Retornador do Caos - Capítulo 17
— As malas estão todas arrumadas? — perguntou Noah.
— Sim, o ajudante já passou aqui e levou todas para o carro — respondeu Lillia.
Já era outro dia. Eles haviam permanecido ali por poucos dias, mas já estavam voltando, Lillia tinha até se preparado para sair para muitos outros lugares com Noah, como se o fato de portais estarem aparecendo pelo mundo não fosse o suficiente para ela desperdiçar a chance de passar um tempo com ele.
— Tudo bem, vamos indo então.
O garoto foi em direção a porta, se preparando para ir embora do hotel, e Lillia seguiu seus movimentos com os olhos, de repente se lembrando do que o chef Miguel havia dito para ela, então, a garota cerrou os punhos e perguntou:
— Noah, por que você está viajando tanto ultimamente, eu não tenho nenhum problema com isso, na verdade eu até gosto… E-enfim, eu estou perguntando isso por que você está agindo meio estranho ultimamente.
— Primeiro aquela janela estranha junto daqueles portais… eu tinha simplesmente deixado passar porque achei que havia um bom motivo, mas essa curiosidade cresceu em mim, e eu queria saber se está acontecendo algo com você…
— E se eu posso ajudar de algum jeito! — Lillia terminou seu longo discurso com uma demonstração de preocupação pelo garoto, fazendo o sentir como se seu coração apertasse, por deixar alguma pessoa importante para ele se sentir desse jeito.
Noah ainda estava de costas para ela, parando de repente antes de encostar na maçaneta, com muitos pensamentos fluindo em sua cabeça.
”Droga, o que eu faço agora? Ela devia ter ficado sem perguntar nada na hora em que mostrei o sistema apenas por causa do calor da situação, mas ela não é uma criança ingênua como Ethan, como eu pude simplesmente esquecer da possibilidade dela me perguntar esse tipo de coisa! Como eu explico para ela que eu simplesmente voltei no tempo!”
De repente, uma ideia bem idiota e mal planejada surgiu em sua cabeça, mas era a única coisa que ele tinha.
Porém, antes dele poder falar, Lillia percebeu que havia simplesmente jorrado perguntas extremamente pessoais nele, e, do ponto de vista dela, ele ficou desconfortável com isso, deixando-a preocupada.
— M-me desculpe! Eu não deveria ter perguntado tais coisas dessa maneira estúpida, Jovem Mestre Noah!
Assim que ele ouviu Lillia voltando a chamá-la com honoríficos, seu coração se apertou, como se sua relação tivesse regredido um pouco.
— N-não! Não precisa se desculpar, está tudo bem, realmente estão acontecendo algumas coisas, m-mas eu estou envolvido nisso mais por causa da minha família.
Noah rapidamente se virou na direção de Lillia e tentou inventar uma desculpa, que estava parcialmente correta, para a situação.
— Tem mais algumas coisas também, mas não precisa se preocupar por agora, no futuro você irá saber.
A garota olhou diretamente nos olhos dele, com uma tristeza imperceptível no olhar, e simplesmente assentiu: — Ok.
— B-bem, vamos indo então. — Ele abriu a porta e seguiu para o corredor, como se quisesse escapar rapidamente dessa situação estranha.
Porém, mesmo que ao olhar dele Lillia tenha deixado para lá, na verdade não foi assim.
Ela havia passado muito tempo com Noah, e ele sempre foi um péssimo mentiroso, o que deixou óbvio as falhas nos argumentos dele.
Lillia, ainda no quarto, olhou para baixo enquanto cerrava os punhos e mordia o lábio inferior.
”Ele não confia em mim?”
♦♦♦
Não deve ser necessário mencionar que a viagem de volta teve um clima extremamente desconfortável, com os dois não trocando uma única palavra.
Para eles, permanecer naquele avião por mais tempo ainda iria os matar, por isso soltaram um suspiro de alívio quando o piloto anunciou que haviam finalmente pousado.
Quando desembarcaram, Lillia rapidamente ligou para um dos motoristas pessoais da família Ballard para buscá-los.
E em cerca de uma hora e meia, eles havia chegado em casa.
— Pode entrar, Jovem Mestre Noah. Eu irei pedir para o mordomo desfazer as malas.
