal — “O que há dentro do abismo, para atrair a atenção dos nobres mais importantes do império?” — pois mesmo depois de tantos anos com aquele lugar livre para exploração. Porque apenas foi citado como opção agora?
Crista olhou ao redor um pouco e então olhou de novo para eles — Mesmo que não tenham ninguém aqui, só poderei falar isso depois que estiver em um lugar mais recluso, estaria de acordo com isso?
— Que assim seja, então. — Gourt olhou para dreso — conhece algum lugar mais sigiloso Dreso?
O padre estava prestes a questiona-lo porem ao ver o olhar nos olhos do jovem apenas deu um leve suspiro e se virou de costas para eles.
— Vamos sigam-me eu tenho um local. — Dreso começou a andar para o corredor, e foi seguido pelos outros dois, com Gourt carregando o guarda inconsciente sobre um de seus ombros, e Crista vasculhando todos os lados com os olhos.
O corredor que caminhavam era cheio de detalhes: o chão era feito de mármore puro com desenhos de losangos pretos fazendo uma reta; as paredes não eram mais de ouro porem eram revestidos de cristais de mana avermelhados representando o elemento do fogo, que serviam para absorver a temperatura do local em épocas quentes e esquenta-lo em climas frios; e o teto era assim como o chão, feito de mármore, mas tingido com dourado e com desenhos de espadas que se uniam e faziam um longo caminho.
— Chegamos! — dreso parou diante uma porta de Madeira com formas metálicas cravadas nela formando o número 101.
Após entrarem no local Dreso deu uma última olhada para os lados do corredor e então fechou a porta, e se dirigiu para um canto da sala, os outros dois fizeram o mesmo, com Gourt pondo o guarda inconsciente encostado na parede do local e se sentado na cadeira mais à esquerda, e Crista sentada mais para a direita, e dreso no centro.
A sala era um local simples feito com um simples piso de madeira grosso, as paredes eram feitas de uma madeira lisa e brilhosa com a luz de lamparina magica que estava pendurada no centro da sala; havia 3 simples cadeiras de madeira, uma no centro, uma para a esquerda, e outra para a direita; atrás da cadeira do centro estava um largo espelho com uma borda dourada; e no centro da sala, uma pequena e baixa mesa de madeira.
— Poderia começar a explicar o que sabe? — diria Gourt olhando para Crista fixamente.
— Tu… tudo bem — Crista respiraria profundamente e logo depois olharia para os dois — Só quero a palavra de vocês, que não se enfurecerão, pelo que irei falar.
Ambos acenaram com a cabeça para crista, porém ainda não era o suficiente para a convencer.
— Vocês prometem mesmo? — Diria ela desconfortável
— Veja bem. Como nobre e habitante desse país posso te garantir que é bem difícil eu não ficar enfurecido dependendo do que você irá falar, porem considerando o que você está prestes a nos contar, eu te garanto minha palavra de homem ao menos de não tocar em você durante essa conversa. — Diria Gourt olhando para a Crista.
Dreso olharia para os dois que se encaravam com expressões de suspeita em seus rostos — Bom, a minha palavra você tem, isso se ela for o suficiente. — Dreso daria uma leve risada idosa, retirando um pouco da tensão sobre o ar.
— Muito bem então — Crista diria fazendo um movimento de meia volta com seus olhos — agora só quero avisar logo de cara uma coisa — novamente a bestial respiraria profundamente antes de falar — eu acredito que um dos motivos de toda essa busca, criação e até a parte da exploração do abismo ter sido citada, se deve por conta do que o livro de nossos ancestrais fala, sobre aquele lugar. Para ser mais exato, é uma pequena citação dentro dele.
— E como que eles teriam acesso a um livro considerado sagrado? — perguntaria Gourt intrigado com aquilo.
— Eles tiveram acesso pois todos nós temos o livro. Porem como tiveram eu não sei, só sei que de alguma forma conseguiram olhar nele, pois um dos meus companheiros não conseguia invocar o livro.
— E que livro seria esse? — perguntaria Dreso curioso, Crista olharia para ele e daria um leve sorriso.
A bestial levantaria sua mão um pouco para o alto, e pequenas partículas azuis apareceriam de todos os lados; Um pouco acima de sua mão, as estranhas luzes se uniram e formaram um livro de capa azul grosso e largo e com a imagem de um felino gigante na capa; E logo em seguida pouso em sua mão.
— Esse é o livro, não é igual ao dos outros que vieram comigo, já que não são da mesma tribo que a minha.
Gourt analisou o livro na mão dela por um tempo com seus olhos — “então esse é a tão dita herança dos Bestiais “— Ele cruzou seus braços — Muito bem, se importaria de nos mostrar o verso desse livro que fala sobre o que havia dentro do abismo.
— Muito bem. — Crista estalou seus dedos e as páginas do livro começaram a se mover rapidamente, e quando parou as letras das duas páginas visíveis, brilharam e um tom azul. — Antes de começar a ler, quero que vocês se preparem pois o que estou para ler aqui, não é um simples verso, o que há aqui…É real.