Retornador do Caos - Capítulo 10
— Ei! Vocês aí!! Levantem as mãos e se identifiquem!!!
Homens com roupas de camuflagem, insígnias do exército americano e armas nas mãos abordaram o surpreso Noah e Ethan, enquanto saíam da caverna.
‘’Merda! Soldados! Achei que eles demorariam mais para chegar aqui, acho que o barulho da luta atraiu eles.’’
Noah ficou alguns segundos sem levantar a mão e nem se moveu quando o homem tentou os abordar.
— Não me façam repetir! — exclamou novamente o soldado que parecia estar na liderança.
— S-Senhor Noah, o-o que nós vamos fazer? — sussurrou o nervoso Ethan, com gotas de suor escorrendo pelo seu rosto.
Enquanto Ethan e o soldado o pressionavam para fazer alguma coisa, um rápido julgamento da situação passava pela sua cabeça.
‘’Ethan está com o capacete cobrindo seu rosto e o manto escondendo seu uniforme, o que significa que eles não conseguiriam identificar ele depois desse portão, enquanto eu estou com a máscara e sem as lentes de contato… ‘’
Ideias do que fazer passavam como raios pela sua cabeça, enquanto ele alternava seu olhar entre Ethan e o soldado.
— Já que vocês preferem assim… Esquadrão! Preparar armas! — gritou o soldado na liderança para seus companheiros, enquanto ele colocava o dedo no gatilho.
A cada milisegundo que passava o seu coração batia mais rápido, não sabendo se fugia ou se entregava-se. Até que finalmente se decidiu.
‘’Droga! Não há outro jeito!’’ Após esse pensamento, agarrou Ethan em seus braços.
— Woah! — exclamou Ethan surpreso com as ações de Noah.
‘’Pernas de Coelho!’’
Um instante após a ativação da habilidade, ele saiu do chão como uma bala.
— Eles estão tentando fugir! Atirem neles! — ordenou para seus companheiros.
BANG!
BANG!
BANG!
BANG!
BAN…
Os tiros não paravam enquanto ele estava ‘’passeando’’ pelo ar, antes de a gravidade o puxar para baixo.
BOOM
Um pequeno rachado no chão se formou após cair de mais de 10 metros, sem sequer um arranhão.
FOOSH
Sem a intenção de ser pego, ele imediatamente começou a correr, após recuperar seu equilíbrio depois da queda.
O vento foi jogado para os lados em reação a sua arrancada veloz.
Em poucos segundos ele atingiu sua velocidade máxima e quando olhou para trás apenas viu os soldados atirando na direção dele, mas os tiros apenas acertavam as árvores em volta.
— Huff, huff… — Mesmo ele já estando a mais de 200 metros de distância dos soldados, não pausou sua intensa corrida, pois ainda podem existir mais soldados aqui e encontrar eles no caminho não vai ser legal.
Depois de 1 minuto correndo sem parar, ele finalmente viu uma luz.
— A saída! — exclamou Ethan com felicidade, ao perceber que estavam quase seguros.
— Ethan! Se prepare! Vão haver ainda mais soldados fora daqui! — gritou para o garoto enquanto colocava ele nas suas costas.
— O-Ok! — respondeu Ethan segurando fortemente contra ele.
Após alguns poucos segundos…
WOM
Um barulho distorcendo a realidade foi ouvido.
Em seguida, dezenas de prédios, tendas e militares entraram na visão deles.
— Ei! Quem são vocês!? — Uma mulher loira com uma insígnia de tenente em seu peito gritou em surpresa .
Noah, sem se preocupar em responder, girou para a esquerda, olhando em direção a um beco, e pisou o mais forte possível no chão.
WOOSH
— UGH! — Sentiu como se seus músculos fossem explodir ao exercer tanta força sobre sua perna, mas aguentou e continuou correndo.
A mulher loira apenas ficou olhando surpresa, até que rapidamente virou para trás e comandou para irem atrás dele.
Mas a distância para ele chegar naquele beco era menos de 30 metros, que ele poderia atravessar em menos de uma metade de segundo com seus 66 pontos em destreza.
Não demorou muito para entrar no beco, e quando entrou, continuou correndo entre ruas e outros becos que via pela frente.
Após mais de 5 minutos correndo, ele finalmente parou.
