Uma Nova Lenda Surge - Capítulo 9
Ao acordar na manhã seguinte, com o bater dos raios em meu rosto, noto que o livro que eu lia durante a noite, havia caído no chão do lado da cama e de dentro dele uma pequena folha de papel saltou para fora.
Eu pego o pequeno papel, e curioso, começo a lê-lo, nele havia um circulo desenhado com uma estrela de cinco pontas que se alongava entre as extremidades do circulo, entre as pontas da estrela havia símbolos o primeiro era “am”, o segundo “rin”, mas os demais eu não conseguia reconhecer, ainda tinha muito a estudar sobre essa arte.
— Senhor Kardurins. — A voz vinha junto de três batidas consecutivas dadas em minha porta, e em seguida a abre. — Devemos seguir com o cronograma.
Ela se aproxima de mim e observa atentamente o papel em minhas mãos, mas logo se vira e retorna a andar até a porta.
— Esteja pronto dentro de dois minutos Senhor.
Sem questionar suas palavras, visto o meu sobretudo, e guardo em um de seus bolsos internos a pagina solta, e sigo em direção a porta, me virando uma ultima vez para as pilhas de livros para garantir que eu não havia me esquecido de nada.
O primeiro local ao qual vamos é o refeitório, que já permanecia lotado pelos moradores do local, todos com as suas correspondentes fardas. A refeição da manhã era um pão preto, seco, e água. Em seguida fomos de encontro com o Mestre Shinzao, no mesmo local do dia anterior.
— Espere pelo Mestre Shinzao aqui, eu seguirei com os meus afazeres e retornarei para ver como o seu treino seguiu ao cair do sol, meu Senhor.
Vendo o atraso que teria em meu treino, me sento no chão e me ponho a esvaziar a mente, com o intuito de estar preparado para o dia de hoje, mas sou interrompido com o barulho do vendo sendo cortado acima de minha cabeça, sem ter tempo de desviar do golpe bloqueio usando os meus braços o que parecia ser uma espada de bambu.
— Vejo que iniciou o treino sem a minha presença.
— Mestre. — Eu me curvo o cumprimentando.
— A partir de hoje até o ultimo dia que temos juntos, iremos focar em seu corpo e seus reflexos, você ainda está fraco em comparação a um de seus subordinados, e por via de regra, você deve se mostrar mais forte do que eles. Escolha uma das espadas naquela estante para começarmos o seu treino.
Sigo até uma estante que tinha vários modelos de armas feitas de madeira e sem lamina, mas algo me chamava, à espada leve. O que eu ouvia era como uma musica entonada no interior de uma floresta enevoada, suave e gentil, mas tendo o seu tom de mistério. E assim faço a minha escolha.
— Antes de começarmos, eu gostaria de ver do que um espartano inexistente é capaz.
Seria como nas guerras das quais eu participei na época de glória do império espartano, antes daquele dia… Junto com o acenar da minha cabeça, eu me ponho em posição, segurando firme a espada de madeira em minha mão direita.
“Segure a espada com força e a deixe em um ângulo que ela possa ganhar força e velocidade ao realizar o primeiro movimento.”
Uma voz trazida pelos ventos chega a minha mente, era uma voz familiar, mas eu sentia que era de um passado que a muito deixei para trás. Seguindo o seu conselho, estico o meu braço, deixando a espada apontada na direção oposta a de meu oponente.
Com um piscar de olhos o treino se inicia, junto com o avanço de Shinzao, que tenta me golpear no rosto com o bambu, mas eu o evito dando um passo para o lado em conjunto com um giro completo, levando a arma na direção dele.
— Lento…
O Shinzao não era um “iniciante” como eu, ele sabia o que deveria fazer e o que deveria ser feito em cada movimento, e isso para apenas um “herdeiro” seria o suficiente.
Com perspicácia ele lança a ponta de sua arma contra o chão, e a usa para se impulsionar para cima, assim evitando o meu golpe. Durante a queda, um único movimento com a espada de bambu foi o necessário para me levar ao ar, ele havia me golpeado no rosto, minha falha? Ter deixado uma abertura após o meu golpe.
