Vida em um Mundo Mágico - Capítulo 7
A menina andava pelo jardim florido. O céu estava azul com algumas nuvens, os animais viviam entre si sem problemas. Havia montanhas e crateras com gigantes cachoeiras. Aquele cheiro de natureza não a incomodava, mas sim a enchia de alegria.
A garota não sabia onde estava nem o que estava acontecendo. Mas ela não sentia nenhum perigo vindo de lá.
Sua pele pálida aos poucos se tornava mais escura. Ela não se sentia cansada, nem machucada, seus olhos cegos agora enxergavam novamente, seu corpo que antes estava morrendo aos poucos agora está mais vivo do que nunca. Era como se ele voltasse a ser criança.
— Que lugar é este?
No horizonte ela vê sua cidade, Cirgo. Mas o que chamou sua atenção e logo a fez ir às lágrimas foi uma bela mulher de cabelos brancos cromados.
— M-mãe?
A mulher quando viu sua filha sorriu e acenou para ela.
— Serena, eu não disse pra você não ficar tanto tempo na floresta? — como elas estavam muito distantes ela falou com uma voz alta
— Mas como?
A mulher se aproximou de Serena ainda sorrindo.
— Como assim “mas como”? É só voltar mais cedo. Até o seu irmão chegou primeiro desta vez.
Serena não sabia o que estava acontecendo, mas tinha certeza que aquela era de fato sua mãe. Era exatamente do jeito que ela se lembrava.
— Mas a senhora morreu… Naquele dia.
— Eh? Do que está falando? Bateu a cabeça em algum lugar?
— Me desculpe! Foi por minha culpa que a senhora morreu — Serena começou a chorar enquanto abraçava sua mãe.
— Vamos. Vamos conversar em casa, acho que você quer me contar várias histórias, não é? — Ela abraçou sua filha de volta com um sorriso no rosto.
— S-sim — disse Serena tentando engolir o choro.
No final de tudo, sua mãe nunca a odiou por tê-la matado. Na verdade, ela parecia não se importar com isso. Ao ver sua mãe novamente, Serena ficou muito feliz e aliviada, saber que sua mãe nunca a odiou tirou um peso de suas costas.
As duas se foram e conversaram por um bom tempo. Serena queria contar muitas coisas a sua mãe, sua mãe também queria contar histórias que aconteceram com ela. Juntas, Serena passou o momento mais feliz de sua vida.
—
Uma luz azul cobriu o corpo da garota que estava deitada em sua cama. Como sua energia está baixa precisamos dar a ela uma poção de energia fabricada aqui em Cirgo.
Eu usei minha habilidade para fazer as propriedades da poção serem produzidas em seu corpo, assim ela não ficará sem energia.
Ela também está aquecida, Merlin conseguiu fazer a temperatura de seu corpo voltar ao normal. Sem riscos de febre alta ou resfriados, desta vez ela está completamente saudável.
Lentamente ela abriu os olhos e se levantou da cama em um impulso. Eu coloquei minhas mãos sobre seus ombros e a deitei na cama novamente.
— Vai com calma. Nós conseguimos ajudá-la, mas é melhor ficar deitada por mais algum tempo, para garantir que está tudo bem.
Quando conseguimos uma estabilidade eu fui em busca de outros lobisomens para conseguir outras habilidades de cura, quando o encontrei apliquei nela, para evitar sequelas passadas. Além de conseguir outra habilidade de cura para mim, já que a minha primeira eu entreguei para Senti. Também entreguei uma para o rei.
As habilidades de cura dos lobisomens não são as melhores, então eu não tenho certeza sobre o efeito que elas fazem em um humano. Eu consigo sobreviver mesmo com ferimentos que levariam a morte por muito tempo, mas os outros são diferentes eles continuam sendo humanos, Senti estava gravemente ferido mas a regeneração o ajudou, já o rei se machucou mais do que todos aqui, mas conseguimos tratá-lo a tempo, os médicos de Cirgo fizeram um ótimo trabalho.
Quem diria que eu daria uma habilidade de regeneração para todos os três. A minha habilidade foi uma peça chave para que conseguíssemos ganhar, realmente é uma habilidade muito útil.
— O-onde estou?
— Está em casa. Em Cirgo, está lembrada?
— Oh, sim. Eu me lembro, mas onde estou?
