Súplicas - Capítulo 1
Orla da Atalaia, Aracaju, Sergipe.
— Alguém, por favor me aju- cof cof, me ajude, tem um monstro destruindo a orla da Atalaia — Uma jovem de cabelo preto e olhos castanhos chorava ao se deparar com aquela cena horrível. Seu braço estava deslocado ao receber o impacto da explosão causada pelo monstro.
— Alguém chame uma ambulância, por favor! Tem muitos feridos aqui. Ei garoto! Use seu celular para algo útil e ligue para a central da Samu! — gritou um homem de meia-idade.
— Cadê as autoridades numa hora dessa? Droga, meu filho está muito ferido, uma pedra atingiu sua cabeça.
Roar.
Rugiu o Monstro Selvagem. Um lobo de quatro metros de altura com garras de cinco centímetros de comprimento, seus dentes estavam cheios de sangue e eram muito afiados.
Boooom!
Uma segunda explosão foi ouvida, uma pequena loja próxima ao primeiro ataque foi destruída, voou concreto para todos os lados.
— É um selvagem nível 1, classe presa, corram, é muito perigoso! — falou um militar aposentado, enquanto ajudava algumas pessoas a se levantarem e fugirem.
O selvagem atacou as pessoas próximas às lojas destruídas. Via-se o desespero ao deparar com suas garras e dentes afiados em suas direções; o monstro matou mais um e comeu sua carne. Outras pessoas próximas ficaram paralisadas por conta do medo; algumas suplicaram para escaparem de serem alvos, mas nem todas conseguiram manter a Fé.
No meio de todo aquele pânico, um garoto foi em direção ao perigo sussurrando algo:
— Aquele que habita no esconderijo do altíssimo, à sombra do onipotente descansará…
— Ei garoto, cuidado com suas presas! — gritou um militar aposentado que evacuou rapidamente os feridos próximos.
O Jovem pulou em direção ao selvagem e deu um soco em suas costas com força.
Grrr.
O monstro deu alguns passos para trás, colocou o garoto em sua mira.
— Droga, nem mesmo com uma prece consigo fazer esse Monstro sair para uma área longe dos civis — exclamou o jovem.
“Ele não é tão ruim”, pensou o senhor.
O aposentado aproveitou o momento de distração do monstro e, lentamente, foi chegando por trás.
“Não imaginei que aquele senhor fosse vir”, sussurrou em pensamentos se afastando do selvagem para conseguir tempo para as pessoas fugirem.
O lobo selvagem, em fúria, foi para cima, lançou ataques com suas presas em direção ao garoto que se esquivava ao máximo possível de suas garras. Pressionava-o, tentando rasgar o alvo constantemente.
Shuahhh Shuahhh…
O garoto se esquivou por pouco das garras do selvagem.
Naquele momento, um outro cântico foi ouvido:
— Ó pátria amada, idolatrada, salve, salve, Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, de amor e de esperança À TERRA DESCE! — brandiu o senhor.
Um fluxo de energia foi liberado; o aposentado terminou de entoar e lançou sua “Pressão em Área” junto a dois disparos de lâmina de vento em direção ao lobo.
Roar.
O monstro selvagem gemeu de dor ao ter sua pata esquerda dianteira cortada.
— Ei, garoto, qual seu nome?
— Rafael, senhor — respondeu como um soldado.
— Rafael, né? Me ajude a tirar esse demônio daqui e levá-lo à areia.
— Sim, senhor.
— Rafael, ataque-o quando ele focar totalmente em mim. Você consegue, certo?
— Sim, vou focar nos pontos vitais.
— Ótimo.
O aposentado começou a correr, saindo da orla em direção à areia da praia, na tentativa de atrair o selvagem para si.
O lobo ficou enfurecido, esqueceu que há poucos segundos tentou cortar o garoto e saltou em direção ao senhor aposentado, que se fez de isca para tirá-lo do campo de visão das pessoas feridas.
Rafael aproveitou o momento, liberou um fluxo de energia, levantou as mãos para o alto fazendo as pedras e areia da orla se transformarem em cinco espadas pontiagudas de 20 centímetros. Suas roupas emanava uma energia Avermelhada; e uma prece foi proferida:
— Escute nossas orações, ó Deus, criador da vida. Proteja nossos feridos, fortaleça os fracos. Venha até a mim: benção do criador.
O garoto correu até onde o aposentado estava segurando o lobo, lançou às cinco espadas pelo flanco do monstro. Três delas o lobo desviou, uma acertou de raspão a pata traseira; e uma acertou o ombro esquerdo do monstro.
Rafael é um desperto de Rank F, grau alto. Sua habilidade geral é manipular o elemento terra. Sua habilidade oculta é “Armadura de Sangue”.
Roar.