— Huff, huff, huff… — ele caiu de joelhos no chão não aguentando mais sequer ficar de pé, sem querer derrubando Ethan.
— Senhor Noah, você está bem!? — perguntou Ethan, preocupado com ele.
— Sim… huff, eu… huff, só preciso…huff, respirar um pouco…— respondeu o garoto enquanto transpirava sem parar.
Depois de alguns minutos deitado em um beco úmido e com cheiro podre, ele finalmente se recuperou um pouco.
— Muito bem…nós vamos ter que nos separar agora, me passe seu contato Ethan, para caso eu precise de você no futuro.
— Tudo bem, aqui está — respondeu o garoto, o entregando seu celular.
Após pegar o contato dele, se levantou e falou: — Eu tenho que ir agora, e esconda esses equipamentos, os soldados podem te achar caso vejam você.
— Ok, até mais Senhor Noah! — falou Ethan, enquanto abanava sua mão.
— Até. — Noah abanou a sua em resposta.
♦♦♦
Algumas horas depois, em um centro de operação militar…
— O que!? Você viu duas pessoas saindo daquele portão!? E não capturou elas pois, segundo você, um deles correu há mais de 200 quilômetros por hora!? — gritou, quase cuspindo, um homem jovem, de aparência boa e temperamento raivoso, para a tenente Madelyn.
— Eu posso até acreditar que duas pessoas tenham saído de lá, nós demoramos para chegar lá, e haviam muitos civis no local que podem ter entrado lá, mas eles saíram ilesos de um lugar que, mesmo soldados bem treinados, tinham dificuldade para ficar!? — gritou novamente, o superior.
— Marechal, eu sei que é difícil de acreditar, mas essa é a mais pura verdade, pode perguntar para qualquer soldado, eles contarão a mesma versão que eu — respondeu calmamente, a tenente.
Em resposta, o marechal afiou os olhos e bufou enquanto olhava para Madelyn.
— Dispensada! Eu preciso informar os superiores, algo assim não pode passar levianamente.
Madelyn fez sinal de continência e saiu da sala de interrogatório.
‘’O que poderiam ser aquelas duas pessoas que saíram do portão? Mesmo que eu não tenha permissão, é melhor descobrir o que eles eram’’ pensou a tenente, enquanto caminhava pelo corredor totalmente branco.
♦♦♦
Ao contrário do corredor totalmente branco que Madelyn estava, Noah estava andando por um totalmente luxuoso, com traços e pinturas obviamente caros, podiam ser vistos até traços de ouro puro nas paredes.
No entanto, como se estivesse acostumado com o corredor, ele apenas ignorou e continuou andando em direção à porta que estava alguns metros à sua frente.
‘’Agora que eu fechei esse portão, falta apenas uma semana para a Explosão, ou melhor… Preparação, e então o ‘tutorial’ vai acabar e as Zonas irão aparecer…’’
A Explosão, foi quando, em literalmente cada cidade do mundo, surgiram mais de 10 portões de rank F. Mas no futuro, esse evento futuramente seria chamado de Preparação, pois, as ‘Zonas’ que viriam em seguida, seriam o verdadeiro desafio.
Mas, as zonas só virão depois do primeiro portão de rank E ser fechado, e ele surgirá na rússia, logo mesmo que Noah viaje de avião para lá e feche esse portão, devido as Zonas, isso não será nem um pouco benéfico.
Por isso, a única coisa que ele vai fazer é ir para o Brasil, especificamente, a floresta do amazonas, pois lá haverá um portão um tanto quanto anormal, que na época haviam dito que esse portão, de longe, não poderia ser chamado de rank F.
E isso foi apenas por causa do BOSS, que parecia uma besta de tão forte que era.
‘’Bom, isso é o que as pessoas falaram na época, vamos ver se realmente é tudo isso.’’
Depois de andar mais um pouco, finalmente chegou à porta de sua casa e entrou.
Porém, quando entrou, imediatamente uma pessoa se jogou em seus braços, apertando como se não quisesse soltar nunca mais.
— Noah, onde você estava! Sniff. Você não me respondeu mais quando aquele negócio estranho apareceu! Sniff. Eu achei que alguma coisa tinha acontecido com você! Sniff. Você tem nocão de quão preocupada eu estava, idiota! — gritou Lillia, em sequência, sem sequer o deixar raciocinar.