Sem problemas de memória? Então parece que não teve nenhum efeito colateral, ótimo. Mas ela continua cega, me disseram que ela conseguia enxergar a temperatura corporal antes, mas agora que está sem sua habilidade ela parece não conseguir mais enxergar nada.
Enquanto ela dormia seus cabelos foram cortados, eles estavam tão grandes, quase cinco vezes o tamanho dela, agora ela está com um tamanho normal que vai até metade das costas.
— Este é o seu antigo quarto, agora você não precisa mais ficar naquela geleira.
— [Ei Victor, fala pra ela que estou aqui também!]
Eu havia apresentado Merlin para os outros mais cedo. Eles estavam desconfiados no começo, mas ficaram tranquilos quando contei que ela estava comigo. Todos trataram Merlin bem, afinal, foi ela que deu conta dos lobos na cidade, depois que eu desmaiei os soldados com a ajuda de Merlin conseguiram dar conta dos lobos invasores.
— O meu corpo está… quente? Eu não estou gelada! Eu estou mesmo curada?
— Oh? Sim, você está normal, mas infelizmente não posso fazer nada quanto a sua cegueira, mas tirando isso, sim.
— Muito obrigada! — ela se levantou e me abraçou sem aviso prévio —, Finalmente posso voltar a ser normal!
Eu acabei de falar pra não levantar desse jeito. Mas tirando isso, eu estou feliz, parece que tudo deu certo mesmo. Mas agora, realmente eu não sou do tipo que gosta de abraços.
— De nada, de nada — eu disse dando dois tapinhas na parte de trás de sua cabeça —, mas não fique tão empolgada, os curandeiros disseram pra você descansar.
— Onde estão todos? — ela perguntou depois de se deitar novamente
— Seu pai e seu irmão estão descansando agora, eles se machucaram bastante.
— Os monstros estavam tão poderosos assim?
— Bem, isso. Aconteceram alguns imprevistos, só isso, mas não se preocupe, todos estão bem e se recuperando.
Eu não sabia como dizer o que aconteceu, se eu contasse que um demônio muito forte apareceu ela iria querer detalhes para entender a situação e nem eu entendi o que diabos aconteceu.
— [Ei Victor, vamos contar para os outros que ela está bem!]
— Certo, eu vou falar com Senti agora, então fique com a Serena por um tempo Merlin. Vou sair agora, lembre-se de não se esforçar muito — eu disse indo em direção a porta.
— Espere, qual o seu nome?
— Me chamo Victor, mas no momento eu sou um monstro não nomeado.
— Não nomeado? Entendi, muito obrigada, senhor Victor e senhorita Merlin. Sempre serei grata a vocês dois.
Eu sorri e sai do quarto. Parece que as pessoas desta cidade são gratas até mesmo a monstros, me sinto bem agora, que bom que terminou bem. Mas agora vamos para o próximo quarto.
Agora vejamos como está Senti. Quando entrei em seu quarto o curandeiro estava amarrando ataduras em seu corpo, ele estava todo machucado, mais um pouco e ele iria parecer uma múmia. Todo seu tronco está enfaixado.
Cara, o Sol bate forte aqui, se bem que toda a neve estava sumindo, me pergunto se o motivo daqui sempre estar nevando era a Serena. Agora está tão fresco e ensolarado, parece outra cidade.
— Senhor Victor, como está se sentindo? — perguntou Senti
— Eu que deveria te perguntar isso. Eu estou bem, só estou com uma pequena dor nas costas. Você já está melhor?
— Sim, estou melhor. Mas mesmo assim terei que ficar de cama por alguns dias.
— Bom, não parece tão ruim. Trago boas notícias, sua irmã já está acordada e curada da maldição.
— Que bom, quando você me disse que ela poderia estar curada eu fiquei muito feliz, mas agora sabendo que deu certo mesmo é libertador. Muito obrigado, senhor Victor.
Ele parece mesmo aliviado agora, como se os problemas que o seguravam estivessem sumidos. Ele ainda tem seu trabalho como cavaleiro, mas acho que ele poderá se esforçar mais agora sem ter que se preocupar tanto.
— Que nada, só fiz o que me deixaria feliz. E que coisa é essa de senhor? Só Victor está bom.
— Certo, Victor. Acho que vou me empenhar mais de agora em diante, aquele monstro me mostrou que estou longe de ser forte. Se eu quiser proteger a todos, preciso treinar mais.
— Sim. Se esforce bastante, para que possa proteger o seu povo.
