Vida em um Mundo Mágico - Capítulo 24
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Núcleos de energia eram entregues em massa. O Reino dos elfos ainda mantém seu padrão alto de qualidade mágica, perdendo apenas para as fadas.
Essa alta quantidade estava sendo entregue para os reinos como uma forma de aumentar a segurança usando robôs de combate mais aprimorados.
Após uma reunião foi decretada a existência de uma ameaça em potencial, após o surto de Jarabahad e a notícia de sua fuga, Bahad não esperou para tomar uma iniciativa e expôs Jarabahad como um inimigo após a morte de seus filhos.
Obviamente ter um monstro de classe S perigoso a solta deixaria qualquer um preocupado.
Mas o rei Bahad tinha outros planos em sua mente. Tendo a bruxa Zara morta, seu descendente como um procurado perigoso, o mundo acabaria tomando o lado de Bahad nessa batalha. Além de que ele tem uma conexão forte com a igreja, podendo assim assumir uma imagem pública melhor.
Antes da reunião Bahad recebeu uma mensagem de seu subordinado mascarado. Merlin Gejer sumiu do mapa, no sentido literal. Como seu subordinado disse, ela de fato desapareceu sem deixar rastros.
Nem mesmo uma detecção mágica conseguia identificar sua presença em algum lugar do planeta. Era como se ela nunca tivesse existido. Com seu desaparecimento sua habilidade 『Iluminado』 desapareceu também, o que deixou o rei aflito.
*Aquela habilidade pode mudar o mundo*, era como ele pensava. Não haviam muitas informações sobre essa habilidade, além de que ela retém o conhecimento de tudo e uma pequena premonição do futuro. Mas aquele humano chamado Bahad, acreditava que tinha algo muito mais poderoso do que tudo que existia no mundo e que essa coisa era o 『Iluminado』.
Ninguém se lembra quando Bahad se tornou Rei. Mas ele é “o Rei”. Sua ambição também é desconhecida, nem mesmo seus aliados sabem, afinal, são apenas aliados, para eles ele só quer aumentar seu poder, ou melhor, o poder e influência de seu reino. De um jeito ou de outro é algo como dominar o mundo, se tornar dono daquele mundo.
Mas ele agia de modo suspeito na maior parte do tempo, inclusive na reunião, não demonstrando muita tristeza com a morte de seus filhos. O mais curioso é que as empregadas também conversavam entre si dizendo que a rainha também não estava tão abalada.
Mas o assunto ficou dentro do castelo e na mente de quem falava. Então logo esse caso foi abafado. Não demorou muito para a tecnologia e a segurança do reino mudarem, com isso todos começaram a se preocupar em se adaptar com as mudanças.
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Killisviel Graal andava pela cidade com uma expressão pensativa em seu rosto. Todos a olhavam com admiração, sua presença emanava poder para eles, todos a respeitavam e acreditavam que ela deveria estar pensando em alguma coisa muito importante.
*O que eu deveria comer hoje? Será que eu como fora?*, mas sua cabeça estava nas nuvens.
Seu rival estava preso, se passaram dois dias inteiros desde que ela viu Jarabahad ir embora e de fato o mundo estava experimentando mudanças.
Uma delas era o surgimento dos híbridos, aqueles que foram fundidos com monstros na torre inexistente. Não foram poucas pessoas, afinal a torre atuava há tempos, o que acabou gerando uma nova raça.
Esses híbridos ainda estavam em observação, mas com certeza poderiam viver em sociedade. Mas além disso poderiam ser uma grande adição no poder dos reinos, querendo ou não monstros são mais poderosos que humanos e qualquer outra raça, ter aqueles híbridos significava combater fogo com fogo.
Killisviel acreditava que o potencial dos híbridos poderia ser até mesmo maior do que os próprios monstros que tiveram seu DNA roubado. Monstros com pensamentos e habilidades humanas, o quanto aquilo era perigoso.
O mundo sempre foi dividido como humanos, sendo eles humanos, fadas, anões, elfos e bestas. Os inimigos dos humanos eram os monstros, tendo os espíritos considerados monstros também. Mesmo existindo monstros convivendo com a humanidade era mais como um trabalho, “lute ao nosso lado e seremos indiferentes com você”, algo assim.
Assim como os dragões e os demônios eram opostos, sendo que um via o outro como inimigo. A possibilidade de uma aliança era inexistente.
Em um mundo tão dividido a ideia de existir um meio termo entre as duas raças era impensável. Agora está surgindo esses híbridos, a população está dividida quanto a isso, mas se os híbridos contribuírem para o crescimento da humanidade eles terão que aceitá-los de qualquer jeito.
Enquanto Killisviel andava, viu uma figura conhecida saindo de uma loja de materiais, sendo essa figura uma bem pequena.
— Oh! Killisviel, como está?
— Rock, pensei que tinha se mudado para o reino dos anões —, Killisviel parou e se corrigiu — oh! Eu estou bem por sinal, obrigada por perguntar.
— Parece que você ainda não é boa em se comunicar com os outros. Mas você está bem melhor do que no nosso tempo de escola.
— Você se lembra disso?