— O-ok. — Ele acabou gaguejando, ainda abalado pela volta dos honoríficos durante as conversas com Lillia, e por mais que pudesse simplesmente pedir para ela parar de usá-los, ele não queria força-la.
Em seguida, ele deixou os serviçais cuidarem das malas enquanto ele ia para dentro de casa.
…
Quando entrou, não notou ninguém por lá, pelo menos nas partes em que andou, pois como a mansão era estrondosamente gigante, simbolizando o poder dos Ballard, era plausível a chance de não encontrar ninguém, mesmo que houvesse pessoas.
Ele não se preocupou em avisar que havia voltado e simplesmente foi direto para o quarto.
…
Assim que chegou lá, se jogou na cama, abraçando um pouco o travesseiro.
— Haaaaa… esse vai ser meu último dia de paz, depois eu provavelmente nem sequer poderei parar pra dormir, espero que eu consiga passar as ondas de monstros facilmente, sem que nada de muito ruim aconteça.
De repente, a visão de Noah ficou turva.
— Waaaahhhh, acho que por mais que eu tenha dormido um pouco, não foi o suficiente para minha mente, ela ainda tem que se acostumar com os novos padrões do meu corpo… bem, não tem o que fazer.
— Já que tudo está pronto, vamos apenas aproveitar esse último momento de descanso.
E desse modo, o garoto adormeceu.
…
No momento que havia apagado eram 14 horas da tarde, e devido ao grande estresse de sua mente, acordou depois de quase um dia de sono, às 13:49 do outro dia.
Acordando, foi direto para o banheiro tomar um banho gelado, para acordar melhor, em seguida foi para a cozinha comer alguma coisa.
Quando chegou lá, encontrou dois de seus irmãos e sua mãe.
— Oh, finalmente acordou, querido? — perguntou Scarlett, uma mulher extremamente bela, com cabelos castanhos claros e olhos verdes, também mãe de Noah, e com um sorriso caloroso que apenas as mães tinham.
— Esse cara só consegue dormir — zombou Nicolla, um garoto de 13 anos, com cabelos castanhos escuros curtos, olhos azuis, e também o filho mais novo da família Ballard, por sinal, ele estava jogando em seu celular enquanto zombava do outro.
— Deixa ele, Nicolla, ele acabou de voltar de viagem — retrucou Emma, uma bela jovem de 15 anos, sua beleza tornava óbvio que ela provavelmente recebia olhares onde quer que fosse, afinal, seus olhos verdes e cabelo preto como a noite eram algo extremamente chamativo.
Quando Nicolla ouviu sua irmã reclamando, ele apenas colocou a língua para fora e falou: — Blééééééhhh.
Emma rapidamente deu um peteleco na testa de Nicolla, enquanto se debochava do outro.
Noah apenas sorriu vendo a cena divertido de seus irmãos ”brigando”, e em seguida se virou para sua mãe e falou:
— Sim, bom dia, mãe.
Scarlett apenas acenou a cabeça enquanto sorria para o garoto, voltando a ler uma revista que havia achado por acaso.
O garoto continuou seu caminho, abrindo uma enorme geladeira, e pegando coisas para comer.
Depois de terminar de comer, Noah pensou: ”Já está quase na hora… mas cadê o pai e os outros?”
Apenas os filhos mais novos ficaram em casa, como Chloe que estava estudando, e Arthur que foi jogar no computador com seus amigos.
O resto estava na cozinha, porém, ele ainda não tinha visto seu pai e seus irmãos mais velhos.
— Hm, mãe, onde está o pai e os outros?
”Eles deviam ficar em casa hoje, como foi no passada, a não ser…”
Noah começou a suar enquanto esperava a resposta de sua mãe, porém, seu irmão Nicolla, que ainda estava jogando, respondeu primeiro.
— O papai levou eles para dar uma ”aula prática” de coisas da corporação, ele disse que queria levar você também, mas pelo visto nem sabia que você tinha voltado, então levou apenas eles.
As palavras de Nicolla caíram como um martelo em Noah.
”Merda! Merda! Merda! Merda! Merda! Merda! Merda! Merda! Merda! Merda! Merda!”
”Eles deviam ter ficado em casa hoje! Eu tenho que buscá-los rápido!”
No entanto, antes que pudesse sequer sair da cozinha…
BRAAAAAAAMMMM
Tudo começou a tremer como se o mundo fosse desabar.
