Reencarnado Como um Inseto Humanoide - Capítulo 9
— Escute bem, Crea, não deixarei que continue com tamanha barbaridade! — exclamou Gauss, tentando se manter de pé.
Crea olhava para Gauss com uma expressão de espanto — Como você conseguiu se soltar das correntes? Nenhum Trokan deveria ser capaz de se soltar tão facilmente de correntes feitas de metal divino! — Disse com um tom de descrença.
— Hm! Como se eu fosse dizer, eu não devo nenhuma resposta a você, que tentou me prender e usar como refém! — Disse Gauss, com um olhar de julgamento para a Deusa.
No mesmo momento que Gauss disse aquilo Crea num piscar de olhos apareceu na frente dele, e o ergueu pelo pescoço, cujo o mesmo começou a se debater para escapar dos braços dela.
Kairo sem hesitar correu na direção da deusa, pronto para desferir um soco em seu rosto. Porem antes mesmo de poder desferi o golpe, a Deusa o olhou, as pupilas dela brilharam, e repentinamente o corpo de Kairo se tornou tão pesado que nem ele mesmo conseguira se manter de pé.
— Mas o que foi dessa vez?! — Exclamou o jovem enquanto tentava se levantar
— Você fique aí, dependendo do que eu descobrir agora, decidira o destino de vocês. — disse Crea seriamente.
Kairo não entendeu o que a Deusa queria dizer com aquilo, mas uma coisa que ele tinha certeza de que aconteceria, seria as coisas que ela faria a Gauss por conta da forma que ele a insultou.
Porem nada haverá acontecido, ela apenas o manteve levantado enquanto o analisava, e repentinamente o largara.
Gauss que acabara de ser jogado no chão começou a tossir, e a dar largos respiros para tentar recuperar o folego. E Kairo antes com seu corpo pesado, agora estava de volta ao seu peso normal.
Quando ambos se recuperaram, Gauss com dificuldades, tomou distancia da Deusa e Kairo fez o mesmo depois voltaram sua atenção para ela.
E de repente uma medonha risada da deusa ecoo pelo lugar:
Crea repentinamente começou a rir freneticamente enquanto lentamente se voltava para os Dois Trokans — Realmente quem diria que até nas grotescas espécies do abismo, também teriam o próprio messias para salva-las dá extinção! — disse a Deusa enquanto gargalhava descontroladamente
Nenhum dos dois trokans ali entenderam o porquê de Crea estar gargalhando freneticamente, e menos ainda que ela estava dizendo “Que história é essa de campeão?” era o que ambos pensavam.
A Deusa quando terminou de gargalhar olhou para eles com um leve sorriso no rosto — Muito bem, vocês poderão ir embora.
— O que?! — Exclamaram Kairo e Gauss
— É exatamente o ouviram, vocês podem sair desse lugar, mas com uma condição.
— E qual seria? — Perguntou Gauss.
— Não é nada muito difícil, só quero que Kairo diga uma simples palavra.
— E qual seria essa palavra? — Perguntou Gauss.
— Status, apenas precisa dizer essa palavra, e poderão sair daqui simples, não é. — Afirmou Crea
Gauss apesar de desconfiado das palavras da Deusa, voltou-se para Kairo e disse: — Faça como ela manda.
Kairo que também apesar das suas suspeitas em relação ao pedido, não via outra opção senão obedecer ao que Crea pedira, e relutante disse:
— Status.
Quando disse aquela palavra, de repente seu peito começou a brilhar — Mas que diabos, é isso?! — Gritou Kairo, sem entender o que estava acontecendo.
— Acalme-se, nem começou ainda. — Disse a Deusa, com uma expressão apática no rosto.
A luz no peito de Kairo se intensificou mais e mais, até tomar forma de um grande círculo com um X feito por símbolos estranhos nos quais Kairo não conseguia entender.
— Não Pode ser! — Exclamou Gauss, com um tom desesperado — Crea pare já com isso!
