O Conselheiro da Rainha - Ato 4
Amanheceu, e o castelo já estava agitado, Nhomuhcsiah acordou com a barulheira do lugar, mas até então nada lhe foi contado, nem mesmo aos seus irmãos que apenas estranharam mas iniciaram a manhã como se nada estivesse acontecido. Realmente bem estranho.
Uma de suas irmãs o arrumou, e logo ele seguiu para o quarto da rainha, onde ela estava muito alegre e bem energética, desta vez estava se arrumando por conta própria, então Nhomuhcsiah apenas trouxe o café da manhã, e não teve que se preocupar com muita coisa.
— Nossa, rainha, a senhora está vibrante em alegria, que houve? — o menino apenas chegou e colocou a bandeja num banco que havia por lá.
“Ah… ingênuo, adoro isso”.
A Rainha não disse nada e apenas se levantou, seguiu até seu conselheiro e o abraçando ajoelhada, o deixando meio perplexo com aquela situação, não parecia muito normal.
“A rainha realmente está diferente, mais animada, mais energética, alguma coisa de bom aconteceu, até parece que a doença não está a afetando” pensou Nhomuhcsiah devolvendo o abraço meio sem jeito.
— Muito obrigado Nhomuhcsiah, você fez mais do que eu te pedi, matou até mesmo a mulher em que ele estava me traindo! Muito obrigado mesmo! — deu-lhe um beijo na testa enquanto segurava as duas pequenas mãos do menino.
— O que, como assim? Eu não matei ninguém! — disse sentindo um medo.
“Cain… ele realmente matou o rei” seu coração palpitava devido essa notícia, e seu pensamento o deixava com um pouco de raiva, mas ele não demonstrou.
— Não se faça de bobo — riu levemente — matou eles a sangue frio, que menino bom! — terminou dando um leve aperto na bochecha dele.
Nhomuhcsiah então, coloca a mão debaixo de sua roupa, e de lá o mesmo retira a adaga que a rainha o deu. A mulher negou a devolução, e disse para ele ficar com a lâmina em caso de se defender se for atacado de alguma forma.
A rainha ficou tagarelando durante todo o seu desjejum, ficava falando de como a morte deles dois foi a melhor coisa que aconteceu na sua vida e que agora a mesma estava livre para escolher um novo marido, e espera que o novo homem seja fiel, não um traíra.
Pegando a bandeja e saindo do quarto para devolver a cozinha, Nhomuhcsiah ficou pensando seriamente sobre a nova situação imposta sobre suas costas, sabendo que foi Cain que fez aquilo, não o impressionou, e depois de deixar a bandeja na cozinha, o menino seguiu para o jardim de lagos.
O lugar estava sereno, o vento era somente uma brisa gelada e os lagos eram como espelhos naturais. Nhomuhcsiah se senta no banco de pedra localizado ao lado do maior lago, e lá ele esperou até Cain aparecer.
— Ora ora… já apareceu, foi mais cedo do que pensei — dizia Cain flutuando acima das águas.
— Claro que apareci cedo, fiquei sabendo que o rei foi morto de maneira misteriosa, logo julguei você por isso. Ah, e a notícia foi me concedida há pouco tempo atrás.
— Claro que foi eu, afinal, para a história “continuar” ele tinha de morrer, assim como seu tio tinha que morrer para dar início a sua história — disse pisando na água e andando por ela até ficar perto da terra.
— Então você está orquestrando todo um plano para me fazer mal — disse cerrando os olhos.
— Não é pra te fazer mal, é um processo gradativo que te afeta negativamente em prol de um público que gosta disso. Você vai sofrer? Sim, e tem gente que vai gostar de certas situações deste sofrimento.
— Que público? Isso daqui é vida real! Não é uma peça de teatro! — disse o menino batendo o pé no chão e abrindo os braços, como se tivesse mostrando o lugar.
— Você não sabe de nada garoto, tão falso quanto a sua raiva, são só palavras, não são desenhos muitos menos real — desaparece rapidamente com um sorriso no rosto.
A cada segundo que passa, Nhomuhcsiah fica cada vez mais confuso com toda essa situação, agora vendo o que aquele ser felídeo podia fazer, mesmo sem acreditar muito, ele quer respostas.
Pelo início da tarde antes do almoço real, o corpo do rei foi sepultado junto com o de sua amante a pedido da rainha, que estava enfurecida ao ver quem era a mulher — era uma mulher qualquer, mas não bela quanto ela.