Falando nisso, Senti que iria se tornar o rei de Cirgo quando seu pai passar o bastão. Um rei que já foi um cavaleiro protetor, parece que é de família, o rei Zared também sabia lutar muito bem.
Além de tudo, Zared foi o único que não acordou ainda. Mas ele está vivo e estável, logo ele acorda mas eu temo que não estarei aqui quando acontecer.
— Victor, você vai ficar na cidade?
— Hum, não. Infelizmente terei que partir, pretendo ir para uma outra cidade agora.
— Então está indo para Bahad?
— Bahad? Eu não tinha ouvido este nome ainda, pelo que eu ouvi se chamava de cidade dos festivais, então este é o nome?
— Sim, para ser mais específico, esta é a capital do reino dos humanos. É uma cidade gigantesca você irá encontrar vários tipos de seres e itens lá.
— Sério?! Me disseram que levaria um mês para chegar até lá, mas é a mais próxima daqui então não tenho muita escolha.
Um mercador da cidade me mostrou um mapa do mundo, ao meu ver este planeta é muito maior do que a antiga Terra que eu vivia, olhando os números eu diria que é dez mil vezes maior. Com isso em mente eu penso que os outros planetas seguem o mesmo padrão mas precisaria ler algum livro daqui para ter certeza, com sorte eu encontro um em alguma biblioteca.
Aquele demônio disse que conseguiria destruir este planeta inteiro? Talvez ele conseguisse destruir o meu planeta antigo, mas eu duvido muito que ele conseguiria destruir este. Provavelmente foi apenas um blefe, sinceramente isso me deixa aliviado.
— Se você esperar até amanhã, podemos levá-lo para lá. Temos uma entrega para fazer lá de qualquer forma. Usando nosso transporte você chegará lá em quinze dias.
— Oh! Metade do tempo, eh? Tudo bem, eu vou esperar até amanhã.
— Mas tome cuidado, Victor. O rei do reino humano não é uma pessoa confiável.
— O rei? Bom, se você diz, ficarei alerta. Estou saindo agora, descanse bem — eu me despedi de Senti alí, logo eu saí do quarto.
Do lado de fora estava ensolarado e refrescante. A cidade está com um bom visual, tirando algumas partes destruídas. Mas não é nada tão grande.
As pessoas da cidade estão começando a se reorganizar. Mais tarde terá uma cerimônia de enterro aos soldados e pessoas que morreram. Eu não sei dos detalhes, mas parece que muitos soldados morreram na invasão dos lobos, antes do demônio entrar na cidade. Mas eles vão superar isso algum dia, eu espero.
Acho que eles não terão problemas com monstros por um tempo. Pelo menos alguns dias de paz eles terão. O rei estava falando sério quando disse que todos seríamos esmagados por aquele demônio, ele era apenas um demônio menor mas era classe (S). O quão fortes são os demônios médios e os altos? Que medo.
» Lembrete. Deseja ouvir sobre suas novas habilidades adquiridas? Sim/Não. «
Oh! Certo, sobre isso. Eu havia esquecido por um momento, mas eu ganhei habilidades novas por derrotar o demônio de neve.
— Sim — eu respondi sem enrolação.
Então eu continuo ganhando habilidades sem usar o 『Rei Habilidoso』, então elas são dadas por capacidade? Quando eu conquistar alguma coisa eu ganho uma habilidade nova, isso é bom, eu não irei precisar sair roubando habilidades por aí.
» Habilidade 『Escudo Tridimensional』 obtida. Habilidade de classe (A) «
Essa habilidade é… O demônio havia uma chamada 『Escudo Bidimensional』, Merlin me contou mais tarde sobre isso, ela usou seu 「Iluminado」 para analisá-lo, ele não estava usando essa. Então eu ganhei a versão evoluída pois possui três dimensões. Interessante, essa é minha primeira habilidade focada em defesa, habilidade essa que eu estava precisando. Como eu não tenho um fator de cura muito bom, ela será bastante útil para evitar danos.
» Habilidade 『Força de Sobrevivência』 adquirida. Habilidade de classe (A). «
Oh? O que essa habilidade faz? Eu não consigo ter uma ideia só pelo nome. Se pelo menos a Voz dissesse as propriedades das habilidades que entrega, seria tão fácil!
» Habilidade 『Recarga Natural』 adquirida. Habilidade de classe (A). «
— Diga mais coisas!