— Porque eu deveria pará-lo vocês não querem sair daqui? Essa foi minha condição.
— Você não sabe! o porquê de termos esse selo em nos tem um motivo, um no qual nos mesmos precisávamos tão desesperadamente de cria-lo a tanto tempo atras!
— Hum, acha memo que eu não sei? — Disse Crea arrogantemente. — Foi justamente por isso que eu quis destruir esse selo que ele tinha por causa da raça em que reencarno.
— Reencarna, que história é ess…
Uma forte luz por trás de Gauss o interrompendo, fazendo com que ele voltasse sua atenção para trás para ver o que estava acontecendo.
E no momento em que viu aquela cena, ele se aterrorizo — Ah minha colônia!
Uma esfera negra com os mesmos símbolos que haviam no peito de Kairo, o erguendo-o através de o que pareciam ser linhas brancas que o estavam segurando por seus olhos e boca.
A esfera começou pulsar como um coração, e então o símbolo que estava no peito de Kairo foi aos poucos desaparecendo.
“Merda eu tenho que parar isso!” — pensou Gauss, que embora ainda não estivesse em sua melhor condição, correu para cima de Kairo na tentativa de parar seja lá o que fosse aquilo que estava acontecendo com ele.
E no momento em que estava a meio passo do jovem Gauss empurrou-lhe com todas as forças que lhe restava. Porem já fora muito tarde, pois no momento em que o empurrou, o símbolo no peitoral de Kairo já haverá sumido, e assim que sumiu causou uma leve explosão de luz, forte o suficiente para lançar ambos os dois para alguns metros longe um do outro.
Gauss quando se recuperou do choque tentou se levantar, porem ele já não conseguia mais por estar muito fraco de tudo que seu corpo haverá passado.
— A droga! Olha o que você fez, agora como é que vou cuidar disso! — disse Crea num tom apático.
O trokan não entendeu o que a deusa dirá de primeira, mas no momento em que olhou para Kairo foi que se deu conta do que ela quis dizer. — Merda, eu fui muito tarde!
— GRRRR! — grunhia Kairo, ou o que restava do que ele era
Seu corpo antes com poucos músculos agora estava totalmente cheio deles, a ponto de seu exoesqueleto mal conseguir conte-los dentro do corpo, suas garras estavam mais afiadas do que antes, sua cauda agora era cheia de espinhos, seus braços e pernas estavam grossos como um pilar de rocha, e de sua boca saia espuma como se fosse um animal com raiva incontrolável.
— Droga era por isso que eu não queria que o selo fosse quebrado, agora ele não passa de um selvagem!
— Não, não, e não, na verdade isso não teria acontecido se você não tivesse interferido Gauss, ele teria ficado um selvagem como você diz, mas seria apenas temporário. — Disse Crea indiferente
— Temporariamente! Todos removeram o selo se tornaram selvagens até o fim de suas vidas.
— Isso porque vocês os mataram, mas eles só ficariam daquela forma por apenas 1 mês inteiro, no caso do jovenzinho ali se você não tivesse intervindo seria por apenas 1 hora por conta da origem de sua alma, mas agora ele ficara assim para sempre! — Concluiu a Deusa enquanto dava leves risadas
— Não pode ser, então tudo que eu acreditei sobre o selo era mentira?!
— Exatamente! — disse a deusa com um leve sorriso no rosto
Gauss ficou devastado ao ouvir aquilo. Não só o que ele acreditava sobre o selo era mentira como, ele haveria condenado um de seus companheiros para um destino pior que a morte. Mesmo que ele não conhecesse direito aquele jovem o peso da culpa de ter matado um de sua própria espécie estaria para sempre em sua mente.
Crea que viu aquela situação em que ele se encontrava, não conseguiu conter a risada que estava segurando por tanto tempo
— Hahaha! Realmente você é uma pessoa muito interessante Gauss, até que gostei de você, e por isso vou te dar uma informação valiosa! O seu caro companheiro, aquela coisa repugnante logo ali, pode ser salva ainda!