‘’Droga! Eu esqueci de mandar uma mensagem falando que eu estava seguro!’’ Notou rapidamente o erro que causou tudo isso.
— D-Desculpa! Eu esqueci de mandar uma mensagem para você! — imediatamente abraçou Lillia tentando tranquilizá-la, enquanto estava empurrando a cabeça em seu peito e chorando.
Ele sequer se preocupou com o fato dela não usar formalidades como ‘’Jovem Mestre’’ nesse momento, ele não pensava mais nela como uma empregada, e sim como um amiga, assim como ela também tinha deixado de pensar nele apenas como seu mestre.
As pernas de Lillia foram cedendo aos poucos, enquanto descia com ela também, até que os dois ficaram ajoelhados e abraçados no chão.
— Sniff, sniff, sniff… — Lillia não conseguia parar de chorar, enquanto as roupas de Noah se molhavam devido suas lágrimas.
‘’Eu havia esquecido de como Lillia se preocupava comigo, mesmo enquanto eu agia de maneiras horríveis, ela nunca saiu do meu lado e sempre me defendeu…’’
Ele começou a sentir um grande aperto em seu coração, enquanto via a Lillia chorando em seus braços.
— Idiota… — Lillia praguejava, enquanto sua lagrimas desciam.
Noah começou a passar a mão em seu cabelo para acalmá-la melhor.
— Por favor, me perdoe. Eu sinto muito por não ter te avisado… — Essas eram as únicas palavras que ele conseguia pensar naquela situação.
Lillia foi tirando sua cabeça do seu peito aos poucos, até que finalmente pode ver seu rosto cheio de lágrimas em sua frente.
Ela ficou apenas me olhando enquanto respirava e suas lágrimas começaram a diminuir aos poucos.
— Só por favor… não faça mais isso Jovem Mestre… —- pediu Lillia, enquanto olhava para baixo, com algumas lágrimas ainda caindo.
Em seguida, Noah a abraçou e falou: — Tudo bem, eu juro que nunca mais vou te preocupar de novo.
Assim, alguns minutos se passaram.
Até que finalmente lembrei do que eu precisava falar com Lillia.
— Ah, eu tenho uma coisa para você — falou enquanto rapidamente colocou minha mão no bolso e puxou uma pequena bola de cristal.
— Hm? Isso é um acessório, Jovem Mestre Noah? — perguntou Lillia ao ver o estranho objeto, enquanto secava as lágrimas em seu rosto.
— Não, é para comer — afirmou rapidamente.
— Huh!? — gritou Lillia, surpresa com sua resposta.
— Não se preocupe, pode confiar em mim. — Em seguida, entreguei o cristal na mão de Lillia.
Lillia ficou alternando o olhar entre Noah e o cristal repetidamente. Depois de alguns segundos com uma cara preocupada, ela coloca o cristal em sua língua e engole.
— Urgh! Que negócio horríve-! — Suas reclamações duraram poucos segundos, quando ela começa a olhar surpresa para o que seria o sistema à sua frente.
— O-O que é isso!? — perguntou rapidamente Lillia, preocupada com a janela estranha à sua frente.
— Não precisa se preocupar, isso não fará nenhum mal a você, pode se acalmar. — Tentei tranquilizar ela rapidamente.
— Se você diz… — Em seguida, Lillia ainda com um pouco de receio encostou no ar, aceitando virar uma Guerreira.
— Muito bem.
‘’Em minha vida passada Lillia conseguiu atingir o rank B em uma velocidade apavorante, se não fosse por aquele incidente ela teria com toda certeza se tornado extremamente poderosa.’’
Agora Noah estava sinceramente curioso sobre os atributos iniciais de Lillia, então resolveu tocar no assunto.
— Lillia, quais são os números que estão aparecendo nessa janela à sua frente?
— Hm? Bom… meu nível está em 0, minha constituição em 9, minha destreza em 10, vitalidade em 8 e mente em 5… — perguntou Lillia, com um olhar inocente no rosto, enquanto ele, em resposta…
— Pfffff, o-o que!? — Mesmo que não estivesse tomando nada, cuspi de surpresa de tão alta que era sua constituição e destreza.
— I-isso é ruim…? — questionou Lillia com um olhar preocupado no rosto.