E ela se foi sem dizer mais nenhuma palavra. Mas não tem problema, irei descobrir como usá-las mais tarde. Todas são habilidades de classe (A), nada mal.
— [Por quê está irritado?]
— Oh! Por nada, só estou descansando um pouco. Acabei de ganhar três novas habilidades.
— [Mas já?! Caramba, a Voz deve te amar ou coisa assim, eu demorei mais pra ganhar minha segunda.]
— Fu ha ha! Deve ser porque eu superei as expectativas dela e ganhei um extra.
Falando nisso, agora eu tenho quatro habilidades que são genuinamente minhas. As que eu absorvi se tornaram parte do 『Rei Habilidoso』 então contam como apenas uma. Depois de testar as minhas novas eu irei organizá-las de alguma forma.
Eu contei para Merlin sobre as habilidades que ganhei. Ela ficou surpresa ao ouvir. Principalmente sobre o 『Escudo Tridimensional』 e 『Recarga Natural』.
O 『Escudo Tridimensional』 cria três dimensões em minha volta para me proteger. Qualquer ataque direcionado a mim terá que passar por três dimensões inteiras para me acertar. Agora vários monstros normais não conseguirão fazer nenhum dano em mim. Mas com certeza alguma coisa consegue, afinal é uma habilidade de classe (A).
Merlim não soube dizer nada sobre a 『Força de Sobrevivência』. Mas a 『Recarga Natural』 permite que eu possa recarregar minhas energias usando tudo que venha da natureza. Essa é uma habilidade muito útil, com isso minha energia nunca vai acabar. É uma habilidade que posso deixar ativada, mas preciso ver para saber o quão ela é boa.
Merlin não consegue ver as propriedades das habilidades dos outros, mas ela sabe de algumas que ela já leu sobre.
— [Para onde vamos agora?]
— Vamos para Bahad amanhã, mas por hora vamos andar por Cirgo, ainda não tivemos a oportunidade de explorar.
— [Legal! Eu também não vi nada daqui ainda! Queria trazer Serena também, mas lembrei que é melhor deixá-la descansar.]
*Merlin, você precisa lembrar que mesmo sendo amigas ela ainda é a princesa desse lugar, você não pode arrastar ela por aí com seu poder de levitação.*
Aquela foi a primeira vez que eu pude realmente apreciar uma cidade com calma. O clima estava um pouco triste graças às mortes, mas o sentimento de alívio que tudo havia acabado era reconfortante. Imagino como deve ser deitar em uma cama e descansar depois de um dia difícil, todos aqui devem estar aliviados também.
Pessoas estão comprando flores e preparando uma cerimônia para os falecidos. Talvez eu participe de alguma maneira, pelo menos posso assegurar a minha presença.
Cara, eu estou tão feliz que não morri. Seria uma desgraça morrer assim que cheguei aqui, além de tudo existem pessoas mais poderosas por aí, preciso me atualizar rápido.
— Victor! É você!
Zack veio correndo até mim com os braços abertos. Eu apenas desviei para o lado e ele caiu de cara no chão.
— O quê você está fazendo? — eu perguntei
— Como assim?! Foi graças a você que estamos vivos!
— Certo, certo. Mas não gosto de abraços.
— Que maldade!
As pessoas estão olhando para mim. Que vergonhoso, eles estão comentando sobre eu ser um monstro. Bem, eu não vejo um monstro salvando uma cidade algo tão comum.
— O salvador! Ele está alí!
— O-quê? É ele mesmo?!
— Que bonito!
Espera! Quem contou para eles que fui eu? Eu pensei que apenas aqueles três soubessem, além daquele mercador que me levou de volta pra cidade depois da batalha, aquele mercador que encontrei antes… Ele contou tudo, traidor!
Piorou minha situação! Eles estão me cercando e me elogiando sem parar. Estou no meu limite de vergonha! Parem, saiam de perto de mim!
— Senhor — eles se ajoelharam e disseram juntos —, muito obrigado por nos salvar!
Eles estão sorrindo com a cabeça baixa, mas ainda há lágrimas em seus olhos. Todos estavam ajoelhados em minha volta, logo mais pessoas vieram e fizeram o mesmo.
Eu não pude deixar de ficar boquiaberto e parado olhando à minha volta. Eu não estava acreditando nos meus olhos. Eles me chamaram de “senhor” e me agradeceram por algo que eu fiz. Isso é novo, nunca me senti assim antes.