Médicos fizeram alguns exames antes para ver o que foi que matou o rei e sua amante, e chegaram à conclusão de que poderia ter sido algo quente como fogo, que poderia estar imbuída em algo cilíndrico, como um bastão de ferro ou era a própria magia moldada naquele formato, mas nunca em uma espada ou lança.
Mesmo Nhomuhcsiah explicando para a rainha que não foi ele que matou o rei junto da amante, a mesma não queria saber, ela acreditava que foi ele e que não precisava mentir, e daria uma boa recompensa para ele depois disso.
Ela demonstrava estar alegre e a recompensa do menino foi três dias e três noites de descanso, que ele aceitou de bom grado, porém bastante não se sentindo digno com tudo isso, e apenas deixou a rainha se sentir bem pelo menos uma vez.
Em seu quarto, Nhomuhcsiah estava deitado na cama olhando para o teto, confuso com tudo o que aconteceu; pela morte do rei e sobre o objeto que Cain usou para matá-lo junto da amante, poderia ter sido fogo ou trovão, de fogo o menino não conhecia ninguém, mas o trovão era seu próprio poder.
“Tudo isso é muito estranho e muito confuso, por que tudo isso tá acontecendo comigo? Este demônio acha que estamos em um teatro e que estamos seguindo um roteiro, demônios sempre mentem” seus pensamentos seguiram até o mesmo cair no sono.
Na parte da manhã, um pouco antes da rainha acordar, Nhomuhcsiah se levantou calmamente e se trocou, colocando sua roupa de conselheiro, logo saindo do quarto e indo para a cozinha onde a cozinheira já estava preparando algo, ela se assustou com a presença do menino ali tão cedo. Ele respondeu que acabou acordando antes do previsto e apenas queria acelerar as coisas em relação a manhã que a rainha poderia ter depois do dia anterior, muita coisa com antecedência poderia ser bom — isso para ele.
A cozinheira apenas disse que estava tudo bem então, preparou tudo, colocou numa bandeja e entregou para ele, que agradeceu e se retirou seguindo na direção do quarto da realeza, a passos um pouco mais rápidos mas com um bom equilíbrio.
No caminho cruzou com seu irmão, suas irmãs e até mesmo seu pai, que naquele dia estava bebendo em homenagem ao rei, o que deixou Nhomuhcsiah um pouco desconfortável — homenagear um infiel, que mesmo assim, não deveria ser morto.
Após um tempo, no quarto da rainha;
— Vossa alteza, me responda uma perguntinha… — perguntou enquanto escovava os cabelos ruivos da bela dama — por que bebemos em homenagem a alguém ? — dizia em um olhar meio baixo, triste e pensativo;
A leveza de suas mãos faziam daquele cabelo uma bela peça.
— Ora meu jovem, é pelo simples motivo de que a pessoa era boa, mesmo com um passado obscuro ele ainda sim vai ser homenageado, assim como meu marido, um fornicador, ainda sim é homenageado com bebidas, por que é uma espécie de diversão, uma “farra”— explicou ela calmamente bebendo de seu chá enquanto olhava Nhomuhcsiah arrumando o cabelo.
— Huummm, interessante, o álcool então é uma forma de homenagem a alguém, não importa o motivo. Mas existem outras formas né?
— Sim, aventureiros gastam suas magias para fazer uma espécie de “confete eterno”, que dura para sempre sobre o túmulo daquele integrante que morreu em alguma missão. Eu não sei direito, mas esses confetes tem formatos diferentes, e cores também. Não só isso, em outros casos rola um bufê, ou um combate.
— Mmmm, círculo laranja, triângulo amarelo, quadrado azul, pentágono verde e octógono vermelho ou preto. Eu li isso em um livro, dizem que fazer parte das nossas classes, e é algo natural nosso. O meu é quadrado se eu não me engano.
— O de sua rainha é um octógono vermelho… — sobre seu colo, suas mãos estavam brilhando e mostrando várias formas geométricas avermelhadas e uma aura vermelha bem mais escura.
Nhomuhcsiah abria um sorriso fraco;
Um tempinho depois, do outro lado porta se ouve passos rápidos e depois um chamado por Nhomuhcsiah, o assustando e deixando preocupado, mas logo Muhimoketsu invade o quarto muito preocupado e com lágrimas nos olhos, ele pede desculpa para a rainha, entra, segura o braço do irmão e começa a puxá-lo, falando que a irmã deles vai ser morta ou presa por um crime bem ruim.