Nicolla caiu de seu banquinho que estava sentado, assim como Emma, com apenas Noah e sua mãe fixos nas cadeiras da mesa, enquanto se seguravam.
— O-o que está acontecendo!? — gritou Emma.
— É um terremoto! Saiam de perto das prateleiras e se segurem em alguma lugar! — A mãe de Noah rapidamente respondeu a situação.
Porém, antes que Emma pudesse começar a andar, uma faca caiu em sua coxa.
— Kyaaaaahhh!! —- A garota gritou de dor.
— Emma! — Noah rapidamente correu até ela, pegando a garota e Nicolla, que estava com as mãos em volta da cabeça com medo de que algo caísse nele.
— Mãe! Vamos para fora, é mais seguro lá!
Sua mãe rapidamente o seguiu até lá fora.
Assim que saíram, ele entregou Emma para sua mãe, enquanto voltava para dentro para buscar Arthur, Chloe e Lillia.
Para sua sorte, ele rapidamente achou Lillia ajudando Chloe a descer as escadas, então pediu a elas para irem para fora enquanto ele fora atrás de Arthur.
Subindo até o terceiro andar, ele rapidamente abriu a segunda porta do corredor, onde achou um quarto com mobília cara e um garoto embaixo de uma mesa onde havia um monitor.
— Noah! — Arthur gritou ao ver seu irmão indo em sua direção.
Ele rapidamente agarrou a mão de seu irmão mais velho e foi embora do quarto com ele.
Quando todos estavam lá fora, cada um começou a se preocupar ainda mais, pois o terremoto não só não estava parando, mas estava ficando mais forte!
— O que raios está acontecendo!? — perguntou Arthur.
— Eu não sei, mas é melhor ficarmos aqui enquanto isso não parar. — Por mais assustada que estivesse, Scarlett era a mãe deles, e precisava manter a calma para não deixá-los preocupados.
— Mãe! Eu estou tentando ligar para o pai e os outro mas ninguém atende, algo deve ter acontecido! — exclamou Noah.
Todos de sua família presentes no local começaram a ficar nervosos ao ouvir essa notícia, por mais que confiassem que seu pai era extremamente hábil e preparado para qualquer situação, um terremoto de tal magnitude não poderia ser facilmente evitado.
”Droga, eu não posso deixar que aconteça algo com eles, se mesmo coisa acontecer de novo com Ayla… eu nunca iria me perdoar! Eu preciso fazer algo!”
— Mãe, cuide dos outros, eu vou ver se o pai está bem!
— O que!? Com certeza não! Eu não posso deixar você sair com o que sei lá o que está acontecendo! — repreendeu Scarlett.
— Isso mesmo! Você não pode sair assim! — Assim que falou isso, Scarlet olhou para Lillia com um olhar confuso, mas apenas balançou a cabeça e voltou sua atenção para Noah.
— Seu pai sabe se cuidar, e eu não poss…
— Mãe! Eu sei que você confia no pai, mas olha o que está acontecendo, esses portais e agora os terremotos, definitivamente algo está acontecendo, nós precisamos pelo menos confirmar se eles estão bem! — Ele rapidamente interveio e inventou uma desculpa, por mais que soubesse o que iria acontecer, ele não poderia simplesmente falar
— Mas…
—- Mãe, confie em mim, eu vou ficar bem. — Noah rapidamente apertou as mãos de sua mão enquanto dava um voto de confiança.
Scarlett apenas franziu a testa enquanto mordia o lábio, ela sabia que definitivamente algo estava acontecendo, e também queria verificar se seu marido estava bem, mas sem ele atender a única forma era ir até lá, mas ela não tinha como arriscar levar seus outro filhos para algo tão perigoso, além disso ainda havia o ferimento de Emma para cuidar.
Depois de muitos pensamentos, ela falou:
— …Vá, fique seguro e se certifique de encontrar seu pai e irmãos!
Noah sorriu e falou:
— É claro.
Ele rapidamente voltou para dentro de casa e pegou a chave de um carro.
Quando saiu, ao passar pela sua família, encontrou os olhos preocupados de Lillia.
— Lilllia.
— Sim! — respondeu apressada.