— Você ainda tem muito a aprender, não é mais o mesmo herdeiro do estilo Kiricase, mas não se preocupe a vida é um aprendizado do qual nunca termina para alguns.
Ele me estende o braço para me levantar. Eu me pergunto o que aquela voz sente ao ver a minha falha.
— Obrigado Mestre.
— Todos os dias iremos praticar o combate corporal, por agora vamos resolver o seu problema de força. — Após me ajudar a levantar do chão, ele me empurra contra a floresta que se encontrava abaixo de nós. — Volte antes que o seu horário comigo termine.
A queda era grande e seu eu não fosse rápido poderia me espatifar contra o chão, mas se eu me segurasse no impulso, poderia quebrar o meu braço me impossibilitando de subir o paredão de pedras, eu estava perdido? Não! Uma fissura entre as rochas ele seria a minha salvação. Apesar de a espada poder quebrar facilmente eu teria que me arriscar, e caso desse certo ao menos eu reduziria a minha velocidade de queda.
Quando eu avisto o ponto que iria me salvar, jogo todas as minhas fichas contra ele, prendo a espada na fissura o que acaba me causando uma terrível dor em meu braço direito, pois o meu peso me puxava para baixo ainda. Mas como eu imaginava a dor não foi por que ele quebrou, no entanto ele acabou por se deslocar, a minha sorte foi que a minha velocidade de queda foi diminuída pela metade, o que me permitiu segurar a parede rochosa com o braço ainda bom.
Apesar de estar mais lento ainda era rápido o suficiente para me ferir ao realizar o movimento, mas eu havia conseguido, estava preso e vivo enquanto segurava a parede rochosa, meus pés ainda estirados no ar faziam com que o peso lançado contra a mão que me segurava fosse maior, por isso busco por um local de apoio assim podendo tentar subir a parede.
A árdua tarefa não iria ser fácil como antes, pois agora eu só poderia contar com um de meus braços, o que fazer? Aceitar o resto da queda tendo a chance de quebrar o outro braço e as pernas, se não pior? Ou arriscar e subir mesmo assim?
— “Rin”, “Am” e “Mu”… — Essas três palavras eram a chave para o que eu buscava. — O elemento… Terra!
Mas eu seria capaz de usa-lo? Só havia uma forma de se saber isso.
— Do céu veio aquele que nos rodeia, os pilares da vida não se movem com a mesma energia que os pilares do mundo, vende a mim ò grandiosa terra! Lamariak Lorinos!
Eu vejo a terra se movendo em minha direção no formato de uma plataforma arredondada que sobe aos céus, assim como eu desejava, mas algo mais ocorreu, as batidas de meu coração haviam parado, o ar que antes eu respirava sequer passava por minhas vias aéreas, eu estava sufocando, mas não só isso, eu estava morto…
A ultima coisa que eu pude ver foi à plataforma seguindo sem o meu corpo, que agora se encontrava em queda livre, este era o meu fim? O céu antes ensolarado agora não passava de escuridão, onde eu não poderia ver sequer um passo a minha frente e o frio começou a consumir o meu corpo, até que tudo se tornou nada e eu sumi junto dele.
A luz começa a invadir a minha visão novamente, eu estava vivo? É provável… Eu abro os meus olhos novamente aos poucos e vejo o céu bloqueado pelas folhas da arvores, que permitiam a passagem mínima de luz, tento de inicio me sentar sem usar os meus braços como apoio, mas acabo falhando, ficando assim preso ao chão.
— Meu corpo inteiro deve estar quebrado… — Acabo rindo sem notar. — Como eu sobrevivi a isso?! Eu realmente me tornei um imortal… Um “Am”.
Apesar de tudo o meu corpo continuava imóvel, ele provavelmente havia se quebrado durante a queda, mas e agora? O meu tempo estava correndo, eu preciso me mover, mesmo que isso me custe mais do que já foi cobrado.
