Uma Nova Lenda Surge - Capítulo 3
— O que está acontecendo?! — Grito após a porta ser fechada atrás de mim.
— Calma, calma. — Cassandra tenta me acalmar, me levando até a cama.
— Como eu poderia me acalmar sendo que nada está fazendo sentido?! — Falo recusando a ajuda e me afastando ainda mais da cama.
— Tudo na sua… — Eu a interrompo, antes que pudesse completar essa frase…
— Será esclarecido na sua hora, eu já sei disso! Mas pelo menos me digam o básico…
— Tudo bem! — Ela suspira. — Antes de tudo existir, só tinha uma plena escuridão, até que ocorreram sete grandes explosões que originaram os sete seres supremos.
— Então eu surgi de uma explosão?!
— Sim. — Eduard responde.
— E eles criaram três tipos de deuses: os da luz, os das trevas e os da morte, que se uniram e criaram o resto dos seres vivos. Mas depois de milênios trabalhando juntos, os deuses da luz traem e aprisionam os deuses das trevas no submundo, já os deuses da morte não quiseram se envolver nessa guerra, assim indo para o palácio da morte.
— Estou começando a entender, mas… — Mas a verdade era que eu permanecia perdido ainda.
— E com isso tudo ocorrendo os seres supremos, ou seja vocês, não poderiam ficar quietos, assim criando os trevanianos, uma raça originaria daqueles que se tornaram lendas vivas, mas que vieram a falecer, para caçarem os deuses da luz e matar eles. Vendo uma pequena brecha os deuses das trevas entraram na guerra também para tentarem conquistar o Eden.
— Então está ocorrendo uma grande guerra entre as raças divinas?
— Sim! Você realmente aprende rápido! — Ela fala animada. — É só isso que eu sei sobre o que está ocorrendo. — Infelizmente eu não conseguiria tão facilmente mais informações a partir dela.
— Isso… Já foi de grande ajuda… — Sorrio.
— General! — A porta do quarto é aberta por uma menina de cabelos longos de cor castanha, usando um uniforme militar preto.
— Quem? — Pergunto olhando para a figura que estava na minha frente, retornando a um estado calmo.
— O que?! Você se esqueceu de quem sou eu?! Que maldade! Eu vim correndo para cá, assim que soube que você retornou! — Ela fala em um tom meigo e triste.
— Ele perdeu a memória, por isso não se lembra de nada. — Cassandra responde. — Então você tem que se apresentar novamente.
— Eu sou a terceira tenente Katlin! — Ela se curva colocando o braço direito na frente do corpo e o esquerdo para traz.
— Terceira? Então quem é a segunda?
— Ela sumiu desde que você foi embora, algumas pessoas dizem que veem ela andando perto do seu quarto. — Cassandra responde após um suspiro. — Mas são apenas histórias…
— Será que ela sabe o motivo de eu ter ido embora? — Falo pensativo, enquanto sigo na direção da cama e me sento.
— Ai! — Um grito feminino vem de debaixo de mim e eu me levanto na mesma hora.
Um corpo sai de debaixo das cobertas, era uma mulher que possuía longos cabelos negros, vestindo uma camisola preta de ceda sem mais nada por baixo, ela me encara atentamente ainda com a coberta sobre os seus pés e bocejando, como se tivesse acabado de acordar.
— Você voltou! — Ela se levanta e me abraça.
— Q-quem é você?! — Falo tentando afasta-la, mas ainda sendo sufocado contra o seu peito.
— Você se esqueceu quem sou eu? — Ela fala em duvida.
— Para falar a verdade é a primeira vez que eu vejo você! Então poderia me soltar!
— Eu sou a segunda tenente Yukino! — Ela fala animada após me soltar.
— Yukino! Vai colocar o seu uniforme! — Cassandra grita ao repreendê-la.
— S-sim! — Ela sai correndo do quarto segurando sobre o corpo o lençol da cama.
— Que susto ela me deu… — Eu falo, mas logo a Katlin começa a se aproximar de mim.
— Eu estava sentindo a sua falta, desde que você saiu, eu… Eu não sabia mais o que fazer, sem você… — Ela fala corada.
— Separa! — Cassandra entra no meio de nós, e empurra a Katlin para o lado. — V-vocês não podem ficar tão juntos!
— Vocês se esqueceram de que eu perdi todas as minhas memórias? Então por favor, não ajam como se eu soubesse o que houve no nosso passado.
— M-me perdoe general eu… — Eu a interrompo.
— Me chama de Kardurins. — Eu pisco o meu olho esquerdo. — Não precisa tão formal comigo, mas eu preciso de um tempo para mim, então, poderiam me deixar sozinho?
— Claro! — Fala Cassandra. — Então, vamos indo Katlin? – Ela começa a puxar a Katlin para fora do quarto.
— Até outra hora general! — Eduard se retira em seguida.
Quando a porta se fecha novamente, eu me jogo na cama pensativo, sem saber se as informações que eu tinha eram verdadeiras e sem saber qual deveria ser o meu próximo passo.
— Eu morri… — Sim, a vida que eu tive tinha se esvaído de mim, além de que eu na verdade nunca existi em vida, mas eu permanecia com as memórias do meu casamento, do nascimento da minha filha, os momentos que passei com os meus companheiros e minhas amadas esposa e filha, e da minha morte. — Por que isso foi acontecer comigo! — Eu berro jogando o travesseiro contra a parede. — Tudo o que eu tinha…! Maldito Zeus! Irei ter a sua cabeça!
Eu continuei ali deitado, apenas planejando as minhas próximas ações e no final eu havia chego a uma resposta, eu tinha que me reencontrar com a Morte. Depois que o meu destino estava claro eu escuto alguém batendo na porta.
— Posso entrar Kardurins? — Lensainesh falava do outro lado.
— Entre… — Me sento na cama, para poder receber ela.
— Estou entrando. — Ela caminha até a cama e se senta do meu lado.
— O que você quer…?
— Você não quer se lembrar do seu passado? — Sinto um frio subindo pela espinha após essa frase.
Não tinha como eu me lembrar do passado, a não ser que existisse alguma magia ou eu tenha anotado tudo em alguma espécie de diário, sim um diário era possível que eu tivesse anotado o que houve para caso isso viesse a ocorrer!
— Sim eu quero, você sabe como poderei lembrar dele?
— No passado você sempre andava com um caderno onde anotava algumas coisas, e eu desconfio que seja sobre as suas aventuras, como se fosse uma espécie de diário…
— E onde ele está agora?!
— Ninguém sabe onde está além de você…
— Espera! Não tem mais ninguém que possa saber onde está esse caderno?!
— Tem… Eu acho…
— Quem?!
— A Morte, mas viajar até o palácio onde ela vive com um motivo tão pequeno quanto esse, eu acho que não irão aceitar.
— A única coisa que poderia me ajudar está tão longe… — Falo após um suspiro.
— Mas se realmente quiser ir até lá tem a sua nave particular, mas vai levar um tempo até você reaprender a pilota-la.
— Eu não me importo quanto tempo leve, contanto que eu consiga aquele caderno! — Recupero as minhas esperanças.
— Certo! Falarei com os nossos pilotos para ver quem é o mais qualificado para te ensinar a pilotar, mas por enquanto descanse, pois amanhã será um dia corrido. — Ela se levanta e vai até a porta. — Durma bem Kardurinzinho. — Ela sai e fecha a porta.
— Ela tem razão, eu deveria ir dormir logo, assim eu esfrio um pouco a cabeça um pouco. — Deito na cama e fecho os olhos, apagando em seguida.