Nhomuhcsiah pergunta o que foi que Cecília havia feito para ser punida a este grau, seu irmão responde que o motivo foi que flagraram ela com um menino mais jovem que o previsto na lei para certos atos.
Chegando lá fora, há uma boa distância do castelo entre as areias e casas de pedras amareladas, uma multidão gritava, pegava e jogava pedras em alguém que estava no meio daquele amontoado de gente. Se aproximando mais era possível ver Cecília caída ao chão, encolhida e segurando a cabeça, sendo apedrejada.
Diferente de todos, Nhomuhcsiah via Cain, que estava olhando bem de perto a irmã do menino sendo apedrejada, sua expressão era neutra, que logo muda para um sorriso sádico quando olhou para seu semelhante.
“O que foi que você aprontou dessa vez? Cain…” perguntou Nhomuhcsiah.
Ele logo sumia, deixando o jovem sem resposta.
Logo os guardas do reino chegam e pegam a menina pelos braços, seus olhos já estavam vazios, de certa forma isso era visto enquanto ela era arrastada. As pedras não eram grandes, mas a força era grande o suficiente para machucar aquela alma… — ele fez isso.
“Eu não ligo, é só mais uma na lista”.
Nhomuhcsiah e Muhimoketsu viam sua irmã sendo amarrada numa enorme cruz de madeira com cordas com pregos, ela era xingada pelos cidadãos como: aliciadora de crianças, mulher sem pudor, e de diversos outros nomes que foram fazendo lágrima mais grossas cair dos olhos da menina.
Nhomuhcsiah nem sabia o que fazer em relação a isso, apenas olhar e ver o que aquele demônio fez com sua irmã, sua raiva era contida e o mesmo não a expressava no rosto, mas seus punhos cerrados era visto por seu irmão.
“Ele está com raiva… ele se comoveu com isso? Raramente ele fica assim, nem como na vez que eu fui espancado por um grupo de crianças mais velhas…”
A rainha aparece para dar o veredito, se matavam-na, ou se a prendiam, vendo que a menina era a irmã de seu conselheiro, ainda uma criança, falou para prendê-la, a mesma havia visto seu conselheiro na multidão e se comoveu com isso, ela sabia o que a menina havia feito — iria pedir para matá-la — e mesmo assim escolheu a menos pior para a jovem.
Muitas das pessoas não gostaram, mas era a ordem da rainha, não podiam ir contra. E após a decisão, todo mundo voltou para suas casas e suas atividades, discutindo sobre Cecília e sobre o menino, que por sinal, desapareceu misteriosamente.
Naquele dia durante a tarde começou a chover fortemente, até raios caíram em certos lugares, era uma chuva tempestuosa, mas Muhimoketsu, Nhomuhcsiah e seu pai protegeram Cecília durante a chuva enquanto ela ainda estava na cruz, sem se mexer ou fazer algum barulho.
Csisál estava um “pouco” abalada em relação à situação da irmã, e não estava tão bem para revê-la, ainda mais por detrás de grandes e sujas celas da prisão abaixo do castelo.
No fim do dia, quando pôde finalmente descansar depois de ajudar a rainha por mais um tempo e receber uma ajuda dela também, por conta da prisão da Cecília, o menino foi direto para o jardim de lagos, onde sentou no banco e esperou por Cain. Não demorou e ele apreceu.
— O que você fez com ela? — disse quase de imediato quando viu o meio-felino aparecer sobre as águas.
— Hum, pela segunda vez a prenderam, então ele realmente mudou o roteiro e decidiu deixar ela viva — sorriu enquanto sentava ao lado de Nhomuhcsiah — isso vai continuar ainda sim interessante.
Seu sorriso mostrava uma satisfação com a nova situação, e das situações que poderiam vir a acontecer durante a tal “narrativa” que ele falava.
— Como assim segunda vez? Minha irmã tá presa! E por sua culpa! — apontava para Cain, ele tremia de nervosismo e se levantou do banco.
— Nesse mundo existe as linhas temporais, eu pertenço a todas por que não sou impedido de viajar entre elas, sempre morro no fim e volto pro início, refaço tudo da melhor forma, e tudo segue um padrão até agora, essa mudança no roteiro agora virou algo propício para mim — falou emanando uma aura — te garanto, você vai me agradecer depois de tudo, por mais que os caminhos se dividam.