*É verdade, eu salvei vidas, não foi? Isso é algo grande não é?*
No final eu dei um sorriso tímido e olhei para todos e falei para que levantassem a cabeça.
— Então vivam bastante agora. Por favor, tentem o seu melhor para serem felizes, certo?
— S-sim! — todos disseram juntos
Ora, ora, o que eu faço agora? Me sinto feliz, eu não sabia que receberia esses agradecimentos. Bom, é legal saber que eles não estão me tratando como um monstro maligno, podem haver pessoas diferentes por aí, mas eu não vou ficar me chamando de humano, agora eu sou um monstro e eu devo ser quem eu sou. Mas…
— Então, cortem a coisa de “senhor” e vamos ser amigos a partir de agora — eu disse sorrindo.
— E-ele é tão humilde!
— Poderoso e humilde…
Eu consegui escutar algumas pessoas comentando sobre mim, que vergonhoso.
Todos estavam envergonhados e com lágrimas nos olhos, minha gente que exagero. Mas no final eu não pude deixar de rir.
—
A mulher levava uma xícara de chá a sua boca, enquanto saboreava seu chá de ervas ela suspirou cansada.
Ela estava sentada de frente a um mapa mundi com várias marcações em diferentes pontos. Ao seu lado havia muitos papéis de reclamações.
Muitas pessoas estavam reclamando sobre o aumento estrondoso de ataques de monstros em várias partes do mundo. Mas o que mais chamou atenção foi o demônio menor de Cirgo.
— Fazem dois dias que o ataque aconteceu. Ainda bem que ele foi derrotado e sem muitas mortes por sinal. Quem será que o derrotou? Todos de lá disseram que não sabiam…
Ela sabia que as coisas estavam piorando, mesmo sabendo que seu trabalho era proteger os indefesos, ela não poderia fazer nada contra as decisões egoístas de seu imperador. Pensar naquilo a deixava enfurecida, além de tudo não existiam cavaleiros o suficiente para focar no problema atual, a maioria estava obedecendo as ordens do rei dos humanos e procurando seu item perdido. Outros reinos faziam o mesmo, o que a deixava sem soldados e nem uma possibilidade de atender a todos os pedidos dos cidadãos.
— Ah, se eu encontrasse a fonte de tanto alvoroço eu poderia facilmente cortar o mal pela raíz. Isso seria mais fácil se todos se importassem mais com as vidas de seus reinos do que um artefato para ganhar mais poder, mas talvez seja pedir demais.
Aquela era Killisviel Graal, a encarregada das forças de segurança do reino humano. Uma mulher alta de cabelos curtos e pretos, sempre anda com um olhar sério e cansado em seu rosto. Todos a enxergam como exemplo de uma pessoa competente, mas tal pensamento a deixava preocupada.
— Cara… — ela suspirou e fechou seus olhos —, eu só queria dormir com a consciência tranquila pra variar um pouco…
O que todos pensavam dela estava errado. Ela realmente não queria estar alí, tudo que ela queria era uma vida fácil, mas acabou se metendo em uma situação complicada. Mas mesmo com uma tremenda falta de vontade, ela se esforça para entregar um trabalho excepcional.
Ela então olha para a janela e vê uma lua cheia iluminando sua sala. Seus móveis desarrumados a fizeram suspirar novamente, ela não conseguia nem mesmo arrumar seu escritório, na verdade, a casa inteira era uma bagunça.
— Preciso abrir um tempo para arrumar este lugar. Mas por agora, acho que preciso fazer algo quanto a isto.
Ela olha para um papel que lhe chamou muita atenção. Nele estava um relatório de um camponês, nele estava escrito sobre o desaparecimento constante de suas galinhas, parecia que um animal estava disfarçado dentro de sua fazenda, o camponês viu algo muito estranho naquele dia.
— Uma ovelha com a sombra de uma raposa… esse desgraçado voltou a dar as caras. Vou garantir de deixá-lo bem preso dessa vez!
Killisviel estava com um olhar sério e uma raiva visível. Ela então olhou para uma espada que estava ao seu lado, ao retirá-la da bainha, vendo a lâmina ela suspirou novamente.
— Francamente, eu só quero viver tranquilamente. Mas eu realmente odeio raposas insistentes.
Com aquela fala ela saiu de seu escritório, deixando os papéis e toda a bagunça para trás.