O trokan olhou esperançosamente para a Deusa — O que você quer dizer? Tem um jeito de salva-lo é isso que está dizendo?!
— Exatamente, só não sei se você está disposto a correr o risco sabe, o preço para salva-lo é um tanto doloroso.
— Eu não ligo, seja o preço qual for estou disposto a pagar!
Crea deu um largo sorriso sádico e disse:
— Lembre-se que você mesmo disse isso!
[…]
Kairo após ter dito a palavra que haverá sido mandado, se encontrou no chão deitado sobre uma poça de sangue
— Mas que merda é essa?! — Ele se levantou rapidamente enojado por onde ele estava deitado, e se limpou nas avexas com as mãos com desgosto — Que nojo! — Falou enquanto se limpava.
— Que falta de educação Garoto! Bem, não que eu ligue. — Disse a Crea dando pequenas risadas
— Isso foi coisa sua, não é? — confirmou Kairo a olhando indiferentemente — de qualquer forma onde está Gauss? Ele estava aqui agora mesmo.
— Antes de eu responder a essa pergunta, pegue isso. — Crea entrego a Kairo uma estranha joia azul, com setas desenhadas de todos os lados da parte de cima.
— O que é isso afinal? — perguntou Kairo confuso
— Você descobrira depois que sair daqui, agora quanto a sua pergunta sobre o Gauss…
— Sim onde que ele está? Enviou ele de volta para o abismo, se for assim me mande também.
— Na verdade ele ainda está aqui.
— O que quer dizer com isso? Não vejo ele em lugar nenhum aqui!
— É exatamente o que ouviu, ele está aqui conosco.
— Olha só isso não está fazendo nenhum sentido! Aqui aonde?!
— Aqui — Crea começou a caminhar lentamente para perto de Kairo, e quando chegou perto dele se agachou e apontou para a barriga do jovem — Ele está bem A-QUI!
Kairo deu uma leve risada, ele não acreditava em sequer uma palavra que a Deusa dizia para ele, porque ele iria? Até agora ela não fez nada que o faria acreditar em suas palavras.
— Acha mesmo que eu vou acreditar nisso?! Que eu o devorei, não brinca comigo!
Crea deu um leve suspiro — Você não se sente mais forte garoto?
— Sim, mas isso não comprova eu ter devorado Gauss.
Crea o olhou de forma torta, mas colocou um leve sorriso no rosto e disse:
— Talvez uma demonstração faça você acreditar no que digo! — A Deusa levantou seus braços e estalou seus dedos.
Kairo de repente sentiu um embrulho em sua barriga, e depois uma sensação de algo subindo pela sua garganta, fazendo com que vomitasse.
Ele tossiu várias vezes depois de vomitar para tirar o gosto horrível de sua boca, e então olhou para seu vomito.
Seus olhos se arregalaram em horror, e seu corpo tremeu tanto que o fez cair de joelhos diante do vomito e começou a chorar
— Não, não, não pode ser verdade isso, eu não faria isso!
O local o qual haverá vomitado, tinha um olho de trokan, e alguns dedos negros, também provavelmente de trokan.
O jovem chorava, um choro de desespero por saber o que havia feito, mesmo que recusasse com todas as suas forças, no fundo ele sabia o que tinha feito.
E enquanto chorava a Deusa que estava assistindo a tudo, gargalhava descontroladamente da cara do jovem, se divertindo com toda aquela situação, e se deliciando daquele desespero dele na qual ela conseguia sentir só de olhar.
Porem nem sempre dá para se divertir com a mesma coisa por muito tempo, e por isso após alguns longos minutos ela se cansou.
— Muito bem acabou a brincadeira vou te enviar de volta, já está começando a perder a graça, então adeus! — Crea ergueu sua mão e estalou seus dedos novamente, fazendo assim com que Kairo reaparecesse no mesmo lugar do abismo que estava antes de ser levado pela Deusa para aquela dimensão.