— Claro, você usava aquela camiseta larga e deixava uma franja enorme cobrir seu olho direito, nunca falava com ninguém, ficava boiando nas aulas…
— Tá bom, tá bom! Não precisa me lembrar!
— He he. Mas respondendo sua pergunta, eu vim até aqui para fazer negócios, acabei de abrir minha própria loja e ando muito ocupado. Voltarei para o reino dos anões quando terminar tudo aqui.
Rock foi o ferreiro que fez uma antiga armadura que Killisviel usava, ela usou em seus 17 anos, mas quebrou depois de um tempo.
— Entendi, fico feliz que esteja conseguindo se manter. Parece que sua loja está dando certo.
— De fato. Logo será uma marca.
Rock é um anão, ele usa um manto marrom e uma roupa de couro por baixo, ele tem uma barba estilosa, ela não é grande demais, ele acredita que ainda é muito jovem para ficar parecendo o Papai Noel, para destacar sua juventude ele anda com um óculos de lentes laranjas o tempo todo.
— Uma marca? Tipo, “Rock na idade da padra”?
— O meu pai me deu esse nome em homenagem ao meu avô, ele de fato vivia na idade da pedra.
Os dois caminharam juntos por um tempo, colocando o papo em dia Rock puxou um assunto que chamou a atenção de Killisviel.
— Está me dizendo que acha que um dos heróis está tramando algo maldoso? — perguntou Killisviel
— É uma possibilidade. Eu tenho um amigo que trabalha diretamente com o rei dos anões, ele me disse que ouviu uma conversa estranha uma vez, algo como um herói secreto que trabalha sozinho diferente dos outros.
— Eu nunca ouvi nada parecido com isso. Então existe mais um?
— Não sei, pode ser que de fato exista mais um, mas também pode ser que estejam tentando criar mais um herói.
— Você acha que a igreja pode estar envolvida nisso? Digo, aquele Olbaid é bem suspeito.
— Não sei sobre isso. Mas eu concordo com você, também não vou muito com a cara do Olbaid.
Depois de uma longa conversa, Rock e Killisviel se despediram. Killisviel já estava com a cabeça cheia, mas agora está mais.
Agora ela ainda não achou nada sobre o suposto culto da bruxa que ela andou pesquisando e tudo indica que não tem nada haver com Zara, pois a notícia de que ela foi morta já se espalhou. Além disso ela agora está com o pé atrás com a igreja e com esse tal herói misterioso.
No final Killisviel suspirou se rendendo ao cansaço. Ela estava sentindo muita falta de sua infância, principalmente quando tinha 14 anos, aquela foi a melhor época de sua vida em sua visão.
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Em um vilarejo nas montanhas perto do reino dos anões os sinos da igreja tocavam.
Estava acontecendo algo muito importante para um trabalhador e sua esposa. Algo que significaria o mundo para eles depois daquele dia. O nascimento de uma nova vida é símbolo de sua união, sua criança estava nascendo.
O homem estava ansioso andando para todos os lados enquanto o parto estava sendo feito dentro de uma cabana. Seus amigos estavam com ele compartilhando da mesma ansiedade.
Mas logo essa ansiedade foi interrompida quando escutaram um alto som de uma criança chorando. O curandeiro que fez o parto logo chamou o homem para dentro, sem pensar duas vezes ele avançou com pressa para ver sua criança.
Quando entrou ele viu sua esposa segurando o pequeno bebê, mesmo estando todo ensanguentado a criança era muito bela.
— É uma menina. Parabéns, John e Stephanie. — disse o curandeiro
John se aproximou para segurar sua filha no colo, o bebê parou de chorar quando ele a segurou, foi um pouco estranho mas não havia nada de errado na criança, ela era perfeitamente saudável.
Sua esposa tinha lindos cabelos castanhos e olhos verdes. Ele estava confiante de que sua filha pegasse mais características dela, pois assim seria muito linda, mas os olhos da criança eram azuis como os de John, o que não diminuí a sua beleza.
— Já pensaram em um nome? — perguntou uma curandeira que ajudou no parto
— Querido, tem alguma ideia?
Graças aos curandeiros o bebê nasceu com segurança e com suas habilidades de cura Stephanie também estava perfeitamente bem. Mas John travou quando sua filha abriu os olhos, era como se ela estivesse curiosa para ouvir sua resposta.
John paralisou quando percebeu que as pupilas de sua filha tinham a forma de uma balança. Nem ele nem Stephanie tinham essa característica, ninguém da família dos dois tinha também.
— E-eu, que tal….
» Eloá. «
Uma mensagem apareceu em sua mente, o nome Eloá, era um nome muito bonito, aquele seria sua escolha.
— Eloá? Parece bom? — perguntou John
— Sim, esse nome é perfeito querido — Disse Stephanie sorrindo com lágrimas em seus olhos.
Aquela criança era fruto do amor de John e Stephanie, mas algo em John dizia que era algo a mais. O sentimento de que aquela criança traria mudanças preenchia seu coração.
Naquele dia nasceu Eloá, a criança que poderia mudar o mundo para sempre. Aquela que poderia unificar tudo.
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