Tento movimentar os meus braços para ver a situação em que se encontravam, o esquerdo eu consegui mover sem problemas, já o direito eu senti a minha carne sendo rasgada enquanto tentava movimenta-lo. As feridas em um deles não passavam de pequenos arranhões e raladas, enquanto o outro se encontrava com o meu osso, na parte do pulso, voltado para fora com o meu sangue escorrendo ao longo dele.
— Quebrado, como eu imaginei… Será que eu consigo recolocar esse osso no lugar e fechar a ferida com fogo? Não… Eu não deveria usar essas habilidades até entender como elas funcionam previamente… Talvez usar algumas folhas e seiva para fazer uma atadura então? Talvez seja ineficiente, mas é tudo o que eu tenho agora.
Mesmo assim eu ainda estava no chão e não sabia o estado de minhas pernas, então usando o meu braço bom tento erguer o meu tronco, mas aquando chego perto da altura na qual eu poderia me considerar sentado, a parte acima do meu tórax cai contra o chão, a minha coluna havia se partido ao meio após a queda.
— Eu deveria estar morto agora, e não com dor! — Berro em uma mistura de ódio e dor. — Acho que no fim, terei que ficar aqui e esperar por ajuda…
O tempo foi passando e o meu corpo permanecia lá impossibilitado de qualquer movimento, o dia se tornou noite e os pássaros começaram a cantar enquanto voltavam para seus ninhos.
Alguns minutos mais se foram e do alto do monte pude ver uma figura “voando” em minha direção, a sua roupa aparentavam-se como asas no céu noturno, e lá estava ela vindo me buscar com aquele olhar morto.
— Mestre Kardurins? — Ela suspira, após uma breve pausa. — Você tentou fazer algo irresponsável e agora até que recupere o seu corpo por completo, deverá ficar de cama.
— Existe uma forma de eu me recuperar mais rápido que o normal?
— Sim, e eu irei aplica-la no Senhor de imediato. — Ela se ajoelha ao lado do meu corpo e leva sua mão até a minha testa. — Por agora o Senhor deve dormir.
E novamente retorno para aquele mundo, o mundo onde eu não sou nada além de uma pequena faísca. E o mundo volta a ter cores, luz e calor novamente, ela deve ter me levado ao meu quarto.
Eu abro os meus olhos aos poucos e tenho a uma imagem familiar acima de mim, rodeada por luzes esverdeadas, Um rosto fino e delicado, como se fosse porcelana, cabelos longos e pretos, era a Cheine, que orava sobre o meu corpo, de seus lábios rosados eu pude ouvir algumas poucas palavras.
“Landarins corvent samarge, lo condenre sabaquios nevaros. Tumano goncenf maratunos romaros.”
O significado de suas palavras no momento era desconhecido, mas eu podia sentir a energia que vinha junto com elas, era disso que a Kenshene havia mencionado.
— Olá… — Tento chamar a atenção dela de alguma forma.
— Kardurins? — Quando ela abre os olhos posso ver em seus olhos marejados, saltando contra o meu corpo em seguida e se desaguando. — Eu sei que o senhor é imortal, mas não faz isso de novo por favor!
— Calma Cheine, eu estou bem melhor, mas ainda dói o meu peito, então se possível…
— Ah! Sim! Me perdoe Kardurins! — Ela se levanta rapidamente.
— Por favor me fale o quão grave foram os meus ferimentos.
— Tirando a sua cabeça e o braço esquerdo, todo o seu corpo foi quebrado, tivemos que abrir o seu peito para costurar os órgãos que foram rompidos pelos seus ossos quebrados.
— Deve ter dado trabalho.
— Sim, por sinal você viu a mensagem que deixei em um dos livros?
— Sim, o que é aquilo por sinal?
— Você deve tatuar aquele circulo em suas costas, aquilo é uma magia antiga, que poucos ainda se lembram e usam, e você é um dos principais usuários.
— Magia? Eu pensei que isso não existia.