A aura continha uma presença bem forte ao qual realmente amedrontou Nhomuhcsiah, o fazendo agora mudar a tremedeira de raiva para medo, era algo absurdo, ele podia sim sentir a magia emanada pelos outros, mas nada se comparava a aquilo, era excruciante sentir e ver aquilo, a aura do meio-gato era algo bem parecido como um padrão de diamante, e da cor branca.
— Eu realmente duvido, você quase pôs minha irmã a morte, se a rainha não me visse naquela multidão, eu não sei se ela seria piedosa com ela — se abraçando e se sentindo um pouco mal.
— Em todas as vezes que você estava na plateia ela nunca olhava pra você, muito menos conhecia sua irmã, parece que nessa linha vai ser diferente das outras. Hum, já sei o que fazer, e ela não vai gostar, e vai ser a segunda vez que isso vai acontecer, espero que nunca repita… — falando isso o mesmo se levanta, e some no mesmo instante, deixando Nhomuhcsiah aos medos e raivas sobre as ações de Cain em relação a sua irmã.
O que seria essas ações?
No calabouço do castelo, Cecília estava em sua cela bem triste e de certa maneira ansiosa, isso até uma sombra aparecer na frente das grades, ela olhou para quem era mas não viu o rosto, o ser só tinha os olhos azuis brilhando e sua cauda de gato balançando de um lado ao outro, o ser estava completamente coberto por um pano, mostrando apenas os pés descalço.
Ele abriu a cela sem uma chave e entrou para dentro, deixando a menina bem alegre em relação a cela aberta, mas quando fechada seu sorriso some, a deixando em um estado de medo.
“O que? O que ele vai fazer? Me matar? Não…” pensava Cecília.
— Eu tenho um trabalho para você fazer, só cale a boca e obedeça o que eu te pedir, a primeira coisa é: não fale ou faça barulho — retirava o capuz da cabeça, mostrando ser semelhante a Nhomuhcsiah, irmão da menina.
Em seguida ele deixa aqueles panos caírem, revelando-se nú, Cain estava um pouco maior, com uma aparência mais velha em relação à idade de seu semelhante, Cecília achou aquilo estranho e logo se encolheu em um canto da cela.
“Não… isso não, serás… um demonio? Enviado para me punir pelo o que fiz? Não foi por mal… o menino pediu! Eu só… fiquei curiosa!”
A menina não sabia o que falar, ou o que fazer, estando paralisada pelo medo.
Na manhã seguinte Csisál estava no quarto, acordada pois não conseguiu dormir naquela noite, ela pensava seriamente na irmã. Ela estava usando uma pedra brilhante por debaixo das cobertas, enquanto fazia algumas costuras e mexia com tecidos, fazendo roupas ou acessórios para as peças de um jeito bem extravagante e fora do comum.
Quando terminava, olhava para cada uma e as destruía todas de uma vez com um grande tesoura, e a mulher caía em choro após destruí-las… e a mesma tornava a fazer esse mesmo processo de novo, de novo e de novo.
Quando o Sol nasceu, ela saiu da cama e acordou os irmãos para iniciarem a manhã, Muhimoketsu indo treinar e Nhomuhcsiah apenas para comer já que a rainha deu um bom tempo para o menino superar a prisão da irmã.
— Hey… quer conversar? — perguntava a irmã mais velha se sentando ao lado de Nhomuhcsiah.
— Hum? Sobre o que? — disse o menino com um olhar triste — se for sobre Cecília, não tenho assunto.
“Bom mesmo…”
— É, era sobre ela mesma, eu também estou abismada com toda essa situação… eu sabia que tudo o que ela falava era na brincadeira, mas dessa vez ela deve ter pisado bastante fundo.
— É, tô sabendo, ela deve ter cedido à tentação e acabou fazendo isso… — Nhomuhcsiah estava nervoso, e o mesmo alisava o próprio cabelo para tentar se acalmar.
— É… bem, melhor não pensar muito porque isso não vai nos levar muito longe — a mulher se levantava para sair da cama.
“Hehe… que coisa bonita, preocupada com a irmã. Posso dizer que o interior dela é bem aconchegante pelas duas formas ao qual a senti”.
Após comerem, Csisál foi abrir a sua loja de roupas levando seu irmão para passar um tempo junto dela, a mesma trabalhava sozinha e uma companhia seria boa, ainda mais nesses momentos.
