Você Foi Humilhado! - Capítulo 8.2
Por trás do trono, o destemido emergiu, lançando um olhar de superioridade na minha direção e me observando como se eu fosse um simples inseto.
— Cobaia? Quero ver você dizer isso após perceber a sua cabeça rolar no chão.
Cortarei a sua cabeça, mas não permitirei que sua morte seja indolor. Decapitarei você lentamente, até que implore pela misericórdia da morte.
— Gosto de cobaias rebeldes, me dá mais vontade de os dominar. Como podes ver, reservei o seu pote. Seja grato.
Se fosse um momento atrás, suas palavras poderiam ter me afetado, mas agora, nada disso importava, porque meu foco estava totalmente direcionado para o meu alvo, que estava bem diante de mim.
— Vou te cortar em pedaços. E farei um churrasco com a sua carne. Vou saborear esse seu cérebro que tanto orgulhas com molho do seu sangue.
— Como pode ver. Estou tremendo de medo.
As expressões do destemido nunca mudaram; ele continuou me olhando com os mesmos olhos desde o início, apesar de sua aparência de criança. E ao observar mais atentamente, percebi que se assemelhava muito a um humano.
Sua pele era branca, cabelos verdes e olhos vermelhos, características de uma pessoa comum. No entanto, seu odor contava uma história diferente, pois esse exalava um fedor de demônio.
— Acabou a conversa.
Ativei meu Speed Iz Brute Force e avancei em direção à sua cabeça, mas notei a ausência de qualquer reação ou intenção vinda dele.
— Ei! Por que não ataca?
— Por que eu atacaria uma cobaia? Como pode ver. Não posso deixar uma cicatriz na minha fiel cobaia.
— Entendo. Então morra!
Eu não podia me satisfazer apenas o matando, então decidi cortar seu braço. No entanto, fiquei surpreso com a reação dele, que não foi a que eu esperava.
— Haaaaahhh! Meu braço!!!! — contorcendo-se de dor, o destemido gritava.
— Que foi? Achei que eras mais resistente.
Parece que ele era pura conversa fiada. Rapidamente abandonou sua arrogância após perder apenas um braço.
— Pare por favor! Me deixe viver! Faço tudo que você quiser! Por favor! Não me mate!
O destemido começou a rastejar pelo chão, afastando-se de mim com um evidente medo, enquanto lágrimas inundavam seus olhos.
— Eu não sabia dessa. Os demônios choram.
Sempre acreditei que, por possuírem corpos de demônios, eles eram desprovidos dessa parte humana. No entanto, no final, todos, em meio ao desespero da morte, acabam cedendo às lágrimas.
— Eu imploro… Podes ficar com toda a minha pesquisa, mas não me mate, por favor!
— Mato sim, mas não se preocupe. A sua morte vai ser desesperadora.
— Não, não. Não!!!!
Ele começou a se ajoelhar e implorar por clemência, mas, estranhamente, sua agonia só aumentou meu desejo de atormentá-lo. Um sorriso cruel se estampou em meu rosto, e minha maldade atingiu seu ápice.
— Tudo bem. Não vou te matar.
— Sério!?
— Sim.
— Obrigado, muito obrigado. Hum?! Haaaaaahhh! Meu braço! — Antes que ele pudesse perceber, seu outro braço já estava decepado.
Incapaz de conter o sangue que jorrava no chão, o destemido gritava em agonia.
— Me ajude! Por favor! Pare esse sangue senão eu morrerei.
— Você acha mesmo que um demônio ajudaria alguém?
— Quê?
— Eu sou o próprio demônio!
Cortei sua perna e, juntei-a ao seu braço enquanto ele se contorcia de dor. Era uma cena que me proporcionava um prazer perverso, e eu sentia uma grande satisfação por estar cumprindo um passo importante em minha busca por vingança.
— Meu braço! Minha perna! Dói! Dói muito! Alguém! Alguém me ajude! Esse monstro vai me matar!! — rastejando, o destemido implorava desesperadamente por ajuda.
— Sim, eu sou um monstro e o seu pior pesadelo. Se prepare para morrer! Lhiahahahaha!
Caminhei até ele vagarosamente, segurei-o pelos cabelos e lambi o seu rosto de forma provocadora.
— Não é tão saboroso, mas com uns temperos, vai ficar gostoso.
— Você vai me comer!?
— Literalmente! Lhilhilhi!
— Haaaaahhhh! Alguém me ajude. Esse monstro quer me comer!
Posicionei minha espada lentamente contra uma de suas pernas, fazendo um corte lento enquanto tampava a sua boca. Quando o soltei, ele emitiu um grito ainda mais alto do que antes. Aproveitando o momento, coloquei a perna agressivamente ao lado de seu outro braço.
— Arrrrrggggggggghhhhhhhhh!!
Ele estava à beira da inconsciência, mas eu não podia permitir que isso acontecesse. Ele precisava experimentar em primeira mão o que era uma dor real.
— Não. Você não pode morrer assim.
— Eu… to… morrendo? — murmurou.
— Não, estamos só começando.