— Eu não posso levar você comigo, mas, eu preciso que você fique aqui, e proteja minha família, também não posso falar com eu sei disso, porém, monstros irão aparecer, e no momento, só você vai poder protegê-los — Noah pegou na mão da garota enquanto falava.
— Por favor, eu posso confiar em você para isso?
Por mais que uma jorrada de informações caíram na mente de Lillia, apenas a parte do ”eu posso confiar em você” importaram para ela, então, a garota envolveu a mão de Noah com as suas e apertou, falando com determinação:
— Com certeza!
O garoto apenas deu um sorriso satisfeito e foi em direção a garagem.
Ele rapidamente pegou em carro e saiu da área da mansão.
…
Chegando perto do centro da cidade enquanto os terremotos continuavam, Noah pode ver prédios ao longe desabando, enquanto via dezenas de carros batidos ou perdendo o controle no meio da rua.
”Droga, o pai e os outros estão no prédio principal, mesmo que não vá desabar devido a sua constituição extremamente reforçada, é justamente dentro da área onde vai ocorrer o tutorial principal.”
Tutoriais, eles seriam testes dados a cada pessoa dentro das zonas, não importando se já fossem um Guerreiro ou não, no início todos o receberam na mesma dificuldade, ele também poderia transformar pessoas normais em Guerreiros, desde que matassem os monstro e pegassem seus cristais mágicos, explicando para o que ele servia.
Porém, na parte onde haviam mais pessoas dentro da Zona, aconteceria algo chamado de Tutorial Principal, não é como se a dificuldade aumentasse, mas era um desafio que seria dado para milhares de pessoas dentro de uma área, como se fosse um único, e poucos aguentaram e acabaram morrendo.
Ondas de monstros seriam liberadas, desafios psicológicos, e coisas que abalariam a moral de qualquer um, por esse motivo Noah queria se manter longe da área principal da cidade, a dificuldade não valia a recompensa, que seria a mesmo de um tutorial normal.
Mas sua família estava lá, e ele havia prometido protegê-la.
— Lillia também não deve ter problemas contra os monstros, ela vai acabar nivelando enquanto os mata e ficar ainda mais forte, mas…
A primeira vez caçando monstros seria difícil para qualquer pessoa, e por mais talentosa que Lillia fosse, ainda seria muito difícil.
— Eu espero que ela consig…
Quando Noah estava prestes a terminar de falar, algo começou a aparecer no horizonte, e mesmo cegado pelos prédios caindo, ele pode ver…
Uma barreira azul claro transparente, crescendo no horizonte, sem parar.
Ela foi aumentando cada vez mais, até criar uma cúpula enorme em volta de Washington inteira.
Sim, aquilo… era a Zona. E isso estava acontecendo em CADA cidade, no mundo inteiro.
Ninguém poderia sair dela, e só seria aberta quando certas condições fossem cumpridas, tais condições que mesmo Noah só conseguiria cumprir no mínimo em 3 ANOS.
— Acho que vou ter que ir a pé…
Assim que a cúpula se formou, um feixe de luz azul saiu de exatamente do meio dela, e assim que caiu no chão, uma onda azul de energia passou por toda a cidade.
No momento que aquela onda passou por onde Noah estava, seu carro desligou.
E não foi apenas o seu, o carro de todos desligou, junto dos semáforos e qualquer coisa elétrica.
Porém, ele também sabia que não foram apenas as coisas elétricas que desligaram… qualquer tipo de arma de fogo parou magicamente de funcionar, tornando qualquer retaliação humana impossível.
O garoto rapidamente saiu do carro, e começou a correr a toda velocidade, deixando praticamente uma pós-imagem para trás.
Como ele já estava perto da parte principal da cidade, apenas algumas curvas o fizeram chegar lá.
Só que quando estava para chegar perto do prédio de sua família, viu dezenas de carros explodidos e destroços de prédios por todo lado.
— Merda, não tem como passar por aqui.
Noah rapidamente se virou para dar a volta pelo local, mas quando ia começar a correr…
SHRIIIIIIINNN
Uma luz ofuscante apareceu no céu, envolta por centenas de milhares de pequenas luzes.
O garoto franziu a testa, já sabendo o que era.
”Aquele Apóstolo de merda chegou rápido em.”