— Não, a magia existe, mas o numero de pessoas que conseguem usa-la é menos que um por cento de todos os seres vivos, e para poder usa-las sempre é necessário um sacrifício a altura, que você decide ao usar pela primeira vez, no seu caso… Foram as suas memórias, sempre que você usa essa magia, você perde um pedaço de suas lembranças.
— No final… O que usamos não é algo místico mesmo…
— Isso mesmo, no final tudo o que fazemos é mover a energia do universo ao nosso favor, mas se não formos apitos para isso, podemos acabar morrendo…
— Então foi isso o que ocorreu àquela hora, o meu corpo morreu por alguns instantes, após eu tentar elevar a terra.
— Talvez você não tenha aptidão com esse elemento.
— Você sabe quais elementos que eu sou capaz de usar?
— Pelo que me lembro: fogo, trevas, eletricidade, invocação, alma e espirito, tirando esses eu nunca vi você usando outro.
— Obrigado Cheine.
— Kardurins, eu assumirei o lugar da Kenshene durante os dois próximos dias, irei te ensinar tudo o que sei sobre a energia, enquanto cuido de seus ferimentos.
— Por sinal que oração era aquela que você fazia antes de eu acordar?
— Era a técnica “Orinsm Unimdre”, ela é de luz e serve para curar os feridos, ela é a minha especialidade.
— Quanto tempo que eu terei que ficar preso a essa cama?
— Tempo o suficiente para você aprender tudo sobre as energias. — Ela sorri.
— Agradeço por seus cuidados e ensinamentos, mas gostaria de lhe pedir uma coisa, você poderia escrever uma carta para a Catrina?
— É emergencial?
— Sim… Por favor.
— Vou pegar o papel e a pena. – Ela se levanta, saindo do quarto para buscar o prometido.
— Eu deveria ter deixado preparado isso já, mas… Eu tinha medo da reação dela…
Eu não queria machucar a princesa, mas sentia que era necessário eu responder seus sentimentos, e sabia que não conseguiria retornar para o reino dentro de uma semana.
— Me desculpe à demora. — Fala Cheine ao abrir a porta do quarto e retornando para o meu lado. — Me diga o que devo escrever.
Começo a falar pausadamente o que ela deveria escrever, tirando cada palavra de meu peito, esperando que ela entendesse a situação da qual eu passava.
“Minha cara Catrina, me desculpo desde já, por não poder ir pessoalmente entregar essa mensagem, mas falo por meio dessa carta, que não poderei aceitar o seu pedido.
Como eu já tinha lhe contado antes, eu não sou mais aquele que você conheceu no passado, e hoje nem sei mais quem sou, por isso estou em uma busca para encontrar essa resposta.
Lhe desejo felicidades com quem será o seu noivo, e espero que entenda o meu lado. Do seu amigo, Kardurins.”
— Você tem certeza que prefere mandar essa carta invés de ir pessoalmente? — Ela fala me olhando com um ar de pena.
— Sim… Acredito que assim, será melhor para nós dois, não quero que ela continue tendo esperanças daquele que eu fui no passado. Mesmo mantendo a minha promessa, não quero feri-la…
— Pedirei para um de nosso mensageiros enviar essa carta para ela assim que os primeiros raios surgirem.
— Obrigado… Cheine, pode me contar mais sobre a magia que eu usava?
— Acho que eu deveria te explicar outra coisa antes, existem quatro tipos de mago, cada um é voltado para um elemento: fogo, água, terra e ar, ninguém nunca conseguiu controlar mais de um elemento, e acreditasse que isso continuara até o fim dos tempos.
— E qual desses seria o meu?
— Você é um controlador das chamas, assim como na energia.
— Entendo, e para eu poder usa-la eu terei que tatuar aqueles círculos em mim.
— Sim! Eles foram projetados por você mesmo! Naquela época eu ainda não existia, mas após ouvir as histórias sobre as suas jornadas e batalhas, acabei me apaixonando e fui atrás de descobrir tudo que podia sobre o Senhor! — Ela se agita novamente, deixando toda a tenção gerada pela carta, para trás. — Acho que exagerei de novo…
— Não se preocupe. — Eu rio da situação, me animando novamente. — Eu prefiro que o ambiente fique assim.