— Muito bonito esse lugar, eu acho que nunca vim aqui — disse Nhomuhcsiah dentro do estabelecimento.
Ele olhava para os rolos de linhas que ficavam presos nas paredes, eram muitas cores e cada linha tinha uma grossura diferente, desde as mais finas até as mais grossas, e também desde as mais brilhosas até as opacas.
O lugar não tinha poeira, o que era impressionante pela cidade ter bastante areia no chão e alguns ventos empurrar bastante delas pela cidade. Talvez seja pelo fato de que essa loja é feita abaixo do chão, ou parte dela.
— Awn, você é um fofo! — abriu um pequeno sorriso — obrigada maninho, eu gosto bastante de costurar roupas e acessórios, compro tecidos e faço eu mesmo as peças, muitas das que o povo da cidade usa é eu que faço e; por sinal, o vestido que a rainha mais gosta foi feito por mim — dizia mulher enquanto abria o lugar.
Havia janelas, mas ela não as abriu — bem óbvio— a mesma tirava os lençois dos lugares onde ficavam os rolos para tecidos e dos manequins que não eram muitos.
Botando uma placa de aberto, o dia de trabalho se inicia, durante a manhã, que era particularmente menos movimentada, Csisál resolveu fazer uma roupinha nova para seu irmão, pediu para tirar a velha para ver as medidas.
Deixou-o nu porque era seu irmão e não tinha problemas, diferente da outra, essa não tem tal apreço, e por ser costureira, ninguém poderia desconfiar e fazer um pré conceito sobre tal situação.
Alguns clientes apareceram para pedir acessórios, claramente estranharam a criança nua sentada em um banco, mas logo deixaram de lado, pois a dona é uma costureira e poderia estar fazendo uma roupa para ele; claramente questionaram. Ao fim da manhã na hora do almoço real, a loja fecha e Nhomuhcsiah estava com sua nova roupa.
Era uma grande calça branca com um cinto de couro com detalhes dourados ornamentados. Do cinto também partia uma fita azul bem escura que terminava um pouco abaixo do joelho dele.
Mas sem camisa? Calma, a mesma preparou uma gargantilha de ouro, era fina mas os panos impostos nela cobria os ombros. Os tecidos era um meio círculo cortado ao meio, eram azuis escuros como as fitas presas no cinto.
— Hum, achei um pouco confortável, não está apertado mas também não está caindo, hehe… gostei — o menino se olhava, ele parecia usar a imaginação para se ver em certas situações.
— Sabia que cê ia gostar! Só espero que os panos da gargantilha não estejam pinicando — dava um retoque a mais para deixar tudo uniforme — bem, melhor voltar-mos agora para o castelo, o almoço real ja deve estar perto de começar.
— Certo! — respondeu ele animado, e com um brilho nos olhos.
“Interessante, essa gargantilha tem algo há mais e isso me impressiona, talvez eu consiga achar o que é com meu… ugh, ‘Deus’” pensou Cain ainda como espectro, ele observa tudo mas ninguém o sentia ou ouvia.
Os dois então fecharam o estabelecimento e seguiram a passos rápidos até o palácio do reino, que de longe, era circular e tinha um formato triângular, um cone. Enquanto andavam, Nhomuhcsiah olhava ao redor, principalmente as pessoas.
“Essas pessoas, elas têm uma vida interessante, mesmo num calor alto desse lugar ainda conseguem um tempo para se refrescar, elas se cobrem com os panos e as roupas para se esconder do sol, mas isso acaba gerando mais calor, o que no final anula ambas as atitudes; se esconder, e refrescar. E ainda tem o suor… é mesmo”.
Pensava enquanto olhava os cidadãos vendendo coisas ou comprando, até mesmo roubando ou passeando pelo lugar, era um fluxo que se notava facilmente.
Os que mais lhe chamavam a atenção eram os aventureiros, por suas roupas extravagantes, espadas, cajados, livros, facas, e diversas roupas estranhas que devem ter algum motivo, será para eficácia em combate ou só estilo focando mais nos status?
“Aventureiros, diferente das pessoas, os aventureiros são mais do que todos aqui, até mesmo de um guerreiro do castelo, eles são mais fortes, o conteúdo mágico deles são altos e sempre são sorridentes. Eu gostaria de entender o que mais eles fazem, acho que eu posso perguntar para um deles, acho que com essa roupa eu conseguiria, mas eu tenho o almoço real, não posso me atrasar.