— Ruins!? Você está praticamente no ápice de um humano normal! — gritou, quase cuspindo, enquanto respondia ela.
— Sério? Eu sempre soube que era incrível! — exclamou a feliz Lillia, que aparentemente havia esquecido totalmente de sua tristeza anterior.
— Haha, muito bom, agora vamos ver algo mais importante… — Em seguida, colocou sua mão no bolso novamente e retirou a formiga carnívora que havia pegado antes.
Como já havia sido falado, não importa qual monstro você mate, desde que seja um monstro e você esteja no nível 0, você subirá pelo menos 1 nível.
Imediatamente entregou a formiga para Lillia, e cobriu a mão dela com a sua.
E então…
CRACK
O barulho da formiga sendo esmagada deu para ser ouvido.
— Por que o Jovem Mestre fez isso? — murmurou Lillia, com pena da formiga.
— Olha para a janela em sua frente. — Sem me preocupar com os comentários sobre a formiga, pedi para ela olhar seus atributos.
— H-Huh? Eles subiram? — perguntou a confusa Lillia.
— Sim, agora me fale quantos pontos os níveis aumentaram — pediu animado para saber do talento de Lillia,
— Bom, minha constituição e vitalidade subiram em 2, minha destreza em 3 e mente em 4.
‘’ O que!? Eu sabia que ela era incrível, mas 4 pontos em mente!? Ela não vai se tornar extremamente poderosa! Ela vai é ser um dos seres mais fortes do mundo quando alcançar o rank SSS!!’’
Lillia rapidamente viu seu rosto surpreso e pareceu se perguntar o porquê disso. Quando percebeu isso, rapidamente falou: — É-é, essa quantidade é boa, haha….
Lillia ter tal talento é uma coisa surpreendente, mas ele não tinha a intenção de elogiá-la mais e aumentar o orgulho dela, pois a conhece há muito tempo e diga-se de passagem que ela é alguém que inflaria o próprio orgulho facilmente, e pessoas com alto orgulho sem uma base boa são apenas idiotas.
— B-bem, eu preciso resolver algumas coisas com meu pai, então te vejo depois, tudo bem? — ‘’Preciso aproveitar que meu pai está em casa e pedir permissão para viajar de novo.’’
— Tudo bem, vou ir preparar o jantar então. — Em seguida Lillia se levantou e foi embora.
Noah também se levantou e começou a andar em direção ao escritório de seu pai.
♦♦♦
Toc toc toc
Deu três batidas em sua porta e rapidamente recebeu uma resposta.
— Entre.
Não demorando mais um segundo puxou a maçaneta e entrou.
Dentro do escritório gigantesco, era bem básico as decorações, parecendo o mais simples possível. E sentado atrás de uma grande mesa, estava seu pai e sua pressão dominante, enquanto folheava documentos.
— Gulp… — Engoliu em seco ao olhar para ele, então se aproximou e sentou na poltrona em frente a mesa.
— O que você quer? — perguntou seu pai.
— Será que eu poderia sair em viagem novamente? — Sem demorar demais, fez sua pergunta enquanto mantinha uma posição ereta.
— De novo? Você já não viajou a menos de um mês para o japão? — questionou Adam, finalmente olhando para ele com sua testa franzida.
— S-Sim, mas recentemente outro daqueles portões estranhos abriu em Washington, por isso eu queria ir um pouco para longe… para ficar seguro… sabe… — Sua postura reta vacilou um pouco ao ver o rosto de Adam.
— Huff… — bufou enquanto massageava sua têmporas.
— Apenas vá e me deixe trabalhar — comentou rapidamente Adam reclamando, pois estava trabalhando o dia inteiro devido ao portão ser aberto em washington.
— O-Obrigado! — Em seguida, deixou o escritório o mais rápido possível.
Por mais que meu pai não fosse dos mais legais, ele não se importava tanto com esse tipo de coisa.
♦♦♦
Já no seu quarto, logo após entregar o pergaminho de magia de fogo para Lillia porque com seu talento para magia devido seu talento vale mais a pena ela ficar com isso.
Ele estava organizando suas malas para a viagem, quando pensou: ‘’Até agora, as partes iniciais do meu plano estão indo bem, o próximo passo será vermos se este portão na amazônia faz juz a sua reputação!’’