— Bom… — Ela limpa a garganta e logo prossegue. — Mas o uso das magias não é algo seguro, como eu já disse antes, elas precisam de algo como combustível e se for muito forte a magia usada, ela pode acabar destruindo o seu corpo, se não pior…
— Você falou que não são muitos que conhecem sobre as magias, quem aqui dentro as conhece?
— Acredito que nós dois e a Kenshene sejamos os únicos que conhecem sobre. — Ao citar o nome da Kenshene, ela se demonstra outra pessoa.
— Me desculpe ser inconveniente, mas qual a ligação entre você e a Kenshene?
— Nós somos irmãs, mas eu não quero falar sobre isso…
Irmãs?! Elas deveriam se dar melhor então, mas diferente disso, elas agem como se fossem apenas conhecidas, principalmente por parte da Kenshene, o que será que ocorreu?
— Tudo bem, evitarei entrar nesse assunto novamente.
— Prosseguindo, muitos acabam confundindo as magias com algumas energias, mas a magia cria coisas que não existem, enquanto a energia só tem a capacidade de criar o que existe.
— Mas seguindo essa lógica o fogo não existiria.
— Como eu disse a magia ainda é um mistério, por isso facilmente alguém pode confundir e acabar pagando caro por isso. Mas teve algo que eu notei quando você usava a magia, você criava chamas negras, e as controlava como bem entendia, o seu inimigo muitas vezes podendo usar a energia de fogo, não conseguia manipular o seu fogo, como é feito normalmente.
— Acho que entendi a parte do “não” existe, o significado está além do que é dito, seria mais como: “apenas o dono pode movê-la”.
— Então era isso… Você deve ter se lembrado sobre aqueles dias!
— Na verdade, eu ainda não sei dizer qual de minhas memórias é verdadeira.
— Eu tenho certeza que o Senhor irá descobrir, você sempre consegue! — Ela sorria, mas eu via certa tristeza em seu olhar, como se soubesse algo, mas não pudesse dizer.
— Acreditarei em suas palavras… Eu soube que no meu livro de anotações, poderia possuir coisas do tipo, você sabe me dizer se é verdade essa afirmação?
— Sim! Você anotava todos os seus experimentos em livros, muitos se perderam com o tempo, mas alguns ainda se sabe a localização deles. Muitas civilizações só progrediram ao ponto em que se encontram graças as suas anotações.
— Você fala como se eu realmente tivesse sido alguém incrível no passado.
— E foi! Graças a você muitas guerras acabaram, e podemos dizer que essa que nos encontramos atualmente, permanece silenciada por causa dos movimentos que você realizou nos últimos anos, antes de sumir, conseguindo gerar uma trégua entre os reinos dos céus e do submundo.
— É algo tão surreal que chega a ser difícil de acreditar, mas se o que você diz for verdade, eu preciso recuperar o meu livro!
— Só mais uma coisa, você não escreveu apenas os seus livros de pesquisa, mas também escreveu quatro poderosos grimórios, para selar um mal que poderia destruir tudo.
— Será que esse é o motivo de eu ter escolhido as minhas memórias?
— Como assim?
— Desculpe estava pensando alto.
Então eu realmente fiz algo no passado que queria esquecer, talvez eu soubesse sobre o selo e como quebra-lo, ou algo muito pior, seja o que for, o ideal no momento é eu ficar longe desses grimórios, eles podem ser uma maldição para mim.
— Tem como você me ensinar algumas técnicas de combate? Usando a energia.
— Mesmo não sendo a minha especialidade, farei tudo por você! Acho que o melhor seria começar com as de alma e de espirito nesse caso.
Cheine vai até a pilha de livros e procura um em especifico, ao encontra-lo ela retorna para o meu lado, e demonstra o funcionamento de cada um dos círculos usados, e como usar cada tipo de oração, a conversa prosseguiu até o amanhecer.