Rasguei suas roupas de cima e vi que ele tinha um peito bem definido. Vi que as espetadas de peito de frango, quer dizer, peito de destemido iria, valer a pena. Comecei a rasgar sua barriga e a retirar suas tripas aos poucos. Era possível ouvir os gritos altos que ele emitia à distância.
— Calma frango, estou só cuidando da carne para ter um melhor sabor.
— Por favor, me deixe morrer — murmurou.
— Não, quando você morrer a carne vai ficar podre. Eu vou te temperar vivo e depois vou te assar e comer. Se prepare.
— Eu quero morrer!
Por ser um destemido, ele não morreria apenas com isso, mas a dor era algo que ele não conseguia rejeitar, e sua morte se prolongaria.
Aprofundei ainda mais minha mão e toquei em algo. Seria um fígado ou um estômago? Eu não entendia muito sobre isso. Retirei do seu corpo e fiz a pergunta.
— Esse é seu fígado ou estomago?
— Me mate por favor!
— Não importa. Tudo será assado separadamente.
Fui um pouco mais acima e toquei em outra coisa. Pelo formato, diria que era seu coração.
— Ei, esse é o seu coração neerrr! O que aconteceria se eu arrancasse o seu coração?
Por uns instantes, ele parou de gritar de dor e, de repente…
— Caaaaaaaaaaaaaaaahahahahahahahahahahahahaha!
— Quê?!
— Como pode ver. Eu não sinto nada.
O destemido, do nada, mudou de expressão, parecendo outra pessoa. Seu rosto voltou ao que era antes, aquele que sempre me olhava com olhar de superioridade.
— O que está acontecendo aqui?
— Você é burro por acaso?
— Quê?
— Como pode ver. Isso tudo é uma atuação. No entanto, não consegui me conter ao ver algo tão estupido. Você chama isso de tortura? Que hilario. Caaahahahahaha!
Um momento atrás, eu estava bem feliz torturando, mas ao perceber que ele estava apenas fingindo, me senti humilhado. Eu não conseguia pensar no que fazer com esse ser que simulava dor, talvez até sentindo prazer nisso, o que só me deixava mais irritado.
— Continue cobaia. Como pode ver, ainda tenho o meu coração intacto. Continue me torturando e faça o seu churrasco de demônio. Caaaahahahaha! És muito engraçado para uma cobaia, mas não se preocupe.
— …
— Como pode ver, eu sou bom cuidador de cobaia, mesmo aquelas engraçadas. Vais ficar muito feliz no meu pote da felicidade. E como presente nomearei o seu nome como o Pote da tortura feliz. Caaaaahahahahahahaha! Que hilario. Caaahaahahahaha!
Eu só podia observá-lo me menosprezando a cada palavra que pronunciava. Não conseguia conter minha raiva. Queria continuar torturando-o, mas de nada adiantava, pois esse destemido não sentia dor e só riria da minha cara.
Sempre vou me lembrar desse dia, o dia em que aquela coisa me humilhou da pior forma possível. Não conseguindo conter minha indignação, cortei o pescoço dele, esperando que ele morresse o mais rápido possível.
— Isso mesmo, cobaia. Você…
Continuei cortando agressivamente a sua cabeça em vários pedaços para não mais ter que ouvir sua voz irritante.
— Que saco. Que… Que Saco!!! — Soltei um grito de raiva, minha voz ressoando com uma intensidade que refletia a fúria fervente dentro de mim. Era evidente, pelos meus gestos e expressão, que o desfecho atual provocara uma ira profunda
— É realmente um saco.
— Quê?!
Achei que ele já estava morto, mas partes do seu corpo começaram a se reunir, peça por peça, transformando-se em um ser sem cabeça.
— Não se preocupe, cobaia. A luta somente começou. — A cabeça que estava no chão disse.
Mas era estranho que o seu corpo se regenerou separado da cabeça. Seria uma falha?
— Como pode ver. Perfurarei o meu coração. Até a próxima Receptáculo.
— Seu!!!
Respondi com raiva e, no mesmo momento, ele destruiu seu próprio peito com a mão, caindo no chão com um grito angustiante. A cena era confusa e aterrorizante, eu não conseguia entender por que ele havia tirado a própria vida.
Porém, logo em seguida, algo ainda mais surpreendente aconteceu: o seu corpo começou a gemer e a tremer, enchendo-se e ficando grande a cada instante. Era como se algo sombrio e poderoso estivesse tomando conta dele.
Seu corpo crescia descontroladamente, e a força de seu crescimento foi tanta que derrubou o teto em um estrondo ensurdecedor. Tive que me esquivar dos destroços que caíam, enquanto observava incrédulo a transformação assustadora que estava ocorrendo diante dos meus olhos.
— Raaaaawwww!!!
O destemido rugiu e, quando olhei para cima, percebi que esse demônio era pelo menos umas três vezes maior do que aquele que Max explodiu. A ideia de enfrentá-lo em sua forma bestial era, de fato, interessante. Comecei a sorrir e posicionei minha espada, me preparando para essa iminente batalha.
— Vou te matar mil vezes!