The Paradise Tower - Prólogo
Prólogo: As amarras da vida.
Eu vou ser franco. Eu nunca me importei com as pessoas. A hierarquia entre fortes e fracos me dava nojo.
“A única escolha de quem é fraco é ser esmagado impiedosamente pelos mais fortes”, lembro de ter lido isso em algum lugar e na mesma hora concordar.
Por que lutar se não pode ganhar? Por que se esforçar se é tão inferior? Por que não desistir?
Mas depois daquele dia eu não pensei mais dessa forma. Mesmo após eu já estar de joelhos, mesmo após eu ter aceitado a morte, aquela pessoa se jogou em minha frente para me salvar.
Quando abri meus olhos, os longos cabelos castanhos tamparam minha visão enquanto iam caindo lentamente. O som seco e alto do corpo batendo contra o chão de madeira ressoou pelo quarto escuro. Me arrastando com os joelhos, eu me aproximei dela, virei seu corpo para poder enxergar seu rosto e logo em seguida o deixei carinhosamente de volta ao chão.
Ela estava sorrindo.
“Por que?”
“Por que?”
“Por que?”
Essa era a única palavra que se repetia em minha mente.
A vida e tudo que conquistamos, tudo o que essa pessoa já havia conquistado, tudo, foi perdido em instantes. Consegui ver o brilho de seus olhos desaparecendo lentamente enquanto olhavam para mim. Ao redor de sua pupila, lágrimas começavam a se formar. E antes mesmo que essas caíssem, sua alma se apagou sem deixar rastros de sua existência no mundo.
Nunca pensei que a empatia de outra pessoa poderia me salvar, era por isso que eu não exitava em matar. Tirar a vida de outra pessoa, para mim, a partir daquele momento se tornou a única maneira de resolver as coisas.
Enquanto eu olhava consequentemente para o corpo caído, eu tinha uma única certeza. Eu iria matar Dyson Braun com minhas próprias mãos.