O lobo caiu, gemendo de dor.
O selvagem ficou em um estado “lamentável”, porém um selvagem ainda é um selvagem: sua regeneração é absurda. A pata cortada pelo aposentado já estava se regenerando, o que deixou a situação um pouco mais difícil.
O lobo gradualmente levantou-se e com seus dentes conseguiu retirar a lâmina de pedra de seu ombro.
Roar.
— Droga, como esse demônio ainda está de pé? — Rafael ficou incrédulo com a cena.
— Nunca subestime um selvagem, garoto.
Após dizer isso, o aposentado lançou uma lâmina de vento em direção a cabeça do lobo, porém, o monstro conseguiu se abaixar, lembrou-se do último ataque.
“Mas que selvagem irritante”, exclamou em pensamentos o senhor.
O monstro selvagem percebeu que foi encurralado, então rugiu em direção ao velho; esticou seu braço direito, abriu a sua pata dianteira direita e lançou suas unhas como disparos.
O velho desviou os disparos usando a “Energia Interna” com o elemento vento: criou um pequeno redemoinho. No entanto, sua perna foi atingida de raspão por um disparo. Naquele momento, o senhor sentiu dor: aos 75 anos, apesar de seu Rank F, grau alto, o tempo ainda é implacável.
— Droga! — Os olhos do garoto ficaram nervosos.
Rafael naquele momento, liberou um grande fluxo de energia e expandiu para fora de seu corpo, a cena era incrível: o garoto criou uma jaula feita de areia, resistente, com o lobo dentro, além disso, projetou uma grande lâmina de terra com pequenas pedras e atirou no monstro.
Roar!
O lobo caiu, sentiu uma grande dor; já estava preso e agora teve sua pata traseira direita perfurada.
O garoto, preocupado, foi prestar socorro ao velho:
— O senhor, está bem? Consegue levantar? — perguntou o garoto, um pouco nervoso.
— Sim, mas não foi tão grave. — Demonstrou calma ao garoto.
O Monstro selvagem lentamente levantou-se, tinha uma forte resistência. Em poucos instantes, mesmo mancando, liberou uma grande quantidade de energia e se jogou contra a jaula. A jaula foi quebrada. Em fúria, o selvagem rugiu e lançou com a pata dianteira esquerda, totalmente regenerada, disparos com as unhas.
— Corra garoto, isso é perigoso! Corra! — exclamou o velho empurrando Rafael para longe dos disparos.
Rafael encarou o perigo:
— Aquele que habita no esconderijo do altíssimo, à sombra do onipotente descansará…
Uma barreira feita de areia endurecida, do tamanho de 2 metros, foi levantada. Os disparos atravessaram a barreira: três acertaram o chão, um acertou de raspão a sua cabeça, e o último, a perna direita do garoto.
— Ahhhhhh.
Rafael gritou de dor ao ter sua perna direita perfurada pelo disparo.
— Merda!
O velho, em desespero, lançou uma sequência de três lâminas de vento, duas passou perto e uma acertou a pata traseira direita que tinha uma espada de pedra cravada.
Roar!
O lobo rugiu em um estado lamentável, sua pata traseira direita foi arrancada.
— Calma garoto, o socorro está chegando. — O aposentado nem se importou com seu ferimento.
Ele retirou a unha, estancou o sangue com a camisa que estava usando, e começou pressionar para impedir de escorrer mais sangue da perna do garoto!
“Droga, assim não vai ser fácil lidar com esse selvagem; droga, por que eu estou tão fraco? Droga de velhice!”, sussurrou em pensamento.
Oouuiiiwioouiuiwiiii…
Um carro em alta velocidade foi em direção a areia.
— Finalmente eles chegaram. — O velho sentiu um traço de esperança.
— Fogo!
O monstro selvagem foi pego de surpresa por tiros: arpões do carro forte foram disparados em direção ao demônio selvagem. O lobo gritou de dor como nunca!
Os soldados rapidamente desceram do carro forte equipados e armados.
— O garoto está ferido, rápido, onde estão os primeiros socorros?
— Sargento Luciano, preste socorro ao garoto — ordenou o tenente Alessandro.
— Sim, senhor! — O sargento pegou o ‘kit’ de primeiros socorros que estava na bolsa em suas costas.
— Preparar armas, apontar, fogo!
Dezenas de tiros de “Arma de Fogo Anti-Selvagem” foram disparados.
— Senhor, vou levar o garoto para o hospital mais próximo! — exclamou Luciano.
O lobo ficou agonizando, seus membros estavam neutralizados pelos arpões e tiros.
— Ok — respondeu o tenente.
Alessandro olhou para o monstro, enfiou uma espada em seu crânio e disse friamente:
— Morra, seu inseto INSIGNIFICANTE!