La o jovem continuou imóvel, chorando, e dizendo repetidas desculpas sem descanso, e continuou por várias horas até o anoitecer.
Foi quando a joia azul que a Deusa o havia entregue, caiu de suas mãos. Ela causou alguns pequenos barulhos enquanto quicava sobre o chão, e então rolou para a frente dele.
Kairo quando viu aquela Joia, ficou consumido por puro ódio “Maldita seja essa Deusa, se não fosse a desgraçada nada disso teria acontecido!” — Pensou Kairo, cerrando seus punhos ele se preparo para golpear a joia, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa uma luz o cegou por um momento.
— Eae Pirralho!
No momento em que ouviu aquilo, ele instantaneamente reconheceu a voz do indivíduo, e quando olhou de volta para a joia, ficou consumido por uma alegria tão grande que se ainda tivesse lagrimas para gastar ele gastaria bem naquele momento.
— Gauss! Eu achei que você estivesse morto achei que…
— Opa eu sei que você deve estar falando agora, crendo que eu estou vivo e tal, mas eu sou só uma gravação de memória, então você não vai poder falar comigo apenas escutar. — A alegria do garoto desapareceu como vento, fazendo-o ficar de cabeça baixa — Veja só Kairo, não sei como você está se sentindo, mas vou pedir para que você se recomponha e escute tudo que eu tenho a lhe dizer.
Kairo ao ouvir aquilo remexeu sua cabeça, e deu alguns tapas em si, e voltou-se a prestar atenção ao que a memória diria.
— Eu vou pedir que você faça 3 coisas daqui pra frente, a primeira é simples, quero que você endureça seu coração e sentimentos, caso sequer um deles não esteja endurecido você morre, entendeu.
— Sim! — concordou Kairo com a memoria
— A segunda coisa é essa joia azul aqui que está transmitindo essa memória eu a fiz com o restante de magia que tinha, depois que a transmissão acabar alguma das setas sobre essa joia azul irão brilhar, quero que você as siga, elas te levarão a um amigo meu. — A memória balançou um pouco a cabeça em tristeza no momento em que disse a palavra ‘amigo’, mas logo se recompôs.
— E a terceira coisa, vou pedir que coloque essas duas coisas na sua cabeça.
Kairo se aproximou da memória e focou toda a sua atenção para o que ele iria dizer:
— O caminho que você fara para chegar até lá será bem doloroso, por isso vou pedir que você não desista no meio do caminho, faça isso uma promessa para si Kairo.
O jovem olhou para si por um momento, e refletiu — “eu tenho sequer o direito de fazer essa promessa comigo mesmo?”
Porem antes que pudesse duvidar mais de si a memória então disse — E por último, mas não menos importante, não se culpe… — Essas palavras essas mesmas palavras foram as responsáveis por fazerem com que Kairo conseguisse olhar para os olhos de Gauss novamente sem sentir culpa — O que aconteceu ali não é sua culpa, minha morte não é sua culpa, minhas feridas daquela luta contra o Akuri não foram sua culpa, NADA ali foi sua culpa!
Kairo não pode conter as lagrimas que vieram junto com aquelas palavras, aquele tempo todo ele se culpava por tudo que havia acontecido com ele, inclusive as coisas horríveis que Gauss teve que passar, e por conta disso, aquelas palavras chegaram a ele como um abraço gentil de um pai, e com esses sentimentos em si ele o agradeceu em um forte grito: — OBRIGADO!
A memória soltou um largo sorriso confortante, sentou-se e como últimas palavras disse — Agora garoto siga em frente e não olhe para atras! — depois dessas palavras a transmissão acabou e uma das setas da joia começou a brilhar.
O jovem enxugou suas lagrimas se aproximou da joia e a pego, e em seguida começou a andar em direção aonde as setas apontavam, sendo agora o seu destino de viagem.