As luzes começaram a diminuir, a maior revelando um garoto que aparentava ter 16 anos, ele tinha cabelo azul-marinho longo, com pupilas azuis profundos, ele estava apenas com uma calça marrom, revelando sua parte superior do corpo, extremamente definida. Alguns poderiam chamar aquele ser de humano, apenas falando que seu cabelo foi pintado, mas se olhassem com mais atenção, veriam orelhas pontudas por baixo do cabelo.
”Lucius, o Apóstolo do Divina dos Mares Caóticos.”
Noah rapidamente sentiu uma pressão avassaladora e familiar vindo dele, e ele estava obviamente se contendo, se não todos os prédios seriam destruídos, e qualquer humano normal em um raio de 5 quilômetros seria transformado em panqueca, afinal, aquele ser era poderia derrotar o mais forte rank SSS, com apenas UM soco. Isso era o nível de poder de um Apóstolo.
Outras pequenas luzes apenas mostraram seres humanoides vestindo armaduras douradas, mas, esses seres eram mais do que aparentes cavaleiros riquinhos. Eles se chamavam Servos Divinos, e cada um era mais forte do que um rank S, o que nesse ponto seria considerado um deus entre os homens.
— O tutorial já vai começar, é melhor esperar.
E no mesmo momento que Noah falou isso, Lucius abriu sua boca.
— Olá, humanos de uma terra distante, eu sou Lucius, o Apóstolo do onipotente e majestoso Karcius, o Divina dos Mares Caóticos.
Mesmo que mal estivesse abrindo a boca, ao ponto de parecer um sussurro, sua voz ecoou por toda a cidade, possivelmente todo o continente se assim desejasse.
— Fiquem gratos! Seu planeta foi digno de receber a atenção dos Divinas! Seres com um poder supremo e incomparável! Eles estarão ajudando vocês a evoluir como espécie e se tornarem ainda mais poderosos! Porém…
Quando ele interrompeu sua frase, um sorriso grotesco e nojento apareceu em sua face.
”Você já está mostrando sua verdadeira face, sádico maluco.”
— Isso lhes custará sua vida! HAHAHAHAHAHAHAHHAH
Cada pessoa presente que pode ver Lucius, sentiu um arrepio por toda a coluna, como se estivessem olhando para um demônio.
— MAS! ESSA CORRIDA POR PODER SÓ PODE SER COMPETIDA PELOS DIGNOS!
De repente ele abaixou sua voz e falou num tom melancólico:
— Afinal, não podemos deixar pessoas que nem se tornaram Guerreiros roubarem a chance dos outros, não é?
— Então! A primeira fase para separar os dignos dos não dignos, será… O TUTORIAL!
— Batalhe por sua vida e mostre que é digno dela! Que comece a primeira parte do Tutorial!
De repente, Noah viu dezenas, não, dezenas de milhares de Goblins saindo de becos e começando a caçar pessoas pela rua.
—- Socorrooooo!!!!!! — gritou uma mulher enquanto era engolida pela multidão de monstros.
A pessoas começaram a correr sem parar para todos os lado.
— Droga! O que caralhos está acontecendo!?
— Apenas corra!! Você não tá vendo aqueles bichos matando todo mundo, caralho!
Mesmo com pessoas esbarrando sem parar em Noah, ele permaneceu parado, enquanto olhava para os Goblins e seus movimentos, esmagando a cabeça de qualquer um que ousasse chegar perto dele.
[Ding! Você ganhou um ponto de recompensa!]
[Aviso! Os pontos de recompensa podem ser acumulados e usados na loja divina!]
”Bem, as coisas estão como antes.”
Inclusive, essa mensagem de aviso apareceu apenas quando você matasse o seu primeiro Goblin, como se fosse uma ”motivação” para continuar a caça. Porém, por mais que aparecesse até para não-Guerreiros, não funcionou muito, já que ninguém queria arriscar a própria vida.
E também, quando um ser humano normal encostasse em um cristal mágico vindo de um monstro, aparecerá uma tela informando que ele pode se tornar um Guerreiro se consumir o cristal.
Após dar mais uma olhada nos Goblins, e notar que eles não estavam interessados em entrar nos prédio, Noah concluiu:
— Tudo bem, desde que fiquem no prédio o pai e os outros devem ficar bem.
Então, o garoto começou a correr em direção ao exército.
— Por enquanto… vamos limpar essa multidão infinita de monstros!